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Prêmio da Música Brasileira 2024: guia completo para assistir e conferir os artistas

O evento, que acontece às 20h45 desta quarta-feira (12) no Rio de Janeiro, celebra o legado de Tim Maia.

O Theatro Municipal do Rio de Janeiro será palco do Prêmio da Música Brasileira, em sua 31ª edição, e, dessa vez, o evento terá uma celebração especial dedicada a Tim Maia, um dos maiores representantes da música nacional. Serão 11 apresentações inéditas de clássicos do artista, interpretados por mais de 20 grandes nomes da música brasileira, como Marisa Monte, Ney Matogrosso e Seu Jorge, além de outras vozes consagradas e novos talentos da música nacional

Sob a direção de José Maurício Machline e Giovanna Machline, a noite premiará os cantores, compositores, produtores e musicistas que mais se destacaram no decorrer de 2023, em 33 categorias. Além do apoio da União Brasileira de Compositores (UBC) e Cimed,  parcerias de mídia com o jornal O Globo, o jornal Valor Econômico, a Rádio Novabrasil FM, a Billboard Brasil, K2D Produções e Pronto Jornal (Caio Braz), o Spotify será o player de música oficial do PMB.

31º Prêmio da Música Brasileira: confira os destaques dos shows

O PMB 2024 será apresentado por Regina Casé, complementado pela dança e cenografia assinada por Gringo Cardia. A premiação contará ainda com arranjos musicais de Pretinho da Serrinha.

  1. Gostava Tanto de Você — Criolo, Lazzo, Jota Pê e Yan Cloud
  2. Coroné Antonio Bento/ A Festa do Santo Reis/ Canários do Reino — Alceu Valença, Chico César e Mônica Salmaso
  3. Bom Senso/ Que Beleza — Seu Jorge, Melly e Rachel Reis
  4. Você — Marisa Monte
  5. Azul da Cor do Mar + Primavera — Ney Matogrosso E Simone
  6. Vale Tudo/ Você e Eu/ Sossego — Negra Li, Sandra De Sá, Sued Nunes e Tony Tornado
  7. Me Dê Motivo — Cida Moreira e Rico Dalasam
  8. Réu Confesso/ Do Leme ao Pontal — Carlinhos Brown, Larissa Luz e Hiran
  9. Dia de Domingo — Zélia Duncan e Silva
  10. Eu Amo Você — Céu e Xamã
  11. Não Quero Dinheiro — Iza, Pedro Sampaio, Márcio Victor e Outros
Não perca: onde assistir ao evento com cobertura total nas redes sociais
Foto: Reprodução/ NovaBrasil

A transmissão ao vivo do evento será realizada pelo Canal Brasil, Globosat + Canais Ao Vivo, e pelo canal do Prêmio da Música Brasileira no YouTube. O Canal Brasil e a Globosat + Canais Ao Vivo começarão a transmissão às 20h45, enquanto a cobertura nas redes sociais do PMB terá início às 19h. No Canal Brasil, Simone Zuccolotto será a apresentadora, com comentários de Charles Gavin e reportagens de Jup do Bairro e Maria Clara Senra.

Pela primeira vez, as redes sociais do PMB contarão com uma equipe diversificada de produtores de conteúdo e apresentadores, todos unidos pelo conhecimento e amor à música brasileira. A equipe, com igualdade de gênero, trará uma cobertura completa e dinâmica do evento aos fãs de música brasileira nas redes oficiais do PMB, incluindo YouTube, Instagram e TikTok.

Milton Cunha será o anfitrião do tapete vermelho, recebendo os artistas indicados e convidados com entrevistas em tempo real. Sarah Oliveira, a apresentadora convidada, entrevistará os vencedores das 32 categorias do PMB, capturando suas emoções logo após serem premiados.

Caio Braz, jornalista e criador de conteúdo, produzirá material colaborativo para suas redes sociais, as redes do PMB e do Pronto Jornal, parceiro de mídia oficial do Prêmio, no Instagram, oferecendo uma cobertura exclusiva dos bastidores. Dandara Pagu também será uma criadora de conteúdo parceira do PMB, explorando todos os espaços do evento e realizando a cobertura.

Confira os indicados em todas as categorias da 31ª edição do Prêmio da Música Brasileira e seus históricos de premiações:

CANÇÃO POPULAR

Dupla

  • Maiara & Maraisa (1 prêmio)
  • Os Barões da Pisadinha
  • Rionegro & Solimões

Grupo

  • Atitude 67
  • É o Tchan!
  • Mastruz com Leite

Intérprete — Canção popular

  • Edson Cordeiro (4 prêmios)
  • Filipe Toca
  • Gabriel Sater
  • João Gomes
  • Leo Santana

Intérprete — Sertanejo

  • Ana Castela
  • Lauana Prado
  • Paula Fernandes
  • Roberta Miranda
  • Simone Mendes

Lançamento — Canção popular

  • Gabriel Sater — Nos Dias Atuais (Ao Vivo) (Produção: Gabriel Sater, João Gaspar)
  • João Gomes — Raiz (Produção: Top Eventos)
  • Romero Ferro, Gaby Amarantos — Em Plena Lua de Mel (Produção: MGZD)

Lançamento — Sertanejo

  • Ana Castela — Boiadeira Internacional (Ao Vivo) (Produção: Eduardo Godoy)
  • Maiara & Maraisa — Ao Vivo em Portugal (1 prêmio) (Produção: Eduardo Pepato)
  • Roberta Miranda — Desatemos os Nós (Produção: Roberta Miranda)

MPB

Grupo

  • Banda Eddie
  • Barbatuques (1 prêmio)
  • Boca Livre (4 prêmios)

Intérprete

  • Alaíde Costa (1 prêmio)
  • Jards Macalé
  • Jota.pê
  • Rosa Passos
  • Wanderléa

Lançamento

  • Jards Macalé — Coração Bifurcado (Produção: Jards Macalé, Romulo Fróes)
  • Rosa Passos, Lula Gavão — Rosa Passos e Lula Galvão (Produção: Rafael Paulista)
  • Wanderléa — Wanderléa Canta Choros (Produção: Mario Gil, Luiz Nogueira)

Melhor Canção

  • Jards Macalé — Mistérios do Nosso Amor (Intérprete: Jards Macalé, Maria Bethânia / Compositor: Jards Macalé, Ronaldo Bastos)
  • Marcelo D2 — Povo de Fé (3 prêmios) (Intérprete: Marcelo D2, Nega Duda / Compositor: Marcelo D2, Luiz Antônio Simas)
  • Wilson das Neves — Luz do Candeeiro (Intérprete: Áurea Martins / Compositor: Wilson das Neves, Paulo César Pinheiro)

MÚSICA URBANA

Grupo

  • Abulidu
  • Àttooxxá
  • Natiruts

Intérprete

  • Gloria Groove
  • Iza
  • Ludmilla
  • Rincon Sapiência
  • Sandra de Sá (10 prêmios)

Lançamento

  • Jonathan Ferr — Liberdade (Produção: Jonathan Ferr)
  • Jorge Aragão, Djonga — Respeita (Produção: Kevin, Jorge Aragão)
  • Ludmilla — Vilã (Produção: Dallass, Ajaxx, Topo La Maskara, Ariel Donato, Ludmilla, Rafael Castilhol, DJ Gabriel do Borel, Marcio Arantes, Mars, Rasool Diaz, Zone, Coop The Truth, Galdino, DJ Chris 011, Ape Drums, Tropkillaz)

POP/ ROCK

Grupo

  • Mombojó
  • Pato Fu
  • Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo

Intérprete

  • Alice Caymmi (1 prêmio)
  • Ana Frango Elétrico
  • Filipe Catto
  • Marisa Monte (7 prêmios)
  • Zeca Baleiro (8 prêmios)

Lançamento

  • Ana Frango Elétrico — Me Chama de Gato Que Eu Sou Sua (Produção: Ana Frango Elétrico)
  • Filipe Catto — Belezas São Coisas Acesas por Dentro (Produção: Filipe Catto, Fabio Pinczowski)
  • Mahmundi — Amor Fati (Produção: Mahmundi, Pedro Tie)

