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Entrevista exclusiva Clube do Livro | Somos bruxas todos os dias! Angela Cruz, autora de A Fênix Escarlate, revela os segredos da bruxaria cotidiana

Descubra como a magia se manifesta em cada gesto do cotidiano com Angela Cruz, autora de A Fênix Escarlate. Em entrevista exclusiva, ela desvenda os segredos da bruxaria ancestral, o poder do feminino e a conexão entre a natureza e o sagrado

Em seu livro de estreia, A Fênix Escarlate, Angela Cruz nos convida para a história sobre bruxaria – Blanca, uma mulher que viveu múltiplas vidas como bruxa, desde a antiga Suméria até a São Paulo contemporânea.

Somos bruxas | Angela Cruz revela Bruxaria em A Fênix Escarlate
Foto: divulgação/@aacduran64

Uma jornada através dos séculos

A trama se desenrola em dois arcos narrativos. O primeiro, ambientado no presente, apresenta Blanca como uma escritora renomada que decide explorar sua herança mágica. O segundo transporta para 2 mil anos a.C., na Mesopotâmia, onde Blanca enfrenta perseguição e desafios por ser marcada por Lilith.

Ao longo de suas vidas, Blanca enfrenta preconceito, violência e desigualdade, mas nunca desiste de lutar por sua autonomia e pelos direitos das mulheres. “Em todas elas lutei por mim, por minhas irmãs mulheres“, declara a personagem.

Bruxaria cotidiana: magia entrelaçada à realidade

Angela Cruz desmistifica a bruxaria, mostrando como ela se manifesta em práticas e desejos do cotidiano. “A Fênix Escarlate é permeada pela prática da bruxaria, uma filosofia de vida que está entranhada na sociedade“, explica a autora.

A Fênix Escarlate reforça a importância da luta por justiça e igualdade, mostrando que a magia pode ser uma ferramenta de empoderamento e transformação social.

Uma entrevista exclusiva com Angela Cruz
Somos bruxas | Angela Cruz revela Bruxaria em A Fênix Escarlate
Foto: divulgação/@aacduran64

Para aprofundar nossa compreensão sobre a obra e a temática da bruxaria, tcom exclusividade, tivemos a oportunidade de conversar com Angela Cruz. Ela revela detalhes sobre a criação de A Fênix Escarlate, sua visão sobre a bruxaria e a importância do empoderamento feminino.

Entretetizei: Angela, em A Fênix Escarlate, Blanca de Lagash utiliza seus conhecimentos ancestrais para lutar pelos direitos das mulheres ao longo da história. No mundo contemporâneo, como a bruxaria pode ser uma ferramenta de empoderamento feminino e de combate à violência de gênero?

Angela: A bruxaria tem unido pessoas em todo o mundo, haja vista os numerosos seguidores da Wicca, por exemplo, cujo lema é: Tudo aquilo que fizer retornará a você nesta vida multiplicado por três. Assim, o bem, a defesa dos direitos femininos, o empoderamento feminino e o combate à violência, de modo geral, têm perpassado as atitudes e práticas dessa religião, dos covens e outros seguidores. Todavia isto poderia ser mais estimulado.

E: Muitas pessoas associam a bruxaria a rituais complexos e inacessíveis. Em sua obra, você mostra como a magia se manifesta em práticas cotidianas. Poderia nos dar exemplos de como fazemos bruxaria sem perceber e quais os benefícios disso para nossas vidas?

A: Todos conhecem o potinho da prosperidade (arroz, milho, lentilha, uma moeda, ervas, especiarias, grão de bico etc.), e muitas pessoas fazem para si próprios ou para presentear. Isto é um exemplo simples de bruxaria comum, cotidiana, pois embora o potinho não seja consagrado de modo ritualístico corretamente, as intenções das pessoas quando o montam emitem energias positivas para o ambiente, o que já é uma bruxaria. Movidos pela fé de que o potinho da prosperidade nos trará abundância acaba nos impulsionando a buscar benefícios, o que efetivamente acaba acontecendo.

E: A ciência moderna tem comprovado os benefícios de práticas ancestrais como a fitoterapia e a meditação, que antes eram consideradas coisa de bruxa. Como você vê essa convergência entre ciência e misticismo? 

A: Penso que a ciência moderna só está reconhecendo o que sempre existiu. Aliás, a fitoterapia utiliza as mesmas bases do conhecimento tradicional (bruxaria, conhecimento indígenas, conhecimento popular etc.). A meditação se assemelha à oração. Quando meditamos, tentamos limpar o pensamento para que só coisas boas estejam nele. Na oração ocorre o mesmo, pois focamos em algo que nos aflige, ou que agradecemos para que tudo fique bem, bom, positivo. A convergência é de ciência com energias, com conhecimentos milenares, e isto é o melhor para a humanidade.

E: Se você pudesse voltar no tempo e encontrar Blanca de Lagash em uma de suas vidas passadas, qual conselho daria a ela, considerando os desafios que as mulheres enfrentam em cada época?

A: Eu lhe diria: “Força!”. Embora muitos séculos ainda se passarão sem que haja avanços nos direitos femininos, sem que acabe a violência de gênero, sem que as mulheres possam ser respeitadas e tratadas efetivamente como iguais, se calarmos, tudo ficará ainda pior para nós, mulheres! A sociedade capitalista que se desenvolverá ao longo dos séculos não permitirá que a mulher se sobressaia, pois ela é a produtora de mão de obra. Por isto, precisará ficar sob as rédeas dos poderosos. Todavia, persista no trabalho de ensinar, demonstrar, apoiar, compreender, amparar, solidarizar-se com mais e mais mulheres fazendo com que percebam o que nos foi negado, como fomos manipuladas, dominadas, desprezadas, humilhadas, sem, contudo, revidarmos, criando sentimentos inferiores ou atitudes menos nobres.

