Entrevista | Rafa Belli, o professor influenciador mais querido do Brasil

Confira uma entrevista com Rafael Belli, um professor que se tornou um dos maiores influenciadores do Brasil

Foto:Acervo Pessoal

Rafa Belli, o professor que faz um grande sucesso nas redes sociais, é um rosto já conhecido por todos que estão na Internet! No TikTok, ele já possui 1,5 milhões de seguidores e no Instagram, mais 500 mil fãs. Apesar de toda descontração, brincadeiras e alegria mostrada em suas redes sociais, ele também tem uma história para contar.

Na infância, Rafa era um menino sossegado e morava com suas duas irmãs e seus pais em uma casa de três cômodos. Somado às dificuldades, o pai do influenciador era alcoólico e, muitas vezes, gastava mais tempo ao lado de seus amigos no bar que ao lado de sua família.

“Vivenciamos muitas situações difíceis. Era gato na luz, fogão improvisado nas vezes em que o gás de cozinha acabava e algumas outras situações que não desejo para ninguém. Apesar do alcoolismo, meu pai nunca foi violento conosco. Quando sóbrio, era legal e divertido e cuidava da gente.”. 

Em seu aniversário de 18 anos, após Rafa chegar em casa, uma vizinha o avisou que seu pai estava caído, bêbado e na chuva. Após retirá-lo do relento e levá-lo para casa, seu pai prometeu que nunca mais beberia e assim o fez.

Desse dia em diante, meu pai nunca mais chegou bêbado em casa. Quando eu voltava tarde da noite, ele estava lá, para me dar um abraço e conversar sobre meu dia. A ausência dada por ele anos atrás estava sendo compensada com sua presença, solidariedade e amor.”, explica o professor.

Foto: Acervo Pessoal

Apesar das complicações na infância, Rafa nunca perdeu sua paixão pelo aprendizado. Em sua adolescência, o pedagogo decidiu estudar violão, mas ao errar a sala, entrou em uma aula de libras e se apaixonou. O professor tiktoker já atuou como intérprete em lugares comuns como shows, e inusitados como pré-natais e batidas de carro. A língua de sinais foi útil até em uma paquera quando mais jovem. Após esse tempo como intérprete, Rafa decidiu ingressar na faculdade de Pedagogia, em 2007,e lamentavelmente, ao decorrer do curso, seu pai faleceu. Ele decidiu continuar no curso e se formou em Pedagogia e tinha ainda um sonho muito vigente de também ser psicólogo, mas por falta de dinheiro, escolheu a área na qual já estava trabalhando. Além de pedagogo, Rafa também se formou em Educação Física.

O professor decidiu trabalhar em universidades após se formar e se encontrar como alguém que queria muito lecionar para adultos e jovens e, através de muito estudo, passou em um processo seletivo para ensinar na Uninove, em que já atua há dezanos como professor. Após todo esse tempo, o pedagogo finalmente está seguindo seu desejo de quando era mais novo: cursar Psicologia.

Além de professor, Rafael se tornou influenciador digital durante a pandemia, em 2020, onde compartilha seu dia a dia em suas redes sociais. “Toda essa coisa de influenciador aconteceu sem querer. Certo dia brinquei com minha turma dizendo que ia colocar um trecho da aula no TikTok, postei ele às 23h e no outro dia o vídeo tinha viralizado”.

O professor falou para o Entretê sobre todo esse sucesso repentino e inesperado e sobre suas aspirações e desejos como influenciador e educador. Confiram: 

Foto: Acervo Pessoal

Entretetizei: Quando decidiu começar a compartilhar sua rotina no mundo digital?

 

Rafa Belli: No início da pandemia, quando comecei a dar aulas remotas, fui ver o que meus alunos consumiam nas redes sociais para trazer como exemplo para as aulas. Resolvi postar um vídeo, com a turma que dava aula, e assim mostrar para os outros alunos como eram minhas aulas em outras turmas. Um desses vídeos acabou viralizando e então resolvi continuar mostrando os bastidores. E quando percebi já tinha virado influencer.

E: A sua relação com seus alunos sempre foi dessa forma, de amizade? 

 

RB: Não, já tive uma fase de professor chato, que não se importava com os alunos. Até que uma vez, uma aluna chegou em mim e falou: “professor, sua aula é muito boa, você explica muito bem, mas afasta a gente com a falta de empatia. Eu vejo o senhor com os outros professores no intervalo, sempre sendo muito engraçado, mas na sala de aula não. Queria ter aula com aquele professor.” E a partir daí, repensei minha forma de dar aulas. Descobri que era daquele jeito, pois achava que era o certo.

E: Como mostrar limites já que costuma ser tão empático?

 

RB: Eu sempre falo em sala de aula que cada caso é um caso. O fato de ser empático não pode alterar minha forma de analisar os casos.

E: Já sentiu que a sua forma de agir fez com que as pessoas tentassem se aproveitar?

 

RB: Já sim! E é aí que eu acho que o limite é estabelecido, quando eu falo para o aluno “desculpa, mas não posso te ajudar nisso” Os dezanos de docência contribuem para identificar quando o aluno está jogando a real ou apenas tentando tirar proveito.

E: Tem amizade com outros influencers do nicho de humor?

 

RB: Sou uma pessoa muito reservada, agora que comecei a ser notado por outros influenciadores, mas já converso com alguns como Maurício Meirelles, Diogo Almeida, Diego Besou, Carmo Dalla Vecchia, mas são relações que estão sendo construídas, eu já considero eles como amigos.

E: Como as instituições de ensino reagem ao seu conteúdo?

 

RB: Acho que existe uma certa resistência por parte deles, uma vez que no meu caso eu acabe por mostrar coisas que deixam os alunos irritados com as instituições e isso parece ser uma crítica, mas me surpreendo com algumas instituições que olham para o meu conteúdo e querem que eu divulgue eles, que fale mais sobre o ensino superior.

E: Existe algum limite de tipo de conteúdo publicado?

 

RB: Existe, quando o conteúdo deixa de ser engraçado para ser ofensivo e espero nunca perder a mão nisso.

E: Estamos vendo cada vez mais professores entrando nas redes sociais e fazendo conteúdos de humor, não só educacional. Acredita que essa é uma outra porta para o ensino?

 

RB: Sim, é uma forma de mostrar como é o bastidor da educação, de aprender de forma leve e descontraída, de colocar um holofote nas dificuldades educacionais e assim promover o processo reflexivo da sociedade. (Fui muito professor agora né? Kkkk).

E: Tem projetos em mente que possa compartilhar conosco?

 

RB: Começar meu podcast, pensar em uma forma de transformar todas essas histórias em um possível show de humor.

E: Tem mais objetivos a longo prazo?

 

RB: Estourar a bolha e alcançar mais pessoas para mostrar como é o ensino superior de uma forma engraçada, bater um milhão de inscritos até o final do ano e ir no PodPah.

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*Créditos da foto de destaque: Acervo Pessoal

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