MÚSICA REGIONAL

Dupla

  • Chico Amado & Xodó
  • Joanina
  • Lourenço & Lourival

Grupo

  • Boi Bumbá Garantido (1 prêmio)
  • Timbalada (2 prêmios)
  • Falamansa

Intérprete

  • Alceu Valença (14 prêmios)
  • Carlinhos Brown (1 prêmio)
  • Lia de Itamaracá
  • Luiz Caldas
  • Marcelo Jeneci

Lançamento

  • Alceu Valença — Meu Querido São João (Ao Vivo na Fundição Progresso) (14 prêmios) (Produção: Tovinho)
  • Lia de Itamaracá — Dorme Pretinho (Produção: Pupillo)
  • Mestre Damasceno, Nativos Marajoara — Búfalo-Bumbá (Produção: Léo Chermont, Guto Nunes)

Revelação

  • Choro na Rua
  • Felipe Senna
  • Gabriele Leite

SAMBA

Grupo

  • Encontro das Velhas Guardas
  • Grupo Revelação
  • Grupo Semente

Intérprete

  • Alcione (21 prêmios)
  • Fabiana Cozza (2 prêmios)
  • Martinho da Vila (10 prêmios)
  • Péricles
  • Xande de Pilares

Lançamento

  • Marcelo D2 — Iboru (3 prêmios) (Produção: Marcelo D2, Nave, Kiko Dinucci, Mario Caldato Junior)
  • Martinho da Vila — Negra Ópera (10 prêmios) (Produção: Celso Filho, Martinho Antônio, Pretinho da Serrinha)
  • Xande de Pilares — Xande Canta Caetano (Produção: Pretinho da Serrinha)
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CATEGORIAS ESPECIAIS

Lançamento Eletrônico

  • Tropkillaz, Sango — Rio de Janeiro (Produção: Tropkillaz)
  • Ubunto — Água Maravilha (Produção: Ubunto)
  • Urias — Her Mind (Produção: Maffalda, Brabo)

Lançamento em Língua Estrangeira

  • Anitta — Funk Generation: A Favela Love Story (Produção: Brabo, Decz, Diplo, DJ Gabriel do Borel, Márcio Arantes, Ilya)
  • Pedro Miranda, Fernando Leitzke e o Candombaile — Candombe Bailador (2 prêmios – Pedro Miranda) (Produção: Luis Filipe de Lima)
  • Urias — Her Mind (Produção: Maffalda, Brabo)

Lançamento Erudito

  • Orquestra Ouro Preto, Cristian Badu, Maestro Rodrigo Toffolo, Gustavo Carvalho — Orquestra Ouro Preto: Haydn & Mozart (Produção: Maestro Rodrigo Toffolo)
  • Orquestra Sinfônica Brasileira, Ignacio Garcia Vidal — Três Danças Espanholas (1 prêmio – OSB) (Produção: Nikolay Sapoundjiev)
  • Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo — Sinfonia dos Orixás & Pequenos funerais cantantes (6 prêmios) (Produção: Ulrich Schneider)

Projeto Especial

  • Chico César, Geraldo Azevedo — Violivoz (Ao Vivo) (6 prêmios – Chico César) (Produção: Chico César, Geraldo Azevedo)
  • João Gilberto — Relicário: João Gilberto (Ao Vivo no Sesc 1998) (Produção: Sesc São Paulo)
  • Wilson das Neves — Senzala e Favela (4 prêmios) (Produção: Jorge Helder, Kassin)

MÚSICA INSTRUMENTAL

Grupo

  • Banda Tributo Waldir Azevedo
  • Choro na Ribeira
  • Choro na Rua

Solista

  • Antonio Adolfo (2 prêmios)
  • Armandinho Macedo
  • Hamilton de Holanda (12 prêmios)
  • Romero Lubambo
  • Yamandu Costa (10 prêmios)

Lançamento

  • Chico Pinheiro, Romero Lubambo — Two Brothers (Produção: Matt Pierson)
  • Choro na Rua — Obrigado Zé da Velha (Produção: Alexandre Maionese, Henrique Cazes, Rogério Caetano, Silvério Pontes, Diego do Valle)
  • Yamandu Costa, Armandinho Macedo — Encontro das Águas (10 prêmios – Yamandu Costa) (Produção: Yamandu Costa, João Falcão Neto)

PROJETO AUDIOVISUAL

  • Caetano Veloso — The Man I Love (19 prêmios) (Direção: Felipe Lion, Luqueta)
  • Marcelo D2 — Iboru (Direção: Marcelo D2, Luiza Machado) (3 prêmios)
  • Martinho Da Vila, Chico César — Acender as Velas (10 prêmios – Martinho da Vila) (6 prêmios – Chico César) (Direção: Philippe Rios)
  • Rubel, Bala Desejo — Toda Beleza (1 prêmio – Bala Desejo) (Direção: TOMAT)
  • Rubel, MC Carol, BK’, DJ Gabriel do Borel — Put@ria! (Direção: Belle de Melo

O Prêmio da Música Brasileira é mais do que uma simples cerimônia de premiação; é um marco na valorização da diversidade e riqueza da cultura brasileira!

Seu artista favorito está concorrendo a alguma categoria? Conta pra gente! E não deixe de acompanhar o Entretê nas redes sociais — Face, Insta e Twitter — para ficar por dentro das notícias do entretenimento e da cultura!

Leia também: Além de Memórias Póstumas: conheça 5 obras brasileiras que foram sucessos internacionais

Revisão por Cristiane Amarante

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Entretenimento Música Notícias

Yago Oproprio entra para line-up do Festival Sarará

O Sarará Circuito Cultural, evento já consagrado que promete agitar a cena cultural de BH, voltou em um novo formato empolgante

Este ano, o festival contará com a presença de grandes nomes como Baco Exu do Blues, Nação Zumbi, Rachel Reis, Jaloo e muitos outros artistas renomados. A programação gratuita ocorre nos dias 12 e 13 de setembro, ocupando o Parque Municipal e o Teatro Francisco Nunes com diversas atividades culturais.

Já no dia 14 de setembro, os shows esperados dos artistas acontecem no Parque das Mangabeiras, proporcionando uma experiência inesquecível para os amantes da música e da arte. Prepare-se para viver momentos de intensa conexão cultural e muita diversão! Os ingressos estão disponíveis aqui.

Além disso, o Festival Sarará acaba de anunciar mais um grande nome para o seu line-up: Yago Oproprio, artista de São Paulo que combina rap, trap, brega e samba. Ele acaba de lançar seu aguardado álbum de estreia, homônimo. A mistura de ritmos, característica marcante do festival, que acontece em Belo Horizonte, tornou-se um símbolo de conexão e pluralidade ao longo dos últimos anos.

Yago Oproprio entra para line-up do Festival Sarará
Foto: divulgação/Yago Oproprio

O evento agora chega repaginado, ocupando três espaços importantes da cena mineira: o Parque das Mangabeiras, o Teatro Francisco Nunes e o Parque Municipal Américo Renné Giannetti. Esta expansão visa aumentar o acesso à arte por meio de experiências coletivas em espaços públicos.

A programação do festival

Além do tradicional dia de shows, o festival oferecerá uma programação diversificada e gratuita nos dias 12 e 13 de setembro, no Teatro Francisco Nunes e no Parque Municipal Américo Renné Giannetti. As atividades incluirão cinema ao ar livre, exposição de artes visuais, arte digital, projeção mapeada e apresentações de dança, aquecendo o público para o line-up musical principal no dia 14! Os ingressos da programação gratuita serão distribuídos nos próximos meses.

 

Quem aí vai prestigiar o Festival Sarará? Conta pra gente! E não deixe de acompanhar o Entretê nas redes sociais — Face, Insta e Twitter — para ficar por dentro das notícias do entretenimento e da cultura!

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Texto revisado por Kalylle Isse

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Cinema Entretenimento

No mês do cinema nacional, filme alagoano chega ao streaming

O litoral encantador de Alagoas serve como cenário para Sem Coração, longa-metragem dirigido pela talentosa Nara Normande e seu parceiro pernambucano Tião. Agora, ao seu alcance no catálogo da Netflix!

