A segunda parte da 5ª temporada de Lucifer, traz novos personagens e conflitos importantes, que aprofundam questões celestiais e influenciam no surgimento de uma nova era
Por Maria Corrêa
Hoje (28) é dia dos fãs de Lucifer serem exaltados! Finalmente a Netflix liberou a temporada 5B! Por conta da pandemia do novo coronavírus, as gravações da quinta temporada atrasaram; portanto, a produção da série decidiu dividi-la em duas partes. A primeira foi lançada em agosto de 2020, e a segunda está disponível a partir de hoje! E é claro que ela merece uma boa resenha, concordam? Então vamos nessa!
Relembrando a primeira parte da temporada
Como a temporada cinco foi dividida em A e B, as duas partes se conectam bastante. O primeiro episódio da nova temporada começa literalmente, do último episódio da 5A. Para situar melhor vocês, vale a pena relembrar algumas coisas que ocorreram na primeira parte.
O começo da quinta temporada trouxe um novo personagem à tona: Miguel (Tom Ellis), o irmão gêmeo de Lucifer (Tom Ellis). O arcanjo ingressou na série como vilão, que veio à Terra se passando por Luci – que precisou voltar a governar o Inferno -, com o objetivo de roubar seu protagonismo, vida e relações – especialmente a com Chloe (Lauren German).
Apesar do conflito entre os dois irmãos ser a trama mais importante, ela não é a principal: os produtores da obra também se preocuparam em explorar mais os personagens secundários. Por exemplo, as relações de amizade ficaram muito mais fortalecidas, como a de Amenadiel (D.B. Woodside) com Dan (Kevin Alejandro) e de Maze (Lesley-Ann Brandt) com Linda (Rachael Harris). Além disso, alguns personagens tiveram suas histórias de vida contadas, como a de Mazikeen no episódio 04 (O frango nunca se dá bem).
Também vale lembrar em como o lado “humano” dos personagens celestiais são ressaltadas nessa etapa da série – algo que também é destacado na 5B. O próprio Lucifer se mostra um pouco instável, pois está aprendendo a lidar melhor com sua personalidade e seus limites. Maze também se mostra confusa em relação aos seus sentimentos, especialmente quando se trata de amor e preocupação com o próximo. Até as emoções de Amenadiel são exploradas, por ter que lidar com a sua nova vida de papai.
O que esperar da nova temporada?
[Pode conter spoiler]
Agora que já relembramos um pouco da história, podemos voltar a conversas sobre a temporada 5B, que já está disponível na Netflix. Em suma, a produção entregou tudo que nós gostamos de ver na série! Tem trama policial, romance, alívios cômicos (principalmente vindos do Luci) e (muitos) conflitos. No entanto, as partes do enredo que se destacam são as batalhas celestiais, que ganharam mais profundidade e impacto em toda a quinta temporada.
Deus está entre nós!
A chegada de um novo personagem – anteriormente apresentado nas últimas cenas da temporada 5A – é a maior curiosidade de quem está esperando a temporada: Deus! O Todo-Poderoso (Dennis Haysbert) soube da briga entre Lucifer, seu gêmeo Miguel e Amenadiel, e veio à Terra na tentativa de apaziguar o conflito. Mas assim como seus filhos, Ele decide passar um tempinho aqui no planeta, na tentativa de aproximar os irmãos e se reaproximar deles.
A temporada retrata Deus como alguém muito carismático, que conquista todos que conversam com ele. Algumas cenas até brincam com o dom onisciente dele, mostrando os personagens incrédulos com sua capacidade de entender perfeitamente tudo que falam. Ele também tem um lado família bastante acentuado, pois está a todo momento tentando conversar com os filhos – especialmente Lucifer e Amenadiel, que também estão na Terra – e compreendê-los.
Deus também protagoniza cenas emocionantes na etapa 5B. A que merece destaque é a dEle com Lucifer, no episódio musical Karaokê Celestial – momento da temporada muito esperado pelos fãs, em que os personagens performam músicas famosas enquanto investigam mais um crime. No final do episódio, os dois têm uma conversa bem profunda, em que Luci desabafa sobre sua relação conflituosa com o Pai, sua personalidade difícil de lidar e seus sentimentos por Chloe. O diálogo é poderoso e importantíssimo para o desenrolar da história, pois fez com que ambos fossem tocados em seus pontos mais fracos.
Algo que me chamou muita atenção, e acredito que a de muitos espectadores, foi a escolha de um ator negro (Dennis Haysbert) para interpretar Deus. É tamanha a representatividade que isso carrega, pois existe uma crença equivocada em que a figura de Deus é igual a de um homem branco europeu. Acredito que a produção da série visou mais em agradar o público do que apenas quebrar um tabu, mas sem dúvidas essa escalação foi um marco para a série!
O que mais se destacou na nova temporada?
