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Entrevista | Bibliotecária explica como a profissão sobrevive à tecnologia, combate Fake News (e revela seu livro favorito!)

No papo exclusivo do Clube do Entretê, no mês do Bibliotecário, mergulhamos em uma conversa fascinante com a Dra. e bibliotecária Fabiana S. de Andrade

Em um mundo digital onde a informação flui sem filtros, a figura do bibliotecário ressurge com uma importância renovada. Para entender como essa profissão se adapta aos desafios da tecnologia e se torna um baluarte contra a desinformação, o Clube do Entretê conversou com a Dra. e bibliotecária Fabiana S. de Andrade, uma especialista apaixonada pelo universo do conhecimento.

Confira, a seguir, uma conversa inspiradora que desmistifica a profissão de bibliotecário e nos mostra como ela continua vital para a construção de uma sociedade mais informada e crítica. E, claro, fique ligado para descobrir qual livro especial conquistou o coração dessa dedicada profissional!

Entretetizei: Em um mundo inundado de informações, especialmente nas redes sociais, como a biblioteca pode ajudar as pessoas a distinguir fatos de ficção?

Fabiana S. de Andrade: A biblioteca é um espaço que reúne os mais diversos tipos de informações que, antes de estarem disponíveis para o público, passam por algumas verificações como, por exemplo, análise da fonte, autoria, atualidade, qualidade do conteúdo, entre outras. Além disso, ela pode promover letramento informacional através de palestras, workshops e oficinas sobre verificação de fatos e uso crítico da informação.

E: Quais ferramentas e recursos a biblioteca oferece para promover o pensamento crítico e a alfabetização informacional?

F: As bibliotecas oferecem um vasto acervo de obras, periódicos e bases de dados, muitas vezes com acesso gratuito. Também podem disponibilizar formações específicas sobre como realizar pesquisas, identificar fontes confiáveis e ferramentas de otimização de análise de dados, além da promoção e incentivo de debates, clubes de leitura e rodas de conversa.

Já participei de projetos em que a biblioteca organizou clubes de leitura com palestras com especialistas, seguido por rodas de conversa que possibilitam conhecer o posicionamento dos participantes e esclarecer dúvidas sobre temas atuais. Além de promover campanhas de conscientização sobre o uso das redes sociais e divulgar fontes de informação confiáveis.

Bibliotecária fala sobre o futuro da profissão, fake news e livro favorito
Foto: reprodução/Arquivo Pessoal

E: Quais são os maiores desafios que os bibliotecários enfrentam atualmente?

F: A profissão enfrenta desafios como a falta de reconhecimento da importância da profissão, diminuição de investimentos nos espaços que disponibilizam acesso livre à informação de qualidade e a rápida transformação digital.

E: Como a tecnologia está transformando a profissão de bibliotecário?

F: A tecnologia ampliou o papel da pessoa bibliotecária, que agora também atua como curadora digital, mediadora informacional e gestora de dados. Ferramentas como inteligência artificial, realidade virtual, redes sociais e bibliotecas digitais criaram novas oportunidades, mas também exigem capacitação contínua.

E: Quais habilidades um bibliotecário precisa ter para se destacar no futuro?

F: Habilidades em tecnologia, comunicação, curadoria e gestão de projetos e informação. O profissional do futuro também precisará de criatividade para inovar em serviços, além de empatia e visão estratégica para adaptar a biblioteca às demandas do seu público.

E: Que oportunidades você vê para os jovens que desejam seguir a carreira de bibliotecário?

F: Devido às inúmeras diferenças de realidades em nosso país, as oportunidades vão desde as atividades tradicionais ligadas a disponibilizar acesso à informação até o novo mercado centrado na atuação em bibliotecas digitais, curadoria de conteúdo e gestão de informações empresariais, além de nichos em direitos autorais, acessibilidade informacional e combate à desinformação. Com as crescentes demandas por informação confiável, a pessoa bibliotecária é mais relevante do que nunca.

E: Que conselho você daria para jovens que estão pensando em seguir a carreira de bibliotecário?

F: Invista em formação contínua, aprenda as técnicas tradicionais, mas esteja aberto à necessidade de adaptá-las tanto para a geração analógica como para a tecnológica, e nunca subestime o impacto social que um trabalho executado com qualidade pode causar. Além disso, pratique o respeito pela diversidade de ideias, pois é um dos elementos que move a profissão.

Acredito que capacidade de se adaptar é uma das qualidades mais importantes, ser aberto a aprender novas rotinas no dia a dia e estar comprometido em fazer do seu local de trabalho um espaço relevante para a sociedade.

E: Como os jovens podem se preparar para os desafios e oportunidades da biblioteconomia?

F: Buscar cursos de formação, participar de eventos da área, dialogar com profissionais que já atuam no mercado e manter-se atualizado sobre as tendências da área. Além disso, procurar estágios e trabalhos nos diferentes espaços biblioteconômicos para ganhar experiência prática.

E: Qual a história mais curiosa ou emocionante que você já vivenciou na biblioteca?

F: Uma das cenas mais lindas que vi foi a de crianças fazendo fila para realizar empréstimos dos livros da biblioteca. Enquanto muitos dizem que as crianças só querem utilizar o celular, aquele momento mostrou que, se tiverem acesso aos livros, muitas delas farão essa escolha. Só é preciso que elas tenham contato desde cedo com os livros.

Bibliotecária fala sobre o futuro da profissão, fake news e livro favorito
Foto: reprodução/Arquivo Pessoal

E: O que te motiva a ser bibliotecária?

F: Acredito no poder da leitura, do acesso à informação e que esses são direitos fundamentais que asseguram o desenvolvimento da sociedade. E que quando a pessoa bibliotecária executa suas atividades, ela faz parte do ciclo que contribui para esse desenvolvimento.

E: Qual a sua parte favorita do trabalho?

F: Sem dúvida, é a interação com as pessoas. É perceber as diferentes necessidades informacionais de cada um que atendo. Desde ajudar alguém a encontrar um livro literário até organizar projetos que conectam a comunidade aos conteúdos científicos e técnicos.

E: Se você pudesse ter qualquer livro do mundo em sua biblioteca, qual seria e por quê?

F: Escolheria a Bíblia de Gutenberg que, além de ser uma obra rara, é um objeto carregado de história, que te faz refletir sobre as mudanças na forma de impressão e produção de livros, a transformação da cultura e como a disponibilização do conhecimento pode mudar uma época.

E você, leitor, o que faz para combater a desinformação? Quer trocar experiências literárias e discutir leituras no seu tempo? Participe do Clube de Leitura do Entretê.

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Leia também: Você lê por prazer ou para vencer uma maratona?

Texto revisado por Layanne Rezende 

 

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Cinema Resenhas

Quando chega o Outono: o cinema francês te pergunta: você vê além das aparências?

Um drama familiar intrigante sob a direção de François Ozon

Hélène Vincent e outros atores em cena de "Quando chega o Outono", filme francês.
Fotos: reprodução/Diaphana Distribution)

Em um bucólico vilarejo da Borgonha, acompanhamos a história de Michelle, uma ex-prostituta com um passado em Paris que ressoa em suas tensas relações familiares, especialmente com sua filha Valérie. Assim, Quando chega o Outono nos convida a mergulhar nas complexidades dessas relações, marcadas por segredos, traumas e a busca por redenção.

Dessa forma, François Ozon tece uma narrativa densa e intrigante que nos confronta com a dificuldade de julgarmos o próximo, especialmente quando identidades e passados são complexos. O roteiro de Ozon não oferece respostas fáceis.

Ademais, a relação tensa entre Michelle e sua filha Valérie, o passado nebuloso de Michelle e o súbito envenenamento durante as férias do neto Lucas constroem uma atmosfera carregada de mistério e ressentimento. Somos levados a questionar a inocência e a culpa de cada personagem, em uma narrativa que se desdobra em camadas, sem entregar tudo de bandeja ao espectador.