O longa é uma extensão do curta-metragem homônimo dirigido e escrito por Nara e Tião em 2014. A atriz Eduarda Samara (Bacurau), que interpreta a personagem que dá nome ao filme, reprisa seu papel na nova produção. No elenco, também estão Maeve Jinkings (Aquarius), Erom Cordeiro (A Divisão) e a estreia de Kaique Brito como Binho no cinema. O filme foi gravado em Alagoas, entre setembro e outubro de 2022, e finalizado no Brasil, Itália e França.

 

A trama se desenrola no verão de 1996, no litoral de Alagoas, onde acompanhamos a complexidade da juventude alagoana. É nesse cenário que conhecemos Tamara (Maya de Vicq), que está aproveitando suas últimas semanas na vila pesqueira onde mora antes de se mudar para Brasília para estudar. 

 

Certo dia, ela ouve falar de uma adolescente conhecida como Sem Coração, devido a uma cicatriz que possui no peito, e tudo muda em sua vida, quando, durante o verão, Tamara se vê presa em uma atração crescente pela menina tão enigmática.

 

A jornada da protagonista Tamara é inspirada em algumas memórias da minha infância e adolescência passadas no litoral alagoano, lugar onde cresci e de grande inspiração para meus trabalhos”, comenta a diretora Nara Normande.

Foto: reprodução/Vitrine Filmes

Antes de estrear em circuito nacional, Sem Coração recebeu diversos prêmios, incluindo o Prêmio Abraccine de melhor longa na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, o Prêmio do Júri no Festival International du Film d’Amiens, o FIFAM (França), e o Prêmio de Melhor Contribuição Artística no Festival de Havana. No Fest Aruanda, na Mostra Competitiva Sob o Céu Nordestino, o filme foi reconhecido em várias categorias, como Melhor Direção, Melhor Fotografia, Melhor Trilha Sonora, Melhor Som, Melhor Figurino e Melhor Direção de Arte. 

 

Além disso, foi exibido na 1ª Mostra Carambola, em Maceió, no Panorama Coisa de Cinema, em Salvador, e na Mostra de Cinema de Gostoso, enquanto, internacionalmente, chegou a ter sessões no Festival de Cinema de Gotemburgo e no BUFF Film Festival (Suécia), no 42° Festival Internacional Cinematográfico del Uruguay e no Joburg Film Festival (África do Sul).

 

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Revisado por Bells Pontes

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Cultura Entretenimento Livros Resenhas

Resenha | Mistérios da Área X: uma análise da trilogia Comando Sul

Nesta resenha, vamos (sem spoilers) entrar nas profundezas do enigmático universo de Comando Sul, onde a fronteira entre o real e o surreal é tênue, e o desconhecido reina soberano

Conheça o autor

Jeff VanderMeer, editor e autor premiado, é conhecido por criar histórias que vão além do imaginável. Seus livros, traduzidos para vinte idiomas, já lhe renderam três World Fantasy Awards, além de indicações para os Prêmios Hugo e Bram Stoker. Ele cresceu nas Ilhas Fiji e atualmente mora em Tallahassee, na Flórida, com sua esposa.

Entre suas obras mais aclamadas está a trilogia Comando Sul, publicada pela Intrínseca. O primeiro volume, Aniquilação, ganhou o Prêmio Nébula de Melhor Romance em 2014, sendo considerado uma obra-prima do gênero. 

Nesta trilogia, somos convidados a explorar os mistérios e terrores da Área X, uma região onde as leis da natureza parecem seguir um propósito incompreensível, e a sobrevivência é um teste constante de coragem e sanidade.

Jeff é conhecido autor de um gênero literário chamado weird fiction, basicamente uma ficção científica com um pouco mais de licença poética. As linhas entre a fantasia e a realidade são muito tênues e dependendo do objetivo do autor, bizarras.

Foto: reprodução/Guernica Magazine
A área X

Uma primeira expedição de reconhecimento voltou de lá relatando uma terra intocada, um paraíso; a segunda terminou em suicídio em massa; a terceira, em um tiroteio no próprio grupo. Até que os membros da décima primeira expedição retornaram como meras sombras do que eram e, após algumas semanas, morreram de câncer. Em Aniquilação, primeiro volume da trilogia Comando Sul, fazemos parte da décima segunda expedição.

A narrativa da trilogia completa é feita em primeira pessoa, os personagens não têm nomes, criando uma sensação de impessoalidade que chega a incomodar. Ao decorrer da trilogia entendemos que esta estratégia do Comando Sul visa aumentar a eficiência da missão, impedindo que os participantes sejam influenciados por suas emoções.

Aniquilação

Em Aniquilação, primeiro livro da série que deu origem ao filme homônimo de 2018 pela Netflix, nos introduz a uma trilogia que apesar de contar com uma história pesada e complexa, nos deixa presos até o final. 

Nesse primeiro volume, acompanhamos a narração da Bióloga que descreve suas experiências na Área X como se estivesse escrevendo um diário. No entanto, sua narrativa não é sempre linear, pois ela associa memórias e experiências ao contexto atual. 

Em determinados momentos, ela explica por que se tornou bióloga, como acredita ter sido escolhida para a missão, e sua relação com o marido, que é uma parte importante de Aniquilação.

É importante destacar que a Bióloga é uma narradora não confiável. Ela esconde informações e tira conclusões que podem não refletir a realidade dos eventos, o que entendemos completamente ao ler a saga completa. O autor é tão genial na construção desse universo que cada livro é como a peça de um quebra-cabeça.

A Área X é um local misterioso e pouco explicado no primeiro volume da trilogia. Sabemos apenas que onze expedições foram enviadas para lá, e nenhum dos exploradores retornou incólume ou sequer vivo e que sua área geográfica aumenta a cada ano que passa. 

Agora, a décima segunda expedição é enviada, composta exclusivamente por mulheres: uma psicóloga (líder da equipe), uma bióloga, uma arqueóloga e uma topógrafa. Havia também uma linguista, mas ela desistiu da missão antes do início. 

A psicóloga, além de liderar, é hipnotizadora, uma habilidade usada para manter a equipe calma e focada na missão. Esta expedição planeja catalogar o lugar, suas espécies e qualquer peculiaridade que encontrarem, mas rapidamente entendemos que cada membro da equipe tem seus próprios objetivos, sejam instruções de superiores ou afetadas pelo ambiente que historicamente parece ter algum efeito na sanidade das pessoas.

Esse clima de desconfiança persiste, criando uma tensão constante durante toda a trilogia. O perigo é sempre iminente, mas nunca sabemos se o ambiente estranho é o inimigo ou a própria equipe.

Foto: reprodução/Intrínseca

VanderMeer constrói uma narrativa cheia de mistérios, na qual as informações são apresentadas em camadas confusas que não podem ser tomadas literalmente. Com a protagonista, somos levados a juntar os pedaços de informação, nos quais nem sempre podemos confiar, e só mais tarde entendemos como tudo se encaixa no contexto geral.

Apesar de ser um livro pequeno, é repleto de informações e detalhes, dando a impressão de ter o dobro do tamanho. Curiosamente, toda a narrativa se desenrola em um pequeno espaço na Área X, deixando ainda muito a ser explorado, como podemos ver no mapa da Área X acima.

Autoridade

Autoridade, o segundo livro da trilogia, é uma leitura desafiadora de uma maneira diferente de Aniquilação. Não apenas por seu tamanho consideravelmente maior, mas também pela complexidade crescente da história. Enquanto Aniquilação nos apresenta a perspectiva fragmentada e não muito confiável da Bióloga, repleta de momentos estranhos e bizarros, Autoridade, narrado pela voz de Controle, mergulha profundamente em conspirações e intrigas políticas.

Para aqueles que necessitam saber o que acontece, apesar de ser o livro mais lento e em certos momentos confuso, somos presos até o fim de Autoridade com respostas de Aniquilação e muitas outras perguntas. Após a tumultuada décima segunda expedição narrada em Aniquilação, a agência responsável pela Área X mergulha em completo caos. John Rodriguez, conhecido como Controle, é então nomeado diretor para tentar restaurar a ordem.

