Andre Matos - O Maestro do Rock

Entrevista | Anderson Bellini conta sobre o documentário Andre Matos – O Maestro do Rock

Conversamos com o diretor do documentário Andre Matos – O Maestro do Rock, que contou mais detalhes sobre o longa e o que podemos esperar encontrar nos cinemas

Anderson Bellini, fã de Andre Matos e da banda Angra, começou a produzir um documentário sobre a banda. Depois de alguns empecilhos, decidiu mudar o foco do documentário para o músico. Veja a sinopse e o trailer de Andre Matos – O Maestro do Rock:

Com cenas nunca antes vistas, incluindo a última entrevista do artista meses antes de morrer, Andre Matos – Maestro do Rock traça a trajetória do maior vocalista brasileiro de heavy metal de todos os tempos, que ficou famoso mundialmente mesmo sendo avesso à fama. Andre Matos – Maestro do Rock vai retratar em detalhes toda a trajetória do vocalista e abordar diversos momentos de sua carreira, inclusive os mais polêmicos como a separação do Angra e do Shaman

Entrevistamos o diretor de Andre Matos – O Maestro do Rock, para saber um pouco mais sobre o projeto. Confira! 

Entretetizei: Você começou a produzir o documentário e na verdade não era sobre o Andre, era sobre o Angra. Por que você mudou para um documentário só do Andre? O que aconteceu naquela entrevista de cinco horas para você mudar de ideia?

Anderson Bellini: Inicialmente era para ser feito um documentário sobre o Angra. […] Eu sempre quis fazer sobre uma banda, nunca pensei em um artista, numa pessoa em si para se contar uma biografia de uma pessoa. Minha ideia era sempre que fosse uma banda. Então não tinha isso na cabeça de pegar uma pessoa isoladamente. Então eu comecei a produzir o documentário do Angra e com o tempo, não foi muito na entrevista do Andre não. O Andre acabou dando entrevista pra gente sobre o Angra e ele voltou um pouco até na conversa, porque ele falou:”para contar do Angra, eu preciso falar do Viper“. Então ele contou boa parte da história do Viper e nos ajudou muito depois no final. Depois que a gente gravou com o Andre, a gente gravou com umas três ou quatro pessoas e a gente começou a ter algumas dificuldades de negociação com os membros do Angra, até da fase pós Andre Matos. Algumas pessoas não queriam falar, não queriam mais se envolver com nada com o nome Angra. […] A gente acha até um pouco engraçado porque as pessoas sempre achavam que o Andre era o mais difícil de se falar sobre o assunto Angra e foi o cara que topou e os outros membros ali não estavam muito confortáveis em falar sobre a fase do Angra, participar do documentário do Angra. Eu tive algumas resistências, que a gente acabou tendo, e o Patrick, que era o cinegrafista do Andre, e que acompanhou ele boa parte da vida dele, ele me falou: “cara, você tá fazendo o do Angra, eu acho que você poderia fazer do Andre, a gente estava rodando um documentário do Andre, eu estava rodando com o Andre um documentário, eu acho que ele ficaria muito feliz de você fazer um documentário dele. Inclusive, fala com ele, eu acho que ele vai topar mudar esse foco, esse objetivo. […] Ele sempre quis um documentário dele.” […] Então foi isso que fez a gente mudar, essa dificuldade e essa ideia que o próprio Patrick me trouxe. […] Ficou muito mais fácil, mais fácil em termos de negociação, mais complexo de se fazer o documentário do Andre Matos. Infelizmente eu não tive tempo de encontrá-lo em vida para comunicá-lo, eu lembro que na época eu comuniquei à companheira dele que cuidava das coisas dele.

E: Vocês fizeram uma vaquinha online para continuar o projeto. No texto da vaquinha vocês falam que não querem a interferência de interesses comerciais. Por que?

AB: Porque assim,  é um documentário independente não só do ponto de vista financeiro, mas do ponto de vista de roteiro, de conteúdo. A gente não quer uma interferência comercial nisso. […] Eu trabalhei muito tempo em jornalismo, trabalhei no UOL, trabalhei no Estadão. Então eu lidei muito com esse lance de pesquisa jornalística, para se fazer um vídeo, um mini documentário. […] Então eu queria que fosse da forma independente, que pudesse colocar o que eu queria. […] De repente, a gente fazer isso de uma forma comercial, por uma produtora ou com algum investidor ou com alguma empresa querendo bancar o documentário, talvez eu ficaria amarrado com a obrigatoriedade de ser um produto comercial. Então a minha ideia não era nunca ser comercial. Era para ser um negócio para os fãs, contar a história que o fã quer ouvir. […] Eu queria colocar no filme algo que eu mesmo gostaria de ver, então talvez essas coisas muito específicas, muito detalhistas, não atraia quem estiver colocando o seu dinheiro, acha que aquilo ali é muito complexo e nichado. E é sim, muito nichado, muito complexo e vai continuar sendo assim. Por isso que eu quis essa independência total.

E: Vocês vão fazer uma série de quatro filmes sobre o Andre. Como vai funcionar isso?

AB: Depois que a gente finalizou as gravações, a gente começou a editar o filme. E justamente seguindo esse propósito de fazer uma coisa muito detalhista, ir ao fundo na vida do Andre, […] o fã é aquele cara que quer muito detalhe e às vezes ele vai atrás de um detalhe e aquele detalhe não é muito claro. […] A gente quis ir nesses detalhes. E obviamente que isso toma tempo. Então a gente foi editando em ordem cronológica, o filme começa até antes do Andre nascer. […] E a gente foi detalhista em tudo, então o filme ficou muito longo. Quando a gente viu, começamos a editar o filme em 1970 que é quando começa a história, e a gente já estava em 2006 com 10 horas de filme. Então a gente pensou em como transformar essas 10 horas em 90 minutos, 120 minutos que seja. Impossível. […] Então por que não fazer quatro filmes? [..] A gente dividiu essas 10 horas até onde a gente editou, tem mais um tempinho para a gente editar, mais 10 anos da vida do Andre, então acredito que vai ficar com umas 12 horas. A gente vai pegar essas 12 horas e vai reduzir o máximo que a gente puder e dividir em quatro episódios.

E: Vocês fizeram uma coisa especial para o YouTube, o  DOC B-SIDES. Por que isso vai ficar de fora de todos os filmes?

AB: O DOC B-SIDES é justamente como o próprio nome diz, B sides, o lado B. A gente usava muito isso em música, as músicas lado B, as músicas que não são executadas na rádio, que não são grandes hits dos artistas. Acho que foi daí que veio esse termo lado B. […] Então a gente quis pegar isso para nomear esses vídeos que são histórias que eles contavam com o Andre, que de repente não fariam parte de uma estrutura biográfica. […] Então colocar esse material seria um encher de linguiça no documentário e a gente não tem tempo para encher linguiça, a gente tem que contar o que realmente mudou a vida do Andre, o que construiu o nome Andre Matos. […] Então esses vídeos que a gente não gostaria de desprezá-los, porque você via aquelas pessoas contando a história com entusiasmo, […] mas não cabe dentro do filme. […] A gente criou essa série no YouTube justamente para colocar esses vídeos para as pessoas conhecerem as histórias que a gente achou super interessante, mas que não entrariam no filme.

 

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*Crédito da imagem de destaque: divulgação

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