Por outro lado, essa abordagem, embora possa incomodar os apreciadores de filmes mais lineares, é uma marca do cinema francês e, em particular, da obra de Ozon. O filme tangencia temas delicados sobre as complexidades das relações familiares, onde o passado de Michelle como prostituta se torna um elemento central, expondo as dificuldades inerentes a essas experiências.

Parece que criar filhos e suas dificuldades é o principal tema do momento, seja na série de destaque Adolescência, seja nas colunas de jornais ou em entrevistas do momento. A verdade é que esse desafio não é segredo pra ninguém, mas sempre gera debate e funciona.

Atuações marcantes: Hélène Vincent, Ludivine Sagnier e Pierre Lottin
Imagem que ilustra a crítica de cinema de "Quando chega o Outono", um filme que questiona as aparências.
Fotos: reprodução/Diaphana Distribution)

Hélène Vincent como Michelle Giraud: Michelle é uma avó que vive em um vilarejo na Borgonha e anseia pela visita do neto, mas um evento inesperado com sua filha abala suas relações familiares e a traz de volta a um passado cheio de segredos. A atuação de Hélène Vincent é a espinha dorsal emocional do filme. Ela entrega uma Michelle multifacetada, transitando com sutileza entre a fragilidade de uma avó solitária, o peso de um passado mal resolvido e uma aura de mistério que nos mantém curiosos sobre suas reais intenções. Vincent evita qualquer clichê ao construir sua personagem, conferindo-lhe uma humanidade palpável, mesmo em seus momentos mais sombrios. Sua expressividade no olhar e nos gestos revela as camadas de uma mulher marcada pela vida, mas que anseia por afeto e aceitação. É uma performance madura e intensa, que ressoa mesmo após o fim da projeção.

Ludivine Sagnier como Valérie Tessier: Valérie é a filha de Michelle, cuja relação com a mãe é marcada por traumas e ressentimentos. Um incidente durante uma visita com seu filho desencadeia uma série de eventos que expõem as fragilidades e os nós dessa relação. Ludivine Sagnier, atriz que também brilhou em Swimming Pool – À Beira da Piscina, entrega uma Valérie que nos provoca reações fortes. A relação conturbada com a mãe, somada aos eventos que se sucedem, gera no espectador um turbilhão de sentimentos negativos em relação à personagem. A sensação é, por vezes, de um forte impacto emocional, tamanha a frustração e a raiva que sua postura e suas ações despertam. Em certos momentos, a vontade de “matar” Valérie é quase palpável, o que demonstra a força da interpretação de Sagnier em construir uma figura tão perturbadora e complexa.

Pierre Lottin como Vincent Perrin: Vincent é o misterioso filho de Marie-Claude que retorna à vila após sair da prisão. Sua presença enigmática e suas interações com Michelle adicionam uma camada de suspense à narrativa, levantando dúvidas sobre suas reais intenções. Pierre Lottin, como o misterioso filho de Marie-Claude, Vincent, equilibra a ambiguidade de seu personagem com maestria. Suas falas são carregadas de subtexto, e sua linguagem corporal, muitas vezes reservada, contribui para o suspense que paira sobre sua presença. Lottin encarna à perfeição a frase “você não é o que parece ser”. Cada olhar, cada silêncio de Vincent, nos faz questionar suas motivações e seu papel nos eventos que se desenrolam, mantendo a tensão da narrativa até o último instante.

Temas profundos: família, passado e o peso do julgamento
"Quando chega o Outono": crítica de cinema do drama francês que nos faz questionar se vemos além das aparências. Cena com Hélène Vincent como Michelle Giraud e Pierre Lottin como Vincent Perrin
Fotos: reprodução/Diaphana Distribution)

Os principais temas de Quando chega o Outono orbitam em torno das complexas relações familiares, segredos do passado, maternidade, redenção e o peso do julgamento social. O filme também aborda, de forma implícita, a questão da prostituição dentro da esfera familiar, levantando a reflexão sobre a humanidade e os laços de pessoas que exercem essa profissão. A cena dos cogumelos, ponto central da trama, ganha uma camada extra de curiosidade ao sabermos que a premissa do filme nasceu de uma experiência real vivida por François Ozon em um jantar familiar, onde uma suspeita de envenenamento pairou no ar.

O legado de Maria Madalena e a referência com a sociedade
Hélène Vincent cortando cogumelos em cena do filme francês "Quando Chega o Outono". Crítica de cinema sobre as aparências e segredos.
Fotos: reprodução/Diaphana Distribution)

François Ozon, conhecido por sua versatilidade e filmes provocadores como Jovem e Bela, mais uma vez demonstra sua habilidade em explorar as nuances da psique humana e os tabus sociais. Em Quando chega o Outono, Ozon nos coloca em um constante conflito interno sobre a verdadeira natureza dos personagens e os rumos da história.

A escolha de iniciar o filme com uma missão e um sermão sobre Maria Madalena não é gratuita. Michele, de certa forma, é a nossa Madalena, uma figura com um passado mundano que busca aceitação e um recomeço. O diretor nos questiona: somos capazes de enxergar além do rótulo de ex-prostituta? Ozon, com sua sensibilidade característica, imprime essa reflexão em sua obra. A sabedoria contida no sermão ecoa ao longo da narrativa, nos lembrando da importância de não julgarmos pelas aparências.

Uma reflexão necessária sobre perdão e aceitação

Quando Chega o Outono se configura como uma cartilha sobre recomeços, sobre a necessidade de abandonar o julgamento e abraçar o direito a uma segunda chance. E se o retorno do fantasma de Valérie no clímax sugere algo, talvez seja a representação do fechamento de um ciclo de aceitação e perdão, mesmo que permeado por dor e sofrimento.

“Quando Chega o Outono” estreia nos cinemas em 27 de março, convidando o público a uma imersão em um drama familiar denso e reflexivo, que certamente gerará debates e discussões após a sessão.

Leia também: De Uma Linda Mulher à Super Mário Bros: o show com cara de cinema que Roxette UK traz ao Brasil pela primeira vez 

Texto revisado por Angela Maziero Santana 

 

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Entretenimento Música

De Uma Linda Mulher à Super Mario Bros: o show com cara de cinema que Roxette UK traz ao brasil pela primeira vez

Uma turnê épica que promete incendiar os palcos de 11 cidades

Prepare-se para uma experiência única! Roxette UK traz ao Brasil um show inédito com clássicos do cinema.
Foto: reprodução/Jabavac

Preparem os corações! O repertório responsável por embalar os romances mais icônicos dos anos 80 e 90 está prestes a chegar ao Brasil em 2025, com a banda inglesa Roxette UK, para uma série de shows que promete incendiar os palcos de 11 cidades. Sim, estamos falando das músicas presentes nas aberturas de novelas e trilhas sonoras de filmes que marcaram a época e se transformaram em hinos atemporais!

It Must Have Been Love: do cinema para os seus ouvidos
Foto: reprodução

Quem não se emocionou com Uma Linda Mulher (1990)? Julia Roberts e Richard Gere protagonizaram cenas inesquecíveis ao som de It Must Have Been Love, uma balada que se tornou sinônimo de romance. Aliás, essa canção não apenas dominou as paradas musicais, mas também se enraizou na cultura pop, marcando presença em diversas listas de melhores trilhas sonoras de todos os tempos. Fazendo parte, inclusive, das propagandas de moteis nas rádios pelo mundo, noivados e pedidos de casamento.

Entre as curiosidades que marcaram a trajetória dessa música está o fato de que It Must Have Been Love foi originalmente composta como uma canção de Natal, na Suécia, e se transformou em um dos maiores sucessos do Roxette após ser incluída na trilha sonora do filme em 1990.

