Uma análise completa da nova aventura Disney, para além de um filme: uma experiência cultural
Mufasa: O Rei Leão ruge nos cinemas em 19 de dezembro, sob a direção de Barry Jenkins. No Brasil, as vozes que dão vida aos personagens são de Pedro Caetano (Mufasa), Hipolyto (Taka/Scar), Luci Salutes (Sarabi), Eduardo Silva (Rafiki), entre outros talentos. Este live-action, sequência dos clássicos desde O Rei Leão (1994), mergulha na história de Mufasa, revelando a trajetória do jovem leão perdido até se tornar o majestoso rei.
A narrativa se desenrola em flashbacks guiada pela sabedoria de Rafiki, que compartilha com a jovem Kiara, filha de Simba, a saga de Mufasa. Conhecemos Mufasa ainda filhote, perdido até encontrar Taka, um leão de sangue real. Juntos, embarcam em uma jornada de autodescoberta e desafios, enquanto a trama se entrelaça com momentos protagonizados por Timão e Pumba, que acompanham a narrativa de Rafiki junto a Kiara. E está aí o ponto fraco do filme. Calma, tem explicação.
Roteiro e narrativa
O roteiro, apesar de seguir a clássica jornada do herói, apresenta momentos de ritmo lento. A força da trama reside na ascensão de Mufasa ao poder, na complexa relação com seu irmão Taka e na surpreendente revelação da vilania de Scar. As canções originais e a presença de personagens já amados pelo público enriquecem a experiência, mas o ritmo pode ser um obstáculo até que a trama principal engate.
Atuação e dublagem
O elenco brasileiro de dublagem brilha intensamente. Hipolyto, como Taka/Scar, entrega uma performance cativante e complexa, despertando no público a vontade de entender as motivações do vilão. Luci Salutes, como Sarabi, empodera a figura feminina, destacando sua importância no ciclo da vida animal e na cultura africana. Eduardo Silva, como Rafiki, traz a sabedoria e o humor característicos do personagem com maestria e emociona na cena mais linda sobre irmandade do filme todo. Pedro Caetano, experiente na dublagem de Mufasa, nos apresenta um rei em construção, evidenciando que a grandeza não é inata, mas conquistada.
A fotografia captura a beleza da savana africana com cores vibrantes e cenários grandiosos, ampliados pela tecnologia atual. A trilha sonora, composta por Lin-Manuel Miranda, inclui a marcante canção Tchau, Tchau, interpretada por Scar, criando uma atmosfera envolvente que intensifica as emoções.
Mufasa: O Rei Leão aborda temas como amizade, luto, paternidade, ambição e o ciclo da vida, convidando à reflexão sobre nosso papel no mundo e a superação de adversidades. A mensagem – cada criatura tem um lugar no ciclo da vida – ecoa a filosofia do original, mas aprofunda a questão de identidade e destino, desafiando o espectador com a provocação: hoje eles vêm atrás de mim, amanhã será você. Por que não nos unir?
Opinião e indicação
Mufasa: O Rei Leão é uma emocionante jornada que expande o universo de O Rei Leão, revelando uma nova perspectiva da história. A tentativa de usar a popularidade de Timão e Pumba como chamariz causa alguns tropeços no ritmo inicial, é como se eles estivessem ali só para dar uma pausa na aventura, e isso às vezes deixa o filme mais lento.
Por outro lado, o filme cativa pela beleza visual, trilha sonora impecável e atuações marcantes. É uma obra que certamente agradará aos fãs do clássico e a todos que buscam uma história envolvente que traz respostas há muito tempo aguardadas. Mas ficamos com uma vontade imensa de ver um filme de Scar; eu, se fosse a Disney, pensaria nisso.
Vale a pena assistir? Sem dúvida! Mufasa: O Rei Leão é uma experiência imperdível para quem deseja se aprofundar na rica mitologia africana da obra original e desvendar a trajetória de Mufasa, um dos personagens mais atirados no reino animal da Disney.
Observações
Curiosamente, o filme diverge da obra literária A Tale of Two Brothers (1994), de Alex Simmons, que também explora a relação entre Mufasa e Scar. A versão cinematográfica apresenta uma nova perspectiva sobre a origem da cicatriz de Scar e a dinâmica entre os irmãos, criando sua própria trama.
Mufasa: O Rei Leão presta uma bela homenagem ao legado do filme original, construindo sua própria identidade. É uma história emocionante que nos recorda que, mesmo diante das adversidades, podemos encontrar nosso lugar no ciclo da vida e construir nosso próprio destino com a nossa própria voz.
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Texto revisado por Layanne Rezende