Aprendizado com a leitura

E: Em sua opinião, qual é o maior aprendizado que a bruxaria nos oferece para vivermos em harmonia com nós mesmos, com o próximo e com o planeta?

A: Eu penso que o maior legado da bruxaria é ensinar e demonstrar o nosso poder, principalmente o poder do pensamento, da vontade, do querer. Conheci uma pessoa que certa vez disse com muita força a um rapaz: “você não vai ser nada na vida!”. O rapaz ficou tão impactado com aquelas palavras que não permitiu que sua vida fosse um nada, pelo contrário, tornou-se um grande homem, com grande poder administrativo em seu Estado e muito respeitado. Duas vontades, dois pensamentos se confrontaram nesse caso, um negativo e outro positivo, venceu o mais forte, o mais harmônico, o de paz para todos. Isto é bruxaria: força de pensamento.

E: Fale sobre o que o leitor pode encontrar no seu livro?

A: O leitor encontrará uma nova forma literária, pois conto uma história em dois tempos. A primeira é narrada do fim para o começo, e a segunda é narrada do começo para o fim, enquanto o verdadeiro final está no meio.

Trato, no livro, de demonstrar o sofrimento, as lutas, a violência perpetrada contra as mulheres através dos séculos por conta da vontade de dominar. Isto para que entendam porque muitas na contemporaneidade lutam por direitos, qualidade de vida, respeito etc., pois grande parte delas ainda está cega, ainda não enxergam o quanto são depreciadas, humilhadas, desrespeitadas, violentadas de todos os modos.

Demonstro neste, e nos livros que se seguirão, como a bruxaria (conhecimento popular antigo e etc) pode nos ajudar a ganhar força espiritual, a fortalecer nossa intuição e confiar nela, a desenvolver nossa inteligência, a valorizar o nosso sagrado feminino, dentre outras coisas.

Além disso, o leitor vai se divertir e sonhar com as histórias das Blancas, com os lugares onde viveu, com a fantasia que corre solta, livre em suas vidas.

O quê você achou da nossa entrevista com a Angela Cruz? Entre nas redes sociais do Entrete  – Insta, Face e X – e conte pra gente! 

Leia também: Especial | Orgulho e Preconceito: como a obra se atualiza 212 anos depois?

Texto revisado por Angela Maziero Santana 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Cultura Entretenimento Resenhas Teatro

Crítica | Ray – Você Não Me Conhece: o Brasil reinventa a emoção no teatro musical

Um espetáculo musical arrebatador que celebra a vida e obra de Ray Charles sob a ótica brasileira

Ray Charles, o lendário músico americano, volta aos palcos em Ray – Você Não Me Conhece, uma produção brasileira que revela a complexidade do homem por trás do gênio. Com texto e direção de Rodrigo Portella, a peça, inspirada no livro homônimo de Ray Charles Júnior, nos convida a uma imersão na intimidade de Ray, revelando suas fragilidades, contradições e a força do seu espírito. Literalmente!

Brasil reinventa o teatro musical: Ray você não me conhece
Foto: reprodução/Ale Catan
Enredo e dramaturgia: uma nova perspectiva

A peça apresenta uma narrativa envolvente e original, inclusive para aqueles familiarizados com a trajetória de Ray Charles. A história, contada através de diálogos e canções interpretadas em inglês, flui com naturalidade, revelando a profundidade dos personagens e os desafios enfrentados por Ray ao longo de sua vida. Além disso, a forma como a narrativa é construída permite que o público se conecte com a história em um nível emocional, compreendendo as motivações e os conflitos dos personagens.

Temas como superação, racismo, vícios e paternidade são explorados com sensibilidade, o que nos leva a humanidade do artista e as complexas relações que permearam sua vida. A peça não se limita a apresentar um ícone da música, mas desvenda a alma de um homem que, com suas falhas e contradições, deixou um legado inesquecível.

Atuações memoráveis: um elenco de verdade
Brasil reinventa o teatro musical: Ray você não me conhece
Foto: reprodução/Ale Catan

O elenco, impecável em suas atuações, dá vida à história com maestria. César Mello, no papel de Ray, entrega uma performance emocionante, capturando a essência do artista em cada gesto e canção. De fato, a preparação corporal de Mello dispensa qualquer pontuação. Sidney Santiago Kuanza, com sua presença de palco marcante, conduz a narrativa com maestria. Abrahão Costa, com sua voz potente e versátil, encanta e emociona o público. Portanto, a combinação de talentos no elenco garante uma experiência teatral inesquecível.

Flávio Bauraqui em sua atuação é um registro autêntico, o que sabemos de Ray seria exatamente da forma como você fez. Não existem contrapontos em nada que fez no palco e nos camarins. 

Letícia Soares nos entrega uma Della Beatrice Howard Robinson diferente da que vimos no filme; a nossa no palco brasileiro tem pulso, tem legitimidade e não se limita a contar só a história do Ray. Uma ótica necessária para nós. 

Luci Salutes, Lu Vieira e Roberta Ribeiro completam o elenco com atuações vibrantes e harmônicas, criando uma sinergia contagiante em cena. E, o ator mirim Caio Santos revela a força e a determinação de Ray desde a infância, na construção da cena em que a cegueira quando menino marca a vida do astro. 

