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Trilha sonora para um golpe de estado
Imagem: divulgação/Pandora Filmes

Crítica | Trilha Sonora para um Golpe de Estado

Parece roteiro de filme de espionagem, mas é uma história real e isso é o que torna o documentário um convite irrecusável

Se você ama esse estilo, vai se surpreender no cinema! Trilha Sonora para um Golpe de Estado tem sua estreia marcada por aqui no dia 30 de janeiro e é forte oponente a Melhor Documentário no Oscar de 2025, categoria ao qual foi indicado. Dirigido por Johan Grimonprez, conhecido também por Dial HISTORY (1997) e Double Take (2009), o filme mistura política, música e ironia para recontar um dos momentos mais impactantes da história dos anos 1960: o assassinato de Patrice Lumumba, líder da independência congolesa.

Preciso confessar, minha atenção não foi pega de imediato, isso porque, ao mesmo tempo que você se impressiona pela música, o roteiro mais acadêmico te força a ligar os pontos aos poucos. Mas acredite, vale a pena persistir, à medida que o enredo vai se abrindo e as melodias vão ditando esse ritmo de suspense e apreensão você se vê querendo assistir até o último minuto.

As imagens de arquivo e depoimentos de ícones como Nina Simone e Malcolm X são um show à parte, editados ao compasso de uma jam session: tenso, caótico e brilhante. A música não é apenas trilha sonora, é a linha narrativa, o subtexto e a crítica social.

Trilha sonora para um golpe de estado
Imagem: divulgação/Pandora Filmes

E por falar em crítica: Trilha Sonora para um Golpe de Estado não economiza. Um exemplo é a ONU ser acusada de cumplicidade no golpe que derrubou Lumumba, enquanto artistas negros eram mandados à África no papel de diplomatas culturais e de ferramenta de propaganda da Guerra Fria.

Outro ponto alto é de que modo a exploração do Congo é abordada, tanto no passado quanto no presente. Minerais usados na construção da bomba atômica e nas inovações tecnológicas modernas tornam a história de Lumumba dolorosamente atual, obrigando o público a encarar a exploração dos corpos e terras negras sendo algo não apenas reservado ao século XX, mas uma cicatriz aberta que molda o mundo.

Trilha sonora para um golpe de estado
Imagem: divulgação/Pandora Filmes

Se prepare, pois você sairá do cinema com o ritmo e perguntas incômodas na mente. E se documentários não são a sua praia, talvez seja hora de mudar de ideia!

 

Ficha técnica

Direção: Johan Grimonprez

Roteiro: Johan Grimonprez, Ila Firouzabadi e Pirouz Nemati

Produção: Daan Milius e Rémi Grellety

Montagem: Rik Chaubet

Gênero: documentário

País: Bélgica, Holanda, França

Ano: 2024

Duração: 2h30min.

Onde assistir: somente nos cinemas por enquanto, a partir do dia 30/1

 

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Texto revisado por Larissa Suellen

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