Foto: reprodução/Correio Braziliense

Entrevista | Rodrigo Fagundes fala sobre a representatividade de seu personagem na novela Volta Por Cima

No ar como Gigi, na TV Globo, Rodrigo entrega mais um personagem cativante e carismático, conquistando o público

 

Rodrigo Fagundes é um dos grandes nomes da comédia e do teatro brasileiro, consolidando sua carreira ao longo de 23 anos de trajetória. Aos 52 anos, o ator vive um dos momentos mais marcantes de sua vida pessoal e profissional. Atualmente, brilha na novela Volta Por Cima, da TV Globo, como Gigi, um personagem assumidamente gay que faz parte de uma família tradicional carioca em decadência financeira. A interpretação de Rodrigo tem arrancado elogios da crítica e conquistado o público com humor e sensibilidade.

Mineiro de Juiz de Fora, Rodrigo ganhou notoriedade ao estrelar o espetáculo Surto, que foi sucesso perante o público por 12 anos. Na TV, seu primeiro grande destaque veio no extinto Zorra Total, onde deu vida ao icônico Patrick, conhecido pelo bordão Olha a faca!, que lhe rendeu o prêmio de Melhor Comediante do Domingão do Faustão. Desde então, tem colecionado papéis marcantes, como o mordomo Nelito em Pega Pega e o malandro Armandinho em Cara e Coragem, além de participações em produções no streaming e no cinema.

Na vida pessoal, Rodrigo também vive um momento especial. Casado há 21 anos com o ator e roteirista Wendell Bendelack, oficializou a união com uma cerimônia emocionante em dezembro de 2023, celebrando o amor ao lado de familiares e amigos. Com uma carreira sólida e em constante evolução, Rodrigo segue encantando com sua versatilidade, seja no teatro, na TV ou nas telas do streaming, em produções como Impuros e Tudo Bem no Natal que Vem. 

Falando sobre sua extensa trajetória e projetos futuros, confira na íntegra a entrevista que Rodrigo concedeu ao Entretê:

Entretetizei: Sua trajetória no teatro é longa, especialmente com o espetáculo Surto, que foi um marco na sua carreira. Que aprendizados dessa época você ainda carrega no seu trabalho atualmente?

Rodrigo Fagundes: A disciplina, o estudo, a parceria, a escuta e o olhar do outro. Jogar junto. Tentar sempre agregar quem está envolvido no trabalho e sobretudo, me divertir. 

E: Você acredita que o Gigi, por ser um personagem gay assumido em uma novela de grande alcance como Volta Por Cima, marca um avanço importante na representatividade LGBTQIA+ na TV? Como tem sido a recepção do público em relação a ele?

R: Com certeza. Quando li fiquei encantado pela liberdade dele. Esse lado mimado e atrevido também é divertido de fazer, ainda que às vezes ele não meça suas palavras e atitudes. Ainda assim, ser um homem gay sem amarras, que vive sua sexualidade, dá sua pinta, paquera e dribla com suas irmãs seu atual momento de vida, faz com  que essa “normalização” desse tipo de personagem seja cada vez menos uma questão nas novelas. E constato, diariamente nas ruas, nas redes sociais com o público, todo tipo de público, abraçou esse personagem. É um carinho e uma torcida pra que Gigi tome jeito na vida no que diz respeito a trabalhar e encontrar um boy gato e ser feliz. É o que mais escuto (risos). 

Foto: reprodução/TV Globo

E: Ao longo dos anos, você deu vida a personagens memoráveis como Patrick, de Zorra Total, e o mordomo Nelito, de Pega Pega. Quais são os maiores desafios e alegrias de caminhar entre o humor, o drama e o romance?

R: Fico feliz de poder construir uma trajetória com personagens que marcaram o público. Na comédia popular do Zorra Total pude sentir pelo Brasil como Patrick parecia um amigo próximo pois na época eu viajava com nosso espetáculo SURTO pelo país. Com as novelas, pude sentir ainda mais essa aproximação com o público. Porque novela é todo dia, os personagens oscilam entre drama e humor e é justamente aí que me farto  pois tento enxergar a comédia no drama e vice-versa. Tento humanizar sempre meus personagens para que haja uma identificação com quem assiste. E quando isso acontece a comunicação é imediata. Vira parceria. A obra e o público. 

E: Você estará no programa de humor Pablo e Luizão. O que pode adiantar sobre sua participação nesse projeto?

R: Fiz um dos episódios e foi maravilhoso participar. Sou fã do Paulo Vieira não é de hoje. Faço um professor de teatro que acaba envolvido numa situação causada pelo personagem do Paulo. Não posso dizer mais nada. Essa série vai ser sucesso. É autoral e vem do coração dele. Aguardem. 

E: Depois de mais de 20 anos de carreira, o que ainda te motiva e desafia como ator? E quais projetos você ainda sonha em realizar?

R: Dar vida a personagens com conflitos que a sociedade possa se identificar. Provocar, questionar, entreter, trazer alegria e reflexão. A arte é cura e minha profissão permite essas pontes entre as histórias, os personagens e o público. Tenho muita vontade de fazer cinema. Acho que deve ser fascinante o processo de um filme. Espero poder ter essa oportunidade.

 

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Texto revisado por Laura Maria Fernandes de Carvalho

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