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Crítica | Sejamos honestos com Angelina Jolie: Callas não é a melhor atuação de sua carreira

O que esperar da fragmentada cinebiografia de Maria Callas? Só nos cinemas para descobrir, porém, temos uma prévia…

Crítica: Angelina Jolie faz a melhor performance em Maria Callas?
Foto: divulgação/Diamond Films

Maria Callas, cinebiografia da lendária cantora de ópera dirigida por Pablo Larraín e estrelada por Angelina Jolie, chega aos cinemas brasileiros e estreia nesta quinta (16), prometendo revelar a mulher por trás da diva. Com aplausos em Veneza e indicações a prêmios como o Globo de Ouro para Jolie, a expectativa era alta. Mas será que o filme faz jus à grandiosidade de Callas?

A recepção do público e da crítica tem sido diversa, com elogios e críticas se misturando em um debate acalorado sobre a eficácia do roteiro, a performance de Jolie e a capacidade do filme de capturar a essência de Maria Callas.

Talvez Maria Callas seja uma daquelas obras que desafiam as expectativas e provocam reações distintas, convidando o público a tirar suas próprias conclusões sobre a representação da lendária cantora. No cinema, tudo é uma versão, então essa é a versão do diretor sobre a vida de Callas.

Roteiro e narrativa

O filme peca ao focar apenas nas últimas semanas de vida de Maria Callas, ignorando sua trajetória artística e deixando o público sem contexto, principalmente a geração Z, que pode não conhecer a fundo a história da cantora. A escolha de Larraín, em seu terceiro filme biográfico feminino após Spencer (2021) e Jackie (2016), de se concentrar nas alucinações e no drama pessoal de Callas em seus últimos dias, resulta em uma narrativa confusa e sem foco.

Os cortes abruptos e a montagem fragmentada contribuem para a sensação de desconexão e superficialidade. Além disso, o triângulo amoroso e os flashbacks, mal desenvolvidos, não conseguem aprofundar a trama e deixam o espectador com mais perguntas do que respostas.

Foto: divulgação/Diamond Films
Atuação

Angelina Jolie, apesar de todo seu carisma e talento, não encarna Maria Callas com a força que a cantora exige. A semelhança física é mínima e a caracterização não a transforma na icônica artista. Jolie esbanja pose e glamour, porém, sua interpretação não alcança a profundidade dramática de Callas, principalmente nas cenas em que simula cantar, sendo a dublagem iniciante, sem a potência e a emoção que marcaram a voz da diva.

É difícil compreender os elogios à atuação de Jolie como a “melhor de sua carreira”, considerando seus trabalhos anteriores. Em Maria Callas, a atriz parece não se arriscar e nem explorar novas facetas de seu talento.

Direção e fotografia

Pablo Larraín parece ter se deixado levar pela “aura” da ópera, criando um filme esteticamente belo, mas com uma narrativa que mais parece um capítulo isolado na vida da cantora, e não uma obra completa. O uso de takes reais de Maria Callas em cena, contrapondo a performance de Angelina Jolie, é um recurso interessante, mas intensifica a sensação de distanciamento entre a atriz e a personagem.

A presença da verdadeira Callas na tela acentua a artificialidade da interpretação de Jolie, criando um descompasso que atrapalha a imersão na história. Já sobre a fotografia, em preto e branco com tom pastel, é elegante, mas não consegue suprir a falta de profundidade da história.

Foto: divulgação/Diamond Films
Figurino

Quesito impecável, recriando com fidelidade os trajes glamourosos de Maria Callas, transportando o público para o universo da ópera.

O bônus da obra

Maria Callas, apesar da fama de diva exigente, cultivava uma relação peculiar com seus funcionários. Alguns deles, como Bruna e Ferruccio, moravam com ela e se tornaram parte de sua família. Essa convivência próxima gerava laços de afeto e lealdade, mas também momentos de tensão e conflito, revelando a personalidade complexa e cativante da cantora.

Temas e mensagens

Maria Callas aborda temas como fama, solidão, amor e perda. Contudo, a falta de contexto sobre a carreira de Callas impede uma compreensão mais profunda de seus conflitos e de sua trajetória.

Deve assistir?

Bateu a curiosidade para saber se a performance de Angelina Jolie como Maria Callas convence? Intrigou a proposta ousada de Pablo Larraín para contar a história da diva? Então corra para os cinemas e assista Maria Callas! Só assim você poderá formar sua própria opinião sobre essa cinebiografia que já está dando o que falar.