Enfrentando a desconfiança e o desespero dos funcionários da agência, frustrações com interrogatórios infrutíferos e a análise de horas e horas de registros em vídeo, Controle começa a desvendar os segredos da Área X, ou ao menos tentar.

A leitura do segundo volume da trilogia pode ser meio maçante. Aqui, Controle mistura suas atividades diárias no Comando Sul com lembranças de seus pais. De certa forma, sua narrativa é fragmentada como a da Bióloga, mas como se estivesse girando em torno de conceitos e perguntas sobre o Comando Sul e a Área X, sem nunca chegar realmente a uma conclusão.

O enredo inclui conspirações dentro de conspirações, politicagem nas organizações governamentais e hierarquias secretas entre os participantes dessas organizações. Tudo isso se torna bastante confuso, mas parece ser feito propositalmente para emular a desorientação que o personagem também sente, em seu próprio mundo, sem sequer estar na Área X.

Aceitação

Aceitação é o terceiro livro e encerra a trilogia de Jeff Vandermeer. À medida que a geografia impenetrável da Área X se expande, o Comando Sul — a agência encarregada de investigar e supervisionar a região — entra em colapso. Uma última e desesperada equipe atravessa a fronteira, determinada a alcançar uma ilha remota que pode conter as respostas que eles tanto procuram. Se falharem, o mundo fora da Área X estará em grande perigo.

Aceitação, conecta Aniquilação e Autoridade em capítulos curtos e intensos, narrados pelas perspectivas de personagens cruciais. Página após página, os mistérios são gradualmente desvendados, mas as consequências e implicações dos acontecimentos passados não são esquecidas.

No terceiro livro da trilogia, somos apresentados a quatro narradores distintos: Controle, o último diretor do Comando Sul; Ave Fantasma, uma versão aprimorada da bióloga; a Diretora; e o Faroleiro. A narrativa da Diretora nos envolve de forma mais intensa, já que é contada em primeira pessoa, o que nos transporta diretamente para as instalações sinistras do Comando Sul e nos aproxima de seus segredos.

Controle conduz a narrativa de forma mais lenta, mas atinge seu ápice, tornando-se uma das mais envolventes e aterrorizantes de todas. Enquanto a Ave Fantasma se destaca com a sua narrativa quebrada, nos deixando sentir o quão incompleta ela se sente.

Antes mesmo de começar a leitura, um comentário impresso no livro nos avisa que nunca entenderemos completamente a Área X, e isso é verdade. No entanto, mesmo com essa incerteza, ao final da história, somos preenchidos de alguma forma.  A Área X, centro dos acontecimentos, é um enigma em si: é um mundo alienígena, um buraco de minhoca, um teste psicológico do Comando Sul ou talvez apenas uma alucinação coletiva induzida pela cintilação misteriosa no farol?

Jeff VanderMeer nos faz refletir em cada volume da série sobre como tratamos nosso ambiente natural e quão destrutivos os seres humanos podem ser. Talvez essa trilogia seja uma distopia, talvez seja ficção científica. É difícil categorizá-la em apenas um desses gêneros, mas após a conclusão dos três livros, é seguro dizer que ela se encaixa em ambos e em muitos mais.

Já tinha ouvido falar dessa trilogia? Ficou curioso pra ler? Conta pra gente! E não deixe de acompanhar o Entretê nas redes sociais — Face, Insta e Twitter — para ficar por dentro das notícias dos mundos da cultura latina, pop, turca e asiática!

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Texto revisado por Karollyne de Lima

 

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Cultura Entretenimento Música

Streaming Apresenta Cyndi Lauper: Let the Canary Sing em Estreia Exclusiva

Alison Ellwood, vencedora de diversos prêmios, dirige o documentário que explora o impacto cultural e o legado de Cyndi Lauper

Foto: reprodução/Consequence

A plataforma de streaming explora a vida e carreira da grande Cyndi Lauper em Cyndi Lauper: Let the Canary Sing. O longa teve sua estreia mundial no Festival Tribeca de 2023, tendo sua direção assinada pela ganhadora do Emmy, Alison Ellwood, e terá sua estreia para o público no dia 05 de junho.

Produzido pela Fine Point Films e Sony Music Entertainment em associação com Concord Originals, o documentário narra a ascensão de Lauper ao estrelato e seu profundo impacto em múltiplas gerações através de sua música, seu estilo punk em constante evolução e um feminismo à frente de seu tempo. 

O documentário leva o público a uma exploração cativante de uma artista renomada e pioneira que deixou um legado notável com sua arte.

“Ao longo dos anos, me pediram para fazer um documentário sobre minha vida e trabalho, mas nunca pareceu o momento certo. Até agora. Quando conheci Alison Ellwood, soube imediatamente que poderia confiar nela para contar minha história com honestidade, o que foi extremamente importante para mim, e ela fez exatamente isso. Gostaria de agradecer a Alison, aos produtores e a todos os incríveis participantes do documentário que concordaram em ser entrevistados”, disse Lauper sobre a produção do longa.

A Legacy Recordings, divisão de catálogo da Sony Music Entertainment, lançará um produto complementar ao documentário de mesmo nome. O álbum homônimo é uma coleção que abrange toda a carreira de Lauper, desde seus dias no Blue Angel, até seu hit Girls Just Want to Have Fun e o icônico estrelato pop que se seguiu. 

Apresentando sucessos como True Colors, I Drove All Night e muitos mais, esta coleção é obrigatória para qualquer fã de Cyndi Lauper. O álbum será lançado em vinil e em edição digital expandida, incrível não?

O furacão Lauper

Cyndi Lauper sempre fez questão de reforçar sua autenticidade e lutou para que sua influência fosse reconhecida nas décadas de 80 e 90. Foi nesse contexto que surgiu Girls Just Want to Have Fun, uma música que se tornou um marco para as mulheres, permitindo que elas se sentissem livres para expressar sua liberdade. 

Curiosamente, a canção foi originalmente gravada como um rock ‘n’ roll em 1979 por um homem chamado Robert Hazard, a música foi considerada extremamente machista e não teve muito sucesso.

Na época, Cyndi estava apenas começando sua carreira e relutou em cantar a música, pois ia contra seus ideais. O produtor Richard Chertoff, responsável por seu álbum de estreia She’s So Unusual, de 1983, autorizou Cyndi a modificar a música e dar a ela o tom que desejasse. Felizmente, essa decisão nos presenteou com uma das canções mais icônicas de todos os tempos!

Ela se tornou um ícone na música e na moda, influenciando várias cantoras, entre elas: Christina Aguilera, Lady Gaga, Nicki Minaj e Pink. Além de ser ganhadora do Grammy Award e Emmy, Lauper também venceu o Billboard Music Awards, Rolling Stone Awards, BMI Awards, American Music Awards, e MTV Europe Music Awards!

O documentário estará disponível exclusivamente no Paramount+.

Quem aí ficou ansioso para o documentário? Conta pra gente! E não deixe de acompanhar o Entretê nas redes sociais — Face, Insta e Twitter — para ficar por dentro das notícias dos mundos da Cultura Latina, Pop, Turca e asiática!

 

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Texto revisado por Luiza Carvalho

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Cultura Entretenimento

Brasil recebe a Copa do Mundo Feminina de 2027: conheça a nossa seleção

Na madrugada desta sexta (17), o presidente da Fifa, Gianni Infantino, anunciou que o Brasil sediará pela primeira vez a Copa do Mundo Feminina em 2027

Foto: reprodução/Fifa

A candidatura do Brasil superou a da Europa — formada por Holanda, Alemanha e Bélgica — com 119 votos a 78 durante o Congresso da Fifa, realizado em Bangkok, na Tailândia.

Esta será a primeira vez na história que a competição feminina ocorrerá na América do Sul. O Brasil já sediou duas Copas do Mundo masculinas, em 1950 e 2014. No congresso desta sexta (17), as comitivas tiveram 15 minutos para fazer uma apresentação final. O Brasil destacou temas como sustentabilidade, desenvolvimento esportivo, liderança feminina no futebol e direitos das mulheres.

