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Entrevista | Rob Van der Loo fala sobre novo álbum do Epica, Ωmega

Oitavo álbum da banda holandesa Epica já está disponível em todas as plataformas digitais

 

Nasceu! Após cinco anos de espera, a banda holandesa de metal sinfônico Epica lançou no dia 26 de fevereiro seu oitavo álbum de estúdio, Ωmega. Com o desafio de criar músicas em meio à pandemia do novo Coronavírus, o sexteto não se deixou abalar e fez o que pôde para presentear os fãs com mais uma obra-prima.

Com três componentes do grupo morando na Holanda, um na Alemanha, um na Bélgica e um na Itália, a banda enfrentou desafios para se organizar e compor todas as doze faixas do disco principal e quatro do disco acústico. O álbum foi lançado pela Nuclear Blast e originalmente gravado no Sandlane Studios, na Holanda, terra natal da banda. Ωmega recebeu uma enxurrada de boas críticas, sendo aclamado por revistas e grandes nomes da música mundial.

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Em adição aos elementos que os fãs estão acostumados a ouvir – como a imponente presença de orquestras grandiosas, trechos em latim e música clássica, por exemplo – a banda inova com elementos diferentes e poderosos, que elevam o nível de complexidade e deixam o ouvinte encantado. Entre eles, os que mais se destacam é o coral de crianças em músicas como Rivers, o tom mágico dos sonhos e pesadelos de The Skeleton Key – inclusive, essa música foi eleita a melhor do álbum por unanimidade -, as inscrições em árabe em Code of Life (cantadas por Zaher Zorgati, vocalista da banda tunisiense Myrath), a orquestra em Omega – Sovereign of the Sun Spheres, além de duas ilustres versões: Rivers – acapella – e o refrão em espanhol em El Código Vital, adicionadas ao Omegacoustic – versão acústica do Ωmega

Com letras, em sua maioria, compostas pela vocalista Simone Simons e pelo guitarrista Mark Jansen, o álbum apresenta quatro videoclipes até o momento, expondo o momento mais versátil e criativo da vocalista. Além do canto lírico, que é uma de suas especialidades, Simons se destaca por suas interpretações teatrais, cheias de mistério e técnica admiráveis, sem, no entanto, perder sua doçura e elegância. 

A sonoridade do álbum também é algo a se admirar. Ponto forte em toda a discografia do Epica, os corais e orquestra ganharam ainda mais força e destaque nesse álbum. Sob supervisão do tecladista e pianista Coen Janssen, as músicas ganharam mais estrutura, ficando mais elaboradas, além de  influências instrumentais mais modernas, pianos e violinos mais evidentes, potentes guturais e guitarras mais vibrantes. Entre as canções mais elogiadas, duas foram compostas pelo baixista Rob Van der Loo: Rivers e The Skeleton Key. A aclamada música Kingdom of Heaven também esteve em evidência, pois fecha o ciclo de três partes da mesma história, iniciada no álbum Design Your Universe

O álbum ficou em #1 no Deezer durante os últimos sete dias, sendo considerado o melhor álbum de Metal da semana na plataforma, além de garantir o #1 nos charts do iTunes em países como Suíça, Colômbia e República Tcheca. No Brasil, ocupa a segunda posição, entre todos os ritmos executados. Entram no chart em posições de #3 a #9 México, Canadá, Rússia, Holanda, Polônia, Bélgica, Espanha, Itália, Turquia, Austrália, França Alemanha, Estados Unidos e Reino Unido.

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Day and night, we hunt for answers hiding deep inside

Omega explora a teoria Ponto Ômega, que descreve o último nível da consciência humana. Segundo Mark Jansen (guitarrista e dono dos guturais), a ideia é falar sobre “a visão científica e espiritual de que as pessoas vivem em uma espiral em direção a um ponto de unificação divina.”.*

Investindo na divulgação de Ωmega, a banda gravou diversos vlogs, lançados em seu canal no Youtube e divulgados em todas as redes sociais, onde mostra o processo de gravação e alguns spoilers do álbum que ainda estava por vir.  Em diversos vídeos e partes das músicas, é possível notar uma mensagem de união, principalmente em tempos como esses. No episódio 14, Jansen fala que “um dos temas do álbum é sobre como a humanidade está se dividindo por conta de uma competição. E, no entanto, florescemos quando trabalhamos juntos.”

Composta por Simone Simons nos vocais, Mark Jansen nos guturais e guitarra, Rob Van der Loo no baixo, Coen Janssen no teclado e piano, Ariën Van Weesenbeek na bateria e Isaac Delahaye na guitarra, a banda Epica marcou uma tour brasileira de divulgação do novo álbum, com cinco shows entre os dias 7 e 12 de dezembro. 

* trecho retirado do Omegavlog e traduzido de forma literal pela redatora

Become one with imagination, no more fairytales…

Em entrevista exclusiva ao Entretetizei, Rob Van der Loo, baixista do Epica, explica sobre as inspirações e processo criativo para o novo álbum, os desafios de gravar em meio à pandemia e muito mais.