Almost Unreal 

Almost Unreal é um hit explosivo que faz parte da trilha sonora do filme Super Mario Bros, de 1993.

The Look e Joyride: a energia contagiante dos anos 90

The Look e Joyride trazem um som vibrante que combina com adrenalina e diversão. Vale uma conferida nas letras das músicas.

Ela tem o olhar, ela tem o olhar

She’s got the look, she’s got the look

Ela tem o olhar, ela tem o olhar

She’s got the look, she’s got the look

O que no mundo pode fazer uma menina de olhos castanhos ficar azul

What in the world can make a brown-eyed girl turn blue | trecho da música The Look (O Olhar)

Spending My Time e Fading Like A Flower: baladas para aquecer o coração

Para os momentos mais introspectivos, o Roxette preparou um repertório de baladas que tocam a alma. Spending My Time e Fading Like a Flower embalaram romances, despedidas e reencontros, transformando momentos cotidianos em cenas de filme.

Uma experiência sensorial completa

Essa turnê não se trata apenas de nostalgia, é uma imersão completa na era dourada do pop-rock internacional. Prepare-se para um show com produção impecável, recriando a magia das apresentações originais, com direito a efeitos visuais e sonoros que te transportam para os anos 80 e 90.

ROXETTE UK: recriando a essência de uma era inesquecível
Prepare-se para uma experiência única! Roxette UK traz ao Brasil um show inédito com clássicos do cinema.
Foto: reprodução/Jabavac

ROXETTE UK abraçou com paixão e perfeição o legado da banda original, e é reconhecida como o tributo mais fiel ao lendário duo sueco. O grupo recria o som, a emoção e a energia das apresentações originais, encantando plateias ao redor do mundo.

Libbi Cooper, no papel de Marie Fredriksson, impressiona com sua presença de palco magnética e uma voz que resgata a essência da cantora sueca com autenticidade. Já Matt Black, como Per Gessle, incorpora o carisma e o talento do artista em cada acorde. Ao lado de músicos extraordinários – Jake Graham (guitarra), Joe Lally (baixo) e Andy Mapp (bateria) –, a banda entrega um espetáculo eletrizante, indo além de um show: é uma verdadeira celebração do Roxette.

Com um repertório que também inclui Dressed For Success, Listen To Your Heart, How Do You Do, Dangerous, Crash Boom Bang,  e outros sucessos, o espetáculo de quase duas horas é uma viagem no tempo, trazendo memórias à tona e convidando o público a cantar junto em cada verso, como se fosse a primeira vez.

Prepare-se para cantar a plenos pulmões!

Quem é fã de música de qualidade, filmes icônicos e momentos inesquecíveis, não pode perder a chance de vivenciar essa experiência única. O Roxette UK está pronto para te levar a uma viagem no tempo, na qual cada música é um portal para memórias e sentimentos que nunca se apagaram.

Show no Tokio Marine Hall:

Data: 23 de março (domingo) | Horário: 20h | Horário de abertura: 2 horas antes do espetáculo | Local: Tokio Marine Hall

Informações e vendas:

Ingressos: R$ 180 a R$ 280 | Vendas: https://www.eventim.com.br/   

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Leia também: Especial | Vale Tudo: o que esperar desse remake tão emblemático

Texto revisado por Larissa Suellen

 

 

 

 

 

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Especiais Livros

Vozes silenciadas: 5 obras femininas sob pseudônimos masculinos

Mary Ann Evans, Emily Brontë, Anne Brontë, Amandine Aurore Lucile Dupin e Mary Shelley desafiaram convenções e legaram obras-primas à literatura mundial

Em um mundo onde a pena era, em sua maioria, empunhada por mãos masculinas, a história da literatura guarda um capítulo fascinante e revelador: o das mulheres que, para terem suas vozes ouvidas, adotaram pseudônimos masculinos. Uma jornada de talento, resiliência e a busca por reconhecimento em um contexto social que frequentemente as silenciava.

O Clube do Entretê apresenta uma série sobre mulheres talentosas que lutaram por reconhecimento na literatura.

O contexto restritivo

No século XIX, as mulheres enfrentavam barreiras significativas. As leis e os costumes as relegavam a um papel secundário na sociedade, com poucas oportunidades de educação formal e participação na vida pública. O casamento e a maternidade eram vistos como seus principais objetivos, e a escrita era considerada uma atividade inadequada para o então classificado “sexo frágil”.

A educação feminina, quando disponível, era focada em habilidades domésticas e sociais, como bordado, música e etiqueta. A literatura era vista como um passatempo, não como uma profissão. A falta de acesso à educação formal e à vida intelectual limitava as oportunidades das mulheres de desenvolverem suas habilidades literárias e de se tornarem autoras reconhecidas.

As vozes por trás dos pseudônimos

Mary Ann Evans com o pseudônimo George Eliot

imagem: reprodução/Getty Images

Mary Ann Evans, já uma intelectual respeitada, adotou o pseudônimo masculino para que seu romance Middlemarch fosse julgado por seu mérito, e não por seu gênero. A revelação de sua identidade ocorreu gradualmente, à medida que sua reputação crescia.

No contexto do Realismo inglês, as obras de George Eliot mergulham profundamente na complexidade das relações humanas, explorando a moralidade e a busca por significado na vida. Seus romances, ricos em personagens multifacetados e dilemas éticos, refletem a realidade social da época, com suas contradições e desafios. 

Essa abordagem realista e aprofundada dos temas humanos confere às obras de Eliot uma relevância atemporal, pois os dilemas morais e a busca por identidade continuam a ser questões centrais na sociedade contemporânea.

Trecho:A felicidade é uma coisa curiosa, parece gostar de se diminuir.” 

Foto: reprodução/Anaconda Verlag GmbH

Middlemarch foi publicado originalmente em oito partes, ou números, entre 1871 e 1872. A editora responsável pela primeira publicação da obra foi a William Blackwood and Sons.

Sinopse: em uma cidade fictícia inglesa, diversas tramas se entrelaçam, explorando temas como casamento, ambição e moralidade, em um retrato complexo da vida provinciana no século XIX.

Emily Brontë com o pseudônimo Ellis Bell

As irmãs Brontë,  Emily e Anne, publicaram suas primeiras obras sob pseudônimos masculinos para evitar o preconceito. A autoria de O Morro dos Ventos Uivantes foi revelada após a morte de Emily.

As obras de Emily Brontë são marcadas por uma intensidade emocional que transcende as convenções sociais da época. Seus temas recorrentes, como a paixão avassaladora, a busca por vingança e a representação da natureza selvagem como um espelho das emoções humanas, exploram os limites da experiência humana. 

A intensidade das emoções retratadas em suas obras, bem como a luta de seus personagens contra as normas sociais, ainda ressoam com o público moderno, que se identifica com a busca por autenticidade e a luta contra as injustiças.

Trecho: “Se ele me ama, que tipo de homem é esse?” 

Foto: reprodução

O livro O Morro dos Ventos Uivantes (originalmente Wuthering Heights) foi publicado pela primeira vez em 1847. A editora responsável por essa primeira edição foi a Thomas Cautley Newby.

Sinopse: uma história de amor obsessivo e vingança, ambientada nas charnecas sombrias da Inglaterra, onde paixões intensas e selvagens moldam o destino de duas famílias.

 

Anne Brontë com o pseudônimo Acton Bell

Foto: reprodução

Assim como sua irmã, Anne Brontë usou um pseudônimo masculino. No livro, A Senhora de Wildfell Hall, Anne assinava como Acton Bell.  A autoria da obra foi revelada após sua morte.

No contexto do Romantismo inglês, as obras de Anne Brontë se destacam por sua abordagem de temas como injustiça social, abuso e a busca por redenção. Além disso, através de suas narrativas, a autora expõe as duras realidades enfrentadas por mulheres e outros grupos marginalizados na sociedade vitoriana. 