 

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Leia também: Descubra 5 motivos para assistir Aqui nos cinemas

 

Texto revisado por Laura Maria Fernandes de Carvalho

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Musical Sweeney Todd volta em curtíssima temporada em São Paulo

Como protagonistas, a dupla Saulo Vasconcelos e Andrezza Massei se junta a um grande elenco e orquestra ao vivo

Sweeney Todd – o Cruel Barbeiro da Rua Fleet, inspirado no livro O Colar de Pérolas (1846), de Thomas Peckett Prest, é uma fábula vitoriana macabra que conquistou a Broadway e agora retorna a São Paulo para uma curta temporada de três semanas.

Sucesso absoluto de público e crítica, com oito indicações ao Prêmio Bibi Ferreira, incluindo Melhor Direção para Zé Henrique de Paula e Melhor Atriz para Andrezza Massei, o espetáculo promete, sem dúvida, te levar a um mergulho no humor negro e na genialidade de Stephen Sondheim. Ademais, a trilha sonora é simplesmente inesquecível!

E, nesta temporada, o público terá a chance de ver Saulo Vasconcelos, um dos maiores nomes do teatro musical brasileiro, no papel-título! Aliás, “É a realização de um sonho“, declara Saulo, que já estrelou clássicos como O Fantasma da Ópera e Les Misérables. Decerto, sua atuação será impecável!

Prepare-se para uma história de vingança e tortas sinistras! Em Sweeney Todd, Benjamin Barker, um barbeiro injustiçado, retorna à Londres sedento por vingança contra o cruel juiz Turpin. Após 15 anos de exílio, ele assume a identidade de Sweeney Todd e se une à Dona Lovett, dona de uma loja decadente de tortas, para colocar em prática seu plano macabro. Mas o que o juiz Turpin tem a ver com as tortas da Sra. Lovett? Descubra a partir de 9 de janeiro no Teatro Santander

Não perca essa oportunidade! 

Onde: Teatro Santander  – Complexo JK Iguatemi

Quando: a partir de 9 de janeiro de 2025

Ingressos: https://bileto.sympla.com.br/event/98254/d/278337

Sobre Sweeney Todd
Foto: divulgação/Stephan Solon

O musical de Stephen Sondheim (música e letras) e Hugh Wheeler (libreto) estreou na Broadway em 1º de março de 1979. Já naquele ano, a montagem original levou oito Prêmios Tony, considerado o Oscar do teatro na Broadway, incluindo os de Melhor Musical, Melhor Libreto de Musical e Melhor Trilha Sonora Original. Além disso, levou o prêmio em 11 categorias do Drama Desk Awards e recebeu certificação de Melhor Musical no Drama Critics’ Circle Award.

Diante do grande sucesso nos palcos, com montagens no mundo inteiro até hoje, a obra de Sondheim chamou a atenção do cultuado diretor de cinema Tim Burton e, assim, em 2007, Sweeney Todd chegou às telonas. Com Johnny Depp e Helena Bonham Carter no elenco, o filme foi indicado em três categorias do Oscar e consequentemente levou a estatueta de Melhor Direção de Arte.

Na premiação do Globo de Ouro, o longa ganhou nas categorias de Melhor Filme de Comédia ou Musical, Melhor Ator em Comédia ou Musical (Johnny Depp), Melhor Atriz em Comédia ou Musical (Helena Bonham Carter) e Melhor Diretor (Tim Burton).

 

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Leia também: Confira o elenco da nova temporada de Wicked Brasil 

Texto revisado por Angela Maziero Santana 

 

 

 

 

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Crítica | Mufasa: O Rei Leão — A harmonia das vozes no ciclo da vida

Uma análise completa da nova aventura Disney, para além de um filme: uma experiência cultural

Mufasa: O Rei Leão ruge nos cinemas em 19 de dezembro, sob a direção de Barry Jenkins. No Brasil, as vozes que dão vida aos personagens são de Pedro Caetano (Mufasa), Hipolyto (Taka/Scar), Luci Salutes (Sarabi), Eduardo Silva (Rafiki), entre outros talentos. Este live-action, sequência dos clássicos desde O Rei Leão (1994), mergulha na história de Mufasa, revelando a trajetória do jovem leão perdido até se tornar o majestoso rei.

