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Entrevista exclusiva Clube do Livro | Somos bruxas todos os dias! Angela Cruz, autora de A Fênix Escarlate, revela os segredos da bruxaria cotidiana

Descubra como a magia se manifesta em cada gesto do cotidiano com Angela Cruz, autora de A Fênix Escarlate. Em entrevista exclusiva, ela desvenda os segredos da bruxaria ancestral, o poder do feminino e a conexão entre a natureza e o sagrado

Em seu livro de estreia, A Fênix Escarlate, Angela Cruz nos convida para a história sobre bruxaria – Blanca, uma mulher que viveu múltiplas vidas como bruxa, desde a antiga Suméria até a São Paulo contemporânea.

Somos bruxas | Angela Cruz revela Bruxaria em A Fênix Escarlate
Foto: divulgação/@aacduran64

Uma jornada através dos séculos

A trama se desenrola em dois arcos narrativos. O primeiro, ambientado no presente, apresenta Blanca como uma escritora renomada que decide explorar sua herança mágica. O segundo transporta para 2 mil anos a.C., na Mesopotâmia, onde Blanca enfrenta perseguição e desafios por ser marcada por Lilith.

Ao longo de suas vidas, Blanca enfrenta preconceito, violência e desigualdade, mas nunca desiste de lutar por sua autonomia e pelos direitos das mulheres. “Em todas elas lutei por mim, por minhas irmãs mulheres“, declara a personagem.

Bruxaria cotidiana: magia entrelaçada à realidade

Angela Cruz desmistifica a bruxaria, mostrando como ela se manifesta em práticas e desejos do cotidiano. “A Fênix Escarlate é permeada pela prática da bruxaria, uma filosofia de vida que está entranhada na sociedade“, explica a autora.

A Fênix Escarlate reforça a importância da luta por justiça e igualdade, mostrando que a magia pode ser uma ferramenta de empoderamento e transformação social.

Uma entrevista exclusiva com Angela Cruz
Somos bruxas | Angela Cruz revela Bruxaria em A Fênix Escarlate
Foto: divulgação/@aacduran64

Para aprofundar nossa compreensão sobre a obra e a temática da bruxaria, tcom exclusividade, tivemos a oportunidade de conversar com Angela Cruz. Ela revela detalhes sobre a criação de A Fênix Escarlate, sua visão sobre a bruxaria e a importância do empoderamento feminino.

Entretetizei: Angela, em A Fênix Escarlate, Blanca de Lagash utiliza seus conhecimentos ancestrais para lutar pelos direitos das mulheres ao longo da história. No mundo contemporâneo, como a bruxaria pode ser uma ferramenta de empoderamento feminino e de combate à violência de gênero?

Angela: A bruxaria tem unido pessoas em todo o mundo, haja vista os numerosos seguidores da Wicca, por exemplo, cujo lema é: Tudo aquilo que fizer retornará a você nesta vida multiplicado por três. Assim, o bem, a defesa dos direitos femininos, o empoderamento feminino e o combate à violência, de modo geral, têm perpassado as atitudes e práticas dessa religião, dos covens e outros seguidores. Todavia isto poderia ser mais estimulado.

E: Muitas pessoas associam a bruxaria a rituais complexos e inacessíveis. Em sua obra, você mostra como a magia se manifesta em práticas cotidianas. Poderia nos dar exemplos de como fazemos bruxaria sem perceber e quais os benefícios disso para nossas vidas?

A: Todos conhecem o potinho da prosperidade (arroz, milho, lentilha, uma moeda, ervas, especiarias, grão de bico etc.), e muitas pessoas fazem para si próprios ou para presentear. Isto é um exemplo simples de bruxaria comum, cotidiana, pois embora o potinho não seja consagrado de modo ritualístico corretamente, as intenções das pessoas quando o montam emitem energias positivas para o ambiente, o que já é uma bruxaria. Movidos pela fé de que o potinho da prosperidade nos trará abundância acaba nos impulsionando a buscar benefícios, o que efetivamente acaba acontecendo.

