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Entrevista | Beto Skubs, o roteirista brasileiro de Grey’s Anatomy

O roteirista fala sobre como é escrever para uma das maiores séries da atualidade e seus desejos para os próximos projetos

Talvez você não o conheça, mas se é fã de Grey’s Anatomy (2005 – presente) já deve ter assistido algum episódio escrito por ele. Beto Skubs é paulista e viveu em solo brasileiro até 2012, quando foi morar em Los Angeles para fazer mestrado em Roteiro de Cinema e Televisão, através da bolsa Capes-Fulbright, na Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA). De lá para cá, sua carreira deslanchou despretensiosamente. 

Depois de ter a oportunidade de passar uma semana observando o processo de criação dos roteiristas da série, Beto voltou ao Brasil por um período e ao retornar a Los Angeles foi convidado para fazer parte do seleto grupo, do qual sua esposa Kiley Donovan também fazia parte como escritora, editora e produtora executiva. O casal entrou na série em momentos distintos, sendo ele durante a 18ª temporada e ela durante a 14ª temporada.

Agora, algumas temporadas e muitos acontecimentos depois, o roteirista teve a oportunidade de incluir no seu texto uma atriz muito conhecida pelos noveleiros e seriadores brasileiros, Bianca Comparato. A atriz vai participar do próximo episódio da série, a ser exibido nesta quinta-feira, nos Estados Unidos, no horário local.

Enquanto faltam algumas horas para o episódio ir ao ar, o Entretê teve a oportunidade de conversar com o atual queridinho dos fãs brasileiros e saber um pouco mais sobre a sua trajetória, seus sonhos e desejos para histórias futuras.

Entretetizei: Como você descobriu que queria ser roteirista?

Beto Skubs: Na infância, minha mãe sempre me estimulou a ler muito. Por conta disso, eu escrevia bem. Na adolescência, achei que queria ser escritor, mas não sabia exatamente que tipo. Eu aprendi Inglês sozinho pois queria ler livros de Star Wars, e aí descobri os roteiros. Fui fazer faculdade de Jornalismo, mas ainda não tinha clicado na minha cabeça (eu sou meio lerdo!) Aí quando encontrei uns curtas da faculdade de Rádio e TV, eu entendi… “É isso! Eu quero escrever roteiros!”

E: Tem algum desejo, como escritor, que ainda queira realizar?

B: Muitos. Tenho projetos que quero escrever e produzir. Tenho parcerias criativas que quero realizar. Cada dia em Hollywood sou exposto a mais pessoas talentosas, diretores, roteiristas, produtores, atores, com quem adoraria colaborar. Ainda vai rolar muita coisa legal.

E: Você entrou em Grey’s Anatomy em 2021. Você acompanhava a série antes?

B: Assisti alguns episódios aleatórios lá no começo, depois parei. Mas minha esposa foi trabalhar em Grey’s antes de mim, na temporada 14. Voltei a assistir por causa dela.

E: Há anos Grey’s Anatomy vive com a mesma pergunta: quando vai ser a última temporada? Se a série terminasse hoje, você já pensou em como acabaria?

B: Não. A gente não pensa nisso, não conversa sobre isso. A gente escreve cada final de temporada já pensando na próxima. 

E: De todas as cenas que já escreveu na série, qual é a sua preferida?

B: Ah… difícil escolher uma. Tem bastante coisa. No meu primeiro episódio, 1805 (episódio 15 da temporada 18), que foi um crossover com Station 19, teve muita coisa legal e muito emocionante, pois teve a morte de um personagem do Station 19. E teve uma história legal do Owen com PTSD. No 1814 (episódio 14 da temporada 18), todas as cenas que eu escrevi com personagens brasileiros. Orgulho demais. No 1914 (episódio 14 da temporada 19), escrevi a primeira parte do episódio duplo de saída da Maggie… E nesse próximo tem a Bianca Comparato. Não dá pra escolher uma só.

E: A participação da Bianca Comparato chamou muito a atenção dos fãs brasileiros por inúmeros motivos. Pensa em convidar mais atores para participar da série? Quem seria?

