Com mais de 77 milhões de ouvintes mensais, Ariana Grande é a artista mais ouvida no mundo pelo Spotify, e foi ao lado dela, na turnê Sweetener, que o dançarino brasileiro Igor Faria teve a oportunidade de representar a América Latina.
Foram quase 100 apresentações, mais de 1,3 milhões de fãs e a certeza de que é nos palcos que Igor quer continuar a brilhar. Em entrevista exclusiva ao Entretetizei, ele fala sobre suas origens, ambições e sobre a emoção que foi estar na estrada junto de Ariana.
Para começar, gostaria de saber um pouquinho das suas origens e do início do seu interesse pela dança. Na sua família você já tinha alguma referência ou alguém que trabalhasse na área ou a dança foi uma habilidade que você desenvolveu por conta própria?
Meu nome é Igor Faria e tenho 29 anos. Nascido e criado na cidade de Petrópolis, hoje moro há sete anos nos Estados Unidos. Sou muito ligado à música por influência de minha mãe. Meu interesse pela dança começou através dos videoclipes do Michael Jackson e do NSYNC. Através de um primo meu, consegui chegar ao estúdio onde comecei a dar mais atenção para a dança. Tive influências do meu irmão e de um primo bem próximo, mas eles não faziam profissionalmente até então.
A partir de que momento você percebeu que gostaria de viver da dança? Como se deu todo esse processo de mudança de país?
Bom, aos 13 anos eu recebi uma proposta para dançar em um videoclipe de um artista europeu no Rio de Janeiro, e esse foi meu primeiro trabalho profissional, em 2003. Desde então, eu sabia que queria fazer da dança a minha profissão, mas não tinha ideia de como. Até que, em 2007, comecei a entender sobre a cena comercial do Brasil. Tive muitas oportunidades de trabalhar com cantores brasileiros da época e assim foi dado o ponta pé meio que definitivo para que a dança fosse minha profissão.
Eu sempre sonhei em morar nos Estados Unidos, mas nunca vi um jeito pelo fato de vir de uma família pobre, então o caminho que achei foi a minha arte. Através de um teste no Rio de Janeiro para trabalhar nos Estados Unidos como bailarino em 2012, eu consegui sair. Depois de concluir três anos de turnê nos Estados Unidos, eu finalmente consegui me mudar para Los Angeles em 2017.
A pergunta que todos querem saber a resposta: como você chegou até a equipe da Ariana? Já a acompanhava antes de trabalhar junto dela?
Bom, eu estudo dança há um pouco mais de 15 anos e o trabalho com a Ariana foi só uma consequência de um trabalho feito fora. Ao me mudar para Los Angeles, foi um processo seguido à risca de muitas horas de treinos e muitos “não” até eu chegar na porta do “sim”, que foi quando eu fiz o meu primeiro trabalho com a Ariana Grande no vídeo de No Tears Left To Cry. Desde então, as portas só continuaram abertas e aqui estou eu.
A Ariana preza pela representatividade como ninguém, então conta pra gente: como foi representar o Brasil na Sweetener World Tour? Existiam outros latinos na equipe?
É incrível poder representar meu país. Isso me traz uma satisfação incrível e sim, eu sou o único latino na equipe.
Como funciona e quanto tempo dura o período de preparação dos dançarinos para a turnê? Quando vocês já estão na estrada, os ensaios são realizados com que frequência?
A princípio é um processo longo de pesquisa e estudo dos diretores e coreógrafos junto com a Ariana até chegar em uma ideia final. A partir daí, as pesquisas nos são passadas e assim começamos o processo de criação onde testamos muitas coisas até chegar em um produto final. O processo de criação fora do papel durou basicamente quase três meses.
Bom, nessa turnê específica tivemos outros processos de criação pelo fato dos shows no Coachella e Lollapalooza. Mas, quando iniciamos a turnê, os ensaios são regulares até que atingimos o ponto de domínio total sobre o show. Depois disso eles acontecem com menos frequência ou em caso de alguma mudança ou participação especial de algum artista.
Qual é a parte mais emocionante de um show para quem vive os bastidores das apresentações? E, só entre a gente, qual faixa você mais gostou de performar?
Na minha opinião é o respeito e o reconhecimento como artista. Claro, subir em um palco onde 25 mil pessoas vieram para assistir um show do qual você faz parte e compartilhar toda aquela energia incrível que é criada por nós e conseguir fazer com que aquele dia seja o mais incrível possível e surreal daquela pessoa porque muitas delas esperam até 11 horas na fila para poder ficar o mais próximo do palco possível.
Sobre a que eu mais gostei, olha, essa é uma pergunta bem difícil, mas eu ficaria com Break Free e Fake Smile.
Sobre Excuse Me, I Love You, qual é a sensação de não apenas se ver na tela, mas saber que os brasileiros aspirantes a dançarinos agora também podem se ver representados?
É uma sensação incrível. Acho que, além de conseguir atingir esse patamar em minha carreira, a ideia é fazer com que as pessoas entendam que é possível chegar onde for com muito trabalho.
Quais são seus planos para o futuro? Podemos esperar por uma continuidade da sua parceria com a Ariana? Quem sabe numa turnê de Positions?
Meus planos para o futuro se resumem em me manter focado nos meus objetivos lutando contra toda essa distração em que vivemos. Infelizmente o mundo da arte é o que mais sofre diante desse momento que estamos vivendo e, como o meu trabalho é na área comercial e dependemos de público, não temos ideia de quando vamos poder colocar 25 mil pessoas em uma arena para assistir um show. Eu espero que muito em breve.
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* Crédito da foto de destaque: Divulgação | @faria__igor