Foto: reprodução/UOL

Crítica | A Primeira Profecia surpreende com prelúdio bem elaborado

  Com Nell Tiger Free e Sônia Braga no elenco, o prequel de A Profecia (1976) entrega cenas chocantes e roteiro bem construído

 

O filme se passa em uma Roma repleta de protestos da população, que questionava a soberania das autoridades, incluindo da própria Igreja Católica. Aqui somos apresentados a Margaret (Nell Tiger Free), que é trazida à Itália a fim de se preparar para fazer seus votos e se tornar uma freira.

 

Inicialmente, ela se depara com Clarita (Nicole Sorace), que nos faz acreditar que a história giraria em torno dela. A personagem é a típica protagonista que tem visões, faz desenhos obscuros e age de modo sombrio. Mas o desenrolar da trama nos faz perceber que toda aquela igreja se une para um único propósito: a produção de uma hospedeira para o nascimento do Anticristo, que seria a salvação da religião, trazendo de volta todos os devotos que se afastaram da igreja ao longo dos anos, e o respeito ao catolicismo, que também foi abalado.

 

As falas do padre Brennan (Ralph Ineson) nos fazem entender o contexto do filme, e o que de fato está se passando por baixo dos panos daquela igreja, que a cada momento vai tendo mais presenças malignas do que divinas. Isso se mostra mais claro quando cenas como um parto, que seria um momento de alegria, se torna algo traumático, tanto para Margaret, que presencia o ato, quanto para o próprio espectador que se depara com cenas chocantes.

Foto: reprodução/Resenhando

A mensagem por trás do terror

 

Nessa produção, a diretora estreante Arkasha Stevenson consegue entregar diversos pontos que fazem o diferencial deste filme. Nos últimos anos, nos deparamos com obras de terror que entregam roteiros mal construídos, histórias sem nenhum tipo de plot significativo, atuações ruins e cenas que em nada agregam a trama, feitas somente para assustar quem assiste.

 

Neste prelúdio, temos ótimas atuações. O destaque vai tanto para Nell, que consegue passar um desespero real para os momentos macabros que sua personagem é forçada a passar, quanto para a atriz brasileira Sônia Braga, que dá vida a freira Silva, uma das responsáveis pela construção de uma falsa devoção, que torna a igreja um ambiente tóxico, onde todo tipo de atrocidade é feita. 

Foto: reprodução/ CinePop

De uma maneira mais sombria e obscura, o filme nos faz refletir sobre o fanatismo religioso e o quão perigoso ele pode ser. A trama aborda esse tema de uma maneira muito mais perturbadora do que poderia realmente acontecer  na sociedade, mas as premissas nos fazem pensar sobre a religião, e questionar se existe alguma linha tênue entre devoção e fanatismo. Até onde o propósito não é mais sobre a fé, mas sim sobre o poder?

 

Por fim, o longa nos entrega não somente a reflexão sobre questões reais, ou o choque com cenas perturbadoras, mas também uma sensação de um terror bem feito, com um roteiro que possui início, meio e fim, talentosas atuações femininas e uma direção que entrega algo bem pensado e produzido. Uma ótima porta de entrada para uma possível nova franquia sobre a história, sendo talvez o melhor projeto derivado do filme original. Certamente se tornará um destaque entre os lançamentos do gênero dos últimos anos. Enfim, os fãs de terror podem respirar mais aliviados com uma estreia.

 

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Texto revisado por Karollyne de Lima

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