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Especial | 20 anos de The Office: um especial nada corporativo

De um quase fracasso a um ícone cultural, The Office celebra vinte anos provando que a vida no escritório nunca foi tão divertida (ou constrangedora)

 

Se The Office fosse um funcionário…

Se The Office fosse um funcionário, estaria completando vinte anos de empresa. E Michael Scott já teria feito uma festa constrangedora para comemorar, com direito a um discurso desnecessariamente longo, uma apresentação musical embaraçosa e um bolo com um erro de ortografia.

Mas, ao contrário da Dunder Mifflin, essa série não apenas sobreviveu ao longo dos anos como se tornou uma das produções mais icônicas da cultura pop. De um piloto, que quase afundou a série, a um dos catálogos mais assistidos do streaming, The Office marcou gerações e segue sendo um fenômeno. Quem nunca soltou um “That’s what she said (foi o que ela disse)” no meio de uma conversa? Ou usou um GIF do Jim olhando para a câmera?

Este especial não é apenas uma celebração dos 20 anos da série, mas um verdadeiro Dundie Award para a memória dos fãs. Vamos mostrar um pouco de sua origem, os momentos mais icônicos, curiosidades de bastidores e, claro, o impacto cultural que ainda vemos em 2025, bora?

A origem do fenômeno

Antes de Michael Scott e sua equipe tomarem conta do nosso coração, já existia em uma outra versão: a britânica. Criada por Ricky Gervais e Stephen Merchant, a série original estreou em 2001 e era um mockumentary ácido, com um humor mais seco e personagens tão desconfortáveis quanto hilários.

The Office
Foto: reprodução/BBC

A versão britânica durou apenas duas temporadas e um especial de Natal, mas foi o suficiente para criar uma base de fãs devotos e impressionar executivos de Hollywood. Entre eles, Greg Daniels, roteirista de Saturday Night Live e Os Simpsons, que viu potencial na ideia e resolveu adaptá-la para o público americano.

E foi aí que os desafios começaram. O piloto da versão americana foi praticamente uma cópia do britânico, mas com piadas que não funcionaram tão bem. A recepção inicial foi fria, e a série quase foi cancelada antes mesmo de engrenar. Mas, no segundo ano, a equipe começou a encontrar sua identidade própria. Michael Scott perdeu o cabelo engomado e a arrogância de David Brent (o chefe britânico) e se tornou mais carismático. O roteiro investiu em piadas menos cruéis e desenvolveu melhor os personagens secundários. O resultado? The Office finalmente ganhou vida própria e virou um fenômeno cult.

Curiosamente, o sucesso só veio de verdade quando a NBC resolveu colocar os episódios no iTunes, em 2005. O público jovem começou a maratonar a série, e a segunda temporada explodiu de popularidade. A partir daí, The Office não só se consolidou na TV, mas também se tornou uma das séries mais influentes do século.

Momentos mais icônicos (e constrangedores, claro!)

Se existe algo que define The Office, é a sua capacidade de nos fazer rir e sentir um segundo de vergonha alheia ao mesmo tempo. São tantos momentos icônicos que daria para fazer um livro só com eles. Mas aqui estão alguns que viraram lenda:

O Jantar na Casa de Jan e Michael (S04E13 – Dinner Party)

O que era para ser um jantar casual se transformou em um estudo psicológico sobre relacionamentos tóxicos. Jan e Michael protagonizam brigas absurdas na frente de seus convidados, Jim e Pam tentam escapar desesperadamente, e Dwight aparece do nada com uma acompanhante aleatória. Destaque para Michael orgulhosamente mostrando sua TV minúscula e Jan quebrando um dos dundies na cabeça dele.

O Incêndio Causado Pelo Queijo Pita de Ryan (S02E04 – The Fire)

O alarme de incêndio toca, os funcionários correm para evacuar o prédio e Michael decide fazer um quiz aleatório sobre a vida amorosa de Ryan. No final, descobrimos que tudo foi causado por um queijo pita que Ryan esqueceu no forno.

A Guerra de Vendas Entre Dwight e Jim (S03E11 – Traveling Salesmen)

Dwight e Jim são forçados a trabalhar juntos em uma viagem de vendas, o que resulta em um dos melhores momentos da série. Enquanto Jim aposta no carisma, Dwight usa táticas que incluem analogias de Battlestar Galactica e uma tentativa falha de intimidar o cliente.

O Pedido de Casamento de Jim e Pam (S05E01 – Weight Loss)

Simples, sincero e emocionante.

Em meio a uma tempestade no posto de gasolina, Jim se ajoelha e pede Pam em casamento. Nada de grandes discursos ou produção exagerada, só um momento perfeito que fez todos os fãs chorarem.

O Episódio do Parkour (S06E01 – Gossip)

Andy, Michael e Dwight decidem começar o dia praticando parkour, que basicamente se resume a pular de móveis e gritar “PARKOUR!” o tempo todo. A cena termina com Andy caindo em uma lixeira. Clássico.

Esses são apenas alguns exemplos, mas a verdade é que The Office é uma coleção infinita de momentos memoráveis, que vão desde as péssimas ideias de Michael até os olhares cúmplices de Jim para a câmera.

O Simulacro de Incêndio do Dwight (S05E13 –Stress Relief: Part 1)

Dwight, sempre querendo testar os limites dos colegas, decide simular um incêndio para ensinar a equipe sobre segurança. O problema? Ele realmente começa um pequeno fogo no escritório, causando pânico geral. Angela joga seu gato pelo teto, Oscar tenta escapar por uma fresta na parede, e Stanley tem um ataque cardíaco. Uma das cenas mais caóticas e hilárias da série.

A Reanimação ao Som de Stayin’ Alive ( S05E14 – Stress Relief: Part 2)

No mesmo arco do incêndio de Dwight, Michael resolve ensinar RCP para o time, mas a única coisa que aprendem é que o ritmo da música Stayin’ Alive, dos Bee Gees, é perfeito para a massagem cardíaca. O problema começa quando Michael se empolga demais e Andy e Kelly começam a cantar e dançar no meio do treinamento. Para finalizar, Dwight corta o rosto do boneco de RCP como se estivesse em O Silêncio dos Inocentes. Inesquecível!

O que rolava nos bastidores?

Uma série como The Office só poderia ter bastidores tão caóticos e engraçados quanto o próprio enredo. E, de fato, o elenco e a produção criaram uma atmosfera de trabalho tão única que até hoje os atores falam com carinho sobre os anos na Dunder Mifflin.

John Krasinski quase perdeu o papel de Jim por ser sincero demais

Durante seu teste para a série, John Krasinski estava esperando para ser chamado quando um produtor executivo perguntou o que ele achava sobre a adaptação americana de The Office. Sem saber com quem estava falando, Krasinski disse algo como: “Ah, cara, só espero que eles não estraguem isso como fazem com todos os remakes americanos”. O produtor apenas sorriu… e, claro, era um dos responsáveis pelo programa. Felizmente, Krasinski conseguiu o papel e se tornou o Jim Halpert que conhecemos e amamos.

O elenco realmente virou uma família

Ao contrário de algumas séries, onde os atores apenas interpretam colegas de trabalho, o elenco de The Office realmente desenvolveu uma amizade forte. Jenna Fischer (Pam) e Angela Kinsey (Angela) se tornaram melhores amigas na vida real e até criaram o podcast Office Ladies, onde relembram histórias dos bastidores. Rainn Wilson (Dwight) e John Krasinski (Jim), apesar das eternas brigas em cena, também se davam muito bem fora das câmeras.

Steve Carell deixou a série de um jeito inesperado

Apesar de The Office ter continuado após a saída de Steve Carell (Michael Scott), seu adeus foi um choque. O motivo? Foi uma grande confusão de comunicação. Carell estava disposto a renovar o contrato, mas a NBC não demonstrou tanto interesse na época, e ele acabou saindo. O elenco e os fãs sentiram a perda, mas Michael teve uma despedida emocionante no episódio Goodbye, Michael (S07E22).

O retorno de Steve Carell no final foi um segredo até para o elenco

O último episódio da série trouxe Michael Scott de volta para o casamento de Dwight e Angela, mas a produção escondeu essa participação até o último segundo. Apenas um pequeno grupo sabia que Carell retornaria, e o elenco ficou tão surpreso quanto os fãs ao vê-lo no set.

Muitas cenas foram improvisadas

A série tinha um roteiro sólido, mas algumas das cenas mais icônicas foram resultado da improvisação dos atores. O famoso beijo de Michael em Oscar (S03E01 – Gay Witch Hunt) foi completamente espontâneo de Steve Carell. Oscar Nuñez confirmou que aquilo não estava no roteiro, e sua reação chocada foi 100% real.

O impacto cultural de The Office (não é pra qualquer um!)

Mesmo após duas décadas, The Office continua sendo uma das séries mais populares do mundo. Não é exagero dizer que ela influenciou o humor moderno e moldou o jeito como consumimos comédia na TV e no streaming.