Direção e música: o brilhantismo de tudo
Brasil reinventa o teatro musical: Ray você não me conhece
Foto: reprodução/Ale Catan

A direção de Rodrigo Portella imprime ritmo e emoção à narrativa, conduzindo o público por uma jornada emocionante que transita entre o humor, o drama e a música. A direção musical de Claudia Elizeu e André Muato garante uma experiência sonora impecável, com interpretações vibrantes que homenageiam o legado musical de Ray Charles. Dessa forma, o público é levado a questionar: “A música era assim mesmo? Nesse nível?”.

Em outras palavras, a combinação da direção precisa e da música envolvente cria um espetáculo que fica na memória, e, consequentemente, desperta o interesse em conhecer mais sobre Ray Charles.

A inclusão de um coro feminino, inspirado nas Raelettes, e a participação de uma banda ao vivo enriquecem a experiência musical, tudo fica envolvente e aproxima o público da sonoridade única de Ray.

Cenografia, figurino e iluminação: a atmosfera do Flashback
Brasil reinventa o teatro musical: Ray você não me conhece
Foto: reprodução/Ale Catan

Os cenários e figurinos, cuidadosamente elaborados, transportam o público para o universo de Ray Charles, criando a atmosfera ideal para a narrativa. A iluminação, por sua vez, realça a emoção de cada cena, contribuindo para a imersão do público na história. Mas, na verdade estamos em São Paulo, não é mesmo César Mello?

Acessibilidade e inclusão: para ver e ouvir

A peça se destaca pela atenção à acessibilidade, com descrição das cenas para pessoas com deficiência visual. Dessa forma, essa iniciativa reforça o compromisso de uma experiência inclusiva e democrática, garantindo que todos possam se emocionar com a história de Ray Charles. “Como podemos ver…” virou dramaturgia uníssona.

É teatro musical com produção brasileira, meus caros:
Foto: reprodução/Ale Catan

Ray – Você Não Me Conhece é de fato uma prova da força e da qualidade do teatro musical brasileiro. Com produção impecável, atuações memoráveis e uma história envolvente, a peça emociona, inspira e nos convida a refletir sobre o legado de um artista único.

Além disso, a peça se junta a obras revolucionárias como Hamilton (2015), a obra-prima americana que redefiniu o gênero com sua abordagem inovadora da história e da música, e Notre-Dame de Paris (1998), o musical francês que carrega grandiosidade e emoção.

Nesse contexto vibrante, ademais, produções brasileiras de sucesso recentes também se destacam, consolidando o talento brasileiro na criação de espetáculos grandiosos e impactantes.

Por exemplo, Sweeney Todd (Teatro Santander, 2025) e Torto Arado (2023) são exemplos marcantes dessa nova geração de musicais brasileiros, encantando pela narrativa e profundidade. Além disso, essas produções, assim como outras em ascensão, demonstram a força e a criatividade do teatro musical no Brasil, atraindo público e reconhecimento.

Uma viagem emocionante pelo universo de Ray Charles, revelando a complexidade do homem e a força da música como forma de superação e expressão.

E você? Já assistiu a peça no Teatro b32? Conte pra gente nas redes sociais do Entretê – Facebook, Instagram e X e nos siga para ficar por dentro das notícias do entretenimento.

Leia também: A evolução do teatro turco: da tradição ao sucesso dos musicais

Texto revisado por Angela Maziero Santana

 

 

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Cultura Entretenimento Séries

Coletiva de Imprensa | Por que amamos histórias da Máfia? Poderosos Chefões mergulha no fascínio por famílias mafiosas de Nova York

Descubra os segredos e as histórias por trás da máfia. O Entretetizei participou da coletiva de imprensa internacional com Michael Imperioli

Sejam os mafiosos italianos, os yakuzas japoneses ou os cartéis colombianos, a figura do criminoso que possui um código de conduta próprio e um senso de lealdade inabalável povoa o imaginário popular há décadas. Contudo, essa atração pelo submundo se manifesta de diversas formas, da literatura ao cinema, e agora, principalmente, com a estreia da minissérie documental Poderosos Chefões: as cinco famílias da máfia, do History Channel, no próximo dia 25 de janeiro narrada por Michael Imperioli.

A equipe do Entretetizei teve a oportunidade de participar da coletiva de imprensa online com Michael Imperioli, que, nessa ocasião, abordou detalhes da produção da minissérie, os desafios de narrar a história da máfia e o fascínio duradouro do público por esse universo. Além disso, o ator e produtor compartilhou suas perspectivas sobre a complexa relação entre a máfia, a história da imigração nos EUA e a cultura popular.

Poderosos Chefões: série sobre máfia com Michael Imperioli
Imagem: divulgação/History
Um mergulho na história da máfia

A série, narrada e produzida pelo ator Michael Imperioli, conhecido por seu papel em Família Soprano (1999-2007), promete um mergulho profundo na história das cinco famílias que dominaram o crime organizado em Nova York por décadas: Bonanno, Colombo, Gambino, Genovese e Lucchese.

Para isso, através de imagens de arquivo, gravações de áudio e entrevistas com especialistas, ex-mafiosos e agentes do FBI, a minissérie explora a ascensão e queda desses impérios criminosos e revela um mundo regido pela violência, poder e traição. Ou seja, a produção utiliza diferentes recursos para apresentar um panorama completo do universo mafioso.

