O quinto livro do universo de Jogos Vorazes conta a história de Haymitch Abernathy, mentor de Katniss e Peeta
Amanhecer na Colheita, novo livro de Suzanne Collins, lançado na última terça-feira (18), retorna ao passado para contar a história de Haymitch Abernathy, vencedor do 50º Jogos Vorazes — o segundo Massacre Quaternário.
Viagem no tempo
Os fãs da trilogia Jogos Vorazes já estão familiarizados com Haymitch Abernathy, residente do Distrito 12. Como vencedor do segundo Massacre Quartenário, ele é responsável por mentorar todos os tributos escolhidos de seu distrito na Colheita desde então, o que faz seu caminho cruzar com Peeta Mellark e Katniss Everdeen.
No segundo livro da trilogia original, temos um vislumbre de seu passado, mas agora ele finalmente tem a chance de contar sua própria narrativa.
O dobro de tributos, o dobro de personagens
Se o Massacre Quaternário que conhecemos em Em Chamas já foi brutal, o 50º Jogos Vorazes consegue elevar ainda mais o nível de horror. A competição teve o dobro de tributos, o que traz mudanças interessantes na dinâmica dos jogos.
O ponto alto do livro está na forma como Haymitch se desenvolve ao longo da narrativa. Diferente do homem amargurado e alcoólatra que conhecemos na trilogia, aqui vemos um jovem astuto, mas vulnerável, aprendendo a sobreviver tanto na arena quanto fora dela. Sua inteligência e sarcasmo continuam presentes, mas agora acompanhamos a transformação de um garoto em um sobrevivente marcado para sempre pelo sistema cruel da Capital.
Bruto e nostálgico
Imagem: reprodução/Lionsgate
Collins mantém a marca registrada da saga: um tom sombrio, repleto de críticas sociais e momentos de tensão de tirar o fôlego. O livro equilibra crueldade e nostalgia ao revisitar eventos, personagens e locais já conhecidos pelos leitores, ao mesmo tempo em que aprofunda o impacto psicológico dos Jogos em Haymitch.
Se A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes trouxe uma visão dos Jogos Vorazes pela ótica da Capital, Amanhecer na Colheita faz o oposto. A história é contada a partir da perspectiva de alguém que foi diretamente esmagado pelo sistema e, de certa forma, conseguiu vencê-lo — mas a que custo?
O fim de um ciclo
Após cinco livros, seis filmes e 17 anos contando a história dessa revolução, Amanhecer na Colheita carrega um tom de encerramento. As histórias que precisavam ser contadas foram contadas, afinal.
Fomos apresentados ao ato inicial, quando Lucy Gray Baird, ao desafiar a Capital, criou um monstro a ser combatido no futuro. O novo lançamento nos faz entender com mais clareza como a faísca surgiu e quem a acendeu, criando uma ponte perfeita com a história que conhecemos desde o começo: como tudo finalmente explodiu.
Algum ponto fraco?
Apesar de ser um ótimo acréscimo ao universo de Jogos Vorazes, Amanhecer na Colheita pode parecer previsível e apenas o relato de mais um Jogos Vorazes para aqueles que acompanham o universo há mais tempo, já conhecendo alguns pontos do passado de Haymitch.
Fãs antigos podem achar que o novo lançamento é movido por fan service, ao se deparar com muitas referências aos outros livros. Ainda assim, a escrita envolvente de Collins compensa esse detalhe, entregando uma obra impactante e fiel ao espírito da saga.
E não se deixe enganar: a história de Haymitch se mostrou importante para entender a revolução como um todo, além de conectar as cinco obras e, aparentemente, decretar o fim da história que vem sendo contada desde 2008.
Adaptação cinematográfica
Imagem: reprodução/Lionsgate
Assim como A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes (2022), Amanhecer na Colheita foi anunciado juntamente com uma adaptação para os cinemas. A estreia do filme está marcada para 20 de novembro de 2026.
Se este for realmente o último capítulo da franquia, ele encerra a história com maestria — e, mais uma vez, nos lembra do preço que a liberdade cobra de quem ousa desafiar o poder, reunindo os fãs no cinema para uma despedida espetacular.
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Texto revisado por Larissa Suellen