A série é uma das mais assistidas até hoje

Mesmo anos após seu fim, The Office ainda domina rankings de audiência. Em 2020, foi a série mais assistida na Netflix dos EUA, superando até lançamentos originais da plataforma. Quando foi retirada do catálogo, a NBC criou o Peacock e usou The Office como uma de suas principais atrações para atrair assinantes.

The Office gif. The office is filled with disco lights. Craig Robinson as Darryl, Oscar Nunez as Oscar, and Brian Baumgartner as Kevin show us some serious dance moves.

Os GIFs e memes são onipresentes na internet

Se você já usou um GIF para reagir a uma conversa, as chances são altas de que ele tenha sido de The Office.

Desde o “NOOOO GOD PLEASE NO!” de Michael Scott até o Jim olhando para a câmera, a série virou um fenômeno da cultura digital.

Influência em outras séries e filmes

O sucesso de The Office abriu caminho para várias outras produções no formato de mockumentary, como Parks and Recreation, Brooklyn Nine-Nine e até Modern Family. Além disso, atores da série se tornaram grandes nomes em Hollywood, especialmente John Krasinski, que dirigiu e estrelou Um Lugar Silencioso.

TV gif. Ty Burrell as Phil on Modern Family sits on a couch in the living room as he points at us beginning to form the F sound on his lips. He stops himself and gives us a thumbs up before pointing again and saying, "Yeah."

A revalorização do humor desconfortável

Antes de The Office, a maioria das sitcoms usava o formato tradicional de piadas com plateia e trilha sonora de risadas. A série revolucionou o gênero ao trazer um humor mais seco, baseado no constrangimento e na naturalidade das interações. Hoje, esse estilo é muito mais comum em séries de comédia.

The Office não foi só uma série de sucesso – foi uma revolução no jeito de fazer e consumir comédia. Seu impacto ainda é sentido na TV, no cinema e até na internet, onde sua legião de fãs continua crescendo.

Onde está o elenco hoje?

Depois do fim de The Office, muitos dos atores seguiram carreiras impressionantes no cinema, na TV e até no mundo dos negócios. Alguns permaneceram no universo da comédia, enquanto outros surpreenderam ao se reinventar em gêneros completamente diferentes.

Steve Carell (Michael Scott) – De chefe desastroso a estrela do cinema

Steve Carell já era conhecido antes de interpretar Michael Scott, mas foi The Office que o elevou ao status de estrela. Após sair da série, ele se aventurou em papéis dramáticos e recebeu uma indicação ao Oscar por Foxcatcher (2014). Também estrelou sucessos como A Grande Aposta (2015) e Beautiful Boy (2018), além de dublar Gru na franquia Meu Malvado Favorito. Embora tenha brilhado fora da comédia, ele nunca perdeu sua veia cômica – recentemente, estrelou Space Force, uma sátira sobre a criação da Força Espacial dos EUA.

The Office
Foto: reprodução/amazon

John Krasinski (Jim Halpert) – De piadista do escritório a diretor de sucesso

Ninguém esperava que Jim Halpert se tornaria um dos diretores mais respeitados de Hollywood, mas John Krasinski provou seu talento atrás das câmeras com Um Lugar Silencioso (2018) e sua sequência, em 2021. Além de dirigir e atuar, ele também assumiu o papel de Jack Ryan na série homônima da Amazon. Hoje, Krasinski é um dos nomes mais promissores da indústria e até já foi cotado para interpretar o Senhor Fantástico no MCU.

The Office
Foto: reprodução/Mubi

Jenna Fischer (Pam Beesly) – Atriz, escritora e podcaster

Jenna Fischer continuou atuando após The Office, mas seu maior sucesso veio no podcast Office Ladies, que apresenta ao lado de Angela Kinsey. No programa, elas revisitam episódios da série, compartilham curiosidades de bastidores e entrevistam outros membros do elenco. Além disso, Jenna também escreveu o livro The Actor’s Life: A Survival Guide, contando suas experiências na indústria.

The Office
Foto: reprodução/extra tv

Rainn Wilson (Dwight Schrute) – O mais excêntrico da vida real também

Rainn Wilson é outro que se reinventou após The Office. Além de continuar atuando em filmes e séries, ele também escreveu livros, criou um canal no YouTube (Participant) focado em conteúdos inspiradores e se tornou um ativista por causas ambientais e sociais. Embora tenha se distanciado um pouco do mundo das comédias, ele sempre será lembrado como o inesquecível Dwight Schrute.

Mindy Kaling (Kelly Kapoor) – Escritora, produtora e ícone da comédia

Antes de ser Kelly Kapoor, Mindy Kaling já era roteirista de The Office e foi uma das mentes por trás de alguns dos melhores episódios da série. Depois que a série acabou, ela criou e estrelou The Mindy Project (2012) e produziu sucessos como Never Have I Ever (Eu Nunca….) (2020) e The Sex Lives of College Girls (2021). Hoje, Kaling é uma das vozes mais influentes na comédia e no entretenimento.

The Office
Foto: reprodução/today show

B.J. Novak (Ryan Howard) – Ator, escritor e diretor

B.J. Novak não só interpretou Ryan Howard como também foi um dos roteiristas principais da série. Após The Office, ele se dedicou à escrita e lançou o livro One More Thing: Stories and Other Stories.

Além disso, dirigiu e estrelou o filme Vengeance (2022), que foi bem recebido pela crítica.

The Office
Foto: reprodução/the new yorker

Ellie Kemper (Erin Hannon) – Protagonista de séries de sucesso

Ellie Kemper teve uma carreira sólida após The Office, estrelando a série Unbreakable Kimmy Schmidt (2015), criada por Tina Fey. Ela também apareceu em filmes como Missão Madrinha de Casamento (2011) e continuou sendo uma presença forte na comédia.

The Office
Foto: reprodução/adorocinema

Ed Helms (Andy Bernard) – Sucesso no cinema

Ed Helms já era conhecido por The Hangover (2009) quando entrou em The Office, mas a série solidificou sua fama na comédia. Depois do fim da série, ele apareceu em diversos filmes e, recentemente, estrelou Rutherford Falls (2021), uma comédia da Peacock.

The Office
Foto: reprodução/adorocinema

Cada membro do elenco encontrou seu caminho, mas todos continuam sendo lembrados com carinho pelos fãs de The Office.

Fatos pouco conhecidos sobre The Office

Mesmo sendo uma das séries mais estudadas e comentadas da história, The Office ainda guarda segredos e curiosidades que nem todos os fãs conhecem.

John Krasinski filmou a abertura da série em Scranton

A icônica abertura da série, com imagens da cidade de Scranton, não foi gravada por uma equipe de produção, mas sim pelo próprio John Krasinski. Antes das filmagens começarem, ele visitou a cidade e capturou cenas que acabaram se tornando parte da introdução oficial.

A identidade do ‘Scranton Strangler’ nunca foi oficialmente revelada, mas há teorias

Ao longo da série, o misterioso Estripador de Scranton foi um dos grandes mistérios. A teoria mais aceita pelos fãs é que Toby Flenderson era o verdadeiro assassino – o que tornaria sua obsessão pelo caso ainda mais bizarra.

Steve Carell improvisou o beijo em Oscar Nuñez

O famoso beijo de Michael Scott em Oscar durante o episódio Gay Witch Hunt foi completamente improvisado. Oscar Nuñez revelou que aquilo não estava no roteiro, e sua expressão chocada foi 100% real. O elenco segurou o riso o máximo possível para não estragar a cena.

A cena de Kevin derrubando a panela de chili teve que ser filmada em um único take

O momento em que Kevin Malone derruba uma panela gigante de chili no carpete é uma das cenas mais icônicas da série. A produção só tinha um tapete e uma panela disponíveis, então Brian Baumgartner (ator que interpreta Kevin) precisava acertar de primeira. Ele conseguiu, e a cena virou um clássico instantâneo.

O casamento de Jim e Pam foi inspirado em um vídeo viral do YouTube

A cena em que os funcionários dançam no casamento de Jim e Pam foi baseada em um vídeo viral de 2009, onde convidados dançavam ao som de Forever, de Chris Brown. A produção recriou o momento quase cena por cena.

A primeira versão do piloto foi rejeitada por ser ‘cruel demais’

O episódio piloto era quase idêntico ao da versão britânica, com um humor mais ácido e personagens menos carismáticos. Após reações negativas, a série foi ajustada para tornar Michael Scott mais engraçado e menos desagradável – e essa mudança salvou a série.

The Office gif. Steve Carell as Michael Scott slowly turns with eyebrows raised and walks into his office.

Uma despedida em grande estilo: como seria um episódio especial de reunião? 

Se há algo que os fãs de The Office desejam, desde que a série terminou, é um episódio especial de reunião. Apesar de várias entrevistas e podcasts do elenco, nada se compara a ver os personagens juntos novamente na Dunder Mifflin. Mas como seria esse episódio em 2025?

A Dunder Mifflin ainda existiria?