O slogan da candidatura brasileira foi “Uma Escolha Natural”. O processo contou com o apoio do governo federal, que criou um grupo de trabalho em outubro de 2023 para auxiliar na análise dos requisitos da candidatura.

Em fevereiro deste ano, uma comitiva de especialistas de diversas áreas visitou o Brasil para realizar uma análise técnica da candidatura. O país recebeu nota 4 em uma escala de 5. Bélgica, Alemanha e Holanda receberam nota 3,7.

Agradeço a confiança de todos que participaram do Congresso da Fifa pela escolha do Brasil para sediar a Copa do Mundo Feminina de 2027. Vivemos hoje um dia histórico em Bangkok. Essa é uma vitória do futebol feminino mundial. Garanto a todos vocês que o Brasil fará a melhor Copa do Mundo Feminina da história”, disse o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, em seus agradecimentos.

As convocadas da Era Arthur Elias
Foto: divulgação/Clara Bahri/CBF

No dia 1º de setembro de 2023, Arthur Elias foi anunciado como o novo treinador da seleção brasileira de futebol feminino. Renomado na modalidade pelo seu trabalho à frente do Corinthians, ele assumiu o cargo após a saída da sueca Pia Sundhage, que deixou a equipe após a eliminação na fase de grupos da Copa do Mundo Feminina de 2023.

Em sua primeira convocação, Arthur chamou 30 atletas para um período de treinamento na Granja Comary, destacando-se o retorno de Cristiane, que havia sido excluída das listas de Pia durante o ciclo anterior.

No total, o treinador convocou mais de 45 atletas diferentes nas quatro listas divulgadas. Arthur mantém uma base de nomes que muda pouco de uma convocação para outra, semelhante à abordagem de Pia. No entanto, algumas jogadoras tiveram a oportunidade de serem testadas em uma ou mais ocasiões.

Isso demonstra que Arthur está experimentando diferentes combinações para entender qual seleção levará para a Copa do Mundo de 2027. Ao testar várias jogadoras, ele busca identificar as melhores opções e construir um time coeso e competitivo para o torneio.

Realizar o Mundial aqui no Brasil, nos nossos estádios, e com a nossa torcida, é acima de tudo, alimentar sonhos e encorajá-los. E agregar a tudo isso, a visibilidade que uma Copa Feminina pode trazer para o Brasil, é reafirmar para tantas outras meninas que é possível”, afirmou a zagueira da seleção principal Rafaelle.

Nossas atuais heroínas

Goleiras

Lorena — Grêmio

Luciana — Ferroviária

Natascha — Palmeiras (eleita a Jogadora do Mês de março do Brasileirão Neoenergia)

Tainá — América-MG

Defensoras

Rafaelle — Orlando Pride (EUA)

Antonia — Levante UD (ESP)

Tarciane — Houston Dash (EUA)

Thaís Ferreira — Tenerife (ESP)

Fê Palermo — Palmeiras

Yasmim — Corinthians

Tamires — Corinthians

Meio-campistas

Duda Sampaio — Corinthians

Vitória Yaya — Corinthians

Ana Vitória — Atlético de Madrid (ESP)

Duda Santos — Ferroviária

Brena — Palmeiras

Atacantes

Adriana — Orlando Pride (EUA)

Marta — Orlando Pride (EUA)

Bia Zaneratto — Kansas City (EUA)

Priscila — Internacional

Gabi Nunes — Levante UD (ESP)

Gabi Portilho — Corinthians

Byanca Brasil — Cruzeiro 

Cristiane — Flamengo

Ludmila — Atlético de Madrid (ESP)

Jheniffer — Corinthians

Quem aí está ansioso para ver nossas meninas em ação? Conta pra gente! E não deixe de acompanhar o Entretê nas redes sociais — Face, Insta e Twitter — para ficar por dentro das notícias dos mundos da Cultura Latina, Pop, Turca e Asiática!

 

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Texto revisado por Kalylle Isse

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King Kong: Origens Racistas

Em seu nascimento, King Kong personificava o racismo ao retratar o mito de que os africanos eram selvagens comparados a macacos.

Foto: Reprodução Pinterest/ King Kong, 1933

O Entretê traz uma reflexão sobre a representação negra no cinema de terror, onde entendemos o que são filmes de terror com negros e filmes negros de terror. Basicamente, filmes de terror com negros, como O mistério de Candyman (1992) e A noite dos Mortos Vivos (1968), são filmes que retratam a população negra e a negritude no terror, não necessariamente havendo personagens negros. Afinal, a ausência já é uma mensagem por si só. 

 

Por outro lado, filmes negros de terror, como O que ficou para trás (2020), possuem um foco narrativo adicional voltado à identidade da comunidade negra como um todo, falando sobre experiências e tradições culturais negras. 

Olhar o passado para entender o presente

Para entendermos as raízes de King Kong, precisamos voltar algum tempo na história do cinema. O seu precursor foi o filme de terror com negros Ingagi (1930), que conta a história de um grupo de cientistas (brancos) que viaja para as profundezas de uma selva animalesca do Congo, para investigar os rituais estranhos de uma tribo que reverencia e teme os gorilas, ou ingagis. O longa possui a narrativa focada no estereótipo racista da sexualidade animalesca da mulher negra, ao retratar essa tribo que oferece suas mulheres virgens às feras em troca de paz. 

 

O filme, vendido na época como um documentário, usava em seu pôster a imagem de um gorila sequestrando uma mulher negra enquanto apalpa seu seio. Aludindo a uma sexualidade negra e masculina agressiva em forma de gorila. É um caso, como argumenta o escritor James Snead, do negro codificado, no qual a negritude é representada implicitamente na figura do macaco. 

 

Além disso, os materiais promocionais questionavam o público se Darwin estaria certo. Assim, Ingagi sugeria uma ligação direta entre a genética negra e as bestas negras. Como resultado, temos um filme que, junto da mentalidade supremacista branca da época, associa as práticas negras à bestialidade, causando repulsa em seu público. 

Foto: Reprodução/ FactsChology
Ingagi x King Kong

Com o sucesso de Ingagi, o estúdio RKO autoriza a produção do primeiro King Kong, de 1933. Se ingagi fez com que o público considerasse os costumes sexuais repulsivos das mulheres negras, King Kong estendeu o ataque metafórico aos homens negros por meio das imagens de um grande gorila perseguindo uma mulher branca.

 

Com mais um caso de negro codificado, Kong é enegrecido quando posto em relação aos brancos do filme. Kong é a cor negra emergindo de uma cultura primitiva mais baixa, na qual é cercado por nativos negros, ou mini kongs quando se vestem como macacos para adorar o grande Kong. 

 

Assim como Ingagi, King Kong usa o artifício narrativo de uma história dentro de outra, quando os cineastas brancos resolvem terminar seu filme em uma ilha. No filme, assim como em Ingagi, o chefe nativo oferece suas mulheres virgens, silenciosas, submissas e seminuas como noivas para Kong.

 

Quando os brancos chegam, a tribo conclui que a jovem atriz é especial por sua pele clara, chamando-a de mulher dourada, e é quando o chefe propõe uma troca perturbadora, seis mulheres negras pela atriz, a qual é recusada. Como o psicanalista Greendberg elabora, esse confronto é “uma criação de mitos raciais dos mais horríveis, no qual uma mulher branca deve valer seis mulheres deles.”

 

O filme também afirma que, diferente de seus encontros com as mulheres nativas negras, a reação de Kong ao ver Darrow (Fay Wray) é única, pois ele se apaixona por ela, esse desejo de Kong por uma parceira humana não é mostrado enquanto mulheres negras são oferecidas a ele. O quão problemático pode ser essa situação?

Você conhecia as raízes problemáticas do King Kong? Conta pra gente! E não deixe de acompanhar o Entretê nas redes sociais — Face, Insta e Twitter — e ficar por dentro das notícias dos mundos da Cultura Latina, Pop, Turca e Asiática!