Essa exploração de temas, como abuso e injustiça social, juntamente com a busca por redenção, ainda ressoa com o público moderno, pois essas questões continuam a ser urgentes em nossa sociedade. 

A luta contra o abuso e a busca por justiça são temas universais que transcendem o tempo, tornando as obras de Anne Brontë relevantes e impactantes para os leitores contemporâneos.

Trecho: “Todas as verdades são fáceis de entender uma vez que são descobertas; o ponto é descobri-las.”

Foto: reprodução/Tabuyo Alonso

O livro A Senhora de Wildfell Hall (originalmente The Tenant of Wildfell Hall) foi publicado pela primeira vez em 1848. A editora responsável por essa primeira edição foi a Thomas Cautley Newby.

Sinopse: uma mulher foge de um casamento abusivo e busca independência, desafiando as convenções sociais da época e enfrentando o julgamento da sociedade vitoriana.

Amandine Aurore Lucile Dupin com o pseudônimo George Sand

Foto: reprodução/Cit. La Mare au diable, George Sand

Amandine Aurore Lucile Dupin foi uma das escritoras mais famosas de sua época. Ela usou um pseudônimo masculino, George Sand, para se libertar das convenções sociais. Sua identidade era conhecida em vida. Uma de suas obras foi Lélia (1833).

Dentro do contexto do Romantismo francês, Amandine se destacou por abordar temas como a liberdade feminina, a paixão e a justiça social. Suas obras refletem o espírito da época, marcado pela busca por individualidade e pela crítica às convenções sociais. A autora desafiou as normas de gênero, tanto em sua vida pessoal quanto em sua escrita, criando personagens femininas fortes e independentes. A paixão é retratada como uma força avassaladora, capaz de transcender as barreiras sociais e emocionais. 

A relevância de seus temas permanece atual, pois a busca por igualdade de gênero e a luta contra as normas sociais ainda são questões centrais no debate contemporâneo. Suas obras inspiram a reflexão sobre o papel da mulher na sociedade e a importância da liberdade individual.

Trecho: Sou como um fantasma errante, que busca em vão a vida que perdeu.”

Foto: reprodução

Lélia foi publicada originalmente em 1833. Durante a pesquisa para esta reportagem, não encontramos o nome da editora responsável pela publicação, mas há registros de informação de que a escritora tinha relacionamento com editoras francesas.

Sinopse: uma mulher à frente de seu tempo questiona os papéis tradicionais de gênero e busca um sentido mais profundo para a vida, explorando temas como amor, paixão e liberdade feminina.

Mary Shelley

Foto: reprodução/Rodrigo555

A autoria de Frankenstein foi revelada na segunda edição do livro, mas sua contribuição foi frequentemente minimizada.

No contexto do Romantismo inglês, Mary Shelley criou Frankenstein, uma obra que explora a ambição científica, a responsabilidade e a natureza humana. Assim, através da história do Dr. Frankenstein e sua criatura, Shelley levanta questões sobre os limites da ciência e as consequências da busca por conhecimento sem ética.

Os dilemas éticos da ciência e a busca por identidade presentes na obra continuam relevantes na sociedade contemporânea, especialmente onde avanços científicos e tecnológicos levantam questões sobre a responsabilidade e os limites da intervenção humana na natureza.

Trecho: “Nada é tão doloroso para a mente humana quanto uma grande e súbita mudança.” 

Foto: reprodução/darksidebooks

Frankenstein, ou O Prometeu Moderno, foi publicado pela primeira vez de forma anônima em 1º de janeiro de 1818. A editora responsável pela primeira edição foi a Lackington, Hughes, Harding, Mavor & Jones, uma pequena editora de Londres.

Sinopse: um cientista obcecado cria uma criatura monstruosa, desencadeando uma série de eventos trágicos que exploram os limites da ambição humana e as consequências da busca por poder.

A descoberta da autoria

A revelação da autoria feminina dessas obras foi um processo gradual e complexo. Em alguns casos, a identidade das autoras foi descoberta logo após a publicação, enquanto em outros, a verdade só veio à tona décadas depois. Nesse sentido, a pesquisa acadêmica, a análise de cartas e diários e a crescente valorização da literatura feminina foram fundamentais para desvendar esses mistérios.

O legado e a relevância

As obras dessas autoras são um testemunho do talento e da resiliência das mulheres que desafiaram as convenções sociais para terem suas vozes ouvidas. Além disso, seus temas e personagens continuam a ressoar com o público moderno, e, por conseguinte, suas histórias inspiram a luta por igualdade de gênero na literatura e na sociedade.

 

Já conheciam todas essas escritoras e suas obras? Contem pra gente nas redes sociais do Entretê — Instagram, Facebook, X — e nos sigam para mais novidades sobre o mundo do entretenimento.

Leia também: Garras: conheça a romantasia ambientada no Rio dos anos 20

Texto revisado por Cristiane Amarante

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Cultura Entretenimento Música

Christian Chávez anuncia novo single intitulado Si Mañana Me Voy

Música e videoclipe estarão disponíveis em todas as plataformas digitais

O cantor, compositor, ativista e ator mexicano Christian Chávez faz seu retorno musical após um hiato de dois anos com o single Si Mañana Me Voy (Se Amanhã Eu Partir), a faixa faz parte de um novo projeto musical intimista e confessional. Christian diz sim para abrir as portas de sua história pessoal pela primeira vez, compartilhando experiências inéditas e a superação de traumas que moldaram a pessoa que ele é hoje. Faça o pré-save do single aqui.

Com o desejo de revelar mais detalhes sensíveis através da música sobre sua vida com o público, Christian explica: “Compartilhar minha verdadeira história é um passo crucial para libertar-me das sombras do passado e encontrar minha voz novamente. É um convite para que todos possamos enfrentar nossos medos e superar as adversidades juntos.”

Definida como Volume 1, a canção, de autoria de Christian, retrata as consequências de suprimir a verdadeira identidade para agradar ao bem comum e como as críticas afetam diretamente a vida e a carreira de uma pessoa pública. A perda de controle sobre sua própria narrativa e o escrutínio público o transformaram em alguém sem voz, como um mímico que expressa seus sentimentos apenas por meio de gestos silenciosos.

Com lançamento marcado para o dia 7 de março, o pop melancólico de Si Mañana Me Voy registra o verdadeiro eu por trás da persona exposta às críticas que adoecem mental e fisicamente, liderando ao conflito subjetivo e vivencial que desencadeiam enfermidades psicológicas, além de também falar sobre aceitar o medo da morte.

Ainda sobre o conceito do videoclipe, ele adiciona: “O videoclipe de Si Mañana Me Voy é uma representação visual das sombras que enfrentei e da jornada para encontrar a luz novamente. Cada cena é um reflexo da minha luta interna e da busca por autenticidade em um mundo que muitas vezes nos pede para esconder quem realmente somos.”

Foto: reprodução/Jerry Budar

“Escrever essas cartas para mim mesmo foi um processo catártico, uma forma de confrontar meus medos e aceitar minhas vulnerabilidades. Cada linha é um passo em direção à cura e à liberdade”, revela o artista.

Christian Chávez começou a compor e desenvolver o projeto dividido em quatro volumes há um ano e meio, quando começou a escrever cartas direcionadas a si como um exercício de terapia sugerido pelo seu psicólogo, refletindo sobre os altos e baixos da sua vida pessoal.

Foto: reprodução/Jerry Budar

“Ao compartilhar essas experiências, espero que meus fãs possam se sentir menos sozinhos em suas próprias jornadas de autoconhecimento e superação. A música é uma forma poderosa de conexão e cura.”

