Confira tramas que marcaram a dramaturgia mexicana e o coração de milhares de crianças ao redor do mundo
As novelas infantis mexicanas produzidas pela Televisa marcaram a infância de muita gente, seja pela trama leve e divertida, ou pela memória afetiva, não tem como não se lembrar de cada novelinha que passava no SBT aqui no Brasil e enchia o coração de paz e alegria de muitas crianças nascidas nos anos 1990.
Pensando nisso e para celebrar o mês das crianças, o Entretê preparou uma lista com cinco produções infantis da Televisa que emocionaram muitos adultos e crianças e fizeram história marcando nossos corações para sempre.
Luz Clarita (1996)
Essa somente as crianças mais velhas irão lembrar! Produzida por Mapat de Zatarian e protagonizada por Daniela Luján, Ximena Sariñana e César Évora, a novela é um remake de Andrea Celeste (1979) e Chispita (1982) e teve somente 70 capítulos. A trama narra a história de uma garota que após perder a avó, fica aos cuidados de uma das freiras de um orfanato onde vivia. Depois de ser adotada por Mariano de la Fuente (César Évora), a menina tem a missão de passar mensagens positivas e ser o apoio e o alicerce de sua nova irmã que sofre com a perda precoce de sua mãe.
A história tinha um objetivo: fazer Luz Clarita (Daniela Luján) encontrar sua verdadeira mãe, o que tornou tudo muito emocionante para o telespectador. A garotinha sofria com os maus tratos de sua preceptora Brigida e sempre que ela estava triste, a fada Dana (que só Luz Clarita conseguia ver) aparecia para consolá-la. A trama misturava momentos de alegria e de emoção e era muito gostosa de assistir.
A novela foi exibida originalmente no México pelo Canal de Las Estrellas entre 30 de setembro de 1996 a 21 de fevereiro de 1997 e foi transmitida no Brasil pelo SBT entre 4 de janeiro e 5 de abril de 1999 em 79 capítulos cobrindo as férias da novela Chiquititas.
Posteriormente também chegou a ser exibida pelo canal TLC Network entre 14 de fevereiro a 27 de maio de 2011. Ela foi a primeira novela infantil mexicana exibida pelo SBT depois de três anos e atingiu médias superiores a 11 pontos no ibope, apresentando Daniela Luján ao público brasileiro e fazendo um grande sucesso por aqui, abrindo portas para uma leva de outras novelas infantis mexicanas que viriam posteriormente a ela.
O Diário de Daniela (1998)
Outra trama que marcou a infância de muita gente e que também possui Daniela Luján como protagonista é O Diário de Daniela, uma telenovela produzida por Rosy Ocampo para a Televisa e exibida originalmente no Canal de Las Estrellas entre 30 de novembro de 1998 a 16 de abril de 1999, exibida por aqui pelo SBT entre 3 de janeiro a 24 de abril de 2000, em 97 capítulos, cobrindo férias de Chiquititas (1995) e foi reexibida em 2007, 2017 e 2021, esses últimos pelo canal TLC Network.
A trama conta as aventuras de uma turminha comandada por Daniela Monroy (Daniela Luján), que tem apenas dez anos e é bonita, simpática e conquista a todos com sua meiguice. Além dos amigos inseparáveis, Daniela possui um fiel escudeiro: um diário onde ela conta seus sonhos, sentimentos, segredos e principalmente suas travessuras logo após a morte de sua mãe, vítima de um afogamento. A protagonista também tem um amigo especial, um garotinho fantasma que a ajuda a atravessar momentos difíceis e é seu maior mentor.
A novela revelou para o público brasileiro dois nomes que anos depois ficaram muito famosos mundialmente com a banda mexicana RBD e a novela Rebelde (2004): Christopher Uckermann e Anahí, que inclusive mostrou toda sua rebeldia no papel de Adélia, irmã de Daniela que não se conforma com a morte da mãe e apronta todas ao longo da produção.
A telenovela foi um grande sucesso e alcançou ótima audiência, isso fez com que o SBT lançasse junto com a extinta gravadora Abril Music, uma versão em português da trilha sonora da novela. Além disso, em 2000, Daniela Luján veio ao Brasil para divulgar a versão original da trilha sonora da novela que também fez bastante sucesso.
