Foto: Ward & Kweskin

Father John Misty faz show intimista e cheio de hits no Cine Joia

Na última terça-feira, a atração do festival Primavera Sound, fez um show solo com quase duas horas de duração na casa de show, em São Paulo 

Na última terça-feira (8), Father John Misty, persona criada por Joshua Tillman (ex Fleet Foxes), se apresentou no Cine Joia , espaço que completou 11 anos de reabertura nesta semana. A atração do festival catalão Primavera Sound, trouxe toda sua teatralidade, charme e letras ácidas, adaptando sua performance ao pequeno espaço da casa de shows. Bem diferente da apresentação de domingo, o músico teve um contato maior com seus fãs e quase nunca deixava aqueles espaços de silêncio entre uma canção e outra. Com quase duas horas de duração, o palco do Cine Joia ficou pequeno para tamanho carisma. Entretanto, o compositor americano conseguiu se mover com graça entre os espaços abertos e estipulados com uma fita. A banda, que já pode ser considerada uma orquestra, tinha 8 músicos saxofonistas, baterista, baixista, guitarrista, tecladista e tinha até um xilofone gigantesco no meio ,  que souberam executar perfeitamente todas as canções e criar um ambiente intimista. 

Apesar de cantar baladas, Misty consegue cativar o público ao ponto de querer dançar. E, claro, prestando um pouco mais de atenção às letras, não é tão romântico assim quanto o som sugere. A persona é o padre dos excessos, da dramaticidade e das consequências das noites insones, um retrato da nossa sociedade hedonista. Beirando o cinismo e a ironia, as letras são pequenas narrativas ácidas sobre o cotidiano, sobre o show business, o capitalismo, as condutas e vícios da nossa geração. 

A iluminação característica do Cine Joia deu um tom quase espiritual à apresentação. Como se a figura de Misty fosse tão grande que se projetasse nas paredes do espaço, do lado esquerdo e direito. 

A interação com os fãs 

Foto: Mara Alonso

Uma das coisas mais especiais do show foi a interação entre artista e público. Entre as músicas, Tillman comentou sobre o show do Primavera Sound e se os fãs preferiam o rapper Travis Scott tocando ao fundo ou ali no Cine Joia. A resposta foi óbvia.

E não foi só isso, ele fazia questão de interagir com as pessoas que estavam coladas no palco, dando autógrafos, cantando e segurando a mão de um sortude. A música Goodbye Mr. Blue foi até dedicada à gata de uma fã, que se chamava Matilda. 

O setlist

Foto: Yuri Murakami

Mesclando jazz com um indie folk radiofônico, o setlist contou com as principais músicas de seus cinco álbuns:  Fear Fun (2012), I Love You Honeybear (2015), Pure Comedy (2017), God’s Favorite Customer (2018) e o lançamento Chloë and the Next 20th Century

O show começou com a música Q4, de seu álbum recente Chloë and the Next 20th Century. Logo em seguida, foi a vez se sentir damn fine com Mr. Tillman, a música ‘’quebra de quarta parede’’; a polêmica Hollywood Forever Cemetery Sings, seguida por Chloë, também do novo álbum, onde Josh se movia como se estivesse em um filme hollywoodiano. Certeza que Fred Astaire e Ginger Roberts esperavam nos bastidores para sapatear como sombras na parede. 

Nancy From Now On e Just Dumb Enough to Try criaram um equilíbrio para que o público não ficasse disperso já que, logo em seguida, tiveram três músicas do novo disco: a dedicatória a ‘’Matilda, the cat’’ com a música Goodbye Mr. Blue; Funny Girl, a música para a Cleópatra de um metro e meio e We Could Be Strangers. As críticas de Total Entertainment Forever e Ballad of the Dying Man, do álbum Pure Comedy, e The Night Josh Tillman Came to Our Apt, vieram logo depois. 

Em When You Are Smiling And Astride Me, o músico se colocou de joelhos e a plateia foi à loucura. O coro de ‘’oh’s’’ e a dramaticidade do compositor, remeteu às igrejas da comunidade negra americana, pregando por um amor irônico e agridoce. Ainda com a plateia animada, foi a vez de Chateau Lobby #4, a nova Buddy’s Rendezvous, Nothing Good Ever Happens at the Goddamn Thirsty Crow, In Twenty Year or So e a despedida tão romântica quanto Sid and Nancy: I Love You, Honeybear

O encore começou com o cover de In The Drugs, uma homenagem só com violão e voz para Mimi Parker, baterista e vocalista da banda alternativa Low, que faleceu recentemente vítima de um câncer no ovário. Seguido por Holy Shit, Pure Comedy e, para finalizar a missa, Father John Misty cantou I’m Writing a Novel e se despediu outra vez para pegar a estrada. 

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*Crédito da foto de destaque: Ward & Kweskin

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