B: Sempre que eu tiver oportunidade de escrever algo sobre o Brasil, ou incluir nossa cultura, vou aproveitar. Seja em Grey’s, seja em outros trabalhos que eu vier a fazer aqui em Hollywood. Sim, tem um monte de atores e atrizes brasileiros com quem eu adoraria trabalhar. Mas não penso em ninguém específico, pois depende do papel, da história. O que posso dizer é que os brasileiros que eu pude escalar, o Eduardo Muniz e a Bianca Comparato, arrebentaram. 

Espero que isso crie mais oportunidades ainda para atores do Brasil. Tem séries por aí com personagens brasileiros sendo representados por atores de outras nacionalidades, e não tem necessidade disso (embora vários desses atores sejam ótimos!) Mas o principal motivo mesmo é o orgulho de ver os fãs brasileiros se sentindo vistos e representados na série favorita deles.

Crédito: reprodução/Instagram @bskubs

E: Você pode dar algum spoiler sobre a participação da Bianca?

B: De jeito nenhum! Só posso dizer que ela é a mãe de uma paciente. A personagem dela se chama Maria Flor, inspirada no nome da minha sobrinha. E a filha dela se chama Malan, inspirada no nome de uma tia muito querida!

E: Já pensou em escrever alguma novela aqui no Brasil?

B: Novela não. Não é minha praia, eu não saberia fazer. Mas eu trabalhei na Globo por 2 anos, co-criando uma série de super heróis que acabou não sendo produzida, mas teria sido incrível. Quem sabe num futuro próximo, eu possa fazer alguma série por aí?

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Texto revisado por Karollyne Lima

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Entrevistas Música

Entrevista | Bryan Behr fala sobre a carreira e sua estreia na trilha sonora da novela das sete

O mais recente sucesso da nova MPB contou como foi gravar Azul, sua nova composição, ao lado de Duda Beat

Para muitos o cantor está sendo uma revelação, mas sua carreira não começou agora. O jovem catarinense, de 27 anos, iniciou sua jornada ainda na adolescência e, cada vez mais, foi descobrindo que aquele era o caminho que deveria traçar. Bryan Behr é o nome dele e parece que veio para ficar. O músico faz parte do novo grupo seleto de jovens cantores e compositores que conquistaram o país inteiro com a sua sensibilidade, através das palavras e de seu carisma.

Seu álbum de estreia A Vida é Boa foi lançado no início de 2020 e fez um grande sucesso com o hit A Vida é Boa com Você, que viralizou nas redes sociais durante a pandemia. Por conta disso, Bryan montou um EP com diversas versões da música. Em 2023, o cantor foi indicado ao Grammy Latino, pela primeira vez, na categoria Melhor Álbum de Pop Contemporâneo da Língua Portuguesa, pelo disco Bryan Behr Ao Vivo em São Paulo.

Foto: divulgação/Fernanda Lima

Em um bate-papo com o Entretetizei, Bryan falou sobre sua nova música, Azul, gravada ao lado de Duda Beat, sobre a alegria de uma canção de sua autoria ser o tema do casal principal da nova novela das sete, Família é Tudo, e como faz para escrever tantas letras e arranjos, além de manter a criatividade em alta.

Entretetizei: Em uma outra entrevista você já contou que a origem do seu nome artístico é por causa de uma colega de escola que leu a sua mão. A partir disso, você considera que acredita em destino?

Bryan: Eu acredito em tanta coisa… Não sei se acredito em destino do jeito que a gente vê nos filmes e nos livros. Mas acredito em algo maior que nós, que de alguma forma rege as situações conforme as coisas vão acontecendo. Acho que esse é um papo longo pra ser ter com bastante tempo (risos).

E: Você escreve músicas desde criança. Como surgiu isso lá atrás? Você recebia apoio para continuar com a sua criatividade?

B: Comecei a escrever porque era o jeito mais fácil de falar sobre o que eu sentia. Meio que é assim até hoje. Só depois de muito tempo minha família e meus amigos descobriram que eu escrevia. Quando comecei a colocar essas músicas no mundo, meus pais perceberam que era uma coisa que me fazia muito bem, que fazia eu me sentir parte de uma coisa maior. Então me incentivaram muito, por ver que aquilo me fazia genuinamente feliz. 

E: Quais são os artistas nacionais e internacionais que te inspiram?