Cúmplices de um Resgate (2002)
Cúmplices de um Resgate,foi um grande sucesso, a trama nasceu de uma ideia da atriz Daniela Lujan que sugeriu fazer uma novela infantil com um tema muito comum em produções mexicanas adultas: conflitos entre irmãs gêmeas como na novela A Usurpadora (1998).
O folhetim deu muito o que falar e foi exibido originalmente pelo canal de Las Estrellas entre 7 de janeiro a 12 de julho de 2002 e por aqui pelo SBT entre 25 de junho de 2002 a 31 de janeiro de 2003, em 151 capítulos e reexibido em 2006 pelo SBT e em 2010,2015 e 2020 pelo TLC Network.
A telenovela conta a história das irmãs gêmeas Mariana Cantú e Silvana Del Valle, interpretadas pela atriz mexicana Belinda, que são separadas no dia de seu nascimento. Mariana ficou com sua mãe biológica, sua avó e sua tia, pessoas humildes que possuem bons corações e são bastante unidas. Já Silvana, é roubada por Regina que faz a garota acreditar que é sua verdadeira mãe e que mora com Orlando, seu pai que a ama profundamente e se importa com ela, apesar do temperamento de Silvana que é fria, superficial e calculista.
Orlando faz tudo que Silvana quer e a trata como uma estrela pop, embora a garota não possua talento algum para isso. Um dia, Silvana vai para uma festa popular na qual Mariana está cantando, e percebe ser muito parecida fisicamente com a garota. Nasce então uma grande amizade entre elas, que decidem guardar em segredo que sabem da existência uma da outra. Silvana que não possui voz alguma, arma um plano para que Mariana possa tomar seu lugar em um teste que seu tio Geraldo conseguiu para ela entrar em uma banda infantil. As duas então trocam de lugar e uma passa a viver a vida da outra, vivendo novas aventuras e experiências que elas jamais imaginariam viver a partir disso.
A novela possui uma grande polêmica: a escolhida para ser a protagonista da trama foi Belinda, com quem a produtora da trama, Rosy Ocampo, já havia trabalhado antes em outros projetos, a produção teve uma enorme audiência e foi prolongada por mais dois meses pela produtora em conjunto com a Televisa, porém Belinda não poderia continuar na novela pois já havia outros compromissos agendados e novos projetos. Com isso, a produtora e os pais de Belinda, brigaram, com os pais alegando que a garota tinha uma carga horária de trabalho muito pesada para sua idade. Isso fez com que Belinda gravasse somente até o capítulo 105, mas só foram exibidas cenas dela até o capítulo 91, sendo substituída às pressas por Daniela Luján que foi anunciada como a nova cúmplice da novela.
Daniela, que havia sido rejeitada pelos produtores nos testes da trama, acabou interpretando as gêmeas Silvana e Mariana a partir do capítulo 91, o que confundiu a cabeça de todo mundo e principalmente das crianças que assistiam a produção na época. Muitas mudanças foram feitas e até o par romântico das gêmeas foi trocado com Martín Ricca colocado como um dos novos protagonistas e Fabián Chávez se tornando um mero coadjuvante. Uma tremenda confusão, né?
A novela ganhou diversos prêmios, foi exportada para diversos países e conquistou o público com sua trama e com a banda que foi formada na produção ganhando um disco de platina por seu forte desempenho na área de vendas com o CD Cómplices Al Rescate : Silvana que vendeu mais de 1 milhão de cópias somente no México. Além disso, o CD Cómplices Al Rescate: Mariana foi indicado ao Grammy Latino como melhor álbum infantil em 2003 e Belinda recebeu diversos prêmios por sua atuação na trama.
Amy, A Menina Da Mochila Azul (2004)
Amy, A menina da Mochila Azul foi uma telenovela produzida por Rúben Gallindo Jr e protagonizada por Danna Paola, rosto que viria a ser conhecido mundialmente anos depois pela série Elite (2018),produzida pela Netflix e por seu trabalho musical. A novela foi exibida originalmente pela Televisa entre 23 de fevereiro a 30 de julho de 2004 e foi exibida no Brasil pelo SBT entre 26 de abril a 10 de setembro de 2004 em 115 capítulos no horário nobre e foi reexibida pelo TLC Network em 2010 e em 2018.