A narrativa se desenrola em flashbacks guiada pela sabedoria de Rafiki, que compartilha com a jovem Kiara, filha de Simba, a saga de Mufasa. Conhecemos Mufasa ainda filhote, perdido até encontrar Taka, um leão de sangue real. Juntos, embarcam em uma jornada de autodescoberta e desafios, enquanto a trama se entrelaça com momentos protagonizados por Timão e Pumba, que acompanham a narrativa de Rafiki junto a Kiara. E está aí o ponto fraco do filme. Calma, tem explicação. 

Roteiro e narrativa

O roteiro, apesar de seguir a clássica jornada do herói, apresenta momentos de ritmo lento. A força da trama reside na ascensão de Mufasa ao poder, na complexa relação com seu irmão Taka e na surpreendente revelação da vilania de Scar. As canções originais e a presença de personagens já amados pelo público enriquecem a experiência, mas o ritmo pode ser um obstáculo até que a trama principal engate.

Atuação e dublagem

O elenco brasileiro de dublagem brilha intensamente. Hipolyto, como Taka/Scar, entrega uma performance cativante e complexa, despertando no público a vontade de entender as motivações do vilão. Luci Salutes, como Sarabi, empodera a figura feminina, destacando sua importância no ciclo da vida animal e na cultura africana. Eduardo Silva, como Rafiki, traz a sabedoria e o humor característicos do personagem com maestria e emociona na cena mais linda sobre irmandade do filme todo. Pedro Caetano, experiente na dublagem de Mufasa, nos apresenta um rei em construção, evidenciando que a grandeza não é inata, mas conquistada.

Foto: reprodução/Disney

A fotografia captura a beleza da savana africana com cores vibrantes e cenários grandiosos, ampliados pela tecnologia atual. A trilha sonora, composta por Lin-Manuel Miranda, inclui a marcante canção Tchau, Tchau, interpretada por Scar, criando uma atmosfera envolvente que intensifica as emoções.

Mufasa: O Rei Leão aborda temas como amizade, luto, paternidade, ambição e o ciclo da vida, convidando à reflexão sobre nosso papel no mundo e a superação de adversidades. A mensagem – cada criatura tem um lugar no ciclo da vida – ecoa a filosofia do original, mas aprofunda a questão de identidade e destino, desafiando o espectador com a provocação: hoje eles vêm atrás de mim, amanhã será você. Por que não nos unir?

Opinião e indicação

Mufasa: O Rei Leão é uma emocionante jornada que expande o universo de O Rei Leão, revelando uma nova perspectiva da história. A tentativa de usar a popularidade de Timão e Pumba como chamariz causa alguns tropeços no ritmo inicial, é como se eles estivessem ali só para dar uma pausa na aventura, e isso às vezes deixa o filme mais lento.

Por outro lado, o filme cativa pela beleza visual, trilha sonora impecável e atuações marcantes. É uma obra que certamente agradará aos fãs do clássico e a todos que buscam uma história envolvente que traz respostas há muito tempo aguardadas. Mas ficamos com uma vontade imensa de ver um filme de Scar; eu, se fosse a Disney, pensaria nisso.

Vale a pena assistir? Sem dúvida! Mufasa: O Rei Leão é uma experiência imperdível para quem deseja se aprofundar na rica mitologia africana da obra original e desvendar a trajetória de Mufasa, um dos personagens mais atirados no reino animal da Disney.

Observações

Curiosamente, o filme diverge da obra literária A Tale of Two Brothers (1994), de Alex Simmons, que também explora a relação entre Mufasa e Scar. A versão cinematográfica apresenta uma nova perspectiva sobre a origem da cicatriz de Scar e a dinâmica entre os irmãos, criando sua própria trama.

Mufasa: O Rei Leão presta uma bela homenagem ao legado do filme original, construindo sua própria identidade. É uma história emocionante que nos recorda que, mesmo diante das adversidades, podemos encontrar nosso lugar no ciclo da vida e construir nosso próprio destino com a nossa própria voz.

E você, já assistiu a história de Mufasa e Scar? Conte pra gente nas redes sociais do Entretê – Facebook, Instagram e X.

Leia também: Confira a tracklist divulgada de Mufasa: O Rei Leão

Texto revisado por Layanne Rezende

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