B: Poderia montar uma lista enorme aqui! E ela mudaria semana que vem… Mas hoje ando ouvindo muito Gil, Rita, Lenine, Liniker, Emicida e Nando! Lá de fora ouço muito Neil Young, John Mayer, The Lumineers, Damien Rice, Coldplay, Lana Del Rey, Lorde, Florence + The Machine.

E: Já realizou o sonho de cantar com um ídolo?

B: Em 2021, gravei uma música com o Calum Scott! Até hoje parece um sonho pra mim. Ele cantou até algumas palavras em português na nossa gravação e foi mágico! Às vezes tenho medo de conhecer meus ídolos, mas Calum foi um amor, ele é muito incrível! 

E: Eu sei que você não pode falar muito sobre o seu novo projeto, mas para não ficarmos com água na boca, pode dizer qual foi a sua inspiração para criá-lo?

B: Queria um disco diferente, que fosse muito eu, mas que fosse completamente novo! Compus algumas músicas sozinho e outras com alguns amigos e amigas que também escrevem. Queria muito que ele falasse sobre essas coisas novas que estou vivendo, e esses sentimentos novos que vem com tudo isso. São Paulo mexe muito com a gente, me inspirou muito a estar aqui, isso com certeza passou pro disco. 

E: Sua música está no repertório da nova novela das sete, Família é Tudo. Como foi o convite para fazer parte dessa empreitada?

B: Fiquei super feliz, escrevi essa música com Juliano Cortuah, ele também a produziu. No estúdio sempre falávamos que ela era uma música super novelística! Levou três anos pra ela ocupar esse espaço tão merecido. É emocionante ver minha música ali, e saber que ao longo dos próximos meses ela estará embalando cenas da novela. Também fui convidado para fazer um pocket show cantando essa e outras canções durante o evento de lançamento de Família é Tudo. Ali tive a oportunidade de conhecer todo o elenco e direção da novela. Todos foram muito queridos comigo e a experiência foi maravilhosa.

E: Como funciona a sua criatividade? Ela vem em qualquer momento e a qualquer hora ou tem momentos específicos?

B: Tento manter uma rotina de inspiração. Ouvir músicas que mexam comigo, ir em shows, assistir filmes que me despertem, tudo isso faz com que a gente viva em um estado criativo muito bom e mais consciente. Mas ainda assim tenho ciclos, percebo que estou mais sensível, às vezes melancólico até, aí corro pro violão, pro piano ou pro estúdio. Sempre nascem coisas boas quando é assim.

E: Não é a primeira vez que você faz uma collab em uma música sua, mas, normalmente, cada uma é uma experiência diferente. Pode descrever um pouco da sua experiência com a Duda Beat?

B: Duda é um amor! Ela foi incrível comigo, com minha equipe, com a música. Ela abrilhantou muito as gravações, tem uma energia poderosíssima e é um doce de pessoa. Amei muito gravar com ela! Nos divertimos muito durante o processo inteiro. 

E: Sua vibe é considerada mais para o lado da nova MPB, mas parece que Azul vai servir como uma nova fase. Podemos considerar uma migração para o pop?

B: Não sei! Sinceramente, gosto de perguntar pra música como ela quer ser, Azul viaja muito bem nesse estilo, mas dentro do disco existem muitas músicas diferentes umas das outras. Não sei se consigo dizer que estou indo de um lugar para o outro. Mas estou feliz criando, independente do gênero que aquilo se encaixe. 

E: Seu novo álbum está cada vez mais perto. Podemos sonhar com mais collabs e inovações?

B: Acho que sim! Estou super com o coração nesse disco, mas o ano não vai acabar por aí não… Vai ser um ano bem agitado e cheio de novidades. Por enquanto estou ansioso pra saber o que as pessoas, que gostam do meu trabalho, irão sentir com essas músicas novas! Já está sendo incrível.

O álbum ainda vai demorar mais um pouquinho, mas Azul já pode ser ouvida em todas as plataformas digitais. 

Você já tinha ouvido as músicas do Bryan Behr? O que achou da nossa entrevista? Conta pra gente e siga o Entretetizei nas redes sociais — Insta, X (Twitter), Face — para ficar por dentro das novidades no mundo do entretenimento.

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Texto revisado por Kalylle Isse

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