Foto: Divulgação

Especial | 25 anos sem Mamonas Assassinas

Acidente fatal ocorreu dia 2 de março de 1996, quando o grupo voltava de Brasília para São Paulo após um show

 

Hoje (2), completam-se 25 anos do acidente fatal que tirou a vida dos integrantes dos Mamonas Assassinas. Ao voltarem de um show na capital nacional, o avião em que estavam fez uma curva irregular para a esquerda e chocou-se contra a Serra da Cantareira, em São Paulo, explodindo logo em seguida. Além dos músicos, morreram também o piloto, o copiloto, um ajudante de palco e um segurança.

Era um sábado, quando o grupo viajava para seu último show. Ninguém poderia imaginar que a unanimidade nacional, adorada por todos os brasileiros, não voltaria pra casa naquele dia. Eles pareciam saber que algo estava errado e estavam tristes o caminho inteiro até a capital do país, conversando pouco e sem o espírito alegre e divertido de sempre. Júlio, inclusive, menciona em vídeo ter sonhado que o avião cairia naquela mesma noite. Os outros membros também relataram a mesma preocupação, dias antes.

Foto: Divulgação

Sempre fantasiados, os meninos faziam uma mistura de rock com forró, samba e vários outros ritmos, inclusive paródias de músicas importantes como em Chopis Centis (referência à famosa música do The Clash, Should I Stay or Should I Go) e Bois Don’t Cry (parodiando Boys Don’t Cry da banda britânica The Cure). Dinho, em entrevista ao Estadão em 1995, disse que os Mamonas eram “o tipo de banda colegial, classe média, e deve fazer fama e fortuna neste circuito”.

Atenção, Creuzeback, ao toque de quatro já vai…

No auge da carreira e com músicas animadas, repletas de sátiras, brincadeiras e deboche, o grupo se consagrou como um dos fenômenos nacionais, vendendo mais de dois milhões de cópias de seu primeiro álbum de estúdio, lançado em 1995. O grupo bateu recorde de vendas em um só dia: 25 milhões de exemplares em apenas 12 horas, sendo o disco de estreia mais vendido da história da música brasileira. Ainda em 95, a banda ganhou o Disco de Diamante, comprovado pela Associação Brasileira de Produtores de Discos (ABPD). 

Durante os 240 dias de carreira, o grupo composto por Dinho, Júlio Rasec, Samuel Reoli, Bento Hinoto e Sérgio Reoli fez cerca de 190 shows em 180 dias, sendo a banda brasileira com o cachê mais bem pago da história até então. De todos os locais de shows em que se apresentaram, eles não tocaram nos estados do Acre, Roraima e Tocantins. A banda tinha planos de viajar a Portugal para entrevistas e possíveis contratos, mas não chegou a concluir a viagem. 

Foto: Reprodução (Arquivo Pessoal)

Com músicas alegres, divertidas e repletas de palavrões, os Mamonas Assassinas se tornaram ídolos quase instantaneamente. Com uma legião de fãs, eles percorreram o país, lotando estádios, casas de shows e sendo amplamente assediados. Sempre com um sorriso no rosto, todos do grupo tratavam muito bem seus fãs, o que fez com que o sucesso de suas músicas se mantivesse até hoje. 

Os Mamonas Assassinas foram os maiores heróis de carne e osso que o Brasil já teve. Heróis em cima do palco, onde tocavam sem reclamar até três vezes por noite. Heróis fora do palco, nas nossas casas, onde nos alegravam com suas canções bacanas e suas piadas debochadas. diz o jornalista Ivan Finotti.

Brasil perde seus meninos de Guarulhos

A tragédia que levou os meninos de Guarulhos, como eram carinhosamente chamados, chocou o país. O dia 3 de março de 1996 foi um dos dias mais tristes de que se tem história. Os corpos foram levados para o Ginásio Poliesportivo Pascoal Thomeu, também em Guarulhos, onde foram velados durante toda a madrugada. O velório recebeu cerca de 100 mil fãs, passando pelos caixões perfilados cobertos por bandeiras do Brasil e de São Paulo. Por volta de 12h, o cortejo com três caminhões dos bombeiros saiu do Ginásio em direção ao cemitério Parque Jardim das Primaveras. Eles foram enterrados juntos.

Os jornais, na época, noticiaram a morte com muito pesar. Toda a cobertura do acidente foi tratada com muito cuidado e com muitas lágrimas. O país inteiro sentia a perda do grupo, como se fossem membros da própria família.

Foto: Reprodução

Quantia gentiiiiii, quantia alegria….

Apesar de uma vida curta – os integrantes eram jovens de 24 a 30 anos -, os Mamonas se transformaram em um dos grupos mais prestigiados da história da música brasileira. O amor incondicional dos fãs perdura até hoje. É praticamente impossível falar deles e não se lembrar dos tantos programas de televisão que participaram principalmente o Domingo Legal, onde quebravam a audiência, ou lembrar de pelo menos uma frase de suas músicas inesquecíveis. 

São 25 anos de luto e de saudade. E, em todo esse tempo, o Brasil não conseguiu encontrar um grupo com o mesmo carisma dos paulistas. E, talvez, o politicamente incorreto não fosse aceito atualmente. Talvez, o sucesso repentino não durasse até os dias atuais e eles caíssem no esquecimento. O que conforta os fãs é saber que eles existiram e fizeram todos sorrirem com suas músicas, atitudes e fantasias – que são imitadas até hoje. 

Os Mamonas Assassinas jamais serão esquecidos! De onde vocês estiverem, estejam em paz sabendo que a música de vocês continua no coração e no pensamento de milhões de brasileiros ao redor do mundo. Obrigada por tudo! 

Foto: Reprodução

Qual memória mais marcante dos Mamonas você tem? Conta pra gente no Insta, Face e Twitter do Entretetizei.

*Crédito para a foto de destaque: Divulgação

 

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