Para Imperioli, a série é uma oportunidade de mostrar a verdadeira história por trás da ficção. “É um ótimo material para um documentário“, afirma o produtor. “Eu tive uma carreira associada a essas histórias, algumas delas difíceis, algumas delas baseadas em fatos reais, como o filme Goodfellas e a série Família Soprano, que foi inspirada em algumas histórias reais, mas é em grande parte ficcional. Então eu acho que, para as pessoas que acham essas histórias interessantes, querem conhecer a história real que é realmente envolvente.

Máfia na cultura pop: do Poderoso Chefão a Irmandade
Poderosos Chefões: série sobre máfia com Michael Imperioli
Imagem: divulgação/History

A romantização da máfia aparece em diversas produções culturais, de clássicos como O Poderoso Chefão (1972) a séries como Peaky Blinders (2013-2022) e Irmandade (2019-2022).

Muitas vezes somos questionados se filmes como O Poderoso Chefão ou Família Soprano glorificam esse estilo de vida“, reflete Imperioli. “Eu sempre digo que estamos mostrando a realidade. Estamos mostrando a crueldade, a violência e a criminalidade. Mas, ao mesmo tempo, o espectador consegue entender essas pessoas, porque mostramos todos os lados da história.

A Lei RICO e o combate ao crime organizado
Poderosos Chefões: série sobre máfia com Michael Imperioli
Imagem: divulgação/History

A minissérie explora os esforços do governo americano para combater a máfia, sobretudo a criação da Lei RICO (Racketeer Influenced and Corrupt Organizations Act). Em suma, promulgada em 1970, foi uma ferramenta poderosa na luta contra o crime organizado, permitindo que promotores acusassem indivíduos e organizações por uma série de crimes, como extorsão, suborno e lavagem de dinheiro.

A Lei RICO aumentou significativamente as penas para crimes relacionados à máfia e teve um impacto profundo na estrutura do crime organizado nos EUA. Como Imperioli observa:

Tem muitas histórias interessantes, tanto a história da máfia da América, mas também a história americana em geral. […] Outra coisa que é interessante é a lei RICO, que surgiu e tornou os delitos de menor gravidade, se fossem cometidos na estrutura de crime organizado, eram severamente penalizados. Você iria para a prisão por longo tempo e isso realmente mudou a natureza da multidão […].

Um olhar sobre a história da América e da imigração
Poderosos Chefões: série sobre máfia com Michael Imperioli
Imagem: divulgação/History

A série promete ir além da romantização, com as complexas relações entre as famílias mafiosas e a influência da lei na ascensão do crime organizado. Além disso, reforça a ligação entre a máfia e a experiência do imigrante nos Estados Unidos, eixo central do documentário.

O que é interessante é como a experiência do imigrante se transforma e como a máfia evolui a partir disso. Quando criança, cresci com O Poderoso Chefão e sempre achei fascinantes aquelas primeiras histórias de imigração e de tentativa de sobreviver aqui. Acho que isso vai entusiasmar muita gente“, explica Imperioli.

Não é só uma história da máfia, é também uma história paralela da América“, ressalta Imperioli. “É interessante ver como a Lei Seca mudou a cultura do crime organizado, que se tornou tão poderoso por causa da proibição do álcool.

Com estreia marcada para o dia 25 de janeiro, a minissérie certamente deve prender a atenção do público e reacender o fascínio da sociedade pelo mundo da máfia.

 

E você? Vai assistir Poderosos Chefões: as cinco famílias da máfia? Conte pra gente nas redes sociais do Entretê – Facebook, Instagram e X e nos siga para ficar por dentro das notícias do entretenimento.

Leia também: Crítica | O Papa inimaginável e alma política do Vaticano, a grande sacada de Conclave para o Oscar

Texto revisado por Layanne Rezende

 

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Cinema Entretenimento Resenhas

Crítica | O Papa inimaginável e alma política do Vaticano, a grande sacada de Conclave para o Oscar

Segredos, intrigas e reviravoltas no caminho para a escolha do novo papa. Você não vai acreditar quem assume o trono. Vai ter que ver para crer!

 

Conclave, dirigido por Edward Berger (Nada de Novo no Front), nos transporta para o coração do Vaticano na votação para escolher o novo papa: palco de intrigas, segredos, jogos de poder e fé. O filme, baseado no livro de Robert Harris, acompanha o Cardeal Lawrence (Ralph Fiennes) em sua missão de coordenar a eleição do novo papa, após a morte do antigo pontífice. Mas a tarefa se mostra mais complexa do que o esperado, revelando uma teia de conspirações e desafios à fé do próprio Cardeal.

Crítica | O Papa inimaginável e a política do Vaticano de Conclave
Imagem: divulgação/Diamond Filmes
Roteiro

O roteiro de Conclave é um dos seus grandes trunfos. O Vaticano, com sua atmosfera carregada de mistério, tradição e fé, se torna um personagem à parte, conquistando e atraindo a todos: uns pela fé, outros pelas desavenças com as visões progressistas e alguns pelo desejo do alto cargo do mundo.

A trama prende a atenção do espectador ao explorar as nuances da eleição papal, com seus rituais, alianças e traições, tudo sob o olhar atento da pintura do Juízo Final de Michelangelo, na Capela Sistina, um lembrete constante da fé e do julgamento divino.

Acompanhamos o Cardeal Lawrence, interpretado com maestria por Ralph Fiennes, em sua jornada de dúvidas e questionamentos. Enquanto lida com a burocracia do conclave e com sua própria crise de fé, ele se depara com segredos obscuros, como conspirações, um encontro secreto com o papa falecido e a chegada de um cardeal misterioso.

