Foto: divulgação/Cristina Granato

Crítica | De Pai para Filho mostra a mágica que se pode fazer com uma única câmera

Filme protagonizado por Juan Paiva e Marco Ricca aborda questões da paternidade

Um pai ausente morre e o filho precisa sair de sua cidade para ir em busca da herança que lhe foi deixada, mas acaba encontrando muito mais que isso. Parece um enredo clichê, contudo, nas mãos do roteirista e diretor Paulo Halm, a história conseguiu comover e arrancar boas risadas.

Gravado durante a pandemia, De Pai para Filho (2024) precisou fazer um malabarismo com o pouco orçamento que tinha, o que explica algumas falhas. As passagens que mostram alguns cenários de Copacabana, por exemplo, foram apresentadas de uma forma muito fraca e contida.

Entretanto, todas as cenas internas foram filmadas em um único apartamento antigo e com uma câmera só, o que revela que também houve um toque de mágica ali. É como se fosse um filme feito por profissionais de primeira linha, mas com condições de trabalho de um produto universitário.

Foto: divulgação/Globo Filmes
A relação entre os atores

A história tem uma boa premissa, relações inconclusivas entre pais e filhos sempre atraem atenções. O longa apresenta seus pontos altos e baixos, tanto nos diálogos quanto nos vínculos em cena. As conversas entre José (Juan Paiva) e Kat (Valentina Vieira) são sempre motivo de sorrisos tenros. Além disso, a evolução de Valentina ao longo da trama mostra que a atriz está no caminho certo.

Já os diálogos entre Marco Ricca e Juan Paiva são mesclados. Em alguns momentos são fortes e tensos, mostrando que aquela falta de relação é um ninho de vespas. Mas em outras vezes são preenchidos por palavrões desnecessários, parecia até que os atores não se sentiam à vontade para falar tais expressões. Tirando isso, a química era gritante; eles pareciam velhos conhecidos e estavam muito confortáveis um com o outro.

Foto: divulgação/Globo Filmes

Miá Mello também demonstrava estar muito confortável com seu papel. As cenas de mãe e filha com Valentina Vieira são um primor. Já a troca com Juan Paiva apresenta alguns percalços. A cena da dança foi um tanto quanto agoniante e não foi por causa da valsa, parecia que ambos se sentiam desconfortáveis por estarem fazendo aquilo. Saiu de um momento fofo para uma tentativa de sedução constrangedora em um estalar de dedos.

De Pai para Filho foi escrito e dirigido por Paulo Halm, com a colaboração de Renata Corrêa e Claudia Sardinha no roteiro. O longa estreou na última quinta (8) e está em cartaz em diversos cinemas por todo o Brasil. Não perca!

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Texto revisado por Kalylle Isse

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