A grande pergunta: será que a filial de Scranton sobreviveu ao avanço da tecnologia e do home office? Considerando que The Office sempre brincou com a irrelevância do papel em um mundo digital, a empresa provavelmente teria se reinventado. Talvez Dwight, agora CEO, tenha expandido os negócios para vender papel reciclado com autenticidade rústica, algo que ele venderia como um produto premium para puristas do papel.

Michael Scott seria um influenciador digital (e provavelmente estaria cancelado)

Michael sempre quis ser amado, e com o crescimento das redes sociais, é muito provável que ele tenha se tornado um guru do sucesso no YouTube, gravando vídeos motivacionais desastrosos e tentando viralizar no TikTok com danças constrangedoras. Mas como estamos falando de Michael, ele certamente teria falado algo problemático e tentaria se redimir com um pedido de desculpas ainda pior.

Jim e Pam estariam morando em Austin, mas algo os traria de volta

No final da série, Jim e Pam se mudaram para Austin para trabalhar na Athlead, mas uma reunião especial precisaria trazê-los de volta a Scranton. Talvez Dwight os chame para um evento especial da Dunder Mifflin ou… Jim esteja armando a pegadinha final contra Dwight e precise de um pretexto para voltar.

Kevin finalmente abriria sua própria franquia de chili

Após ser demitido da Dunder Mifflin, Kevin comprou um bar. Mas sejamos honestos: o verdadeiro destino dele seria abrir uma rede de restaurantes focada em chili. Ele teria se tornado um sucesso inesperado, com Dwight tentando investir no negócio e fracassando miseravelmente.

Ryan e Kelly continuariam vivendo seu relacionamento tóxico

No último episódio da série, Ryan e Kelly fugiram juntos, abandonando tudo por um amor caótico. Dez anos depois, eles provavelmente estariam em algum relacionamento intermitente, discutindo no Instagram e fazendo declarações dramáticas de término, só para reatarem dias depois.

Toby ainda estaria obcecado pelo Scranton Strangler

Depois de anos tentando provar que condenaram a pessoa errada, Toby certamente teria escrito um livro teorizando sobre o verdadeiro assassino. E claro, ele continuaria sendo ignorado por todos.

Creed teria forjado sua morte e retornado como se nada tivesse acontecido

No final da série, Creed foi preso por roubar identidades. Mas ele provavelmente teria fugido, fingindo sua morte e reaparecido no escritório anos depois, sem explicar nada, como se nada tivesse acontecido.

O episódio terminaria com um momento clássico de The Office

Talvez uma grande festa corporativa que saísse do controle, uma última pegadinha épica de Jim contra Dwight ou apenas um silêncio constrangedor enquanto todos olham para a câmera, refletindo sobre o absurdo que foi essa reunião. Afinal, The Office sempre soube como transformar os momentos mais banais em algo especial.

The Office Forever (coração, coração!)

Vinte anos depois, The Office continua sendo uma das séries mais queridas e assistidas da história da TV. Seu humor desconfortável, personagens icônicos e momentos inesquecíveis fizeram dela um verdadeiro fenômeno cultural.

Seja reassistindo episódios antigos, ouvindo os podcasts do elenco ou criando teorias sobre o Scranton Strangler, os fãs mantêm a série viva. E no final das contas, talvez esse seja o maior legado de The Office: a capacidade de nos fazer rir (e às vezes até chorar) com as coisas mais absurdas do dia a dia.

Porque, no fundo, todos nós já trabalhamos em uma Dunder Mifflin da vida.

E, se tem uma coisa que aprendemos nesses 20 anos de The Office, é que às vezes o melhor jeito de encerrar algo é com uma frase que pode parecer simples, mas que, dita no momento certo… faz toda a diferença.

“Foi o que ela disse.”

Leia também: The Office: confira o trailer oficial da nova versão da série

 

Texto revisado por Cristiane Amarante

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Cultura asiática Notícias

Artistas sul-coreanos não são perfeitos — e não podemos passar pano para eles

A impunidade masculina domina a indústria do entretenimento sul-coreano, protegendo artistas mesmo diante de acusações graves

A indústria do entretenimento sul-coreano sempre vendeu a ideia de que seus artistas são impecáveis, um reflexo da perfeição idealizada pela cultura local. No entanto, o escândalo recente de Kim Soo-hyun, acusado de aliciamento de menor e envolvimento na ruína de Kim Sae-ron, expôs novamente o lado sombrio dessa indústria. Apesar da gravidade das acusações, muitos fãs insistem em defendê-lo, enquanto mulheres na mesma indústria perdem tudo e até a vida por erros muito menores.

Kim Soo-hyun
Foto: reprodução/soompi

E esse não é um caso isolado. A história recente do entretenimento coreano está repleta de casos de assédio, abuso sexual, agressão e traição por parte de grandes estrelas, que raramente enfrentam consequências sérias. Em contrapartida, mulheres que sofrem ou cometem deslizes menores são alvo de boicotes severos e canceladas pelo público de forma quase definitiva.

Atores e cantores envolvidos em escândalos graves

O caso de Kim Soo-hyun é apenas um dos mais recentes em uma lista extensa de artistas sul-coreanos envolvidos em polêmicas sérias. A seguir, vamos relembrar outros casos emblemáticos da cultura de impunidade masculina na indústria.

Moon Taeil (NCT) e as acusações de agressão sexual

Em 2024, Moon Tae-il, integrante do NCT, foi acusado de agressão sexual. Sua agência, a SM Entertainment, suspendeu suas atividades e removeu seu nome de materiais promocionais, mas isso não impediu que muitos fãs insistissem em defendê-lo. Enquanto isso, vítimas que denunciam abusos continuam a ser desacreditadas e atacadas por um público que prefere ignorar as falhas de seus ídolos masculinos.

Kim Soo-hyun
Foto: reprodução/allkpop
Seungri e o escândalo do Burning Sun

O caso de Seungri, ex-Big Bang, é um dos mais revoltantes da história do K-pop. Em 2019, foi revelado que ele estava envolvido no Burning Sun, um clube que servia como fachada para tráfico de mulheres, agressão sexual e corrupção policial. Seungri ajudava a intermediar encontros com prostitutas para investidores estrangeiros e encobria crimes ocorridos no local.

Apesar da gravidade do escândalo, ele foi condenado a apenas 18 meses de prisão e já está livre. Mais chocante ainda, muitos fãs continuam a pedir seu retorno à indústria, como se nada tivesse acontecido. Enquanto isso, cantoras e atrizes são canceladas e perseguidas.

Kim Soo-hyun
Foto: reprodução/the korea herold
Jung Joon-young e a sala do Telegram

Outro caso chocante foi o de Jung Joon-young, cantor e ex-astro de reality shows. Em 2019, ele foi preso por gravar e compartilhar vídeos de mulheres sendo abusadas sexualmente. Junto com ele, estavam outros artistas e empresários, incluindo Choi Jong-hoon, ex-integrante do F.T. Island.

Jung Joon-young foi condenado a seis anos de prisão, e Choi Jong-hoon recebeu uma pena menor. Mas, mesmo com provas concretas e testemunhos devastadores, ainda há fãs que minimizam suas ações e clamam pelo seu retorno.

Kim Soo-hyun
Foto: reprodução/soompi
Kim Seon-ho e o aborto forçado

Em 2021, Kim Seon-ho foi acusado por sua ex-namorada de manipulação emocional e de pressioná-la a fazer um aborto com promessas falsas de casamento. No início, ele perdeu contratos e foi afastado de alguns projetos, mas sua redenção veio rapidamente. Em menos de um ano, já estava de volta à televisão com grandes produções, enquanto sua ex-parceira seguiu sendo atacada e ridicularizada pelo público.

Kim Soo-hyun
Foto: reprodução/soompi

Mulheres perdem tudo e, às vezes, até a vida

Enquanto homens continuam a ter espaço mesmo após acusações seríssimas, as mulheres enfrentam uma realidade cruel: qualquer deslize pode custar suas carreiras. E, em alguns casos, a própria vida.

Sulli, do f(x) e Goo Hara, do KARA perseguidas até o fim

A misoginia enraizada na indústria teve consequências fatais para Sulli, ex-integrante do f(x), e Goo Hara, ex-KARA. Ambas enfrentaram perseguições cruéis da mídia e do público, resultando em tragédias irreversíveis.

  • Sulli foi vítima de cyberbullying extremo por apoiar o feminismo e desafiar padrões conservadores, como postar fotos sem sutiã. Em 2019, tirou a própria vida após anos de ataques constantes.
  • Goo Hara foi chantageada por um ex-namorado que vazou vídeos íntimos seus. Mesmo sendo a vítima, ela foi mais atacada do que o agressor. Após sua morte, o ex-namorado recebeu uma pena irrisória, mostrando a desigualdade de tratamento na Justiça coreana.
Kim Soo-hyun
Foto: reprodução/amino

Por que os fãs continuam passando pano para homens problemáticos?