 

E você? Já estava com saudade de música nova do Christian? Conte pra gente nas redes sociais do Entretê – Facebook, Instagram e X e nos siga para ficar por dentro das notícias do entretenimento.

Leia também: Confira as melhores colaborações de Camila Cabello

 

Texto revisado por Kalylle Isse

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Entrevistas Livros

Entrevista exclusiva Clube do Livro | Somos bruxas todos os dias! Angela Cruz, autora de A Fênix Escarlate, revela os segredos da bruxaria cotidiana

Descubra como a magia se manifesta em cada gesto do cotidiano com Angela Cruz, autora de A Fênix Escarlate. Em entrevista exclusiva, ela desvenda os segredos da bruxaria ancestral, o poder do feminino e a conexão entre a natureza e o sagrado

Em seu livro de estreia, A Fênix Escarlate, Angela Cruz nos convida para a história sobre bruxaria – Blanca, uma mulher que viveu múltiplas vidas como bruxa, desde a antiga Suméria até a São Paulo contemporânea.

Uma jornada através dos séculos

A trama se desenrola em dois arcos narrativos. O primeiro, ambientado no presente, apresenta Blanca como uma escritora renomada que decide explorar sua herança mágica. O segundo transporta para 2 mil anos a.C., na Mesopotâmia, onde Blanca enfrenta perseguição e desafios por ser marcada por Lilith.

Ao longo de suas vidas, Blanca enfrenta preconceito, violência e desigualdade, mas nunca desiste de lutar por sua autonomia e pelos direitos das mulheres. “Em todas elas lutei por mim, por minhas irmãs mulheres“, declara a personagem.

Bruxaria cotidiana: magia entrelaçada à realidade

Angela Cruz desmistifica a bruxaria, mostrando como ela se manifesta em práticas e desejos do cotidiano. “A Fênix Escarlate é permeada pela prática da bruxaria, uma filosofia de vida que está entranhada na sociedade“, explica a autora.

A Fênix Escarlate reforça a importância da luta por justiça e igualdade, mostrando que a magia pode ser uma ferramenta de empoderamento e transformação social.

Uma entrevista exclusiva com Angela Cruz
Somos bruxas | Angela Cruz revela Bruxaria em A Fênix Escarlate
Foto: divulgação/@aacduran64

Para aprofundar nossa compreensão sobre a obra e a temática da bruxaria, tcom exclusividade, tivemos a oportunidade de conversar com Angela Cruz. Ela revela detalhes sobre a criação de A Fênix Escarlate, sua visão sobre a bruxaria e a importância do empoderamento feminino.

Entretetizei: Angela, em A Fênix Escarlate, Blanca de Lagash utiliza seus conhecimentos ancestrais para lutar pelos direitos das mulheres ao longo da história. No mundo contemporâneo, como a bruxaria pode ser uma ferramenta de empoderamento feminino e de combate à violência de gênero?

Angela: A bruxaria tem unido pessoas em todo o mundo, haja vista os numerosos seguidores da Wicca, por exemplo, cujo lema é: Tudo aquilo que fizer retornará a você nesta vida multiplicado por três. Assim, o bem, a defesa dos direitos femininos, o empoderamento feminino e o combate à violência, de modo geral, têm perpassado as atitudes e práticas dessa religião, dos covens e outros seguidores. Todavia isto poderia ser mais estimulado.

E: Muitas pessoas associam a bruxaria a rituais complexos e inacessíveis. Em sua obra, você mostra como a magia se manifesta em práticas cotidianas. Poderia nos dar exemplos de como fazemos bruxaria sem perceber e quais os benefícios disso para nossas vidas?

A: Todos conhecem o potinho da prosperidade (arroz, milho, lentilha, uma moeda, ervas, especiarias, grão de bico etc.), e muitas pessoas fazem para si próprios ou para presentear. Isto é um exemplo simples de bruxaria comum, cotidiana, pois embora o potinho não seja consagrado de modo ritualístico corretamente, as intenções das pessoas quando o montam emitem energias positivas para o ambiente, o que já é uma bruxaria. Movidos pela fé de que o potinho da prosperidade nos trará abundância acaba nos impulsionando a buscar benefícios, o que efetivamente acaba acontecendo.

E: A ciência moderna tem comprovado os benefícios de práticas ancestrais como a fitoterapia e a meditação, que antes eram consideradas coisa de bruxa. Como você vê essa convergência entre ciência e misticismo? 

A: Penso que a ciência moderna só está reconhecendo o que sempre existiu. Aliás, a fitoterapia utiliza as mesmas bases do conhecimento tradicional (bruxaria, conhecimento indígenas, conhecimento popular etc.). A meditação se assemelha à oração. Quando meditamos, tentamos limpar o pensamento para que só coisas boas estejam nele. Na oração ocorre o mesmo, pois focamos em algo que nos aflige, ou que agradecemos para que tudo fique bem, bom, positivo. A convergência é de ciência com energias, com conhecimentos milenares, e isto é o melhor para a humanidade.

E: Se você pudesse voltar no tempo e encontrar Blanca de Lagash em uma de suas vidas passadas, qual conselho daria a ela, considerando os desafios que as mulheres enfrentam em cada época?

A: Eu lhe diria: “Força!”. Embora muitos séculos ainda se passarão sem que haja avanços nos direitos femininos, sem que acabe a violência de gênero, sem que as mulheres possam ser respeitadas e tratadas efetivamente como iguais, se calarmos, tudo ficará ainda pior para nós, mulheres! A sociedade capitalista que se desenvolverá ao longo dos séculos não permitirá que a mulher se sobressaia, pois ela é a produtora de mão de obra. Por isto, precisará ficar sob as rédeas dos poderosos. Todavia, persista no trabalho de ensinar, demonstrar, apoiar, compreender, amparar, solidarizar-se com mais e mais mulheres fazendo com que percebam o que nos foi negado, como fomos manipuladas, dominadas, desprezadas, humilhadas, sem, contudo, revidarmos, criando sentimentos inferiores ou atitudes menos nobres.

Aprendizado com a leitura

E: Em sua opinião, qual é o maior aprendizado que a bruxaria nos oferece para vivermos em harmonia com nós mesmos, com o próximo e com o planeta?

A: Eu penso que o maior legado da bruxaria é ensinar e demonstrar o nosso poder, principalmente o poder do pensamento, da vontade, do querer. Conheci uma pessoa que certa vez disse com muita força a um rapaz: “você não vai ser nada na vida!”. O rapaz ficou tão impactado com aquelas palavras que não permitiu que sua vida fosse um nada, pelo contrário, tornou-se um grande homem, com grande poder administrativo em seu Estado e muito respeitado. Duas vontades, dois pensamentos se confrontaram nesse caso, um negativo e outro positivo, venceu o mais forte, o mais harmônico, o de paz para todos. Isto é bruxaria: força de pensamento.

E: Fale sobre o que o leitor pode encontrar no seu livro?

A: O leitor encontrará uma nova forma literária, pois conto uma história em dois tempos. A primeira é narrada do fim para o começo, e a segunda é narrada do começo para o fim, enquanto o verdadeiro final está no meio.

Trato, no livro, de demonstrar o sofrimento, as lutas, a violência perpetrada contra as mulheres através dos séculos por conta da vontade de dominar. Isto para que entendam porque muitas na contemporaneidade lutam por direitos, qualidade de vida, respeito etc., pois grande parte delas ainda está cega, ainda não enxergam o quanto são depreciadas, humilhadas, desrespeitadas, violentadas de todos os modos.

Demonstro neste, e nos livros que se seguirão, como a bruxaria (conhecimento popular antigo e etc) pode nos ajudar a ganhar força espiritual, a fortalecer nossa intuição e confiar nela, a desenvolver nossa inteligência, a valorizar o nosso sagrado feminino, dentre outras coisas.

