Spin-off decepciona com uma trama superficial, uma protagonista insuportável e o desperdício de tudo que funcionou na primeira temporada
Se você viu a primeira temporada de Com Carinho, Kitty (2023) e achou que estava prestes a acompanhar uma série divertida e cheia de charme, a segunda temporada chega como um balde de água fria. Sinceramente, não é só decepcionante – é irritante. A série, que tinha potencial para se consolidar como uma das queridinhas do gênero adolescente, joga fora tudo o que construiu de bom. O resultado? Uma bagunça apressada, mal escrita e difícil de engolir.
Vamos começar pelo maior problema: Kitty (Anna Cathcart). Se na primeira temporada ela já dividia opiniões, aqui a situação fica insustentável. A personagem, que deveria ser o coração da série, se transforma em uma pessoa fútil, confusa e, acima de tudo, irritante. Sua indecisão sobre quem ela quer, o que sente e o que está fazendo da vida poderia ser uma jornada interessante de autodescoberta, mas acaba sendo uma repetição cansativa. A cada episódio, a gente se pergunta: por que eu ainda estou assistindo isso?
E não para por aí. O roteiro simplesmente não sabe o que fazer com os outros personagens. Histórias promissoras, como o romance de Dae (Choi Min-yeong), que é muito mais interessante do que qualquer coisa envolvendo Kitty, são jogadas de lado ou atropeladas. O elenco – que claramente tem talento – é completamente desperdiçado em tramas rasas e corridas. Não há espaço para explorar personagens ou criar momentos memoráveis. Parece que tudo foi escrito com pressa, sem cuidado ou profundidade.
Mesmo os clichês, que poderiam trazer um toque de nostalgia ou charme, falham miseravelmente. A série tenta misturar elementos dos dramas adolescentes coreanos e americanos, mas faz isso de forma tão preguiçosa que nada funciona de verdade. Em vez de gerar conforto ou diversão, os clichês só reforçam a falta de originalidade e a superficialidade do roteiro.
E a trilha sonora? Essa poderia ter sido a salvação, mas foi outro desastre. Apesar de ótimas músicas, elas aparecem nos momentos errados, de forma tão aleatória e forçada que ao invés de enriquecer as cenas, tornam tudo cansativo. É como se os produtores estivessem desesperados para preencher os buracos do roteiro com música – spoiler: não deu certo.
No fim das contas, Com Carinho, Kitty se perdeu completamente. Esqueça todas as críticas positivas e indicações calorosas sobre a série. A segunda temporada não só falha em ser boa, como destrói o que a primeira construiu. Uma protagonista insuportável, uma história rasa e uma produção que parece não se importar em entregar algo decente transformaram o spin-off em uma experiência decepcionante. Se você ainda não assistiu, economize seu tempo. Tem muita coisa melhor por aí.
E aí, você chegou a assistir a temporada? Conte pra gente e nos siga nas redes sociais do Entretetizei — Facebook, Instagram e X — para mais novidades sobre o mundo asiático.
Leia também: Crítica | Sejamos honestos com Angelina Jolie: Callas não é a melhor atuação de sua carreira
Texto revisado por Larissa Suellen