Entretetizei: Primeiramente, eu gostaria de dizer – de novo – que o álbum está perfeito, bem mais poderoso que os outros. Parabéns e muito obrigada por essa obra-prima! 

Vocês começaram o processo de escrita antes da pandemia e gravaram no ano passado. Existe alguma música que foi deixada para trás, adicionada ou alterada devido a esse período triste que estamos vivendo? 

Rob Van der Loo: Quando chegamos ao estúdio, tínhamos claramente em nossa mente quais músicas acabariam dentro do álbum. O prazo final era bem rígido, então não tinha muito espaço para escrever ou gravar um novo material. Acho que o que tínhamos em mente nos ajudou a trabalhar de uma forma mais direta. Até as gravações do coral, o Covid não era um problema tão sério por aqui. Tirando  o fato de que Simone e Mark tiveram que gravar os vocais à distância, a situação toda não teve muita influência. 

Ainda temos algumas letras de quando estávamos escrevendo o álbum, mas essas são músicas incompletas. 

E: Ωmega é um álbum mais pesado e tem letras mais profundas, com vários conselhos sobre como devemos lidar com nossas próprias vidas. Tem alguma frase em especial que você considera o melhor conselho para tempos como esses, onde as pessoas estão preocupadas ou com medo da pandemia?


RVL: Não especificamente. O que eu posso dizer agora é que nós provavelmente vamos viver nossas vidas um dia após o outro e precisamos tomar conta uns dos outros bem mais do que antes. Claro, e continuar positivo e esperançoso. Eu recomendaria às pessoas a não verem TV ou lerem notícias negativas o máximo que elas puderem. Todas essas “notícias negativas” podem ser bem venenosas para nossa mente, então tentem ficar longe dessa negatividade. Cuidem de sua saúde física e mental!

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E: Você escreveu The Skeleton Key, considerada uma das melhores músicas do álbum. Como foi o processo? Digo, para mim, me lembrou de um mix de circo dos horrores e O Estranho Mundo de Jack, mas para alguns amigos não é nada parecido com isso…

RVL: Minha abordagem para esse álbum foi criar ideias que fossem simples, mas muito eficientes. Escrever uma boa, simples e cativante música pode ser muito mais difícil do que escrever uma música mais complexa. Eu prefiro pensar em sentimentos e cores do que realmente pensar em um gênero específico ou estilo. Músicas como The Skeleton Key e Rivers foram todas sobre sentimentos

Para esse álbum, eu ouvi muito a trilha sonora do filme A Origem (filme dirigido por Christopher Nolan e com música de Hans Zimmer), que também explica porque o título de The Skeleton Key ficaria A Origem. Simone escolheu essa temática perfeitamente quando sentamos juntos. Eu comecei a ter ideias para os vocais, mas primeiro eu queria ver o que ela iria desenvolver para que pudéssemos escolher os conceitos mais legais ou simplesmente mesclá-los. Fiquei bastante satisfeito com o resultado. 

E: Vocês incluíram novos elementos como as inscrições em Árabe, um coral de crianças e a versão de Rivers a capella. Gostaria de saber quem teve essa ideia e se vamos ver uma nova versão do Epica em futuros álbuns.

RVL: Essa foi, definitivamente, ideia do Coen (tecladista e pianista). Apesar de estarmos com os arranjos prontos durante a pré-produção, mais do que qualquer álbum anterior, ele ainda conseguiu pensar em ideias para fazer com que ficasse ainda mais especial. Quando ele surgiu com a ideia de ter um coral de crianças, nós nos animamos na hora. Com certeza deixou as músicas muito mais elaboradas.

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E: Eu notei que antigamente o Epica falava mais sobre religião e política e, nos últimos dois álbuns, escolheram não falar sobre isso. O que mudou? Podemos esperar mais músicas com esses dois temas?

RVL: Eu acho que é bom manter as coisas novas e não falar sobre os mesmos tópicos o tempo todo.

The Quantum Enigma, The Holographic  Principle e Ωmega são uma trilogia,  e a história foi contada e agora pode considerar fechada. Vamos ver o que o futuro nos espera. O tempo dirá!

E: Muito obrigada por responder às minha perguntas, você é muito gentil! Mal posso esperar para vê-los em dezembro. Pode deixar uma mensagem para os seus fãs brasileiros?

RVL: Obrigado a todos pelo imenso suporte e paciência. Nós todos sabemos que levou mais tempo do que esperávamos para lançar o Ωmega, mas estamos muito felizes e emocionados com o entusiasmo de vocês. Mal podemos esperar para voltar aos palcos de novo e tocar todas as novas músicas para vocês. Fiquem firmes, saudáveis, positivos e tomem conta uns dos outros! 

 

Algum fã de Epica por aqui? Entre nas redes sociais do EntretetizeiInsta, Face e Twitter – e conta para a gente qual sua música favorita do novo álbum.

 

*Crédito da foto de destaque: Divulgação

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