Além disso, o leitor vai se divertir e sonhar com as histórias das Blancas, com os lugares onde viveu, com a fantasia que corre solta, livre em suas vidas.

O quê você achou da nossa entrevista com a Angela Cruz? Entre nas redes sociais do Entrete  – Insta, Face e X – e conte pra gente! 

Leia também: Especial | Orgulho e Preconceito: como a obra se atualiza 212 anos depois?

Texto revisado por Angela Maziero Santana 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Crítica | Ray – Você Não Me Conhece: o Brasil reinventa a emoção no teatro musical

Um espetáculo musical arrebatador que celebra a vida e obra de Ray Charles sob a ótica brasileira

Ray Charles, o lendário músico americano, volta aos palcos em Ray – Você Não Me Conhece, uma produção brasileira que revela a complexidade do homem por trás do gênio. Com texto e direção de Rodrigo Portella, a peça, inspirada no livro homônimo de Ray Charles Júnior, nos convida a uma imersão na intimidade de Ray, revelando suas fragilidades, contradições e a força do seu espírito. Literalmente!

Brasil reinventa o teatro musical: Ray você não me conhece
Foto: reprodução/Ale Catan
Enredo e dramaturgia: uma nova perspectiva

A peça apresenta uma narrativa envolvente e original, inclusive para aqueles familiarizados com a trajetória de Ray Charles. A história, contada através de diálogos e canções interpretadas em inglês, flui com naturalidade, revelando a profundidade dos personagens e os desafios enfrentados por Ray ao longo de sua vida. Além disso, a forma como a narrativa é construída permite que o público se conecte com a história em um nível emocional, compreendendo as motivações e os conflitos dos personagens.

Temas como superação, racismo, vícios e paternidade são explorados com sensibilidade, o que nos leva a humanidade do artista e as complexas relações que permearam sua vida. A peça não se limita a apresentar um ícone da música, mas desvenda a alma de um homem que, com suas falhas e contradições, deixou um legado inesquecível.

Atuações memoráveis: um elenco de verdade
Brasil reinventa o teatro musical: Ray você não me conhece
Foto: reprodução/Ale Catan

O elenco, impecável em suas atuações, dá vida à história com maestria. César Mello, no papel de Ray, entrega uma performance emocionante, capturando a essência do artista em cada gesto e canção. De fato, a preparação corporal de Mello dispensa qualquer pontuação. Sidney Santiago Kuanza, com sua presença de palco marcante, conduz a narrativa com maestria. Abrahão Costa, com sua voz potente e versátil, encanta e emociona o público. Portanto, a combinação de talentos no elenco garante uma experiência teatral inesquecível.

Flávio Bauraqui em sua atuação é um registro autêntico, o que sabemos de Ray seria exatamente da forma como você fez. Não existem contrapontos em nada que fez no palco e nos camarins. 

Letícia Soares nos entrega uma Della Beatrice Howard Robinson diferente da que vimos no filme; a nossa no palco brasileiro tem pulso, tem legitimidade e não se limita a contar só a história do Ray. Uma ótica necessária para nós. 

Luci Salutes, Lu Vieira e Roberta Ribeiro completam o elenco com atuações vibrantes e harmônicas, criando uma sinergia contagiante em cena. E, o ator mirim Caio Santos revela a força e a determinação de Ray desde a infância, na construção da cena em que a cegueira quando menino marca a vida do astro. 

Direção e música: o brilhantismo de tudo
Brasil reinventa o teatro musical: Ray você não me conhece
Foto: reprodução/Ale Catan

A direção de Rodrigo Portella imprime ritmo e emoção à narrativa, conduzindo o público por uma jornada emocionante que transita entre o humor, o drama e a música. A direção musical de Claudia Elizeu e André Muato garante uma experiência sonora impecável, com interpretações vibrantes que homenageiam o legado musical de Ray Charles. Dessa forma, o público é levado a questionar: “A música era assim mesmo? Nesse nível?”.

Em outras palavras, a combinação da direção precisa e da música envolvente cria um espetáculo que fica na memória, e, consequentemente, desperta o interesse em conhecer mais sobre Ray Charles.

A inclusão de um coro feminino, inspirado nas Raelettes, e a participação de uma banda ao vivo enriquecem a experiência musical, tudo fica envolvente e aproxima o público da sonoridade única de Ray.

Cenografia, figurino e iluminação: a atmosfera do Flashback
Brasil reinventa o teatro musical: Ray você não me conhece
Foto: reprodução/Ale Catan

Os cenários e figurinos, cuidadosamente elaborados, transportam o público para o universo de Ray Charles, criando a atmosfera ideal para a narrativa. A iluminação, por sua vez, realça a emoção de cada cena, contribuindo para a imersão do público na história. Mas, na verdade estamos em São Paulo, não é mesmo César Mello?

Acessibilidade e inclusão: para ver e ouvir

A peça se destaca pela atenção à acessibilidade, com descrição das cenas para pessoas com deficiência visual. Dessa forma, essa iniciativa reforça o compromisso de uma experiência inclusiva e democrática, garantindo que todos possam se emocionar com a história de Ray Charles. “Como podemos ver…” virou dramaturgia uníssona.

É teatro musical com produção brasileira, meus caros:
Foto: reprodução/Ale Catan

Ray – Você Não Me Conhece é de fato uma prova da força e da qualidade do teatro musical brasileiro. Com produção impecável, atuações memoráveis e uma história envolvente, a peça emociona, inspira e nos convida a refletir sobre o legado de um artista único.

Além disso, a peça se junta a obras revolucionárias como Hamilton (2015), a obra-prima americana que redefiniu o gênero com sua abordagem inovadora da história e da música, e Notre-Dame de Paris (1998), o musical francês que carrega grandiosidade e emoção.

Nesse contexto vibrante, ademais, produções brasileiras de sucesso recentes também se destacam, consolidando o talento brasileiro na criação de espetáculos grandiosos e impactantes.

Por exemplo, Sweeney Todd (Teatro Santander, 2025) e Torto Arado (2023) são exemplos marcantes dessa nova geração de musicais brasileiros, encantando pela narrativa e profundidade. Além disso, essas produções, assim como outras em ascensão, demonstram a força e a criatividade do teatro musical no Brasil, atraindo público e reconhecimento.

Uma viagem emocionante pelo universo de Ray Charles, revelando a complexidade do homem e a força da música como forma de superação e expressão.

E você? Já assistiu a peça no Teatro b32? Conte pra gente nas redes sociais do Entretê – Facebook, Instagram e X e nos siga para ficar por dentro das notícias do entretenimento.

Leia também: A evolução do teatro turco: da tradição ao sucesso dos musicais

Texto revisado por Angela Maziero Santana

 

 

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Coletiva de Imprensa | Por que amamos histórias da Máfia? Poderosos Chefões mergulha no fascínio por famílias mafiosas de Nova York

Descubra os segredos e as histórias por trás da máfia. O Entretetizei participou da coletiva de imprensa internacional com Michael Imperioli

Sejam os mafiosos italianos, os yakuzas japoneses ou os cartéis colombianos, a figura do criminoso que possui um código de conduta próprio e um senso de lealdade inabalável povoa o imaginário popular há décadas. Contudo, essa atração pelo submundo se manifesta de diversas formas, da literatura ao cinema, e agora, principalmente, com a estreia da minissérie documental Poderosos Chefões: as cinco famílias da máfia, do History Channel, no próximo dia 25 de janeiro narrada por Michael Imperioli.

A equipe do Entretetizei teve a oportunidade de participar da coletiva de imprensa online com Michael Imperioli, que, nessa ocasião, abordou detalhes da produção da minissérie, os desafios de narrar a história da máfia e o fascínio duradouro do público por esse universo. Além disso, o ator e produtor compartilhou suas perspectivas sobre a complexa relação entre a máfia, a história da imigração nos EUA e a cultura popular.