Narrativa

Ralph Fiennes é o Cardeal Thomas Lawrence, responsável pela organização e governança do conclave, com quatro candidatos para somar a maioria dos votos – o progressista Cardeal Bellini (Stanley Tucci), o conservador Cardeal Tedesco (Sergio Castellitto), o moderado Cardeal Tremblay (John Lithgow) e o africano Cardeal Adeyemi (Lucian Msamati).

Neste último, sua raça não é citada como um problema na igreja que, na realidade, não seria de toda verdade, mas o filme decide tratar outras nuances: segredos para derrubar votos e um final que é impossível de ser contado aqui.

Crítica | O Papa inimaginável e a política do Vaticano de Conclave
Imagem: divulgação/Diamond Filmes

Algumas críticas garantiram ser uma obra previsível, mas discordo. É polêmico e provocante para grande massa conversadora, porém, dizer que é previsível é um pouco demais. A escolha final de quem se torna o novo pontífice pode até dar caminhos e pistas no filme, contudo, qual é de fato a polêmica desse novo papa? Isso escapa do espectador, porque Edward Berger acerta e muito nesse roteiro. Ele foge da previsibilidade, desafiando as expectativas do público.

Atuação

O elenco de Conclave é notável. Ralph Fiennes brilha como o Cardeal Lawrence e acerta no tom de sua atuação. Com reações minimalistas, ele consegue dar ritmo ao mistério que o filme carrega, transmitindo a fragilidade e a força de um homem em busca de respostas para quem deve ser o novo papa.

Fiennes consegue expressar as complexas emoções do Cardeal com sutileza e intensidade, criando um personagem cativante e memorável. Stanley Tucci, como o Cardeal Bellini, traz à tona a visão progressista dentro da Igreja, enquanto John Lithgow e Lucian Msamati complementam o time conservador. E por isso três indicados ao Oscar: Ralph Fiennes, Stanley Tucci e John Lithgow.

O Papa começa no filme já morto e, ainda assim, movimenta a história inteira. A graciosidade da direção conseguiu fazer com que um personagem ausente até mesmo em flashbacks contemple o enredo. E, para isso, cabe a nós montar cada carta disponibilizada pela direção.

A obra também reforça como a igreja ainda visualiza o papel, ou a falta dele, das mulheres no espaço sagrado. Porém, ninguém brilha mais que as regras, o espaço e o bunker do Vaticano.

Temas e mensagens

Conclave não se esquiva de abordar temas polêmicos. O filme gera reflexões profundas sobre a natureza humana e as contradições do mundo religioso.

A obra provocou reações extremas com alguns críticos, como Megyn Kelly, ex-apresentadora da Fox News, a classificando como “nojenta e anticatólica”. Enquanto outros, como o diretor de uma faculdade católica em Chicago, a consideraram “linda de assistir”. Essa polarização de opiniões demonstra o poder do filme em gerar debate e questionamento.

Fotografia
Crítica | O Papa inimaginável e a política do Vaticano de Conclave
Imagem: divulgação/Diamond Filmes

A fotografia de Stéphane Fontaine acerta nas chegadas dos cardeais no pernoite, quando fumam cigarros como uma caipora; as refeições comunitárias e as sessões de votação (que teve até demais, poderia ser apenas duas, contando com a da explosão que aparece no trailer).

E, além disso, há a tensão do selamento do quarto do papa recém-falecido e a destruição de seu anel. Todas as cenas que contam histórias são narradas por imagens.

Em um ano de trilhas sonoras memoráveis, Volker Bertelmann se destaca com uma composição que não apenas embala a trama, mas a eleva em um novo nível de intensidade e emoção. Vale a estatueta aqui!

Opinião final
Crítica | O Papa inimaginável e a política do Vaticano de Conclave
Imagem: divulgação/Diamond Filmes

Conclave é um filme instigante e provocador, que nos convida a refletir sobre o poder, a fé e a complexidade da natureza humana. Com um roteiro inteligente, atuações marcantes e uma direção segura, o filme prende a atenção do início ao fim.

Por enquanto, o mundo não está discutindo os assuntos apresentados no filme, mas logo estará, assim que for lançado. Ele faz jus não só ao Oscar, como também às 12 indicações ao British Academy Film Awards (BAFTA) anunciadas esta semana.

Vale a pena assistir? Sem dúvida! Conclave é uma obra que provoca reflexões e gera discussões, além de oferecer uma experiência cinematográfica envolvente.

 

E você? Vai ao cinema conferir Conclave? Conte pra gente nas redes sociais do Entretê – Facebook, Instagram e X e nos siga para ficar por dentro das notícias do entretenimento.

Leia também: Trilha Sonora para um Golpe de Estado: assista ao trailer do candidato ao Oscar

 

Texto revisado por Larissa Suellen

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Cultura Musicais Notícias Teatro

Crítica | A navalha afiada de Sweeney Todd: um tesouro do teatro musical brasileiro

A produção brasileira impressiona, sobretudo, pela qualidade vocal do elenco e pela orquestra afinada que intensifica a experiência sombria e emocionante

A mais recente montagem de Sweeney Todd – O Cruel Barbeiro da Rua Fleet, no Teatro Santander, vai além de uma simples releitura da clássica história de vingança. Apesar de se apoiar em uma narrativa conhecida, Zé Henrique de Paula, com sua direção precisa, impressiona ao construir uma experiência teatral impactante, com originalidade e força na encenação. E grande parte dessa força reside na atuação do elenco.

