Foto: reprodução/Banda B

Entrevista | Ruby fala sobre a representatividade e novos projetos

A cantora acaba de lançar seu primeiro álbum de estúdio, intitulado ATITUDE

Lançado no início de abril, o primeiro álbum da cantora conta com feats com nomes como IZRRA e Rincon Sapiência. Mas a carreira de Ruby começou muito tempo atrás, quando participava de corais da igreja em que seus pais eram pastores.

Antes de ser contratada pela Universal Music e acumular mais de 20 mil ouvintes mensais no Spotify, a artista cursava direito, mas largou a faculdade para se dedicar à música, apostando em letras repletas de representatividade. 

Ao Entretê, ela fala mais sobre essa característica em seus trabalhos e o que deseja passar com sua música. Confira!

Foto: reprodução/Ultraverso
Entretetizei: Ruby, você largou a faculdade de direito para se dedicar à música, e agora tem um contrato com a Universal Music. Você imaginava que sua vida mudaria desse jeito em tão pouco tempo? Como foi o processo de tomar essa decisão?

Ruby:  Eu confesso que não imaginava como seria o processo de inserção no mercado musical, pois não tinha conhecimento algum. Mas no mesmo ano em que eu decidi largar tudo e seguir na música, o Papatinho (produtor do Rio de Janeiro) me acionou pelas redes sociais, perguntando se eu tinha interesse de cantar profissionalmente, e daí tudo começou. Foi realmente uma experiência incrível.

E: Qual seu maior sonho ainda não realizado no mundo da música? 

R: Com certeza sair em turnê pelo mundo, com uma grande demanda. 

E:  Seu single UHLALA foi um sucesso, ouvimos muita representatividade e a abordagem da transição capilar, um tema pouco comentado na indústria da música. Como é para você finalmente aceitar seu cabelo e poder inspirar tantas pessoas a fazerem o mesmo?

R: Foi e é sempre um processo libertador, passei por uma transição novamente a um tempo atrás, depois de ter ido ao salão fazer uma escova no cabelo e ele ter alisado novamente, mesmo sem usar produtos químicos pra essa finalidade. E é sempre enriquecedor conectar com nossas raízes e ancestrais através dessa relação com nosso tipo de cabelo. Eu sempre gosto de abordar essas questões nas minhas músicas, pois acredito que a representatividade, principalmente pra crianças pretas, faz uma grande diferença na autoestima e no entendimento das possibilidades a partir disso. 

 

 

E: Na sua opinião, quais os maiores desafios de ser uma mulher negra na indústria musical, e como você lida com isso?

R: Acredito que, independente da posição profissional, é sempre uma questão uma mulher negra estar ocupando algum lugar que não seja o de serventia. Entender a diferença entre o que as pessoas esperam de mim e tudo que eu posso construir através da minha potência é sempre o diferencial que me faz acreditar no meu processo. Eu acredito muito no meu trabalho e na mensagem que eu levo por meio dele, isso representa muito mais do que os meus próprios objetivos, é o meu propósito de vida. 

E: Seu EP 5quenta Tons de Preta trouxe temáticas muito importantes, como autoestima e empoderamento, além de diversas sonoridades em cada uma das músicas. O que mais te inspirou para produzi-lo? 

R: O EP 5quenta Tons de Preta, diferente do meu álbum Atitude, eu fiz com uma intenção objetiva do que eu queria trazer de letra e melodias, que era mais essa sonoridade afro misturada com brasilidade e coisas que já acontecem aqui no nosso pop urbano. No meu álbum, eu mergulhei mais no afrobeat. O que me inspirou foi realmente essa vontade de falar sobre a mulher e sobre a potência que é ser uma mulher negra. 

 

E: A música Tudo Meu, seu mais novo lançamento em parceria com o rapper Ricon Sapiência, tem um som dançante e um refrão que fica na cabeça, mas a letra e o clipe não deixam de exalar representatividade. Levar mensagens  necessárias e importantes sobre tantos temas é o que te move a fazer música? 

R: Parafraseando Nina Simone “é dever do artista refletir o seu tempo”. Com toda certeza me preocupo em trazer uma mensagem nas músicas que seja enriquecedora ou estimule as pessoas a acreditarem nelas mesmas. Ás vezes eu também utilizo a música como ferramenta para desabafar e colocar meus sentimentos em liberdade. Mas, para além desse papel pessoal que a música tem na minha vida, minha motivação central é sempre a mensagem através dela e o quanto ela pode impactar a vida das pessoas . 

E: Por fim, o que seus fãs podem esperar de seus próximos projetos?

R: Muita autenticidade e verdade, é o princípio de tudo. A partir disso, podem esperar minha doação e entrega pra todos os projetos que eu me envolver, e tem várias ideias sendo desenvolvidas por aqui.

 

 

Confira na íntegra o primeiro álbum da artista:

 

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Texto revisado por Michelle Morikawa

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