É assustador ver como muitas fãs brasileiras especialmente as que se autointitulam dorameiras estão passando pano para comportamentos inaceitáveis em qualquer língua e país. Se um ator é bonito e faz um papel romântico em um drama, parece que todas as denúncias contra ele se tornam irrelevantes para uma parte do público.

É hora de exigir responsabilidade!

O caso recente de Kim Soo-hyun reforça um padrão perigoso: homens na indústria do entretenimento coreano continuam a ser protegidos, mesmo quando enfrentam acusações gravíssimas, enquanto mulheres são canceladas.

Já passou da hora de exigir punições proporcionais e justas para todos os envolvidos em crimes e escândalos, independentemente do gênero. Passar pano para abusadores e criminosos apenas perpetua um sistema que favorece a impunidade e prejudica ainda mais as vítimas.

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Leia também: 10 artistas da cultura pop que são imigrantes, filhos de imigrantes ou refugiados 

 

Texto revisado por Cristiane Amarante

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Cinema Notícias

“Todos quieren ser latinos, pero les falta sazón” – Hollywood ama a cultura latina, mas não os latinos

Palco dos maiores show businesses exalta a cultura latina quando convém mas ignora os latinos nos bastidores, onde a representatividade termina quando as luzes se apagam

Hollywood tem uma relação seletiva com os latinos. Quando convém, nossa cultura é celebrada, exaltada e vendida como um diferencial exótico que enriquece a indústria do entretenimento, no entanto,  quando se trata de valorizar os profissionais latinos que constroem essa identidade, a história muda. O cinema se apropria das nossas cores, da nossa música, dos nossos ritmos e da nossa energia para criar filmes, séries e campanhas publicitárias que faturam milhões, porém, a indústria quer a latinidade como um elemento decorativo, não como uma força real dentro do mercado. Quer a estética, mas não a representatividade, quer o discurso de diversidade, mas sem o compromisso com mudanças estruturais.

E essa hipocrisia se torna ainda mais evidente na temporada de premiações. De repente, ser latino vira uma ferramenta de marketing. Vemos atores e diretores desfilando no tapete vermelho com discursos emocionantes sobre suas raízes, sobre a importância da representatividade, sobre como suas conquistas são um marco para a comunidade. Eles falam com orgulho da sua latinidade, ressaltam suas origens, fazem questão de reforçar o vínculo com suas terras de nascimento e até soltam um sotaque carregado que, curiosamente, não aparece em nenhum outro momento do ano, mas basta a estatueta dourada ser entregue para essa conexão desaparecer.

Os mesmos que usaram a cultura latina como trampolim para suas campanhas começam a suavizar o discurso, a se distanciar, a minimizar o impacto da sua própria identidade. De repente, a latinidade já não é tão essencial assim, já não faz parte da narrativa. O orgulho vira silêncio, e os latinos, que antes eram mencionados como parte fundamental da trajetória de sucesso, são deixados para trás.

A latinidade de ocasião no Oscar

O caso de Zoe Saldaña com Emilia Pérez (2024) é só o exemplo mais recente desse padrão. Durante a campanha, ela fez questão de exaltar suas origens, reforçar seu vínculo com a América Latina e surfar na onda do reconhecimento latino, porém, assim que venceu o prêmio, tratou de se distanciar. Em entrevistas, enfatizou que sua vitória “não era sobre o México” e minimizou o impacto latino da produção, como se isso pudesse prejudicar sua posição na indústria.

E essa postura não é uma exceção, é a regra. Em 2018, Guillermo del Toro e A Forma da Água (2017) foram celebrados como uma conquista para o cinema mexicano, mas no ano seguinte, Alfonso Cuarón precisou reforçar diversas vezes que Roma era um filme profundamente mexicano, já que a indústria insistia em tratá-lo como uma produção internacional genérica. Em 2023, Ana de Armas foi aclamada por sua performance em Blonde (2022), mas sua origem cubana só era mencionada quando conveniente. E quantos sequer lembram que Benicio del Toro foi um dos poucos atores latinos a ganhar um Oscar?

latinos
Foto: reprodução/variety

Ano após ano, Hollywood repete esse ciclo. Exalta a cultura latina quando precisa de um discurso de diversidade, mas descarta seus profissionais quando as luzes se apagam. Os latinos são celebrados como símbolos de inclusão, mas raramente são incluídos de verdade.

Hollywood ama a cultura latina, mas não os latinos

Essa contradição deixa claro que Hollywood quer a estética, a música, o tempero e a energia latina, mas não está interessada em abrir espaço real para os latinos. Querem nossas músicas nas trilhas sonoras, mas não nos palcos principais, querem nossos pratos nos eventos, mas não querem pagar diretores latinos para contar suas próprias histórias, querem exaltar figuras latinas quando isso rende manchetes, mas não quando se trata de oferecer oportunidades consistentes.

A sub-representação continua gritante. Em 2023, apenas 5% dos papéis principais em Hollywood foram ocupados por atores latinos, e a presença nos bastidores — como diretores, roteiristas e produtores — é ainda menor. Quando latinos são escalados, muitas vezes ainda é para personagens estereotipados: o traficante, a empregada, o sedutor exótico. E quando um filme latino finalmente alcança reconhecimento, a indústria tenta diluir sua identidade para torná-lo mais universal (leia-se: mais palatável para Hollywood).

Quando ser latino não é conveniente

O problema não é apenas a hipocrisia dos estúdios, mas também daqueles que se beneficiam da latinidade por conveniência e depois abandonam a bandeira. Se apropriar da cultura latina para se promover significa também assumir a responsabilidade de representar essa comunidade de forma contínua. Não basta falar “gracias” no tapete vermelho e, no dia seguinte, negar a influência latina no próprio trabalho.

Enquanto nomes como Saldaña, Ana de Armas, Selena Gomez e tantos outros artistas escolhem quando ser latinos, cineastas e atores que abraçam essa identidade o tempo todo continuam enfrentando portas fechadas. Enquanto isso, Hollywood segue explorando a cultura latina como um tempero para seus produtos — sempre sem dar o devido crédito.

Latinidade não é um acessório de premiação

Ser latino não é só sobre discurso bonito na frente das câmeras ou sobre pronunciar palavras em espanhol para parecer autêntico por um dia, é sobre reconhecer essa identidade mesmo quando isso não rende manchetes. É sobre abrir portas para outros latinos, usar a influência conquistada para desafiar padrões e manter o compromisso com a cultura além da temporada de premiações.

Porque ser latino não é uma fantasia de tapete vermelho, não é um sotaque que se liga e desliga quando convém, não é um discurso ensaiado para conquistar manchetes e depois ser descartado na primeira oportunidade. Ser latino é carregar uma história de luta, de resistência e de orgulho.

E enquanto Hollywood seguir tratando nossa cultura como um adereço e não como uma identidade, a resposta vai ser sempre a mesma.

Ou, como Bad Bunny canta em El Apagón:

“Ahora todos quieren ser latinos, pero les falta sazón.”

 

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Leia também: A vida continua prestando, apesar dos pesares

Texto revisado por Laura Maria Fernandes de Carvalho

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Cinema Cultura asiática Notícias Séries

A obsessão por remakes de produções asiáticas: falta de criatividade ou medo de arriscar?

Toda hora sai um remake ocidental de um K-drama, um anime ou um filme japonês. Mas por que insistem nisso? Preguiça, medo do fracasso ou puro oportunismo?

Se tem uma coisa que Hollywood e a Turquia adoram fazer é pegar um sucesso asiático e transformá-lo em uma versão adaptada para seu público. Pode reparar: K-dramas, filmes japoneses, animes e até thrillers tailandeses já foram reciclados em versões americanas ou turcas. Mas a pergunta que fica é: por que essas indústrias não criam suas próprias histórias em vez de ficar refazendo o que já deu certo em outro lugar?

A resposta passa por vários fatores, como segurança financeira, preguiça criativa e até uma visão ultrapassada de que o público ocidental não aceita consumir conteúdos asiáticos do jeito que são. Só que isso já não cola mais – basta ver o sucesso de Round 6 (2021), Parasita (2019) e outros fenômenos que conquistaram o mundo sem precisar de uma versão ocidentalizada. Então, será que esses remakes são realmente necessários ou só mostram que o mercado audiovisual está sem ideias?

Se já fez sucesso lá, deve fazer aqui também

A grande verdade é que fazer um remake é um jogo de segurança. Hollywood e a Turquia sabem que produções asiáticas já têm um público consolidado, então refazê-las reduz o risco financeiro. É mais fácil vender uma história que já foi testada e aprovada do que apostar em algo completamente novo.

Além disso, os estúdios ocidentais ainda insistem na ideia de que o público não gosta de assistir a conteúdos legendados. Por isso, ao invés de simplesmente distribuir melhor os filmes e séries asiáticas, eles preferem refilmá-los com atores locais e adaptações culturais. Só que essa estratégia muitas vezes tira a essência do material original, deixando a história sem alma. Basta lembrar do fiasco que foi o live-action americano de Death Note (2017) na Netflix.