 

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Texto revisado por Doralice Silva

 

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Do passado ao presente: Uma Reflexão Sobre a Representação Negra no Cinema de Terror

O Entretê vai te levar a uma reflexão sobre como a representação negra no cinema de terror traz à tona padrões cinematográficos racistas.

Na história do cinema, a população negra sempre foi representada como coadjuvantes com papéis extremamente problemáticos. 

Isso pode ser notado com estereótipos em personagens ridicularizados, sofrendo violências terríveis durante todo o filme, como os amigos do personagem branco (que normalmente morrem para salvar esse amigo bem no começo do filme) ou ainda como o famoso vizinho que sabe mexer com feitiçaria, podemos notar uma persistência de uma representação negra específica.

Foto: reprodução/Dialéticas da Imagem

No livro Horror Noire: a representação negra no cinema de terror, Robin R. Means Coleman traz uma análise histórica abrangente da presença da cultura negra no cinema de terror norte-americano, nos explicando o surgimento desses padrões. 

 

A obra explora questões como o apagamento da pessoa negra nas narrativas cinematográficas, a criação e perpetuação de estereótipos, bem como os esforços de resistência em busca de uma representação mais autêntica. 

 

Além disso, o livro é resultado de uma extensa pesquisa conduzida pela autora, que atuou como professora adjunta no Departamento de Estudos de Comunicação e no Centro de Estudos Afro-americanos e Africanos da Universidade de Michigan.

Filmes de Terror com Negros e Filmes Negros de Terror

Os Filmes de Terror com Negros abordam diretamente a população negra e a negritude e muitas vezes são produzidos por não-negros para o público geral. Eles perturbam as noções de segurança e racionalidade do espectador, explorando a diferença entre o racional e o selvagem. 

 

Alguns retratam o outro racial como monstros, enquanto outros usam personagens negros escassamente, destacando ainda mais sua ausência. Alguns filmes utilizam monstros fictícios para simular questões raciais, como O Monstro da Lagoa Negra (1954). 

Foto: reprodução/Boca do Inferno

O conceito de bem e mal é frequentemente centrado na questão racial, como visto em O Nascimento de uma Nação (1915),que retrata os negros escandalosamente e pró-Ku Klux Klan, destacando representações sutis que demonizam a negritude até os dias atuais. É claro que precisamos examinar esses filmes com uma perspectiva histórica, mas entender os absurdos retratados serve como um alerta para as produções atuais. 

 

Já os Filmes Negros de Terror tem como característica uma narração com foco em questões de identidade racial, ao abordar a negritude e todas as suas várias camadas. Trazendo às telas faces da cultura negra, história, experiências, politicas, estética e outras coisas mais específicas, como a música, abordando o que é ser negro de uma forma mais abrangente, em um contexto de terror. 

 

Embora estes filmes tenham um produtor, diretor, roteirista ou artistas negros, a simples presença de uma equipe negra não é motivo suficiente para classificar uma produção como Filme Negro de Terror. 

O Nascimento de uma Nação (de Ideias Racistas)

O filme O nascimento de uma nação, de D.W. Griffith, teve seu roteiro baseado em dois livros do supremacista branco Thomas Dixon Jr., The Leopard’s Spots: A Romance of the White Man’s Burden, (1901) e The Clansman: An Historical Romance of the Ku Klux Klan (1905).

No filme, Griffith conta a história de duas famílias — os sulistas Camerons e os nortistas Stonemans — durante o período de reconstrução pós-Guerra Civil. No primeiro ato do filme, temos a versão de Griffith do fim da Guerra Civil e do assassinato do presidente Abraham Lincoln, enquanto o segundo ato é basicamente sobre a união dos brancos sulistas e nortistas e seus servos negros fiéis.

Foto: reprodução/Live About/ D.W. Griffith

A família sulista, era dona de escravos e é bem-estruturada, enquanto seus amigos nortistas da família Stonemans são abolicionistas e seu patriarca é retratado como um homem doente de bom coração que foi ideologicamente enganado pelos negros. 

 

Segundo Ed Guerrero, historiador de cinema, o filme foi o primeiro longa estadunidense que estabeleceu padrões técnicos usados até hoje, enquanto perpetuava a narrativa de desvalorizar os afro-estadunidenses a meros servos, valentões, mal-educados e folgados.

 

Um exemplo dessa narrativa, é o fato de que os personagens negros, que eram em sua maioria atores brancos com seus rostos pintados, tinham papéis problemáticos. Veja a lista a seguir:

 

  • Gus (Walter Long), um soldado linchado pela Ku Klux Klan por dar em cima de uma jovem branca;
  • Silas Lynch (George Siegmann), um político corrupto;
  • Lydia (Mary Alden), uma mulher negra que sequestra e amarra uma mulher branca, porque Lynch a deseja;
  • Mammy (Jennie Lee) e Tom (Thomas Wilson), dois ex-escravizados que se mantêm fiéis aos seus antigos donos e continuam a trabalhar como servos.

 

O Nascimento de uma Nação introduz os espectadores a negritude para associá-la a uma monstruosidade quando os soldados negros da União chegam a cidade saqueando e atacando pessoas brancas inocentes, quase que com o prazer pela guerra. 

 

São mostrados em contraste aos soldados confederados brancos, os quais são apenas homens brancos cansados da guerra que querem apenas proteger suas terras (brancas) e seu povo (branco).

 

O Nascimento de uma Nação não só retratou o homem negro como vilão, mas também o apresentou como um monstro altamente sexualizado, representando uma ameaça para as donzelas brancas, sendo todos potenciais estupradores, além de em certas cenas, representar o negro como favorável ao canibalismo. 

 

No longa, essa narrativa é construída para justificar os linchamentos realizados por membros da Ku Klux Klan, abordados no filme como verdadeiros heróis americanos. Este filme foi responsável por transformar a percepção do homem negro no cinema, tornando-o uma fonte constante de perigo. 

 

Consequentemente, como aponta Coleman (2019, p. 68): “A negritude foi efetivamente transformada, e o negro se tornou uma das criaturas mais terríveis e temidas de todas.

O Negro Sempre Morre 

A frase que ouvimos desde sempre sobre o gênero do terror, pode trazer um tom de comédia, porém precisa ser analisada mais a fundo. De mil produções analisadas pelo site Black Horror Movies, cerca de um em cada dois personagens negros, morre. Ainda que nos filmes atuais, essa conta mude, pois a diversidade nos trouxe mais personagens negros nas produções, o padrão continua lá.

 

O terror nos filmes, além de causar medo, muitas vezes serve como uma forma de expressar ideologias. A ideia de que todos eventualmente morrem tenta eliminar questões políticas ao generalizar a morte. 

 

Isso acaba retirando a responsabilidade dos produtores do filme em representar adequadamente a sociedade. Porém, mesmo em filmes de terror, as mortes não são todas iguais. 

 

A ideia de que personagens negros sempre morrem primeiro aponta para uma questão mais profunda sobre a representação e a importância do corpo negro no gênero. Isso mostra que, mesmo com tentativas de incluir diversidade, as desigualdades persistem. 

 

A falta de representação negra no cinema de horror não só simbolicamente, mas também fisicamente, evidencia uma forma de violência invisível. Os personagens negros, quando presentes, muitas vezes são tratados como descartáveis, como se fossem apenas parte de uma máquina de matar.

 

Afinal, pense nos slashers ambientados nos subúrbios, como A Hora do Pesadelo (1994) e Halloween (1978) e tente se lembrar da quantidade de personagens negros que moravam nestes lugares nos anos 1980. Ou seja, a não existência de personagens negros às vezes diz mais do que a sua inserção descontextualizada.

O Sacrifício Negro e o Negro Mágico

Nos filmes de terror, é comum observar um padrão recorrente onde personagens negros são frequentemente sacrificados em prol do desenvolvimento ou sobrevivência dos personagens brancos. Nessa dinâmica, se os negros aparecem para contribuir com o gênero, sua participação é vista em filmes de terror com negros, sendo marcada por um apoio afirmativo aos brancos.

