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Foto: reprodução/Rio Carnaval Tickets

De Chiquinha Gonzaga a Mamãe Eu Quero: como as marchinhas embalaram a folia do Brasil

Veja a origem das famosas marchinhas de carnaval

Quando se fala em Carnaval, uma das primeiras — e mais marcantes — lembranças que vêm à mente do brasileiro são as famosas marchinhas de Carnaval. Essas canções animadas embalam a folia nacional, tomando conta dos blocos de rua e dos trios elétricos durante a festividade. Com letras simples e ritmos contagiantes, essas músicas são parte essencial da identidade do Carnaval no Brasil. Mas, para entender como surgiram esses clássicos da folia, é preciso revisitar um pouco a história dessa festa popular.

História do Carnaval no Brasil

Celebrada em vários lugares do Brasil e do mundo, o Carnaval teve início ainda no contexto colonial e foi uma cultura trazida pelos colonizadores portugueses entre os séculos XVI e XVII. Inicialmente, ela foi manifestada através de uma brincadeira popular conhecida em Portugal chamada de entrudo.

Imagem: reprodução/G1

A comemoração envolvia molhar ou sujar pessoas que passavam pelas ruas e era realizada dias antes da Quaresma. Com o tempo, a festa ganhou novas formas, como os bailes de máscaras e, assim, no século XX, o Carnaval se consolidou como a maior festa popular do país, impulsionado pelo surgimento do samba, influenciado pela cultura africana, e pela oficialização dos desfiles das escolas de samba.

Porém, no século XIX, o entrudo foi alvo de uma forte repressão, impulsionada pela transição da monarquia para a república. A imprensa e a elite brasileira lideraram uma campanha contra a prática, substituindo-a por bailes de Carnaval em clubes e teatros, assim como criaram sociedades carnavalescas, como o Congresso das Sumidades Carnavalescas, para desfilar nas ruas, enquanto o entrudo era gradualmente abandonado. Essa transformação marcou a evolução do Carnaval rumo à festa multicultural e vibrante que conhecemos hoje.

E as marchinhas? 

O nome marchinha vem do ritmo marcado, semelhante ao passo dos soldados em marcha. Embora tenham surgido no século XIX, foi entre as décadas de 1920 e 1960 que as marchinhas atingiram seu auge, conquistando o público e se tornando um dos grandes símbolos do Carnaval brasileiro.

Apesar das dificuldades da época, as camadas populares mantiveram vivas suas tradições carnavalescas. As marchinhas ganharam força no século XIX, com destaque para Chiquinha Gonzaga e sua icônica música Ô Abre Alas (1899), que ajudou a consolidar o gênero como parte fundamental das festividades.

Foto: reprodução/Prefeitura Municipal de Curitiba

Na época, Gonzaga compôs a canção para o cordão carnavalesco Rosa de Ouro, um dos grupos que antecederam as escolas de samba e os blocos temáticos que conhecemos hoje. O que ela não esperava era que a música se tornaria não apenas um marco do Carnaval carioca, mas um sucesso estrondoso já na primeira década do século XX — e continuaria a ser lembrada por décadas.

Ô Abre Alas é considerada a primeira marchinha de Carnaval da história e a única da lista escrita por uma mulher. O título faz referência à expressão usada para pedir passagem, abrindo caminho para algo ou alguém. No contexto do Carnaval, a marcha serve como um convite para dar início à folia, com uma letra que incentiva todos a se juntarem à festa e deixarem as preocupações de lado.

 

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Leia também: MPB, o gênero musical que embala o Brasil

 

Texto revisado por Alexia Friedmann

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