Barbie chega aos cinemas nesta quinta (20), então vem ver nossas impressões sobre a produção
[Contém spoiler]
Hi Barbie…
Não se fala de outra coisa além do mais novo filme da Barbie, protagonizado por Margot Robbie, Ryan Gosling e grande elenco. Seja ouvindo sobre o Barbiecore, Barbenheimer, This Barbie ou qualquer outra tendência em torno da produção , certeza que o seu mundinho aí também está cor de rosa.
Para quem não aguenta mais esperar por esse lançamento, essas Barbies por aqui já assistiram o filme mais aguardado do ano e viemos te contar tudo o que achamos:
A trama
Não sendo surpresa para ninguém, o filme acompanha a rotina na Barbielândia, no qual todos os dias são os melhores dias possíveis e tudo corre na mais completa perfeição. Lá, os moradores (ou melhor, as bonecas) acreditam fielmente que elas foram responsáveis por resolver todos os problemas das mulheres ao inspirar diversas garotinhas a serem o que quiserem.
Tudo corre na maior tranquilidade possível até que a nossa protagonista, a Barbie Estereotipada (Margot Robbie), começa a enfrentar situações pra lá de estranhas na realidade da boneca. Desde pés retos até pensamentos sobre a morte, ela é forçada a enfrentar o mundo real para entender o que está acontecendo e como trazer de volta a paz e perfeição para o seu universo.
Acompanhada de Ken (Ryan Gosling), Barbie é jogada no nosso mundo e acaba se deparando com uma realidade bem diferente do que imaginava ao tentar descobrir o que causou o desequilíbrio dos mundos.
Elenco da Barbielândia
Carregado de nomes de peso, Barbie entrega atores que correspondem ao antigo termo artistas completos. Eles cantam, dançam, atuam e fazem tudo isso com uma qualidade excelente. Nesse quesito, Gosling dá um show e protagoniza momentos únicos, principalmente com o seu monólogo musical.
Destaque para Margot, que entrega uma atuação perfeita ao misturar comédia com drama em doses equilibradas e ao conduzir todas as cenas com maestria. Robbie encabeça um tipo de personagem inédita no seu currículo e faz isso sem fraquejar em nenhum momento. Ela constrói uma atuação sólida e digna de estatuetas.
Will Ferrell vive um tipo de personagem já muito conhecido do ator, o homem que se faz engraçado através da sua falta de noção, só que dessa vez na forma do CEO da Mattel. E America Ferrera arrasa sendo a dose de realidade necessária na produção e encarnando todo o poder de uma mulher comum, com seus medos, inseguranças e toda a sua glória.
Vale destacar a participação de alguns conhecidos da Netflix como Emma Mackey, Ncuti Gatwa e Connor Swindells, os três atores de Sex Education, e Ritu Arya, atriz de The Umbrella Academy. Tais participações destacam a supremacia dos streamings na descoberta e ascensão de novos talentos.
Quem é Ken?
Uma das mensagens que se faz presente no longa é sobre a identidade pessoal e tudo aquilo que nos define. Essas questões, que costumam atormentar todos nós desde a infância até a vida adulta, chegam também nos bonecos. Isso com a mesma intensidade que atinge os humanos.
As Barbies se veem presas à característica que lhes é dada na fabricação, sendo fortemente ligadas à profissão delas e qual o impacto que elas tiveram no mundo. Nessa visão, as múltiplas facetas são esquecidas e elas são reduzidas a apenas um título – Barbie Astronauta, Barbie Presidente, Barbie Estereotipada e por aí vai.
Do outro lado temos o Ken, enfrentando o mesmo dilema, mas por motivos muito diferentes. O personagem acredita que é definido pela presença da Barbie e que sem isso, ele não seria ninguém, não teria importância para o todo. Por isso, ele vive numa constante competição pela boneca, até que isso se torna uma briga direta com todas as Barbies.
No filme, ao buscar se encontrar e se entender, Ken acaba sendo mais uma vítima do mundo comandado por homens. Ele, então, assume uma posição de liderança e poder só porque acha que deve, assim como vemos na vida real.
Crítica – Barbie
Barbie é um daqueles filmes que não param de surpreender a cada cena. Poderíamos dizer isso com base no mundo fantasioso criado com Barbilândia, mas não. O filme inova e acerta com o básico: um roteiro impecável e diálogos surpreendentes.
Em poucos minutos você pode ir de lágrimas e emoção para uma risada genuína. Transitando por temas importantíssimos e atuais, mas vistos sob uma ótica diferente. O discurso presente é algo já visto e revisto por diversas produções que se vendem por criar diálogos sobre o machismo, feminismo e patriarcado. Mas dessa vez, a inovação vem através do formato e não da mensagem.
Nessa de criar um mundo de fantasia, Greta Gerwig acaba fazendo uma releitura precisa da realidade e não perde tempo com a mecânica dos acontecimentos. No melhor sentido possível, é como se ela tivesse criando uma brincadeira de boneca, na qual as coisas acontecem sem muita explicação. Mas que resultam em algo incrível.
A produção levanta bandeiras importantes sobre o esperado de uma mulher, sobre como os homens são vítimas da cultura do machismo. E também sobre como o comum é o verdadeiro extraordinário. Tudo isso sem esquecer a magia do mundo cor de rosa.
Barbie definitivamente não é um filme para crianças. Mas sim para aqueles que cresceram tendo as bonecas como referência, principalmente as mulheres, e se depararam com um mundo real bem diferente do que as brincadeiras infantis tinham planejado. É uma produção que serve como terapia para que a gente se aceite como é, fazendo as pazes com a versão idealizada que criamos quando crianças.
Quem já está com a roupa rosa para ir aos cinemas? Conta pra gente o que você achou da produção nas nossas redes sociais (Insta, Face, Twitter) e aproveita pra seguir a gente e ficar por dentro de outras matérias sobre a boneca!
*Crédito da foto de destaque: divulgação/Warner
