Nova temporada da série produzida pela Netflix é marcada pela proximidade com a mitologia nórdica
[Contém spoilers]
A segunda temporada de Ragnarok estreou dia 27 de maio e é uma das dez produções da Netflix mais vistas no Brasil atualmente. Enquanto a primeira temporada é um tanto apática, tímida em relação à mitologia nórdica e traz poucos elementos relacionados, a segunda temporada de Ragnarok vem com tudo, aplicando a mitologia de forma moderna (e um tanto nojenta).
O final da primeira temporada é marcado pelo embate entre Vidar (Gísli Örn Garðarsson) e Magne (David Stakston), quando se descobre que o menino reencarnado por Thor consegue manipular o relâmpago e consequentemente está quase atingindo o seu poder total. Após o embate, o gigante Vidar Jutul desafia Magne a uma batalha na lua nova, o que dá início a trama principal da temporada: enquanto o Deus vai atrás de novos aliados e de Mjölnir, o martelo de Thor, Vidar convoca sua família e treina com armas antigas que podem ferir Magne. Porém, na preparação para a batalha, ambos têm que lidar com crises familiares, e aqui aparece o personagem principal da temporada: Laurits Seier (Jonas Strand Gravli), a reencarnação de Loki.
Sem dúvidas, Laurits Seier protagonizou cenas importantes e bem relacionadas com a mitologia nórdica. Na primeira temporada, o personagem já era bem construído e tinha falas incisivas, mas na segunda, depois que descobre seu verdadeiro pai, Laurits se torna protagonista e sua narrativa é essencial para o desenrolar da trama.
A cena em que o garoto “dá à luz” a Jormungand, conhecida como a serpente de Midgard e inimiga mortal de Thor, é um tanto curiosa e nojenta. Vale ressaltar também a forma como a série trouxe o pacto de sangue entre Loki e Odin de forma criativa e o menos clichê possível. A relação com seu irmão, Magne, é igual a relação entre Thor e Loki: instável e sujeita a traição por ambos os lados.
Outro ponto bom para ressaltar são os novos Deuses que aparecem: Iman (Danu Sunth), Harry (Benjamin Helstad) e Wotan (Bjørn Sundquist) se tornam a reencarnação de Freya, Týr e Odin, respectivamente. Apesar de serem personagens que não foram muito explorados (com exceção de Iman), a série consegue fazer com que eles tenham seu protagonismo em certo momento e uma personalidade marcante e divertida. Eles são o alívio cômico da temporada e importantes para a narrativa de Magne em busca do martelo.
Já a subtrama da família Jutul é um tanto entediante; o casal Gry (Emma Bones) e Fjor (Herman Tømmeraas) não cativa e a crise ambiental que a empresa da família causa é a subtrama mais chata da série. Com certeza é o ponto negativo dessa temporada. Nem a morte de um dos gigantes e suas consequências deixa a família mais interessante de se assistir.
Em geral, a segunda temporada de Ragnarok é do tipo que você maratona em um dia pela curiosidade de saber como as coisas vão se desenrolar e, apesar de ter algumas partes entediantes e arrastadas, vale a pena assistir. O último episódio é um pouco decepcionante, mas a última cena da temporada cria expectativas e faz com que o telespectador fique com vontade de assistir a próxima temporada, que ainda não tem confirmação da Netflix.
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*Crédito da foto de destaque: Christian Geisnaes/Netflix