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Foto: reprodução/Netflix

Se já fez sucesso lá, deve fazer aqui também. Essa mentalidade leva à repetição de fórmulas e à falta de originalidade. O problema é que nem sempre o que funcionou em um contexto cultural específico se traduz bem para outro. Muitas nuances se perdem na adaptação, e o público que já conhece a obra original dificilmente aceita uma versão diluída. Isso sem contar que, com o avanço do streaming, cada vez mais pessoas estão acostumadas a consumir conteúdos internacionais sem precisar de uma versão ocidentalizada.

Turquia: a fábrica de remakes de doramas e K-dramas

Se Hollywood foca em refazer filmes e animes, a Turquia tem uma obsessão por recriar dramas asiáticos. Mesmo sendo um país com uma cultura riquíssima e uma indústria televisiva forte, os turcos parecem ter uma certa dificuldade em criar histórias originais e apostam pesado em remakes de produções estrangeiras – especialmente asiáticas.

A novela Anne (2016) é basicamente uma cópia do drama japonês Mother (2010), que já tinha ganhado uma versão coreana antes. O mesmo aconteceu com Kadin (2017), remake turco de Woman: My Life for My Children (2013), outro dorama que também foi adaptado na Coreia. E a lista continua: Bir Litre Gözyaşı (2018) reconta 1 Litre of Tears (2005), e 7. Koğuştaki Mucize (2019), a versão turca de Miracle in Cell No. 7 (2013), recria um dos filmes coreanos mais emocionantes de todos os tempos, mas sem o mesmo impacto.

Foto: reprodução/adorocinema

Os turcos claramente gostam de histórias carregadas de emoção – e os dramas asiáticos oferecem exatamente isso. Mas, considerando o tamanho da indústria turca e sua forte influência no mercado de novelas, será que é mesmo necessário depender tanto de tramas já prontas? Com um público fiel e um mercado interno gigantesco, não há desculpa para a falta de originalidade. O sucesso desses remakes prova que os turcos sabem contar boas histórias, mas fica a dúvida: quando vão começar a contar as suas próprias?

A cultura como obstáculo… ou desculpa?

Um dos argumentos mais usados pelos estúdios para justificar os remakes é a necessidade de adaptar histórias para a cultura local. Mas sejamos sinceros: se o público realmente não gostasse de conteúdos asiáticos, Parasita não teria ganhado o Oscar, e Round 6 não seria a série mais assistida da Netflix.

O sucesso das produções originais mostra que as pessoas estão mais abertas a consumir histórias de diferentes partes do mundo sem precisar de uma versão ocidentalizada. Então, por que continuar refazendo tudo? Talvez porque seja mais fácil reciclar ideias do que criar algo novo.

Afinal, remakes são realmente necessários?

Não é que todos os remakes sejam ruins. Algumas adaptações conseguem trazer um olhar interessante para histórias já conhecidas. Mas, na maioria das vezes, o que vemos são versões genéricas que perdem tudo o que fazia a obra original ser especial.

O mercado do entretenimento está cada vez mais saturado de histórias repetidas, enquanto novos roteiristas e diretores lutam para conseguir espaço. Em vez de gastar milhões para refazer o que já existe, talvez a solução seja simplesmente investir em ideias novas e parar de subestimar o público. Se Parasita, Round 6 e tantos outros conteúdos asiáticos já provaram que histórias boas são universais, então por que continuar insistindo nos remakes?

 

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Leia também: Precisamos falar sobre o embranquecimento das produções asiáticas

 

Texto revisado por Alexia Friedmann

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Cinema Especiais Notícias

A vida continua prestando, apesar dos pesares

O nome foi lido, mas não era o dela. O Dolby Theatre irrompeu em aplausos para outra atriz, outra história, outro momento. O Brasil prendeu a respiração por um segundo e então soltou o ar, num suspiro coletivo. 

Fernanda Torres sorriu. Levantou as mãos e aplaudiu junto, como quem entende que a arte nunca se trata de perder ou ganhar, mas de contar histórias que atravessam corações. Havia algo maior do que um prêmio naquela noite. Era o reconhecimento, era o impacto, era a certeza de que sua atuação transcendeu barreiras. 

O Brasil, por um instante, sentiu aquele gosto amargo da expectativa que não se concretiza. Mas a verdade é que, mesmo sem a estatueta dourada em suas mãos, Fernanda já tinha vencido. Ela atravessou a linha invisível que separa o local do universal. Ela fez o mundo olhar para cá. E o mundo viu. 

Fernanda Torres
Foto: reprodução/Agencia Brasil

O prêmio pode ter escapado, mas não o legado. Sua atuação ficou, sua história foi contada e, mais do que isso, prestou. Prestou para o público, prestou para a crítica, prestou para a arte. A emoção não precisava ser carimbada com ouro para ser real. 

A vida continua prestando. Para seguir contando histórias, para continuar furando fronteiras, para lembrar a todos que o talento brasileiro é imenso, independente de uma estatueta. O Oscar pode não ter sido dela, mas o orgulho de um país inteiro, esse ninguém tira. E amanhã, com ou sem troféu, Fernanda volta aos palcos, às telas, ao que realmente importa: seguir prestando arte para o mundo. Porque brasileiro levanta, sacode a poeira, dá a volta por cima e o mais importante: não desiste nunca.

 

Texto revisado por Laura Maria Fernandes de Carvalho

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Cultura asiática Notícias Séries

Por que os dramas asiáticos amam tanto a reencarnação? A gente foi atrás dessa resposta!

O fascínio por amores que atravessam séculos tem raízes na cultura e espiritualidade asiática – e rende histórias inesquecíveis

Se tem uma coisa que não falta nos dramas asiáticos, é história de amor que atravessa séculos. K-dramas e C-dramas vivem reciclando a ideia de personagens que se reencontram em diferentes vidas, tentando corrigir erros do passado ou finalmente ficando juntos depois de um destino trágico. Mas por que essa obsessão por reencarnação? O que faz esse tema ser tão presente nas produções asiáticas?

A resposta vai muito além de um bom roteiro de romance. O fascínio pela reencarnação tem raízes profundas na cultura e na espiritualidade asiática, além de ser um prato cheio para criar histórias emocionantes. E a gente foi investigar esse fenômeno!

Reencarnação não é só coisa de roteiro – tem base cultural

Quando a gente fala de reencarnação, não é só um recurso dramático para deixar a história mais interessante. Esse conceito faz parte da base espiritual de várias culturas asiáticas, principalmente no budismo, taoismo e hinduísmo. A ideia central? A vida é um ciclo contínuo de nascimento, morte e renascimento, e a forma como você vive determina seu destino na próxima vida.

Diferente do Ocidente, onde a visão predominante é a de uma única vida e um final definitivo, na Ásia a noção de continuidade é muito mais forte. E isso impacta diretamente o jeito que histórias são contadas. Em vez de um amor que acaba, os roteiristas trabalham com a ideia de que o destino pode dar uma nova chance, seja para corrigir erros, seja para reviver tragédias.

Além disso, o confucionismo – que influencia fortemente a cultura da China e da Coreia – valoriza a conexão entre gerações e o legado que cada pessoa deixa. Isso se traduz em roteiros onde os personagens carregam karmas e responsabilidades de vidas passadas, o que dá um peso ainda maior para as escolhas.

Ou seja, quando um drama traz um casal que se ama há séculos ou alguém pagando pelos erros de outra vida, ele está refletindo uma visão de mundo que muita gente na Ásia realmente acredita. Não é só fantasia – é parte da cultura.

Por que a reencarnação deixa qualquer drama mais emocionante?

Pensa no impacto emocional: um casal que se ama em uma vida, mas é separado pelo destino. Anos (ou séculos) depois, eles renascem e precisam lutar para ficar juntos. Como não se envolver com uma história dessas? A reencarnação adiciona um peso dramático que faz o público sentir cada encontro e cada despedida como se fosse definitivo.

Além disso, esse tema permite misturar vários gêneros dentro do mesmo drama. Romance, fantasia, ação, até suspense – tudo cabe quando você brinca com vidas passadas e segundas chances. Quer um herói que era um general na dinastia Joseon e agora é um CEO frio? Um casal que foi separado por um feitiço e precisa se reencontrar no mundo moderno? Tudo isso faz sentido dentro desse conceito.

E tem também o fator “será que já nos conhecemos em outra vida?”, que rende diálogos e cenas icônicas. Muitas histórias brincam com esse mistério, deixando pistas ao longo dos episódios até o grande momento de revelação. O público adora criar teorias e caçar detalhes escondidos, o que só aumenta o envolvimento com a trama.

No fim, a reencarnação é uma forma genial de fazer o espectador se importar ainda mais com os personagens. Não é só um romance qualquer – é um romance que desafia o tempo. E quem resiste a isso?

K-dramas vs. C-dramas: quem faz reencarnação melhor?

Apesar de ambos adorarem esse tema, K-dramas e C-dramas usam a reencarnação de formas bem diferentes. E isso tem muito a ver com a maneira como cada cultura absorveu essas crenças ao longo dos séculos.