Andrezza Massei, como a Sra. Lovett, entrega uma performance brilhante e evolutiva, que ultrapassa a já consagrada interpretação de Helena Bonham Carter. Sua Dona Lovett cativa o público com uma presença de palco magnética, enquanto constrói uma personagem complexa e apaixonante. A química entre Massei e Saulo Vasconcelos, que interpreta Sweeney Todd com intensidade e fragilidade, é palpável. Juntos, eles formam uma dupla dinâmica que conduz a narrativa com maestria; seus diálogos cantados fluindo com naturalidade e emoção.

Sweeney Todd : uma experiência musical imperdível!
Foto: divulgação/Stephan Solon

Se existisse um prêmio para melhor dupla em cena, eles seriam, sem dúvida, os vencedores indiscutíveis.

A trama, embora familiar, ganha novas camadas de profundidade  através da atuação do elenco. A entrada em cena do casal Anthony (Pedro Silveira) e Johanna (Caru Truzzi) me causou uma breve surpresa. Embora reconheça a importância da história de amor, como contraponto à trama principal, a transição para essa subtrama pareceu um pouco abrupta.

No entanto, Silveira e Truzzi conseguem construir uma dinâmica convincente, utilizando seus recursos vocais e corporais para dar vida aos personagens e criar a emoção necessária para a história.

Além disso, Pedro Navarro, como o charlatão Pirelli, arranca risos com sua performance caricata, complementando o elenco que dá vida a essa tragédia.

Sweeney Todd : uma experiência musical imperdível!
Foto: divulgação/Stephan Solon
Cenografia e figurino

A cenografia, com elementos cuidadosamente escolhidos, cria uma atmosfera claustrofóbica e opressiva, transportando o público para uma Londres vitoriana sem excessos. O figurino de João Pimenta,  premiado com razão, acentua a imersão na época, enquanto a iluminação ressalta a dramaticidade da narrativa com maestria.

Sonoplastia como personagem

E, sobretudo, como não falar da música? A trilha sonora, executada com maestria pela orquestra regida por Fernanda Maia, é a alma desta produção. Notadamente, cada canção intensifica as emoções, criando uma teia sonora que envolve o público e o conduz pelos tortuosos caminhos da trama.

Definitivamente, Sweeney Todd é uma experiência completa que revela a força do teatro musical. Com atuações memoráveis, direção inspirada e uma trilha sonora arrebatadora, o espetáculo confirma o talento da equipe criativa e, inegavelmente, deixa uma marca indelével na memória do público.

Produções como essa demonstram a importância e o crescimento artístico do teatro musical no Brasil. Inegavelmente, com cada vez mais qualidade e profissionalismo, o gênero conquista o público e se consolida como uma forma de entretenimento rica e envolvente, capaz de emocionar e provocar reflexões profundas. O sucesso de Sweeney Todd é uma prova do talento dos artistas brasileiros e da vitalidade do teatro musical em nosso país.

Serviço

Sweeney Todd – O Cruel Barbeiro da Rua Fleet

Sessões: curta temporada – até 26/01/2025

Quintas: 20h | Sextas: 20h| Sábados: 16h e 20h | Domingos: 16h e 20h
Local: Teatro Santander, Complexo JK Iguatemi – Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 2041
Classificação Etária: 16 anos
Duração: 120 minutos (com intervalo de 15 minutos)
Gênero: Teatro Musical
Ingressos: de R$ 21,18 a R$ 300

Bilheteria online (com taxa de conveniência): https://bileto.sympla.com.br/event/98254/d/278337

 

E você? Já assistiu a peça no Teatro Santander? Conte pra gente nas redes sociais do Entretê – Facebook, Instagram e X e nos siga para ficar por dentro das notícias do entretenimento.

Leia também: Entrevista | Luisa Perisse fala sobre a reestreia de Camareiras e projetos futuros

 

Texto revisado por Larissa Suellen

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Crítica | Sejamos honestos com Angelina Jolie: Callas não é a melhor atuação de sua carreira

O que esperar da fragmentada cinebiografia de Maria Callas? Só nos cinemas para descobrir, porém, temos uma prévia…

Crítica: Angelina Jolie faz a melhor performance em Maria Callas?
Foto: divulgação/Diamond Films

Maria Callas, cinebiografia da lendária cantora de ópera dirigida por Pablo Larraín e estrelada por Angelina Jolie, chega aos cinemas brasileiros e estreia nesta quinta (16), prometendo revelar a mulher por trás da diva. Com aplausos em Veneza e indicações a prêmios como o Globo de Ouro para Jolie, a expectativa era alta. Mas será que o filme faz jus à grandiosidade de Callas?

A recepção do público e da crítica tem sido diversa, com elogios e críticas se misturando em um debate acalorado sobre a eficácia do roteiro, a performance de Jolie e a capacidade do filme de capturar a essência de Maria Callas.

Talvez Maria Callas seja uma daquelas obras que desafiam as expectativas e provocam reações distintas, convidando o público a tirar suas próprias conclusões sobre a representação da lendária cantora. No cinema, tudo é uma versão, então essa é a versão do diretor sobre a vida de Callas.

Roteiro e narrativa

O filme peca ao focar apenas nas últimas semanas de vida de Maria Callas, ignorando sua trajetória artística e deixando o público sem contexto, principalmente a geração Z, que pode não conhecer a fundo a história da cantora. A escolha de Larraín, em seu terceiro filme biográfico feminino após Spencer (2021) e Jackie (2016), de se concentrar nas alucinações e no drama pessoal de Callas em seus últimos dias, resulta em uma narrativa confusa e sem foco.

Os cortes abruptos e a montagem fragmentada contribuem para a sensação de desconexão e superficialidade. Além disso, o triângulo amoroso e os flashbacks, mal desenvolvidos, não conseguem aprofundar a trama e deixam o espectador com mais perguntas do que respostas.

