Marcada pelo sucesso e escândalos, a vida da princesa do pop, Britney Spears, é tema de documentário lançado pelo The New York Times
Por Dayane Marinho
Abuso de substâncias, perseguição da mídia, um recente divórcio e a luta pela guarda dos filhos. O ano de 2007 não foi nada fácil para a cantora Britney Spears. Devido aos problemas ocorridos na vida pessoal da cantora, em 2008, seu pai, Jamie Spears, foi nomeado pela justiça americana como tutor legal responsável pelos assuntos financeiros e pessoais da cantora.
Britney, atualmente com 39 anos, vendeu mais 100 milhões de álbuns e estreou em primeiro lugar na Billboard 200. Com sua fortuna avaliada em U$ 60 milhões, a cantora mostrou interesse público, pela primeira vez em 12 anos, por mudanças na tutela em agosto de 2020, em audiência judicial.
Inicio da tutela
Em 2007, Britney se divorciou de Kevin Ferdeline, pai dos seus filhos Sean (nascido em 2005) e Jayden (nascido em 2006). Após o divórcio, a cantora perdeu a custódia dos filhos, raspou os cabelos, atacou com um guarda-chuva o carro de um paparazzo e foi internada em uma clínica de reabilitação.
Após os sucessivos episódios, Jamie Spears decidiu entrar com o pedido de tutela temporária de emergência no Tribunal Superior do Condado de Los Angeles. Esse instrumento legal é cedido quando uma pessoa é considerada incapaz de cuidar de si mesma, geralmente idosos, deficientes ou acamados de alguma doença grave.
Com esse recurso, Jamie pode vender propriedades, negociar oportunidades de negócios e restringir visitantes. Ele também pode pedir ordem de restrição contra quem acredita ser uma ameaça à estabilidade da filha e os gastos da cantora devem ser registrados em relatórios judiciais anuais.
O movimento #FreeBritney
O movimento surgiu com a preocupação dos fãs diante de frases ditas pela cantora. Em uma gravação de 2008, Britney fala sobre a tutela. Ela afirma que gostaria de ter a vida de volta, poder morar sozinha, dirigir seu carro e escolher seus seguranças. No documentário Britney: For the Record, também de 2008, a princesa do pop diz que se sentiria livre sem as restrições. De acordo com o The New York Times, a hashtag #FreeBritney surgiu em 2009, no site Breathe Heavy.
A campanha voltou a tomar força em 2019, quando Britney cancelou sua residência em Las Vegas, Britney: Domination, por conta de um problema de saúde do pai. Durante o período em que Jamie estava se recuperando, Jodi Montgomery, gerente de cuidados da cantora, foi nomeada como tutora temporária. No mesmo ano, Jamie deu uma entrevista declarando que o movimento é uma piada, que não sabem de toda a história.
Outro acontecimento também movimentou a hashtag nas redes sociais. O podcast Britney’s Gram, que comenta sobre as postagens da cantora no Instagram, divulgou uma mensagem anônima de um suposto membro da equipe de advogados que está trabalhando no caso da tutela. Segundo o áudio, Britney teria sido internada em uma clínica de reabilitação contra sua vontade e o pai da artista tem um nível de controle maior do que imaginam. Esses fatos contribuíram para a preocupação dos fãs, movimentando a campanha nos últimos anos defendendo o fim da tutela. Artistas do mundo todo também apoiaram o movimento.
— Sarah Jessica Parker (@SJP) February 7, 2021
Boa tarde e #FREEBRITNEY
— Lexa (@LexaOficial) March 25, 2021
Documentário Framing Britney Spears
A tutela imposta à cantora e o movimento #FreeBritney são os temas centrais no documentário produzido pelo The New York Times e dirigido por Samantha Stark. A série está disponível no GloboPlay, e foi tema de reportagem na última semana, no Fantástico. A produção relembra a trajetória da cantora, desde o momento em que a pequena Britney demonstra interesse pela música até a audiência de tutela realizada no ano passado.
https://www.youtube.com/watch?v=bvHdfbwLIsc
Podemos ver no documentário entrevistas de pessoas próximas da cantora, como Felicia Culotta, amiga e ex-assistente de Britney, que conta sobre o início da carreira da diva pop, passando por pessoas da mídia, fãs e advogados que participaram do processo de tutela.
Além do tema central do documentário, chama a atenção uma entrevista que o irmão de Britney, Brian Spears, concedeu a uma rádio americana, e a maneira como a cantora foi ridicularizada e perseguida pela mídia em seu momento de maior fragilidade. O documentário também aborda o namoro da princesa do pop com o cantor Justin Timberlake e como o caso foi tratado pela mídia americana, colocando Britney como culpada do fim do relacionamento.
Decisão judicial
Em 2020, Britney, com a ajuda de seu advogado Sam Ingham, declarou que gostaria que a instituição financeira Bessemer Trust se tornasse responsável por seu patrimônio. Pela primeira vez, ela reconhece o fenômeno dos fãs contestando a tutela: “Neste momento, Britney agradece e valoriza o apoio sensato de muitos fãs. Britney se opõe com veemência à tentativa do pai de esconder a batalha legal dela como um segredo de família. Nesse caso, não é exagerado dizer que o mundo todo está de olho”, disse Sam.
Na audiência de novembro de 2020, pela primeira vez os advogados da cantora protestaram contra o controle do Jaime sobre o patrimônio. A juíza Brenda Penny recusou a saída do pai de Britney Spears no momento, mas nomeou a instituição Bessemer Trust como co-tutor financeiro da artista, o que os fãs veem como uma pequena vitória para a liberdade de Britney.
Uma nova audiência deve ocorrer em abril de 2021, onde os advogados da cantora devem solicitar ao tribunal a substituição permanente do pai de Britney como tutor. Em seu lugar, Jodi Montgomery, nomeada tutora temporária dos assuntos pessoais de Britney, seria a escolha da cantora como sua tutora permanente.
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*Crédito da foto de destaque: Divulgação / Entretetizei