Nos K-dramas, a reencarnação geralmente está ligada ao romance trágico. Os protagonistas viveram um grande amor no passado, mas foram separados de forma cruel. Agora, em uma nova vida, eles precisam superar barreiras (e traumas) para finalmente ficarem juntos. A viagem no tempo também é um elemento recorrente, adicionando ainda mais drama para o casal principal.

Já nos C-dramas, a pegada é mais mitológica.

O conceito de imortais, deuses e reinos celestiais é muito mais explorado, e os personagens normalmente passam por múltiplas vidas, cumprindo missões ou pagando por pecados do passado. Muitas vezes, a reencarnação não é só uma questão de amor, mas de equilíbrio cósmico – tem algo muito maior em jogo.

Enquanto os K-dramas apostam na emoção e na conexão entre os personagens, os C-dramas mergulham fundo em mundos fantasiosos, cheios de efeitos visuais e regras próprias. No fim, a escolha entre um ou outro depende do tipo de história que você prefere: um romance emocionante e cheio de sofrimento ou uma jornada épica com toques de magia?

Dramas que levam a reencarnação a outro nível

Se você quer entender por que esse tema faz tanto sucesso, nada melhor do que conferir alguns dos dramas mais icônicos que exploram reencarnação de jeitos diferentes. Aqui vão alguns exemplos que valem a maratona:

  • Moon Lovers: Scarlet Heart Ryeo (K-drama, 2016) Talvez o exemplo mais famoso, esse drama joga uma garota moderna no meio da dinastia Goryeo, onde se envolve com príncipes e precisa lidar com um amor marcado pelo destino.
reencarnação
Foto: reprodução/MUBI
  •   Alchemy of Souls (K-drama, 2022) – Mistura reencarnação com magia e ação, contando a história de almas que trocam de corpo e pessoas que tentam desafiar as regras do universo.
reencarnação
Foto: reprodução/Netflix
  •   Eternal Love (C-drama, 2017) – Uma das histórias de reencarnação mais populares da China, cheia de deuses, traições e um amor que atravessa milênios.
Foto: reprodução/Netflix
  •   Ashes of Love (C-drama, 2018) – Outro clássico do gênero, mostrando um romance épico entre seres imortais que precisam enfrentar inúmeras provações em diferentes vidas.
Foto: reprodução/Soompi
  •   Goblin (K-drama, 2016) – Embora não seja exatamente sobre reencarnação, esse drama brinca com destino e vidas passadas de um jeito emocionante, garantindo muitas lágrimas.
Foto: reprodução/Soompi

Cada um desses dramas tem um jeito único de tratar a reencarnação, seja pelo viés romântico, trágico ou místico. Mas todos têm uma coisa em comum: fazem o público sofrer (e amar cada segundo disso).

A obsessão com destino e conexões que nunca morrem

Se tem uma coisa que dramas asiáticos amam tanto quanto a reencarnação, é o destino. Os dois temas andam de mãos dadas, porque, no fundo, a reencarnação nada mais é do que o destino insistindo para que certas pessoas se reencontrem, não importa quantas vidas precisem passar. E convenhamos, quem não ama a ideia de que algumas conexões são fortes demais para serem apagadas pelo tempo?

Essa fixação pelo destino aparece o tempo todo nos diálogos dos personagens. Quem nunca ouviu frases como “Nos conhecemos em outra vida” ou “Eu sinto que já te amei antes” em um drama? A crença de que algumas almas estão predestinadas a se encontrar é um conceito forte na cultura asiática, reforçado tanto pelo budismo quanto pelo taoismo. E os roteiristas sabem exatamente como usar isso para fazer o público torcer (e sofrer) pelo casal principal.

Além disso, o destino também adiciona um toque de tragédia. Porque, se duas pessoas são predestinadas a se encontrar, também podem ser predestinadas a se perder. Muitos dramas trabalham com esse jogo de vai e vem entre vidas, onde os personagens finalmente ficam juntos, apenas para serem separados de novo. E essa montanha-russa emocional mantém o público grudado na tela até o último episódio, torcendo por um final feliz.

Outra coisa que faz esse tema ser tão envolvente é o fato de que, mesmo sem acreditar literalmente em reencarnação, muita gente gosta da ideia de que algumas conexões são especiais. Quem nunca conheceu alguém e sentiu uma afinidade instantânea, como se já se conhecessem há anos? Os dramas asiáticos transformam essa sensação em histórias épicas – e é por isso que a gente não cansa de assistir.

 

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Leia também: Pelo direito de ser fã! – xenofobia, machismo e a seletividade do que é ‘aceitável’ gostar

 

Texto revisado por Angela Maziero Santana 

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Crítica | O Macaco – nem ruim o suficiente para ser bom

Quando até um pneu assassino entrega mais do que isso…

Existe um nicho muito específico no cinema de terror no qual filmes absurdos se tornam memoráveis justamente por não se levarem a sério. São aqueles longas que assumem a própria premissa ridícula e entregam algo tão inesperado que beira o genial – caso de O Pneu Assassino (2010), A Geladeira Diabólica (1991), O Ataque dos Tomates Assassinos (1978) e até A Camisinha Assassina (1996). O problema de O Macaco (The Monkey) é ele não abraçar o próprio absurdo. Ele tenta equilibrar terror e comédia, mas isso simplesmente não funciona, resultando em um filme pouco assustador para ser um bom terror, e nem divertido o suficiente para ser um trash memorável.

A adaptação do conto de Stephen King, dirigida por Osgood Perkins (A Filha do Casaco Preto, Longlegs), tinha potencial para algo muito mais impactante. A história original já trazia um conceito intrigante: um macaco de brinquedo que bate os pratos antes de cada morte acontecer. No entanto, no filme, Perkins decide trocar os pratos por baquetas (supostamente para evitar comparações com Toy Story), o que já tira um pouco da identidade visual icônica do conto. Mas o real problema não é a mudança de detalhe, e sim o tom inconsistente do filme como um todo.

O Macaco
Foto: reprodução/paris filmes

Ao contrário de Longlegs, no qual a lentidão e a atmosfera ajudam a criar tensão, O Macaco se perde na tentativa de fazer uma comédia de terror que nunca se decide. A premissa absurda do brinquedo assassino poderia ter sido explorada de maneira mais exagerada, ao estilo Brinquedo Assassino ou até Premonição, mas em vez disso, o filme parece querer ser mais inteligente do que realmente é.

A trama foca na relação de Hal (Christian Convery na infância e Theo James na fase adulta), seu filho Petey (Adam Scott), e seu irmão gêmeo, Bill, tentando inserir camadas emocionais sobre trauma e herança familiar. O problema é que essas camadas nunca se desenvolvem de um jeito satisfatório, e a parte do terror acaba ficando completamente diluída no processo.

O Macaco
Foto: reprodução/paris filmes

Osgood Perkins claramente tem talento para criar filmes perturbadores, mas aqui ele parece incerto sobre o que quer entregar. As cenas de morte, por exemplo, poderiam ser o grande atrativo do filme, mas são sem impacto, previsíveis e sem a criatividade exagerada que faz um slasher funcionar. Se a ideia era homenagear filmes como Premonição, então faltou ousadia para criar sequências que realmente impressionassem. O resultado são mortes genéricas, sem peso e sem impacto,reforçando a sensação do filme não conseguir se destacar nem como horror, nem como comédia.

O elenco não é ruim – Adam Scott e Elijah Wood fazem o que podem com os personagens que receberam (e com os menos de três minutos de tela)  –, mas o roteiro não lhes dá material suficiente para realmente brilhar. Wood, por exemplo, aparece como um escritor de livros sobre paternidade e traz alguns dos momentos mais interessantes do filme,porém, sua breve participação não faz diferença no todo. O próprio brinquedo assassino, que deveria ser o grande astro da história, acaba não tendo carisma nem presença suficiente para se tornar um novo ícone do terror.

O Macaco
Foto: reprodução/paris filmes

E é por isso que filmes como O Pneu Assassino acabam sendo melhores: eles entendem o próprio conceito absurdo e fazem dele um espetáculo.Um filme sobre um pneu com poderes telepáticos matando pessoas nunca deveria funcionar, mas funciona justamente porque não tem medo de ser ridículo. O Ataque dos Tomates Assassinos é sobre vegetais homicidas, A Geladeira Diabólica transforma um eletrodoméstico em vilão e A Camisinha Assassina consegue misturar terror e humor sem nunca parecer sem graça. O que todos esses filmes têm em comum? Eles sabem exatamente o que são e entregam isso sem medo.

O Macaco parece querer ser mais profundo do que sua premissa permite, mas sem a coragem de se aprofundar de verdade. O resultado é um filme sem impacto suficiente para ser um bom terror, nem carisma o bastante para ser um trash cult.

Ele fica no meio do caminho, nunca assumindo uma identidade clara, o que o torna simplesmente… esquecível. E no mundo dos filmes de terror absurdos, ser esquecível é o pior destino possível.