Foto: divulgação/Diamond Films
Atuação

Angelina Jolie, apesar de todo seu carisma e talento, não encarna Maria Callas com a força que a cantora exige. A semelhança física é mínima e a caracterização não a transforma na icônica artista. Jolie esbanja pose e glamour, porém, sua interpretação não alcança a profundidade dramática de Callas, principalmente nas cenas em que simula cantar, sendo a dublagem iniciante, sem a potência e a emoção que marcaram a voz da diva.

É difícil compreender os elogios à atuação de Jolie como a “melhor de sua carreira”, considerando seus trabalhos anteriores. Em Maria Callas, a atriz parece não se arriscar e nem explorar novas facetas de seu talento.

Direção e fotografia

Pablo Larraín parece ter se deixado levar pela “aura” da ópera, criando um filme esteticamente belo, mas com uma narrativa que mais parece um capítulo isolado na vida da cantora, e não uma obra completa. O uso de takes reais de Maria Callas em cena, contrapondo a performance de Angelina Jolie, é um recurso interessante, mas intensifica a sensação de distanciamento entre a atriz e a personagem.

A presença da verdadeira Callas na tela acentua a artificialidade da interpretação de Jolie, criando um descompasso que atrapalha a imersão na história. Já sobre a fotografia, em preto e branco com tom pastel, é elegante, mas não consegue suprir a falta de profundidade da história.

Foto: divulgação/Diamond Films
Figurino

Quesito impecável, recriando com fidelidade os trajes glamourosos de Maria Callas, transportando o público para o universo da ópera.

O bônus da obra

Maria Callas, apesar da fama de diva exigente, cultivava uma relação peculiar com seus funcionários. Alguns deles, como Bruna e Ferruccio, moravam com ela e se tornaram parte de sua família. Essa convivência próxima gerava laços de afeto e lealdade, mas também momentos de tensão e conflito, revelando a personalidade complexa e cativante da cantora.

Temas e mensagens

Maria Callas aborda temas como fama, solidão, amor e perda. Contudo, a falta de contexto sobre a carreira de Callas impede uma compreensão mais profunda de seus conflitos e de sua trajetória.

Deve assistir?

Bateu a curiosidade para saber se a performance de Angelina Jolie como Maria Callas convence? Intrigou a proposta ousada de Pablo Larraín para contar a história da diva? Então corra para os cinemas e assista Maria Callas! Só assim você poderá formar sua própria opinião sobre essa cinebiografia que já está dando o que falar.

 

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Leia também: Descubra 5 motivos para assistir Aqui nos cinemas

 

Texto revisado por Laura Maria Fernandes de Carvalho

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Cultura Entretenimento Eventos Teatro

Musical Sweeney Todd volta em curtíssima temporada em São Paulo

Como protagonistas, a dupla Saulo Vasconcelos e Andrezza Massei se junta a um grande elenco e orquestra ao vivo

Sweeney Todd – o Cruel Barbeiro da Rua Fleet, inspirado no livro O Colar de Pérolas (1846), de Thomas Peckett Prest, é uma fábula vitoriana macabra que conquistou a Broadway e agora retorna a São Paulo para uma curta temporada de três semanas.

Sucesso absoluto de público e crítica, com oito indicações ao Prêmio Bibi Ferreira, incluindo Melhor Direção para Zé Henrique de Paula e Melhor Atriz para Andrezza Massei, o espetáculo promete, sem dúvida, te levar a um mergulho no humor negro e na genialidade de Stephen Sondheim. Ademais, a trilha sonora é simplesmente inesquecível!

E, nesta temporada, o público terá a chance de ver Saulo Vasconcelos, um dos maiores nomes do teatro musical brasileiro, no papel-título! Aliás, “É a realização de um sonho“, declara Saulo, que já estrelou clássicos como O Fantasma da Ópera e Les Misérables. Decerto, sua atuação será impecável!

Prepare-se para uma história de vingança e tortas sinistras! Em Sweeney Todd, Benjamin Barker, um barbeiro injustiçado, retorna à Londres sedento por vingança contra o cruel juiz Turpin. Após 15 anos de exílio, ele assume a identidade de Sweeney Todd e se une à Dona Lovett, dona de uma loja decadente de tortas, para colocar em prática seu plano macabro. Mas o que o juiz Turpin tem a ver com as tortas da Sra. Lovett? Descubra a partir de 9 de janeiro no Teatro Santander

Não perca essa oportunidade! 

Onde: Teatro Santander  – Complexo JK Iguatemi

Quando: a partir de 9 de janeiro de 2025

Ingressos: https://bileto.sympla.com.br/event/98254/d/278337

Sobre Sweeney Todd
Foto: divulgação/Stephan Solon

O musical de Stephen Sondheim (música e letras) e Hugh Wheeler (libreto) estreou na Broadway em 1º de março de 1979. Já naquele ano, a montagem original levou oito Prêmios Tony, considerado o Oscar do teatro na Broadway, incluindo os de Melhor Musical, Melhor Libreto de Musical e Melhor Trilha Sonora Original. Além disso, levou o prêmio em 11 categorias do Drama Desk Awards e recebeu certificação de Melhor Musical no Drama Critics’ Circle Award.

Diante do grande sucesso nos palcos, com montagens no mundo inteiro até hoje, a obra de Sondheim chamou a atenção do cultuado diretor de cinema Tim Burton e, assim, em 2007, Sweeney Todd chegou às telonas. Com Johnny Depp e Helena Bonham Carter no elenco, o filme foi indicado em três categorias do Oscar e consequentemente levou a estatueta de Melhor Direção de Arte.