Poderosos Chefões: série sobre máfia com Michael Imperioli
Imagem: divulgação/History
Um mergulho na história da máfia

A série, narrada e produzida pelo ator Michael Imperioli, conhecido por seu papel em Família Soprano (1999-2007), promete um mergulho profundo na história das cinco famílias que dominaram o crime organizado em Nova York por décadas: Bonanno, Colombo, Gambino, Genovese e Lucchese.

Para isso, através de imagens de arquivo, gravações de áudio e entrevistas com especialistas, ex-mafiosos e agentes do FBI, a minissérie explora a ascensão e queda desses impérios criminosos e revela um mundo regido pela violência, poder e traição. Ou seja, a produção utiliza diferentes recursos para apresentar um panorama completo do universo mafioso.

Para Imperioli, a série é uma oportunidade de mostrar a verdadeira história por trás da ficção. “É um ótimo material para um documentário“, afirma o produtor. “Eu tive uma carreira associada a essas histórias, algumas delas difíceis, algumas delas baseadas em fatos reais, como o filme Goodfellas e a série Família Soprano, que foi inspirada em algumas histórias reais, mas é em grande parte ficcional. Então eu acho que, para as pessoas que acham essas histórias interessantes, querem conhecer a história real que é realmente envolvente.

Máfia na cultura pop: do Poderoso Chefão a Irmandade
Poderosos Chefões: série sobre máfia com Michael Imperioli
Imagem: divulgação/History

A romantização da máfia aparece em diversas produções culturais, de clássicos como O Poderoso Chefão (1972) a séries como Peaky Blinders (2013-2022) e Irmandade (2019-2022).

Muitas vezes somos questionados se filmes como O Poderoso Chefão ou Família Soprano glorificam esse estilo de vida“, reflete Imperioli. “Eu sempre digo que estamos mostrando a realidade. Estamos mostrando a crueldade, a violência e a criminalidade. Mas, ao mesmo tempo, o espectador consegue entender essas pessoas, porque mostramos todos os lados da história.

A Lei RICO e o combate ao crime organizado
Poderosos Chefões: série sobre máfia com Michael Imperioli
Imagem: divulgação/History

A minissérie explora os esforços do governo americano para combater a máfia, sobretudo a criação da Lei RICO (Racketeer Influenced and Corrupt Organizations Act). Em suma, promulgada em 1970, foi uma ferramenta poderosa na luta contra o crime organizado, permitindo que promotores acusassem indivíduos e organizações por uma série de crimes, como extorsão, suborno e lavagem de dinheiro.

A Lei RICO aumentou significativamente as penas para crimes relacionados à máfia e teve um impacto profundo na estrutura do crime organizado nos EUA. Como Imperioli observa:

Tem muitas histórias interessantes, tanto a história da máfia da América, mas também a história americana em geral. […] Outra coisa que é interessante é a lei RICO, que surgiu e tornou os delitos de menor gravidade, se fossem cometidos na estrutura de crime organizado, eram severamente penalizados. Você iria para a prisão por longo tempo e isso realmente mudou a natureza da multidão […].

Um olhar sobre a história da América e da imigração
Poderosos Chefões: série sobre máfia com Michael Imperioli
Imagem: divulgação/History

A série promete ir além da romantização, com as complexas relações entre as famílias mafiosas e a influência da lei na ascensão do crime organizado. Além disso, reforça a ligação entre a máfia e a experiência do imigrante nos Estados Unidos, eixo central do documentário.

O que é interessante é como a experiência do imigrante se transforma e como a máfia evolui a partir disso. Quando criança, cresci com O Poderoso Chefão e sempre achei fascinantes aquelas primeiras histórias de imigração e de tentativa de sobreviver aqui. Acho que isso vai entusiasmar muita gente“, explica Imperioli.

Não é só uma história da máfia, é também uma história paralela da América“, ressalta Imperioli. “É interessante ver como a Lei Seca mudou a cultura do crime organizado, que se tornou tão poderoso por causa da proibição do álcool.

Com estreia marcada para o dia 25 de janeiro, a minissérie certamente deve prender a atenção do público e reacender o fascínio da sociedade pelo mundo da máfia.

 

E você? Vai assistir Poderosos Chefões: as cinco famílias da máfia? Conte pra gente nas redes sociais do Entretê – Facebook, Instagram e X e nos siga para ficar por dentro das notícias do entretenimento.

Leia também: Crítica | O Papa inimaginável e alma política do Vaticano, a grande sacada de Conclave para o Oscar

Texto revisado por Layanne Rezende

 

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Crítica | O Papa inimaginável e alma política do Vaticano, a grande sacada de Conclave para o Oscar

Segredos, intrigas e reviravoltas no caminho para a escolha do novo papa. Você não vai acreditar quem assume o trono. Vai ter que ver para crer!

 

Conclave, dirigido por Edward Berger (Nada de Novo no Front), nos transporta para o coração do Vaticano na votação para escolher o novo papa: palco de intrigas, segredos, jogos de poder e fé. O filme, baseado no livro de Robert Harris, acompanha o Cardeal Lawrence (Ralph Fiennes) em sua missão de coordenar a eleição do novo papa, após a morte do antigo pontífice. Mas a tarefa se mostra mais complexa do que o esperado, revelando uma teia de conspirações e desafios à fé do próprio Cardeal.

Crítica | O Papa inimaginável e a política do Vaticano de Conclave
Imagem: divulgação/Diamond Filmes
Roteiro

O roteiro de Conclave é um dos seus grandes trunfos. O Vaticano, com sua atmosfera carregada de mistério, tradição e fé, se torna um personagem à parte, conquistando e atraindo a todos: uns pela fé, outros pelas desavenças com as visões progressistas e alguns pelo desejo do alto cargo do mundo.

A trama prende a atenção do espectador ao explorar as nuances da eleição papal, com seus rituais, alianças e traições, tudo sob o olhar atento da pintura do Juízo Final de Michelangelo, na Capela Sistina, um lembrete constante da fé e do julgamento divino.

Acompanhamos o Cardeal Lawrence, interpretado com maestria por Ralph Fiennes, em sua jornada de dúvidas e questionamentos. Enquanto lida com a burocracia do conclave e com sua própria crise de fé, ele se depara com segredos obscuros, como conspirações, um encontro secreto com o papa falecido e a chegada de um cardeal misterioso.

Narrativa

Ralph Fiennes é o Cardeal Thomas Lawrence, responsável pela organização e governança do conclave, com quatro candidatos para somar a maioria dos votos – o progressista Cardeal Bellini (Stanley Tucci), o conservador Cardeal Tedesco (Sergio Castellitto), o moderado Cardeal Tremblay (John Lithgow) e o africano Cardeal Adeyemi (Lucian Msamati).

Neste último, sua raça não é citada como um problema na igreja que, na realidade, não seria de toda verdade, mas o filme decide tratar outras nuances: segredos para derrubar votos e um final que é impossível de ser contado aqui.

Crítica | O Papa inimaginável e a política do Vaticano de Conclave
Imagem: divulgação/Diamond Filmes

Algumas críticas garantiram ser uma obra previsível, mas discordo. É polêmico e provocante para grande massa conversadora, porém, dizer que é previsível é um pouco demais. A escolha final de quem se torna o novo pontífice pode até dar caminhos e pistas no filme, contudo, qual é de fato a polêmica desse novo papa? Isso escapa do espectador, porque Edward Berger acerta e muito nesse roteiro. Ele foge da previsibilidade, desafiando as expectativas do público.

Atuação

O elenco de Conclave é notável. Ralph Fiennes brilha como o Cardeal Lawrence e acerta no tom de sua atuação. Com reações minimalistas, ele consegue dar ritmo ao mistério que o filme carrega, transmitindo a fragilidade e a força de um homem em busca de respostas para quem deve ser o novo papa.