E: A ciência moderna tem comprovado os benefícios de práticas ancestrais como a fitoterapia e a meditação, que antes eram consideradas coisa de bruxa. Como você vê essa convergência entre ciência e misticismo? 

A: Penso que a ciência moderna só está reconhecendo o que sempre existiu. Aliás, a fitoterapia utiliza as mesmas bases do conhecimento tradicional (bruxaria, conhecimento indígenas, conhecimento popular etc.). A meditação se assemelha à oração. Quando meditamos, tentamos limpar o pensamento para que só coisas boas estejam nele. Na oração ocorre o mesmo, pois focamos em algo que nos aflige, ou que agradecemos para que tudo fique bem, bom, positivo. A convergência é de ciência com energias, com conhecimentos milenares, e isto é o melhor para a humanidade.

E: Se você pudesse voltar no tempo e encontrar Blanca de Lagash em uma de suas vidas passadas, qual conselho daria a ela, considerando os desafios que as mulheres enfrentam em cada época?

A: Eu lhe diria: “Força!”. Embora muitos séculos ainda se passarão sem que haja avanços nos direitos femininos, sem que acabe a violência de gênero, sem que as mulheres possam ser respeitadas e tratadas efetivamente como iguais, se calarmos, tudo ficará ainda pior para nós, mulheres! A sociedade capitalista que se desenvolverá ao longo dos séculos não permitirá que a mulher se sobressaia, pois ela é a produtora de mão de obra. Por isto, precisará ficar sob as rédeas dos poderosos. Todavia, persista no trabalho de ensinar, demonstrar, apoiar, compreender, amparar, solidarizar-se com mais e mais mulheres fazendo com que percebam o que nos foi negado, como fomos manipuladas, dominadas, desprezadas, humilhadas, sem, contudo, revidarmos, criando sentimentos inferiores ou atitudes menos nobres.

Aprendizado com a leitura

E: Em sua opinião, qual é o maior aprendizado que a bruxaria nos oferece para vivermos em harmonia com nós mesmos, com o próximo e com o planeta?

A: Eu penso que o maior legado da bruxaria é ensinar e demonstrar o nosso poder, principalmente o poder do pensamento, da vontade, do querer. Conheci uma pessoa que certa vez disse com muita força a um rapaz: “você não vai ser nada na vida!”. O rapaz ficou tão impactado com aquelas palavras que não permitiu que sua vida fosse um nada, pelo contrário, tornou-se um grande homem, com grande poder administrativo em seu Estado e muito respeitado. Duas vontades, dois pensamentos se confrontaram nesse caso, um negativo e outro positivo, venceu o mais forte, o mais harmônico, o de paz para todos. Isto é bruxaria: força de pensamento.

E: Fale sobre o que o leitor pode encontrar no seu livro?

A: O leitor encontrará uma nova forma literária, pois conto uma história em dois tempos. A primeira é narrada do fim para o começo, e a segunda é narrada do começo para o fim, enquanto o verdadeiro final está no meio.

Trato, no livro, de demonstrar o sofrimento, as lutas, a violência perpetrada contra as mulheres através dos séculos por conta da vontade de dominar. Isto para que entendam porque muitas na contemporaneidade lutam por direitos, qualidade de vida, respeito etc., pois grande parte delas ainda está cega, ainda não enxergam o quanto são depreciadas, humilhadas, desrespeitadas, violentadas de todos os modos.

Demonstro neste, e nos livros que se seguirão, como a bruxaria (conhecimento popular antigo e etc) pode nos ajudar a ganhar força espiritual, a fortalecer nossa intuição e confiar nela, a desenvolver nossa inteligência, a valorizar o nosso sagrado feminino, dentre outras coisas.

Além disso, o leitor vai se divertir e sonhar com as histórias das Blancas, com os lugares onde viveu, com a fantasia que corre solta, livre em suas vidas.

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Leia também: Especial | Orgulho e Preconceito: como a obra se atualiza 212 anos depois?

Texto revisado por Angela Maziero Santana 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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