Bienal do Livro: Triscila de Oliveira fala sobre o lançamento de Confinada e mais
Créditos da foto: divulgação/ Aldo Barranco

Bienal do Livro: Triscila de Oliveira fala sobre o lançamento de Confinada e mais

Conversamos com a autora sobre as inspirações, pandemia e o futuro das personagens

Bienal do Livro: Triscila de Oliveira fala sobre o lançamento de Confinada e mais
Créditos da foto: divulgação/ Aldo Barranco

Se você entrou no Instagram durante a pandemia, é provável que tenha cruzado com as tirinhas do HQ online Confinada, de Leandro Assis e Triscila de Oliveira. A série é o retrato da desigualdade social brasileira, e com críticas a desigualdade social e ao governo atual, mostra a relação entre Fran, uma influencer digital milionária que está curtindo seu isolamento social em uma cobertura em São Conrado, no Rio de Janeiro, e Ju, sua empregada doméstica e mãe solteira que não pode perder o emprego.

Agora, depois de meses sendo veiculadas na rede social, Confinada virou um livro. Além das tirinhas que já estão disponíveis online, também serão apresentadas novas histórias e o desfecho de alguns personagens conhecidos pelo público. Para falar sobre este lançamento imperdível, o Entretetizei conversou com Triscila, co-autora da obra, na XX Bienal do Livro, que acontece até o dia 12 no Rio de Janeiro. Saiba mais sobre esse bate-papo que aconteceu no stand da Submarino, onde ela também conversou com os visitantes e respondeu perguntas.

A pandemia e as redes sociais

Para Triscila, as tirinhas tem muita similaridade com a vida real no quesito rede social, na qual acompanhamos de perto como as pessoas à nossa volta e os influenciadores estavam lidando com a situação do coronavírus. “Nesse paralelo de realidades entre a influenciadora branca milionária com todo conforto, tem uma empregada negra chamada Ju, que mora longe, tem uma filha e deixa ela com a mãe. É uma mãe solo, e uma realidade muito real do Brasil”, conta a autora.

Triscila afirma que para muitas pessoas que acompanharam, a série de tirinhas foi um respiro no meio do caos, porém, ela acredita que é muito mais do que somente isso. Também se tornou um documento histórico desse momento. Talvez, daqui a 10, 20 anos, quando se falar de pandemia no Brasil, Confinada vai aparecer como uma das diversas histórias que surgiram nesse momento”, comenta.

A distância entre as protagonistas

Outro ponto que evidencia ainda mais a diferença de classes entre a Fran e a Ju, é a localidade em que elas moram. A patroa está localizada numa cobertura de muitos metros quadrados em São Conrado, enquanto a doméstica mora em Duque de Caxias, uma das maiores cidades da Baixada Fluminense no Rio de Janeiro, e onde estão localizados a maior parte dos trabalhadores da capital do estado.

A ideia de fazer esse recorte social aconteceu por conta do tamanho dessa área do Rio e pela distância entre Caxias e São Conrado, o trajeto conta com, pelo menos, três meios de transporte diferentes. “Foi para aprofundar mais a história e mostrar o quanto é difícil a vida da Ju”, afirma Triscila.

Bienal do Livro: Triscila de Oliveira fala sobre o lançamento de Confinada e mais
Créditos da foto: divulgação/ Aldo Barranco

A realidade batendo na porta

Triscila afirma que as aglomerações foram um componente inspirador na produção de Confinada. “Leblon e Ipanema lotados, pelo Brasil inteiro, diversos pontos estavam cheios de pessoas durante a pandemia, em que, infelizmente, havia milhares de pessoas morrendo por dia. Então, como essas pessoas conseguem se aglomerar, ir para festas, se divertir sabendo o que estava acontecendo. Foram muitos momentos que conseguimos mostrar que isso estava acontecendo no país”, continua a autora.

Além disso, a série introduziu uma médica que estava na linha de frente do tratamento contra a Covid-19 e por isso, isolada de sua família. A entrada dessa nova perspectiva, que não estava relacionada aos Santos – tirinha original também veiculada no Instagram, mas antes da pandemia -, foi uma homenagem aos profissionais da saúde, os grandes protagonistas desse momento difícil.

“Todo dia, tanto eu quanto Leandro, usamos as redes sociais e vemos relatos de médicos, e nós pensamos: como podemos colocar isso?  Então, foi trazer um pouquinho do que o médico passa, mas não só aqueles de classe alta e da Zona Sul, mas também um profissional que é da Baixada, e talvez seja favelizado, que enfrenta tudo isso e não somente na perspectiva de moradora”, explica Triscila.

Confinada na Bienal

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Créditos da foto: divulgação/ Aldo Barranco

Para Triscila, a melhor palavra para definir a publicação de Confinada e a sua presença na Bienal é surreal. “É a primeira vez que venho e é como autora. É um sentimento muito grande reconhecimento, eu ainda não consigo colocar em palavras o que estou sentindo, estou muito feliz”, comentou ela com felicidade.

Por fim, se assim como nós, você também ama a série Confinada e os Santos, as tirinhas originais de Leandro e Triscila, a autora deu um pequeno spoiler sobre o futuro. Os assinantes do Catarse ainda receberão um conteúdo inédito com Fran e Ju no primeiro semestre de 2022, mas o futuro delas ainda é incerto. “Se Confinada vai ter uma continuação, um livro, uma série, que é o sonho virar uma produção audiovisual, ainda não sabemos. Nós vamos retomar Os Santos, e tem perguntas sobre Confinada que vai ser respondida por lá”, finaliza a autora, que revelou ainda não ter a data para esse retorno.

E o que você achou das tirinhas de Confinada? E do bate-papo com a Triscila? Conta pra gente nas redes sociais do EntretetizeiInsta, Face e Twitter.

Créditos da foto: divulgação/ Aldo Barranco

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