 

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Texto revisado por Larissa Suellen

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Crítica | A Menina dos Meus Olhos – uma doce viagem ao primeiro amor

Com atuações encantadoras e momentos surpreendentes, filme resgata a ternura dos romances juvenis e nos transporta de volta à nostalgia dos anos 2000

Se existe algo que todos guardamos no coração, é a memória do primeiro amor. Aquela fase cheia de descobertas, pequenas alegrias e incertezas que pareciam gigantescas. A Menina dos Meus Olhos, dirigido por Cho Young-Myoung, captura exatamente esse sentimento e nos convida para uma jornada nostálgica e emocionante.

O longa acompanha Jin-woo (Jung Jin-young), um estudante comum, sem grandes ambições, que vê sua vida mudar ao se apaixonar por Seon-ah (Dahyun, do TWICE), a garota mais inteligente e admirada da escola. O relacionamento dos dois começa de maneira despretensiosa: quando Seon-ah esquece seu livro didático, Jin-woo prontamente empresta o dele. Esse pequeno gesto dá início a uma conexão especial, onde ela o incentiva a levar os estudos mais a sério, e ele, sem perceber, se transforma por causa dela.

A Menina dos Meus Olhos
Foto: reprodução/paris Filmes

A dinâmica entre Jin-woo e Seon-ah é construída de forma genuína, cheia de momentos divertidos e emocionantes. A química entre os protagonistas é um dos pontos altos do filme, e Dahyun surpreende em seu papel, transmitindo toda a doçura e a vulnerabilidade da personagem. Já Jin-young entrega um desempenho natural e cativante, nos fazendo torcer por seu crescimento e por seu romance com Seon-ah.

O roteiro, apesar de seguir a fórmula clássica dos romances adolescentes, tem um charme próprio. A ambientação nos anos 2000 adiciona um sabor especial à trama, com referências musicais, tecnológicas e culturais que fazem qualquer nostálgico se sentir em casa. Quem viveu essa época vai se encantar com os detalhes: os celulares flip, as mensagens de texto ansiosamente aguardadas e as idas ao karaokê depois da escola. Além disso, a estética e a trilha sonora contribuem para essa atmosfera envolvente, lembrando a emoção de descobrir o amor.

Porém, A Menina dos Meus Olhos não é apenas um romance açucarado. Há humor na medida certa, com cenas que garantem boas risadas, e reviravoltas que pegam o público de surpresa. Quando Seon-ah falha no vestibular e não consegue ingressar na universidade de seus sonhos, enquanto Jin-woo, inspirado por ela, alcança esse feito, a história toma um rumo mais melancólico. A distância entre os dois cresce, e o filme retrata com sensibilidade aquele dilema universal: será que deixamos passar a pessoa certa por medo de nos declarar?

Lembrando o espírito de Vinte e Cinco, Vinte e Um (2022), A Menina dos Meus Olhos fala sobre juventude, sonhos, e o impacto que algumas pessoas têm em nossas vidas, mesmo que o destino nos leve por caminhos diferentes. É uma história de amadurecimento, contada de forma sincera e emocionante.

A Menina dos Meus Olhos
Foto: reprodução/Paris Filmes

Para quem busca um romance leve, divertido e cheio de nostalgia, esse é o filme perfeito. Ele aquece o coração, nos faz rir e, em certos momentos, até deixa um nó na garganta. Porque, no fundo, todo mundo já teve ou sonhou ter uma Seon-ah ou um Jin-woo em sua vida.

 

A Menina dos Meus Olhos estreia dia 13 de março nos cinemas, e é o primeiro filme coreano a ir para as bilheterias dublado.

 

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Leia também: Se a Vida Te Der Tangerinas… ganha trailer e novas imagens

 

Texto revisado por Laura Maria Fernandes de Carvalho

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Pelo direito de ser fã! – xenofobia, machismo e a seletividade do que é ‘aceitável’ gostar

O preconceito contra fãs vai além do gosto pessoal – é um reflexo de machismo, xenofobia e da seletividade sobre o que a sociedade aceita como paixão legítima

Ser fã é mais do que apenas gostar de algo. É encontrar um lar, um refúgio, um motivo para sorrir em dias difíceis. Seja por um time, uma banda, um artista ou um gênero musical, ser fã é sentir a conexão de algo maior que nós mesmos. Mas nem todos os fãs têm o mesmo direito de expressar essa paixão.

Enquanto torcedores de futebol podem chorar, gritar e gastar dinheiro sem serem questionados, fãs de música – especialmente de K-pop – enfrentam olhares tortos, julgamentos e, em alguns casos, até violência. Fátima Zavala, adolescente mexicana brutalmente atacada por gostar de K-pop, poderia ter sido qualquer um de nós. Qualquer um que já se emocionou ouvindo sua música favorita, que já se sentiu acolhido por uma comunidade de fãs, que encontrou na arte um motivo para continuar.

Mas por que essa paixão incomoda tanto? Por que tantas pessoas se sentem no direito de ridicularizar, diminuir e até agredir quem apenas ama algo diferente?

O futebol pode, o pop não? A seletividade do que é ‘aceitável’

No Brasil, um país movido pelo futebol, ver um estádio inteiro chorando por um gol perdido ou vibrando por uma vitória nos acréscimos é algo normal. É paixão, é cultura, é identidade.

Mas se um fã de música chora ao ver seu artista favorito pela primeira vez, logo é julgado como exagerado, imaturo ou sem vida social. Se alguém viaja para ver um jogo do seu time, isso é motivo de orgulho. Mas se essa mesma pessoa viaja para um show, ou passa horas na fila por um ingresso, vira alvo de piadas.

Essa seletividade não acontece por acaso. Fãs de música pop, especialmente do K-pop, são, na maioria, mulheres e jovens – dois grupos historicamente desvalorizados. A sociedade tem dificuldade em levar a sério tudo o que vem deles. Se um fenômeno cultural mobiliza homens adultos, ele é considerado grandioso. Se é dominado por mulheres e jovens, é tratado como fútil.

A mídia reforça isso. O tom de matérias sobre torcedores de futebol é de admiração, enquanto reportagens sobre fãs de música muitas vezes carregam deboche. Quando filas gigantes para shows surgem, a narrativa raramente é sobre dedicação – e sim sobre histeria, desespero ou exagero. Mas quem nunca se emocionou com algo que ama? Quem nunca fez loucuras por algo que fez seu coração bater mais forte?

Xenofobia disfarçada de opinião

O desprezo pelo K-pop, animes e doramas não vem apenas do machismo. Vem também do medo do que é diferente.

Por que tanta gente insiste em dizer que “K-pop não é música de verdade”? Por que os idols são chamados de fabricados, enquanto o pop ocidental, que segue os mesmos padrões da indústria musical, nunca recebeu esse rótulo com tanta força?

A verdade é que o incômodo não está na música – mas na sua origem. O K-pop desafia o domínio da cultura ocidental e prova que o entretenimento não precisa vir dos EUA ou da Europa para ser grandioso. E isso assusta.

Por que é normal ouvir rock britânico ou música eletrônica alemã, mas se torna estranho gostar de um grupo coreano? Por que a premiação mais prestigiada do cinema levou décadas para reconhecer um filme sul-coreano como o melhor do ano? Por que artistas asiáticos quebram recordes, lotam estádios e dominam as paradas, mas ainda são tratados como algo menor?

O preconceito se esconde atrás de desculpas como “é só minha opinião” ou “é apenas gosto pessoal”, mas a verdade é que há uma barreira invisível impedindo que a cultura asiática seja vista com o mesmo respeito que a ocidental.

O preconceito contra fãs também afeta homens – mas de formas diferentes

Embora as mulheres sejam as que mais sofrem com a ridicularização dos fandoms, homens que gostam de K-pop, boybands, animes e cultura pop também enfrentam julgamentos.

Se um grupo de homens se reúne para assistir a um jogo de futebol e grita ao ver seu time marcar, ninguém questiona. Mas se esses mesmos homens vibram em um show do BTS ou discutem teorias sobre um anime, logo são chamados de infantis, sensíveis demais ou têm sua masculinidade questionada.

A sociedade ainda impõe regras rígidas sobre o que um homem pode ou não gostar. E tudo que foge desse padrão vira motivo de piada.

O K-pop desafia essa visão ao mostrar que ser masculino não precisa ser sinônimo de brutalidade ou frieza. Que homens podem usar maquiagem, dançar, expressar emoções e continuar sendo homens. Mas, para muitos, essa liberdade é uma ameaça – porque ensina que ninguém precisa se encaixar em padrões sufocantes para ser aceito.

Gostar do que quiser é um direito – e ninguém pode invalidar isso

O caso de Fátima Zavala foi um alerta brutal do que acontece quando o ódio contra fãs sai da internet e se torna real. Mas mesmo quando não chega a esse extremo, o preconceito sufoca, machuca e isola.

