Autor: Gabriela Pavão

Artista realiza coletiva de imprensa e pocket show para apresentar o novo álbum aos fãs e à imprensa

Na noite de terça-feira (25), a cantora Gloria Groove participou de uma coletiva de imprensa e pocket show para compartilhar seu novo álbum lançado no último dia 26: Serenata da GG Vol. 2.

Nasce um conceito

Para compor o projeto Serenata da GG, sua grande referência musical e visual é o período dos anos 90, segundo ela “Como consumíamos e ouvíamos a música, o R&B brasileiro, o baile charme, o pagode romântico, mas também como consumíamos o amor, os programas de namoro”.

Gloria Groove revelou que o seu momento mais marcante durante o processo criativo ocorreu no 2º dia de composição, quando ainda não sabia exatamente o que queria, mas estava ouvindo e gravando algumas composições.

GG decidiu então que queria abordar a estética do amor extremo: unir cultura drag e amor, exagero e programas de namoro, lembrando-se de Fernanda Lima, Daniela Cicarelli e Rodrigo Faro. Foi ali que o projeto nasceu.

A artista estudou o álbum “Desafio” do cantor Belo para começar o processo de composição e para retomar a nostalgia, o jeito de falar sobre os sentimentos e buscar a memória afetiva.

O título “Serenata” foi pensado a partir da sua reflexão do que seria uma situação romântica. Ela lembrou da palavra serenata como um ato apaixonado e, também inspirada pelo bombom e por uma das últimas lives da cantora Marília Mendonça, decidiu que esse seria o nome do novo trabalho.

A partir deste ponto, todas as músicas criadas, de acordo com ela, foram melhores, pois já havia um norte. Escolher o nome foi o primeiro passo. Se o volume 1 mostra a sua história, vida e gostos, o volume 2 fala sobre referências e é um álbum que contém músicas de amor com começo, meio e fim. Todas vestidas de pagode, homenageando seus amores, como namorado e família.

Parcerias

Gloria Groove trabalhou com Rafael Castilhol, escolhido como o diretor musical do álbum. Ela já admirava seu trabalho desde o Lud Sessions, quando passaram a colaborar musicalmente juntos. “Sabia que ele precisava encabeçar a produção desse projeto, do Serenata, ele entende do que eu gosto, R&B e pagode, as minhas referências”, disse ela.

Além dos feats desse álbum, que GG disse ter sido com pessoas especiais que abriram as portas do pagode para ela, mencionou que adoraria trazer nomes como Péricles, Iza e Liniker nos seus próximos trabalhos, assim como referências antigas (Simony) e os amigos Ludmilla, Thiaguinho e Bruno Cardoso (Sorriso Maroto).

Sobre a sua parceria com Ana Carolina, GG revelou admirar o estilo que ela escolhe cantar, as temáticas que escolhe abordar e o fato de falar sobre sua sexualidade nas letras. Para além da conexão musical, a participação no projeto representa um “finalmente juntas”.

Nosso Primeiro Beijo

O single Nosso Primeiro Beijo foi uma surpresa e sucesso estrondoso que viralizou antes mesmo de ser lançado, no pocket show prévio para os fãs. Embora não fosse a música-tema de escolha principal (Loucuras de Amor), ela decidiu ouvir a voz do povo, “que é muito mais alta”.

Assim como no primeiro volume, os fãs escolherão o primeiro single do volume 2, sendo a ideia descobrir qual música mais toca o coração do público.

A artista ouviu de cantores e amigos como Xande, Péricles e Thiaguinho, “Você sabe o impacto que a sua música teve, você já entendeu” e só a partir desse momento começou a processar que Nosso Primeiro Beijo ultrapassou a bolha e tornou-se algo de repertório. Uma música que será cantada por quem vive do pagode no barzinho cantando. Segundo ela, é uma realização, afinal, todo artista quer viver esse nível de conexão e fazer algo atemporal.

Por que pagode?

GG contou que o pagode foi o estilo musical que mais a acolheu fora do nicho do pop. Ela traduziu seu gosto pelo sentimentalismo na voz, a partir deste que estava em sua jornada há tempos.

O pagode faz parte de sua vida desde a infância. Sua mãe era backing vocal da banda Raça Negra e, ali, Gloria encontrou um lugar que podia e ainda pode chamar de casa.

Sua mãe sempre esteve presente em sua carreira, tendo participado da composição de Meu Anjo e marcado presença no Vol.1. Uma relação de muito carinho, admiração e apoio.

Já a escolha do gênero musical, desafia moldes sociais e estigmas. “Talvez a minha presença no pagode seja para indagar ‘por que não’?”. O pagode é um estilo dominado por homens, e apesar de GG ser um homem drag, a artista carrega sua comunidade, mostrando a potência como ícone LBTQUIAPN+.

Como drag, consegue criar algo inteiramente novo: uma era de pagode com ares de era de diva pop cores, tema e conceito. Ela faz a diferença como um homem gay drag queen falando sobre viver o amor e o naturalizando através da serenata. Defende a importância de mudar e ter liberdade de sempre se reinventar.

Numanice da Gloria Grove?

No dia 19/10, GG fará um show no Espaço Unimed em São Paulo, que inicia oficialmente a turnê desse novo momento. Até então, o Serenata foi performado apenas como um pedacinho dos shows e essa será a estreia da turnê do projeto. 

A artista diz que estar no palco do Espaço Unimed representa muito para ela, como pessoa de São Paulo, que já viveu boas experiências com os amigos lá.

A partir do dia 19, ocorrerão shows exclusivamente focados no pagode, misturando os dois álbuns do projeto Serenata da GG. Será uma performance diferente, uma vez que o show de pop e de pagode representam lados diversos (mas que a contemplam de forma distinta), destravando novas possibilidades.

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Texto revisado por Laura Maria Fernandes de Carvalho