A trama girava em torno de Amy (Danna Paola), uma garotinha que queria ser capitã de navios e se veste como um menino, pois foi assim que o seu pai a criou. Ela sempre defende seus amigos Raul e Gato e foi encontrada por Mathias (Pedro Arméndariz Jr.), que era um capitão, ainda bebê,sozinha e flutuando no meio do mar. Com a morte de sua esposa, Mathias nunca mais foi o mesmo, tendo até medo do mar e sempre justificava as travessuras de Amy e sua turma.
Amy, por sua vez, mantinha o desejo de ser capitã como seu pai e recolhia conchinhas do mar, fazendo colares que vendia nas ruas de seu povoado e na praia. Ela foi criada dentro de um barco e perdeu seus pais em um acidente em alto mar. Um tempo depois, é capturada por uma diretora para viver em um orfanato em uma ilha aterrorizante. A partir daí, ela conhece Coral, uma sereia que vira sua melhor amiga e confidente e a orienta em meio às dificuldades da vida.
Com uma trama lúdica, emocionante e encantadora, a novela fez um enorme sucesso e sua trilha sonora marcou toda uma geração.
Alegrifes e Rabujos(2003)
A novela Alegrifes e Rabujos foi produzida por Rosy Ocampo para a Televisa e transmitida originalmente pelo Canal de Las Estrellas entre 4 de agosto de 2003 e 20 de fevereiro de 2004. No Brasil, foi exibida pelo SBT, entre 13 de setembro de 2004 a 12 de fevereiro de 2005 e foi reprisada duas vezes pelo TLC Network em 2013 e 2018.
A trama tem uma vibe mais assustadora e conta a história de Sofia (Maria Chacón) que mora ao lado de uma mansão que desperta a fascinação e a curiosidade de vizinhos e de estranhos que passam por lá. Segundo uma lenda, essa sombria casa pertenceu a um milionário excêntrico chamado Aurélio Granados (Héctor Ortega), morto há muitos anos, cujo espírito ainda continua rondando a mansão. Com uma madrasta ciumenta, um pai ausente e um irmão que não liga muito pra ela, Sofia já possui muitos problemas, mas como é curiosa demais para ficar quieta, resolve investigar se é mesmo verdade que existem fantasmas na tal mansão mal assombrada.
Porém, quando ela se depara com Chon (Salvador Sanchez) seu coração enfraquece, Chon é um estranho sujeito que trabalhava como empregado de Aurélio e morava na mansão. Um incidente leva Sofia a entrar na mansão às escondidas. Ela tentava recuperar um de seus maiores tesouros: o retrato de sua mãe, falecida quando ela era bebê.
Além de levar sustos na mansão, Sofia conhece o pequeno Afonso (Miguel Martinze), sobrinho neto de Chon, vindo do interior.
Para grande espanto de Sofia e Chon, Aurélio não está morto e nos últimos anos, ele tem se divertido muito assustando a vizinhança, eles então se tornam muito amigos e Aurélio vê em Sofia e Afonso a alegria que ele estava buscando há anos vivendo em profunda solidão. Eles compartilham aventuras com outras crianças do bairro: a pequena Nayelí (Nora Cano) e seu irmão Ricardo (Diego González), Ernestina (Michelle Alvares), Pablo(Antonio Hernandez) e inclusive, Estevão (Jésus Zavalla), o antipático irmão de Sofia. Ao conhecer a história das crianças, Aurélio transforma sua mansão em um clube, onde poderão compartilhar toda a magia de serem Alegrifes.
A novela fez muito sucesso com ótima audiência e diversos produtos licenciados como bonecos e cadernos. Sofia viveu inúmeras aventuras com seus Alegrifes, pessoas alegres e de bem, numa fantástica e divertida luta contra os Rabujos, pessoas ranzinzas e do mal.
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*Créditos da foto de destaque: reprodução/Televisa