 

Na década de 1980, nos filmes, os negros se viam sob pressão para sustentar um sistema de lealdade e confiança que geralmente era unilateral. Em outras palavras, esperava-se que os negros fossem leais aos brancos sem necessariamente receber a mesma lealdade em troca. O que é ainda mais preocupante é que, nesses filmes de terror da época, a lealdade dos personagens negros aos brancos era frequentemente demonstrada não apenas pelo desejo de ajudar, mas também pela disposição de enfrentar uma morte terrível para salvar um personagem branco.

 

O filme O Iluminado (1980), dirigido por Stanley Kubrick, é um ótimo exemplo. Em primeiro lugar, o filme retrata um personagem negro que se sacrifica voluntariamente, morrendo enquanto salva um personagem branco, muitas vezes só para provar ao personagem branco o quão perigoso é a atual situação.

Foto: reprodução/Dark Blog

Em segundo lugar, o filme usa o estereótipo do negro mágico, no qual um personagem negro possui habilidades sobrenaturais empregadas não em benefício próprio, de sua família ou comunidade, mas sim em favor de pessoas brancas. Em quantos filmes esse estereótipo não foi usado?

 

Por exemplo, no filme À Espera de um Milagre (1999), que se passa na década de 1930, o personagem negro John Coffey (Michael Clarke Duncan) é mostrado como um grandalhão mágico e burro que está no corredor da morte por um crime que não cometeu. Coffey cura a hérnia de seu executor com um toque de mão, libertando o homem da dor e renovando sua vida sexual. 

 

Além disso, Coffey remove o câncer da esposa do diretor da prisão, salvando a vida dela. Surpreendentemente, Coffey até mesmo reduz dramaticamente o processo de envelhecimento de um rato. Contudo, apesar de suas habilidades extraordinárias, Coffey não usa seus poderes para salvar a si, sendo executado por aqueles a quem ajudou, embora estejam cientes de sua inocência.

 

Como Coleman conclui em Horror Noire, os personagens negros frequentemente recebem qualidades santificadas e até mesmo mágicas numa tentativa errônea dos cineastas de rebater estereótipos racistas. No entanto, caracterizações desse tipo, na verdade, servem ao público branco. É como se fosse necessário santificar um negro para que ele adquira o equivalente moral de um branco. 

O Protagonismo Negro

 

Por outro lado, existem momentos e produções no gênero que procuram transcender essas problemáticas, ainda que possam enfrentar críticas, como, por exemplo, em 1968, A Noite dos Mortos-Vivos traz à tona a importância de um protagonista negro. Na década de 1970, o movimento Blaxploitation viu um aumento significativo da presença de homens e mulheres negras em diversas áreas artísticas. 

 

Nos anos 1990, Candyman resgatou o protagonismo negro, enquanto a virada para os anos 2000 trouxe uma abordagem explícita das questões sociais contemporâneas. No entanto, é importante problematizar os novos estereótipos surgidos no Blaxploitation, como os de cafetina e cafetão, assim como a representação da perseguição de uma mulher branca por um homem negro em Candyman. 

Foto: reprodução/YouTube

Hoje, com produções como Nós (2019), chegamos a um cenário em que representações preconceituosas já não têm mais sustentação, e as discussões raciais estão ganhando grande força. 

 

Em um contexto onde o terror reflete e molda percepções sociais, é vital questionar a eficácia da representação negra no cinema. Analisar como o horror retrata personagens negros não apenas revela as raízes de preconceitos enraizados na sociedade, mas também desafia os padrões estabelecidos, incentivando a busca por narrativas mais inclusivas e significativas.

 

Cineastas como Spike Lee, Jordan Peele, Ava DuVernay, Barry Jenkins e Ryan Coogler exemplificam como os afrodescendentes têm um papel crucial a desempenhar no cinema, indo além de serem apenas coadjuvantes ou instrumentos na narrativa da evolução dos brancos. Desde obras profundas como Infiltrado na Klan (2018) e Selma (2014) até produções de puro entretenimento como Corra! (2017) e Pantera Negra (2018) eles demonstram de forma vívida como a representatividade é verdadeiramente eficaz.

 

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Texto revisado por Thais Moreira

 

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Cultura Entretenimento

Dia das Mães | 5 conselhos de mães do audiovisual para celebrar a data

Para celebrar o especial Dia das Mães, mergulhamos no universo cinematográfico em busca de conselhos inspiradores de algumas figuras maternas icônicas do cinema.

À medida que nos aproximamos do Dia das Mães, é hora de homenagear essas figuras inspiradoras e relembrar os preciosos conselhos que compartilharam conosco. Vamos revisitar cinco conselhos de mães que transcendem a tela e tocam nossos corações, mostrando que o poder materno é uma força universalmente reconhecida e celebrada.

This is Us (2016–2022)
Imagem: reprodução/@thisisusbra

This is Us é uma série de drama familiar transmitida originalmente pela National Broadcasting Company (NBC). A história acompanha a emocionante vida dos Pearson em épocas diferentes, alternando entre o presente e a infância dos três irmãos.

No elenco estão Mandy Moore (Red Band Society), Milo Ventimiglia (Gilmore Girls), Sterling K. Brown (Pantera Negra), Justin Hartley (Revenge), Chrissy Metz (Superação: O Milagre da Fé), Susan Kelechi Watson (Louie), Chris Sullivan (The Knick) e Ron Cephas Jones (Luke Cage).

A série ficou conhecida por tocar em assuntos delicados, trazendo à tona diálogos muitas vezes deixados de lado. Rebecca, a mãe, tem que lidar com seus filhos e netos, e o faz magistralmente, nos dando de presente conselhos que valem para a vida de todos que assistem à produção.

+ Relembre 6 momentos marcantes de This is Us

Forrest Gump — O Contador de Histórias (1994)
Foto: reprodução/Instagram @umfilmemedisse

Embora a mãe de Forrest apareça algumas vezes no decorrer do filme, é em off, sob a narração de Tom Hanks (Náufrago) que aprendemos sobre como seus conselhos marcaram seu filho. O longa apresenta a história de Forrest Gump, um jovem que, graças à educação exemplar proporcionada por sua mãe, consegue superar suas limitações.

Enquanto nutre uma paixão por sua amiga de infância, Jenny, Forrest se vê em encontros fortuitos com diversas celebridades, influenciando vidas e se tornando figura midiática por razões totalmente fora de seu controle. Sua jornada dinâmica ilustra como a gentileza e a simplicidade podem deixar uma marca poderosa e duradoura no mundo.

Mesmo com o raciocínio peculiar, Forrest Gump nunca se sentiu desfavorecido. Graças ao apoio da mãe, ele teve uma vida normal. Seja no campo de futebol como um astro do esporte, lutando na Guerra do Vietnã ou sendo capitão de um barco de pesca de camarão, Forrest, assim como sua mãe, inspira a todos com seu otimismo.

Red — Crescer é uma Fera (2022)
Foto: reprodução/Instagram @e_foradeserie

O filme da Disney, situado nos anos 2000, possui um enredo que gira em torno de Mei Lee, uma garota sino-canadense de 13 anos. Ela se encontra em uma encruzilhada entre manter-se como a filha dedicada de sua mãe ou enfrentar os desafios tumultuosos da adolescência

Além disso, para complicar ainda mais sua vida, sempre que se sente sobrecarregada ou ansiosa, ela se transforma em um panda-vermelho gigante. Com as mudanças em seus interesses, relacionamentos e corpo, Mei enfrenta uma jornada repleta de desafios e autodescoberta. O filme aborda o processo de crescimento de uma forma divertida e cativante, proporcionando momentos hilariantes que podem levar os pais a uma reflexão profunda sobre suas próprias abordagens na criação dos filhos. 

Essa abordagem divertida e tocante oferece uma perspectiva valiosa sobre a jornada do crescimento e os desafios da parentalidade, incentivando os pais a cultivarem um ambiente que promova a autonomia e a autoconfiança em seus filhos. Como resultado, temos um filme profundo sobre a relação entre mães e filhas.

