Resenha | A Baleia

Brendan Fraser merece cada prêmio que receber por sua atuação

A Baleia (The Whale) é um drama estrelado por Brendan Fraser e dirigido por Darren Aronofsky. O filme conta a história do professor de inglês Charlie (Fraser), um homem que sofre de obesidade mórbida e vive recluso em seu apartamento. Contando apenas com a visita de uma amiga, a enfermeira Liz (Hong Chau).

Charlie desenvolveu compulsão alimentar após a perda de uma pessoa importante em sua vida. Ele não consegue lidar com a dor do luto, nem com a culpa por ter abandonado sua filha Ellie (Sadie Sink), quando ela tinha oito anos.

Apesar de não conseguir lidar com seus sentimentos, Charlie tem um olhar afetuoso para as pessoas, uma positividade quase tóxica em alguns momentos, seja com seus alunos, com Liz ou com sua filha agora adolescente.

Foto: divulgação

Ao sentir que seus dias estão contados, após uma grave crise cardíaca, Charlie decide se reconectar com Ellie e não é uma tarefa fácil. A jovem tem um temperamento agressivo e questionador; tendo problemas de comportamento na escola; uma relação conturbada com a mãe, Mary (Samantha Morton); e muito ressentimento pela ausência do pai.

A busca por essa reconciliação é o ponto central do filme, mas outras relações se articulam em A Baleia. Logo no início do filme somos apresentados à Liz, uma enfermeira que é amiga de Charlie ou uma amiga que, por ser enfermeira, dá assistência a ele.

É Liz quem monitora as condições de saúde de Charlie, arruma uma cadeira de rodas para ele se locomover melhor, assiste televisão com ele, o aconselha sobre o relacionamento com Ellie, dá bronca e insiste que ele procure tratamento hospitalar.

Contudo, é a mesma Liz quem leva sanduíches duplos para a refeição e quem serve um balde de frango frito para Charlie. Por que isso acontece?

Foto: divulgação

A todo momento o filme trabalha a complexidade das relações humanas. Onde não existe a dicotomia do herói ou vilão e do certo ou errado.

É nessa linha tênue que a religiosidade é tratada em A Baleia. Quando o missionário Thomas (Ty Simpkins) entra de forma acidental na vida de Charlie, fazendo com que o protagonista reviva sentimentos que preferia manter guardados.

O jovem Thomas está em busca de sua própria redenção, mas acredita que a salvação de Charlie está em se arrepender dos pecados da carne e se converter. Enquanto para o protagonista a sua paz está ao se reconectar com Ellie. O conflito na relação entre Charlie e Thomas é desenvolvido no limite entre a fé, o fanatismo e a razão.

 

Foto: divulgação

Apesar de estar recluso em seu apartamento, Charlie trabalha como professor de inglês de uma universidade em Idaho, com turmas online. Durante as aulas os estudantes questionam o porquê de a câmera estar desligada e o professor mente ao dizer que está quebrada.

Ele tem medo do julgamento das pessoas, da repulsa que elas podem sentir ao vê-lo. Afinal Charlie é um homem com mais de 270kg, que tem limitações para se movimentar, feridas pelo corpo e grave insuficiência cardíaca.

Charlie é um profissional dedicado, que sempre estimula seus alunos a escreverem melhor. Afirmando que eles devem ser honestos e verdadeiros ao redigir uma redação, e reforça a importância do reescrever para que encontrem a melhor versão do texto e de si mesmos.

Confira o trailer de A Baleia

A Baleia foi bem recebida pela crítica. Em setembro, foi aclamada no Festival de Veneza quando Brendan Fraser foi aplaudido de pé, por seis minutos, após a exibição de gala do filme.

O ator, que imprime ao olhar de Charlie muita ternura e verdade, já recebeu prêmios importantes como o Critics’ Choice Awards e SAG Awards, ambos na categoria de Melhor Ator.

Agora a expectativa é pelo Oscar, que acontece em 12 de março, e A Baleia concorre nas categorias de Melhor Ator, de Melhor Atriz Coadjuvante, para Hong Chau, e de Melhor Cabelo e Maquiagem.

Foto: reprodução/Instagram @thewhale

A Baleia é uma adaptação da peça The Whale, do escritor Samuel D. Hunter, que também assina o roteiro do longa. Para montar o elenco, o diretor Darren Aronofsky levou quase uma década e chegou ao nome de Fraser ao assistir o filme teuto-brasileiro 12 Horas Até o Amanhecer (2006), quando se convenceu de que o ator era perfeito para dar vida a Charlie.

A produção de A Baleia é da A24, uma produtora independente que já lançou títulos de destaque como Hereditário (2018), Jóias Brutas (2019), Euphoria (2019), Aftersun (2022) e Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo (2022).

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*Crédito da foto de destaque: divulgação

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