Quantas pessoas já esconderam que gostam de K-pop com medo de serem julgadas? Quantas já ouviram que sua paixão “não é séria” ou “não é importante”? Quantas já foram ridicularizadas por algo que simplesmente as faz feliz?

Se o futebol pode ser levado a sério, por que a música não pode? Se gastar dinheiro com ingressos de jogos não é um problema, por que investir em shows seria? Se expressar emoção por um time é visto como amor, por que expressar emoção por um artista é visto como fraqueza?

A verdade é que não existe uma forma certa ou errada de ser fã. O que importa não é o que você ama, mas como isso faz você se sentir vivo.

Ser fã é se encontrar, se emocionar, se conectar. É ter algo que faz seu coração bater mais forte. E ninguém – ninguém – tem o direito de tirar isso de você.

Você já sentiu o peso do julgamento da sociedade? Conta pra gente nas redes sociais do Entretê– Instagram, Facebook, X – e nos siga para ficar atualizado sobre a indústria do entretenimento.

 

Leia também: SKAM: Conheça o fenômeno norueguês e seus remakes

 

Texto revisado por Angela Maziero Santana 

 

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Especial | 20 anos de Jonas Brothers: crescemos com eles e a história continua

De adolescentes sonhadores a ícones da música, relembramos a trajetória dos irmãos e as surpresas que vêm por aí!

Em 2005, três irmãos de Nova Jersey começaram uma jornada que mudaria suas vidas – e a de milhões de fãs pelo mundo. Kevin, Joe e Nick Jonas não faziam ideia de que, duas décadas depois, ainda estariam nos palcos, lançando músicas e celebrando um legado que atravessa gerações. Agora, em 2025, os Jonas Brothers comemoram 20 anos de carreira com muita nostalgia, gratidão e grandes promessas para o futuro.

Com um texto emocionante nas redes sociais, os irmãos relembraram o início humilde, quando carregavam uma van com instrumentos e cópias do álbum It’s About Time (2006) para tocar em shoppings. Também agradeceram o apoio incondicional dos fãs, que acompanharam cada fase da trajetória deles – desde os primeiros sucessos na Disney até a separação e o grandioso retorno em 2019.

E a comemoração não poderia ser mais especial: além da promessa de nova música dos Jonas Brothers, os três também terão projetos solo, um álbum ao vivo e até uma trilha sonora. Nick volta à Broadway na primavera com The Last Five Years, e um filme natalino dos irmãos chega ainda este ano. Ou seja, ser fã dos Jonas Brothers em 2025 é ter muito o que esperar!

Mas, enquanto os novos lançamentos não chegam, nada como relembrar os momentos que marcaram essa jornada incrível. Vamos voltar no tempo e reviver os 20 anos dos irmãos Jonas?

2005-2007: o começo de tudo

Antes de serem fenômenos globais, os Jonas Brothers eram apenas três irmãos tentando encontrar seu espaço na música. Nick, que já tinha experiência na Broadway desde criança, chamou a atenção de gravadoras, e, aos poucos, Kevin e Joe também foram envolvidos no processo. A banda começou quase por acaso, quando produtores perceberam a química entre os três e decidiram que eles deveriam formar um grupo.

Em 2006, lançaram It’s About Time, seu primeiro álbum, mas o sucesso ainda não tinha chegado. O disco teve um lançamento limitado, e a gravadora não investiu tanto na divulgação. No entanto, algumas faixas, como Mandy e Year 3000, começaram a ganhar força entre um pequeno grupo de fãs, o que abriu portas para que eles seguissem na indústria.

A grande virada aconteceu em 2007, quando assinaram com a Hollywood Records e lançaram o álbum Jonas Brothers. Com um som mais pop rock e uma estética bem definida, os irmãos começaram a conquistar um público fiel. Singles como S.O.S., Hold On e When You Look Me in the Eyes mostraram que eles tinham algo especial.

Foi também nessa época que começaram a abrir shows para artistas como Kelly Clarkson e Avril Lavigne, ampliando ainda mais sua base de fãs. Com muito carisma e talento, os Jonas Brothers se tornaram um fenômeno entre os adolescentes.

O sucesso chamou a atenção da Disney, que os incluiu no filme Camp Rock (2008) e em diversos programas do canal. Assim, os Jonas Brothers não eram mais apenas uma banda – estavam se tornando astros de um verdadeiro império juvenil.

2008-2010: o auge da Disney e a dominação mundial

A partir de 2008, os Jonas Brothers estavam em todos os lugares. Com Camp Rock, conquistaram um público ainda maior, e a trilha sonora do filme se tornou um fenômeno. O sucesso foi impulsionado pelo hit Play My Music, que se tornou um hino para os fãs.

O terceiro álbum da banda, A Little Bit Longer (2008), trouxe faixas icônicas como Burnin’ Up, Lovebug e Tonight, consolidando-os como um dos maiores nomes do pop rock juvenil. A turnê mundial foi um sucesso absoluto, lotando arenas e reforçando a paixão dos fãs.

Em 2009, estrearam a série JONAS no Disney Channel, onde interpretavam versões fictícias de si mesmos. Apesar da popularidade, a série não teve o mesmo impacto que a música deles, e a segunda temporada teve um tom mais maduro.

O álbum Lines, Vines and Trying Times (2009) trouxe uma sonoridade mais experimental, mostrando que os irmãos queriam evoluir artisticamente. Apesar do sucesso, foi nessa época que começaram a enfrentar desafios, como a pressão da fama e a necessidade de se reinventar.

Mesmo assim, os Jonas Brothers dominaram o final dos anos 2000, deixando uma marca que nenhum outro grupo juvenil conseguiu superar.

2011-2013: hiato e o fim inesperado

Após anos sem descanso, os irmãos começaram a seguir caminhos diferentes. Kevin se casou e estrelou o reality Married to Jonas (2012), Joe lançou o álbum solo Fastlife (2011), com uma pegada mais eletrônica, e Nick montou a banda Nick Jonas & The Administration, explorando um lado mais soul e R&B.

Jonas Brothers
Foto: reprodução/Jonatics Brasil

Apesar do foco em projetos individuais, os Jonas Brothers ainda planejavam voltar. Em 2012, começaram a trabalhar em novas músicas e fizeram shows esporádicos para testar o material inédito. Os fãs estavam empolgados, esperando um retorno triunfal.

Porém, em 2013, quando tudo parecia encaminhado para um grande comeback, os irmãos cancelaram a turnê e, pouco depois, anunciaram o fim da banda (culpa do Nick!). A decisão pegou todo mundo de surpresa e revelou que existiam tensões criativas entre eles.

A separação foi dolorosa para os fãs, mas também para os próprios irmãos. Em entrevistas, admitiram que não estavam na mesma sintonia e que precisavam de tempo para se reencontrar como família antes de pensarem em música novamente.

Cada um seguiu sua vida: Nick se consolidou como artista solo, Joe formou o DNCE e Kevin focou na família e nos negócios. O fim dos Jonas Brothers parecia definitivo.

2019: o comeback que ninguém esperava

Se alguém dissesse em 2018 que os Jonas Brothers iriam voltar, poucos acreditariam. Mas, em fevereiro de 2019, os três surgiram, juntos novamente, com um anúncio bombástico: a banda estava de volta!

O single Sucker foi lançado de surpresa e se tornou um dos maiores sucessos da carreira deles, alcançando o topo da Billboard Hot 100. O clipe, estrelado pelas esposas dos irmãos – Danielle Jonas, Sophie Turner (agora ex sra. Jonas) e Priyanka Chopra –, conquistou os fãs.

O álbum Happiness Begins (2019) mostrou um lado mais maduro da banda, sem perder a essência que os fãs sempre amaram. Hits como Cool e Only Human provaram que eles ainda tinham muito a oferecer.

A turnê mundial foi um verdadeiro espetáculo, lotando arenas e emocionando fãs que esperavam por esse momento desde 2013. Foi um retorno triunfal, que consolidou a nova fase dos Jonas Brothers.

Desde então, eles continuaram lançando músicas, fazendo turnês e reafirmando seu espaço no pop. A conexão com os fãs nunca foi tão forte.

O que vem por aí?

Os Jonas Brothers garantiram que 2025 será um ano cheio de novidades. Além de novas músicas da banda, cada um deles também terá projetos solo.

Nick retorna à Broadway na primavera com The Last Five Years, enquanto Joe e Kevin também prometem surpresas individuais. Além disso, um álbum ao vivo será lançado, trazendo registros especiais dos últimos anos.

Outro grande destaque é um filme natalino estrelado pelos três, previsto para o final do ano. Os fãs já estão ansiosos para ver como será essa produção especial.

E, claro, novas turnês e lançamentos devem ser anunciados em breve. Depois de 20 anos, os Jonas Brothers continuam evoluindo e trazendo música para quem cresceu com eles.

Se há algo que essa trajetória provou, é que os Jonas Brothers não são apenas uma banda – são parte da história de milhões de fãs pelo mundo. Que venham mais 20 anos (sem disband, por favor!)

 

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Texto revisado por Cristiane Amarante

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