Fiennes consegue expressar as complexas emoções do Cardeal com sutileza e intensidade, criando um personagem cativante e memorável. Stanley Tucci, como o Cardeal Bellini, traz à tona a visão progressista dentro da Igreja, enquanto John Lithgow e Lucian Msamati complementam o time conservador. E por isso três indicados ao Oscar: Ralph Fiennes, Stanley Tucci e John Lithgow.

O Papa começa no filme já morto e, ainda assim, movimenta a história inteira. A graciosidade da direção conseguiu fazer com que um personagem ausente até mesmo em flashbacks contemple o enredo. E, para isso, cabe a nós montar cada carta disponibilizada pela direção.

A obra também reforça como a igreja ainda visualiza o papel, ou a falta dele, das mulheres no espaço sagrado. Porém, ninguém brilha mais que as regras, o espaço e o bunker do Vaticano.

Temas e mensagens

Conclave não se esquiva de abordar temas polêmicos. O filme gera reflexões profundas sobre a natureza humana e as contradições do mundo religioso.

A obra provocou reações extremas com alguns críticos, como Megyn Kelly, ex-apresentadora da Fox News, a classificando como “nojenta e anticatólica”. Enquanto outros, como o diretor de uma faculdade católica em Chicago, a consideraram “linda de assistir”. Essa polarização de opiniões demonstra o poder do filme em gerar debate e questionamento.

Fotografia
Crítica | O Papa inimaginável e a política do Vaticano de Conclave
Imagem: divulgação/Diamond Filmes

A fotografia de Stéphane Fontaine acerta nas chegadas dos cardeais no pernoite, quando fumam cigarros como uma caipora; as refeições comunitárias e as sessões de votação (que teve até demais, poderia ser apenas duas, contando com a da explosão que aparece no trailer).

E, além disso, há a tensão do selamento do quarto do papa recém-falecido e a destruição de seu anel. Todas as cenas que contam histórias são narradas por imagens.

Em um ano de trilhas sonoras memoráveis, Volker Bertelmann se destaca com uma composição que não apenas embala a trama, mas a eleva em um novo nível de intensidade e emoção. Vale a estatueta aqui!

Opinião final
Crítica | O Papa inimaginável e a política do Vaticano de Conclave
Imagem: divulgação/Diamond Filmes

Conclave é um filme instigante e provocador, que nos convida a refletir sobre o poder, a fé e a complexidade da natureza humana. Com um roteiro inteligente, atuações marcantes e uma direção segura, o filme prende a atenção do início ao fim.

Por enquanto, o mundo não está discutindo os assuntos apresentados no filme, mas logo estará, assim que for lançado. Ele faz jus não só ao Oscar, como também às 12 indicações ao British Academy Film Awards (BAFTA) anunciadas esta semana.

Vale a pena assistir? Sem dúvida! Conclave é uma obra que provoca reflexões e gera discussões, além de oferecer uma experiência cinematográfica envolvente.

 

E você? Vai ao cinema conferir Conclave? Conte pra gente nas redes sociais do Entretê – Facebook, Instagram e X e nos siga para ficar por dentro das notícias do entretenimento.

Leia também: Trilha Sonora para um Golpe de Estado: assista ao trailer do candidato ao Oscar

 

Texto revisado por Larissa Suellen

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Crítica | A navalha afiada de Sweeney Todd: um tesouro do teatro musical brasileiro

A produção brasileira impressiona, sobretudo, pela qualidade vocal do elenco e pela orquestra afinada que intensifica a experiência sombria e emocionante

A mais recente montagem de Sweeney Todd – O Cruel Barbeiro da Rua Fleet, no Teatro Santander, vai além de uma simples releitura da clássica história de vingança. Apesar de se apoiar em uma narrativa conhecida, Zé Henrique de Paula, com sua direção precisa, impressiona ao construir uma experiência teatral impactante, com originalidade e força na encenação. E grande parte dessa força reside na atuação do elenco.

Andrezza Massei, como a Sra. Lovett, entrega uma performance brilhante e evolutiva, que ultrapassa a já consagrada interpretação de Helena Bonham Carter. Sua Dona Lovett cativa o público com uma presença de palco magnética, enquanto constrói uma personagem complexa e apaixonante. A química entre Massei e Saulo Vasconcelos, que interpreta Sweeney Todd com intensidade e fragilidade, é palpável. Juntos, eles formam uma dupla dinâmica que conduz a narrativa com maestria; seus diálogos cantados fluindo com naturalidade e emoção.

Sweeney Todd : uma experiência musical imperdível!
Foto: divulgação/Stephan Solon

Se existisse um prêmio para melhor dupla em cena, eles seriam, sem dúvida, os vencedores indiscutíveis.

A trama, embora familiar, ganha novas camadas de profundidade  através da atuação do elenco. A entrada em cena do casal Anthony (Pedro Silveira) e Johanna (Caru Truzzi) me causou uma breve surpresa. Embora reconheça a importância da história de amor, como contraponto à trama principal, a transição para essa subtrama pareceu um pouco abrupta.

No entanto, Silveira e Truzzi conseguem construir uma dinâmica convincente, utilizando seus recursos vocais e corporais para dar vida aos personagens e criar a emoção necessária para a história.

Além disso, Pedro Navarro, como o charlatão Pirelli, arranca risos com sua performance caricata, complementando o elenco que dá vida a essa tragédia.

Sweeney Todd : uma experiência musical imperdível!
Foto: divulgação/Stephan Solon
Cenografia e figurino

A cenografia, com elementos cuidadosamente escolhidos, cria uma atmosfera claustrofóbica e opressiva, transportando o público para uma Londres vitoriana sem excessos. O figurino de João Pimenta,  premiado com razão, acentua a imersão na época, enquanto a iluminação ressalta a dramaticidade da narrativa com maestria.

Sonoplastia como personagem

E, sobretudo, como não falar da música? A trilha sonora, executada com maestria pela orquestra regida por Fernanda Maia, é a alma desta produção. Notadamente, cada canção intensifica as emoções, criando uma teia sonora que envolve o público e o conduz pelos tortuosos caminhos da trama.

Definitivamente, Sweeney Todd é uma experiência completa que revela a força do teatro musical. Com atuações memoráveis, direção inspirada e uma trilha sonora arrebatadora, o espetáculo confirma o talento da equipe criativa e, inegavelmente, deixa uma marca indelével na memória do público.

Produções como essa demonstram a importância e o crescimento artístico do teatro musical no Brasil. Inegavelmente, com cada vez mais qualidade e profissionalismo, o gênero conquista o público e se consolida como uma forma de entretenimento rica e envolvente, capaz de emocionar e provocar reflexões profundas. O sucesso de Sweeney Todd é uma prova do talento dos artistas brasileiros e da vitalidade do teatro musical em nosso país.

Serviço

Sweeney Todd – O Cruel Barbeiro da Rua Fleet

Sessões: curta temporada – até 26/01/2025

Quintas: 20h | Sextas: 20h| Sábados: 16h e 20h | Domingos: 16h e 20h
Local: Teatro Santander, Complexo JK Iguatemi – Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 2041
Classificação Etária: 16 anos
Duração: 120 minutos (com intervalo de 15 minutos)
Gênero: Teatro Musical
Ingressos: de R$ 21,18 a R$ 300

Bilheteria online (com taxa de conveniência): https://bileto.sympla.com.br/event/98254/d/278337

 

E você? Já assistiu a peça no Teatro Santander? Conte pra gente nas redes sociais do Entretê – Facebook, Instagram e X e nos siga para ficar por dentro das notícias do entretenimento.

Leia também: Entrevista | Luisa Perisse fala sobre a reestreia de Camareiras e projetos futuros

 

Texto revisado por Larissa Suellen

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