Na premiação do Globo de Ouro, o longa ganhou nas categorias de Melhor Filme de Comédia ou Musical, Melhor Ator em Comédia ou Musical (Johnny Depp), Melhor Atriz em Comédia ou Musical (Helena Bonham Carter) e Melhor Diretor (Tim Burton).

 

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Leia também: Confira o elenco da nova temporada de Wicked Brasil 

Texto revisado por Angela Maziero Santana 

 

 

 

 

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Crítica | Mufasa: O Rei Leão — A harmonia das vozes no ciclo da vida

Uma análise completa da nova aventura Disney, para além de um filme: uma experiência cultural

Mufasa: O Rei Leão ruge nos cinemas em 19 de dezembro, sob a direção de Barry Jenkins. No Brasil, as vozes que dão vida aos personagens são de Pedro Caetano (Mufasa), Hipolyto (Taka/Scar), Luci Salutes (Sarabi), Eduardo Silva (Rafiki), entre outros talentos. Este live-action, sequência dos clássicos desde O Rei Leão (1994), mergulha na história de Mufasa, revelando a trajetória do jovem leão perdido até se tornar o majestoso rei.

A narrativa se desenrola em flashbacks guiada pela sabedoria de Rafiki, que compartilha com a jovem Kiara, filha de Simba, a saga de Mufasa. Conhecemos Mufasa ainda filhote, perdido até encontrar Taka, um leão de sangue real. Juntos, embarcam em uma jornada de autodescoberta e desafios, enquanto a trama se entrelaça com momentos protagonizados por Timão e Pumba, que acompanham a narrativa de Rafiki junto a Kiara. E está aí o ponto fraco do filme. Calma, tem explicação. 

Roteiro e narrativa

O roteiro, apesar de seguir a clássica jornada do herói, apresenta momentos de ritmo lento. A força da trama reside na ascensão de Mufasa ao poder, na complexa relação com seu irmão Taka e na surpreendente revelação da vilania de Scar. As canções originais e a presença de personagens já amados pelo público enriquecem a experiência, mas o ritmo pode ser um obstáculo até que a trama principal engate.

Atuação e dublagem

O elenco brasileiro de dublagem brilha intensamente. Hipolyto, como Taka/Scar, entrega uma performance cativante e complexa, despertando no público a vontade de entender as motivações do vilão. Luci Salutes, como Sarabi, empodera a figura feminina, destacando sua importância no ciclo da vida animal e na cultura africana. Eduardo Silva, como Rafiki, traz a sabedoria e o humor característicos do personagem com maestria e emociona na cena mais linda sobre irmandade do filme todo. Pedro Caetano, experiente na dublagem de Mufasa, nos apresenta um rei em construção, evidenciando que a grandeza não é inata, mas conquistada.

Foto: reprodução/Disney

A fotografia captura a beleza da savana africana com cores vibrantes e cenários grandiosos, ampliados pela tecnologia atual. A trilha sonora, composta por Lin-Manuel Miranda, inclui a marcante canção Tchau, Tchau, interpretada por Scar, criando uma atmosfera envolvente que intensifica as emoções.

Mufasa: O Rei Leão aborda temas como amizade, luto, paternidade, ambição e o ciclo da vida, convidando à reflexão sobre nosso papel no mundo e a superação de adversidades. A mensagem – cada criatura tem um lugar no ciclo da vida – ecoa a filosofia do original, mas aprofunda a questão de identidade e destino, desafiando o espectador com a provocação: hoje eles vêm atrás de mim, amanhã será você. Por que não nos unir?

Opinião e indicação

Mufasa: O Rei Leão é uma emocionante jornada que expande o universo de O Rei Leão, revelando uma nova perspectiva da história. A tentativa de usar a popularidade de Timão e Pumba como chamariz causa alguns tropeços no ritmo inicial, é como se eles estivessem ali só para dar uma pausa na aventura, e isso às vezes deixa o filme mais lento.

Por outro lado, o filme cativa pela beleza visual, trilha sonora impecável e atuações marcantes. É uma obra que certamente agradará aos fãs do clássico e a todos que buscam uma história envolvente que traz respostas há muito tempo aguardadas. Mas ficamos com uma vontade imensa de ver um filme de Scar; eu, se fosse a Disney, pensaria nisso.

Vale a pena assistir? Sem dúvida! Mufasa: O Rei Leão é uma experiência imperdível para quem deseja se aprofundar na rica mitologia africana da obra original e desvendar a trajetória de Mufasa, um dos personagens mais atirados no reino animal da Disney.

Observações

Curiosamente, o filme diverge da obra literária A Tale of Two Brothers (1994), de Alex Simmons, que também explora a relação entre Mufasa e Scar. A versão cinematográfica apresenta uma nova perspectiva sobre a origem da cicatriz de Scar e a dinâmica entre os irmãos, criando sua própria trama.

Mufasa: O Rei Leão presta uma bela homenagem ao legado do filme original, construindo sua própria identidade. É uma história emocionante que nos recorda que, mesmo diante das adversidades, podemos encontrar nosso lugar no ciclo da vida e construir nosso próprio destino com a nossa própria voz.

E você, já assistiu a história de Mufasa e Scar? Conte pra gente nas redes sociais do Entretê – Facebook, Instagram e X.

Leia também: Confira a tracklist divulgada de Mufasa: O Rei Leão

Texto revisado por Layanne Rezende

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