Em novo documentário, Lady Gaga revela abuso e gravidez

Na estreia da série The Me You Can’t See, a estrela pop conta sobre o episódio de abuso aos 19 anos, que a levou a um surto psicológico

AVISO DE GATILHO: ABUSO SEXUAL/ESTUPRO/AUTOMUTILAÇÃO

 

Lady Gaga, um dos maiores nomes da música pop atual, contou detalhes sobre o maior trauma de ser abusada e estuprada em sua juventude no episódio de estreia da série The Me You Can’t See (em português: O Eu Que Você Não Pode Ver), produzida pelo Príncipe Harry e Oprah Winfrey, que traz temas sobre saúde mental e efeitos de traumas a longo prazo, disponível na Apple TV+.

 

Em frente às câmeras, Stefani Germanotta, conhecida como Lady Gaga, ganhadora de Grammys e Emmys, relatou que sofreu com surtos psicológicos após ser abusada e ser deixada grávida por um produtor da indústria de entretenimento. 

“Eu tinha 19 anos, já trabalhava no ramo e um produtor me disse: ‘tire a roupa’ e eu disse não. Eu saí e eles me disseram que iriam queimar todas as minhas músicas. E não pararam. Eles não pararam de me perguntar, e eu simplesmente congelei e eu … eu não consigo nem lembrar. Primeiro senti uma dor total, depois fiquei paralisada”, conta Gaga com lágrimas.

Ela complementa em seu relato que foi deixada grávida na esquina da casa de seus pais, por estar passando mal e vomitando, pelo homem que a estuprou. “Não fui a mesma garota. A maneira como me sinto quando sinto dor é como me senti depois de ser estuprada. Já fiz tantas ressonâncias magnéticas e exames que não encontraram nada. Mas meu corpo se lembra.”

Fotos: Reprodução Apple TV+

Esse não é um episódio isolado na indústria do entretenimento, diversas cantoras e atrizes já foram vítimas de assédio e abusos sexuais por homens de poder no meio. O movimento #MeToo, que ganhou força em 2017, foi uma das maiores ações que escancarou diversos desses casos em Hollywood, principalmente pelo produtor Harvey Weinstein, e levou mulheres de todo mundo a denunciarem episódios que haviam sofrido.

A cantora chega a mencionar o movimento ao falar ao se recusar a identificar o seu agressor. “Entendo este movimento #MeToo, entendo que algumas pessoas se sentem realmente confortáveis com isso, e eu não. Não quero encarar essa pessoa nunca mais”, diz Gaga.

 

Hoje, aos 35 anos, a cantora ainda enfrenta sequelas do trauma sofrido e conta que recentemente, foi desencadeado impulsos de automutilação. “Você acha que vai se sentir melhor porque está mostrando a alguém: ‘Olha, estou com dor’. Mas não ajuda.”, comenta ela. Seu processo de cura tem passado por uma ascensão lenta, em sua palavras, “Mesmo se eu tiver seis meses excelentes, tudo o que precisa é ser relembrado uma vez para me sentir mal. E quando eu digo me sentir mal, quero dizer ter vontade de me cortar, pensar em morrer, me perguntar se algum dia vou fazer isso.”

 

Em 2012, a cantora criou a Fundação Born This Way para ajudar pessoas que enfrentam problemas com a saúde mental. No Brasil, vitímas de abuso ou violência sexual podem denuciar por meio da Central de Atendimento à Mulher, pelo número 180. A denúncia será encaminhada para os órgãos competentes que monitoram o andamento dos processos e direcionam mulheres em situação de violência para os serviços especializados. E é possível contatar o CVV (Centro de Valorização da Vida) para um maior apoio emocional pelo número 188, 24 horas ao dia.

 

Lembre-se que você não tem culpa e não está sozinha, estamos juntas.

*Crédito da foto de destaque: Wallpaper Acess.

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