Especial | 12 anos sem Michael Jackson

Lorraine Perillo
06 jul 2021

Relembre a trajetória e os maiores sucessos do Rei do Pop, um dos artistas mais icônicos do mundo

No último dia 25, completou-se 12 anos da morte precoce de Michael Jackson. O Rei do Pop morreu em casa, após ser vítima de uma intoxicação por remédios para dormir. Ele chegou a ser atendido por paramédicos, mas seu óbito foi atestado horas depois no UCLA Medical Center. Aos 50 anos de idade, Michael sofria de fortes dores devido aos procedimentos cirúrgicos que fez ao longo da vida, o que o fazia tomar um coquetel diário para aguentar as pressões tanto da carreira como da vida pessoal. Na época, foi cogitada a hipótese de que seu médico, Conrad Murray, ter lhe receitado remédios tão fortes que o corpo do astro não aguentou, levando-o à morte. Em 2011, ele então foi preso e condenado por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar.

Foto: Reprodução

O impacto de sua morte foi tanto que seu velório, ocorrido no dia 7 de julho de 2009, no Staples Center, em Los Angeles – EUA, foi assistido por 31 milhões de telespectadores, segundo a empresa Nielsen Media Research. Dentro do estádio, 77 mil pessoas tiveram a chance de acompanhar de perto uma das despedidas mais tristes da história do pop. O local escolhido para seu velório teve um motivo nobre: era ali que o astro iniciaria uma de suas maiores turnês, intitulado This is It, que iniciaria dois dias antes de sua morte. A turnê ficou eternizada por um DVD de mesmo nome, dirigido pelo diretor e amigo Kenny Ortega. Dentre os convidados de honra, compareceram nomes como Kobe Bryant, Mariah Carey, Martin Luther King III, Brooke Shields, entre outros. Um dos momentos mais emocionantes foi quando sua filha, Paris Jackson, subiu ao palco para discursar.

“Thriller night… there ain’t no second chance!”

Nascido em agosto de 1958, Michael Joseph Jackson conquistou a fama quase instantaneamente. Integrando o quinteto The Jackson 5 junto com os irmãos, MJ fez sua estreia profissional na música em 1964, entrando em carreira solo sete anos depois, em 1971. No início dos anos 80, sua presença no mundo do pop foi ficando cada vez mais marcante e ele estourou nas rádios com os hits Beat It, Billie Jean e Thriller. Estava claro que, mesmo com pouca idade, Michael Jackson seria um fenômeno pela combinação de sua voz, com sua dança e seu carisma.

Michael Jackson deixou um incrível legado para o mundo do pop por conta da arte de seus videoclipes que abriu caminho para o pop moderno. Aliás, uma curiosidade interessante é que foi MJ quem trouxe à fama o canal MTV. Seu vídeo de Thriller, inclusive, foi responsável por promover a diversidade racial na lista da MTV e mudaram o foco que era quase exclusivamente rock para pop e R&B. Ele também é considerado um dos ícones culturais mais significativos do século XX, por toda sua contribuição para a música, dança, arte e moda por quase quatro décadas, conquistando um espaço no Guinness Book como o Maior Artista de Todos os Tempos.

Michael Jackson também foi vencedor de diversos prêmios ao longo de sua carreira, sendo introduzido duas vezes no Hall da Fama do Rock and Roll e é o único artista pop ou rock a ser incluído no Dance Hall of Fame. Em 1984, ele ganhou sua própria estrela na calçada da fama, em Hollywood. O astro colecionou marcos ao longo de sua vida, como os 39 recordes no Guinness World Records, 15 Grammys Awards, 25 American Music Awards e 13 singles número um na Billboard Hot 100. Jackson também foi um dos primeiros artistas a ter um single dos dez primeiros na Billboard Hot 100 em cinco décadas diferentes. Seu patrimônio chegou ao valor estimado de 825 milhões de dólares, sendo o valor anual mais alto de uma celebridade registrado pela Forbes.

Apesar de tanto sucesso, Jackson não estava satisfeito com a sua aparência e com a forma como se mostrava para o mundo. Diagnosticado com vitiligo (doença que se caracteriza pela perda de cor da pele), ele começou, no final dos anos 1980, uma extensa mudança em sua vida, transformando seu tom de pele, seu rosto e até mesmo seus relacionamentos, o que acabou custando sua vida vinte anos depois.

Michael gravou um de seus maiores sucessos, They Don’t Really Care About Us, no Brasil, em 1996. As filmagens foram feitas entre o Morro Dona Marta, no Rio de Janeiro, e o Pelourinho, na Bahia. Dirigido por Spike Lee (Infiltrado na Klan, Malcolm X), a gravação do clipe veio também com grandes polêmicas. O então Secretário Estadual da Indústria, Comércio e Turismo do Rio de Janeiro, Ronaldo Cezar Coelho, foi contra a vinda do astro e sua equipe, o que acabou dificultando a emissão de vistos para ele e sua equipe. O prefeito da Cidade Maravilhosa na época, César Maia, no entanto, foi totalmente a favor, concedendo um alvará para que o músico pudesse gravar a música e o convidouado para assistir ao desfile das Escolas de Samba, já que Michael e Spike viriam em fevereiro, em meio ao Carnaval carioca. Após sua passagem, Michael Jackson foi homenageado com uma estátua no Morro Dona Marta, em agradecimento pela visibilidade que o clipe deu ao morro.