O antigo atrito entre Samael (nome real de Lucifer) e Miguel da primeira parte da temporada ainda permanece na 5B. E este conflito conseguiu ficar ainda mais pesado quando Deus anuncia sua aposentadoria. A gente já sabe que os gêmeos disputam entre si por qualquer coisa; então claro que eles não poderiam deixar de lutar pelo lugar no Trono do Paraíso!
Diante desse contexto, os dois irmãos passam episódios correndo atrás de votos de seus irmãos, que precisam escolher quem será o novo Rei do Céu. Lucifer ativa seu jeitinho maleficamente fofo de ser, com o objetivo de se tornar digno de governar o Paraíso- mesmo sendo o antigo soberano do Inferno. Porém, as sabotagens de Miguel e as mentiras que conta sobre Luci conquistam o coração dos irmãos.
Aliás, essa é uma parte muito interessante da série – a redatora que vos fala gostou bastante de assistir, pelo menos -, pois o espectador finalmente conhece e vê os vários filhos de Deus. Remiel (que já apareceu antes na série), Gabriel, Jofiel, Zadkiel e Azrael ganharam um pouco mais de destaque entre os outros, e alguns deles compuseram cenas importantíssimas do enredo.
Outro ponto que a 5B também fez questão de explorar foi a personalidade dos seres celestiais que habitam a Terra, especialmente a de Mazikeen e Lucifer. Os espectadores irão observar Maze sob uma perspectiva mais sentimental, pois nessa temporada, ela deseja ter uma alma. Sendo assim, a personagem descobre tanto os prazeres dessa característica humana – ao cultivar ainda mais suas amizades e se permitir viver um amor -, quanto as dificuldades que também acarreta – infelizmente, nossa malvada favorita irá sofrer e chorar bastante.
Já Luci vive o mesmo conflito interno de antigas temporadas: a luta entre seu lado demoníaco e o angelical. Especificamente na segunda parte da temporada, tal problema se torna ainda mais complexo com a chegada de Deus no plano terrestre, fazendo com que o filho culpe o Pai por seu temperamento, já que Ele é onisciente e controla a tudo e todos. Além disso, toda essa situação faz com que Samael acredite menos de sua capacidade em governar o Céu e duvide (novamente) do seu amor pela Detetive Chloe.
Aproveitando o embalo, que tal conversarmos um pouco sobre a parte romântica da série? Os que shippam Luci e Chloe podem comemorar, porque o amor dos dois continua vivíssimo, apesar dos desentendimentos. E outras almas gêmeas – conhecidas de outras temporadas, mas que se separaram durante o enredo – também se juntam na 5B. Porém, particularmente falando, senti falta de amores ilustres no ar, daqueles inesperados e que geram muita surpresa para os fãs.
E não poderíamos deixar de mencionar os personagens secundários, que não foram esquecidos! Desde a quarta temporada, os produtores procuram destacá-los ainda mais no enredo, fazendo com que se tornem essenciais para o andamento da série. A terapeuta Linda, por exemplo, ganha um episódio (De olho na filha) totalmente voltado para uma missão extremamente pessoal sua. A cientista forense Ella (Aimee Garcia) ainda se destaca com seu jeitinho carinhoso e inocente de ser, transformando-se em um dos alívios cômicos da série.
Mas o Detetive Dan se fez mais presente nessa temporada do que o restante. Além de protagonizar o episódio Daniel Espinoza: nu e com medo, ele também envolve mais com os personagens – principalmente Amenadiel, Maze e Chloe – e vivencia muitos conflitos da temporada. E diga-se de passagem: dessa vez, Dan irá emocionar bastante os espectadores.
Resumindo, foi uma ótima temporada!
Em geral, a temporada 5B foi muito bem construída. As duas partes da quinta temporada conseguiram se relacionar entre si, cumprindo com a proposta de explorar mais a história celestial da série, porém incrementando-a com uma perspectiva mais humana. E mesmo assim, os produtores conseguiram inserir personagens e conflitos novos para o enredo, saindo um pouco do padrão proposto – algo super satisfatório para quem estava esperando pela nova temporada!
Tudo o que aconteceu nessa temporada culmina em um ponto: o início de uma nova era. O final da 5B deixa bem claro que será uma nova etapa para a vida de Lucifer e de quem protagoniza sua história, pois mudará os rumos tanto no plano celestial, quanto no plano terrestre. No entanto, a novidade será explorada apenas na sexta temporada, que está confirmada para estrear em 2022 na Netflix. E mais uma vez, estaremos aguardando ansiosamente por esse momento!
E você, já começou a assistir a nova temporada de Lucifer? Conta para a gente o que está achando lá nas redes sociais do Entretetizei – Insta, Face ou no Twitter. Até a próxima resenha!
*Crédito da foto de destaque: Divulgação / Netflix Brasil