Amor de Mãe (2019–2021)
Foto: reprodução/Instagram @umfilmemedisse

Lurdes (Regina Casé), Thelma (Adriana Esteves) e Vitória (Taís Araújo) representam distintas facetas da maternidade, cada qual com sua singularidade. Apesar das diferenças em suas realidades e histórias, seus destinos se entrelaçam de maneiras surpreendentes. 

Há 26 anos, Lurdes deixou para trás sua terra natal no Rio Grande do Norte, partindo rumo ao Rio de Janeiro com seus três filhos pequenos. Em sua jornada, encontrou um bebê abandonado e o acolheu como seu próprio filho, enquanto continua sua busca incansável por Domênico, um dos seus filhos biológicos, vendido pelo pai quando tinha apenas dois anos.

Por sua vez, Thelma, viúva há anos, dedica-se integralmente ao cuidado de seu filho Danilo (Chay Suede). Ele sobreviveu a um incêndio, que tirou a vida de seu pai, graças ao amor inabalável de sua mãe, que enfrentou todos os perigos para resgatá-lo. Contudo, a vida de Thelma toma um rumo inesperado quando um exame de rotina revela um aneurisma cerebral inoperável, desencadeando uma corrida contra o tempo para realizar seus sonhos. 

Entretanto, seus desejos mais profundos estão intrinsecamente ligados a Danilo, que desconhece a gravidade da doença e busca independência de sua mãe superprotetora, desafiando-a a aceitar sua emancipação. Enquanto isso, Vitória, uma advogada de sucesso, dedica-se ao trabalho em defesa de Álvaro da Nóbrega (Irandhir Santos), um empresário ambicioso e moralmente questionável. Sua carreira é sua prioridade, mas sua maior angústia reside na incapacidade de conceber um filho biológico, levando-a a considerar a adoção como alternativa. Enquanto aguarda ansiosamente a chegada do filho adotivo, seu encontro com Davi (Vladimir Brichta) desencadeia uma atração intensa entre os dois. Uma única noite de paixão resulta em uma surpreendente gravidez, colocando Vitória em uma situação onde a conexão com o pai de seu filho vai além de um simples encontro casual.

Em cada conversa, essas personagens nos presenteiam com conselhos que transcendem as telas.

The Midnight Gospel (2020–presente)
Imagem: reprodução/Pinterest

The Midnight Gospel, uma série animada de ficção científica estadunidense, lançada na Netflix em 20 de abril de 2020, é uma criação conjunta de Pendleton Ward e Duncan Trussell. Marcando a estreia de Ward como produtor de animação para a plataforma de streaming, a série cativa os espectadores com entrevistas sobre temas filosóficos genuínos, envolvendo uma variedade de convidados, enquanto embarcam em jornadas fantásticas através do multiverso. 

O cenário é uma nave espacial concebida pelo personagem Clancy, que simula os ambientes planetários. No oitavo e último episódio da primeira temporada, intitulado Como Eu Nasci, os espectadores testemunham uma conversa profunda e íntima entre Clancy e sua falecida mãe. Essa comovente troca de palavras ecoa uma conversa real que Duncan Trussell teve com sua mãe em seu podcast, pouco antes de ela falecer em 2013.

Quando você perde sua mãe, você a sente todos os dias. Todos os dias eu sinto falta dela. Não sei se vai passar, mas não quero necessariamente que a sensação vá embora” diz Trussell.

Além dessas, que outras mães também tem frases icônicas? Conta pra gente! Siga o Entretê nas redes sociais — Face, Insta e Twitter — pra ficar por dentro das notícias do entretenimento e da cultura!

Leia também: Dia das Mães: especial da MUBI destaca famílias incomuns

Texto revisado por Michelle Morikawa

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Programa Cinema do Brasil participará de Cannes 2024

O festival de cinema deste ano terá o programa brasileiro apoiando o audiovisual nacional com três títulos nas amostras oficiais.

Criado e gerido pelo SIAESP (Sindicato da Indústria Audiovisual do Estado de São Paulo) em 2006, em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), o Cinema do Brasil tem como objetivos incentivar a participação de produtores e distribuidores brasileiros nos mercados internacionais, estimular o networking e promover os filmes brasileiros nos festivais internacionais.

Foto: divulgação/Cinema do Brasil
Filmes nacionais com destaque internacional

Depois de uma década, o cineasta Karim Aïnouz (A Praia do Futuro, 2014), premiado em Cannes por A Vida Invisível (2019), retorna à sua terra natal, o Ceará, para filmar Motel Destino, produzido pela Gullane, que concorre à Palma de Ouro. O longa, que tem no elenco Fábio Assunção (Fim, 2023) e os estreantes Nataly Rocha (Reza a Lenda, 2016) e Iago Xavier, se passa num Brasil pós-pandemia e foi todo filmado no Ceará.

 

O longa conta a história de Heraldo, vivido por Iago Xavier. Para tentar se livrar de uma dívida, ele tenta um assalto a um banco, mas não tem sucesso. Busca, então, esconderijo em um motel de beira de estrada, onde conhece a personagem de Nataly Rocha, Dayana. Ela é casada com Elias, vivido por Fábio Assunção.

 

Um filme que fala de vitalidade antes de qualquer coisa. É visceral, desafia o conservadorismo”, diz Karim.

Foto: divulgação/Motel Destino

O segundo filme trazido pelo programa de incentivo é Baby, de Marcelo Caetano (Corpo Elétrico, 2017) produzido pela Cup Filmes. Na produção, logo após ser liberado de um centro de detenção para jovens, Wellington (interpretado pelo estreante João Pedro Mariano) se vê à deriva pelas ruas de São Paulo.

 

Durante uma visita a um cinema pornô, ele conhece o garoto de programa Ronaldo (Ricardo Teodoro, de Renascer), com quem passa a viver uma relação cheia de conflitos, entre a exploração e a proteção, o ciúme e a cumplicidade. Infelizmente, o longa ainda não tem data de estreia nos cinemas brasileiros!

Foto: divulgação/Baby

O terceiro título nacional levado ao festival é o curta-metragem Amarela (2024), dirigido por André Hayato Saito e produzido pela MyMama Entertainment, que também está concorrendo à Palma de Ouro.

 

A história acompanha Erika Oguihara, interpretada por Melissa Uehara (participante do The Voice Kids, 2020), uma adolescente nipo-brasileira que rejeita as tradições de sua família japonesa e se encontra ansiosa para celebrar o título mundial de futebol do Brasil em 1998. No calor da partida, Erika é atingida por uma violência que parece invisível, mergulhando em um mar doloroso de sentimentos.

 

[…] entender que pessoas amarelas também são parte do que é ser brasileiro e elas têm direito a esse lugar. Complexificação: entender que elas têm virtudes e defeitos como qualquer outra, fogem ao estereótipo da minoria modelo, também fazem merda, também amam, e por aí vai.” responde André sobre como a representatividade amarela pode influenciar a narrativa cinematográfica e a percepção do público em relação às histórias contadas, em entrevista ao Entretê.

Foto: divulgação/Amarela
Estande e delegação

Durante o Cannes 2024, o programa Cinema do Brasil não apenas apresentará os filmes, mas também terá presença marcante no Marché du Film com um estande dedicado.

 

Esse espaço não só serve como base operacional para a equipe e os associados conduzirem reuniões de negócios, mas também como ponto de encontro para eventos de networking. Além disso, ele se tornou uma referência essencial para profissionais estrangeiros em busca de informações sobre filmes, projetos e talentos brasileiros. 

 

Há 18 anos, o programa tem mantido esse estande ininterruptamente durante as edições do destival. Por último, mas não menos importante, há um catálogo específico, preparado pelo Cinema do Brasil, que destaca os filmes e projetos levados pelas empresas brasileiras ao Marché du Film. 

 

O que achou dos filmes que vão nos representar no festival? Conta pra gente! E não deixe de acompanhar o Entretê nas redes sociais — Face, Insta e Twitter — para ficar por dentro das notícias do entretenimento e da cultura!

Leia também: Precisamos falar sobre o embranquecimento das produções asiáticas

 

Texto revisado por Michelle Morikawa

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