Precisamos falar sobre o Whitewashing em Fate: a Saga Winx, série live action produzida pela Netflix
Ah, as animações, sempre fazendo parte da vida das crianças, ou até mesmo adultos, como temos visto nos últimos anos. Você com certeza conhece O Clube das Winx, programa de TV animado lançado em 2004, que fez muito sucesso aqui no Brasil.
A partir das Winx, podemos levantar várias questões de reflexão e trouxemos aqui para você pensar junto com a gente:
Na última quinta-feira (10), foi divulgado o primeiro trailer da série live-action das fadinhas, Fate: A Saga Winx, produzida pela Netflix. Podemos dizer que o vídeo foi um choque e uma grande decepção para todos. A começar pela exclusão da personagem Flora, que é latina e não branca, ou seja, menos um personagem não branco inserido em um elenco de maioria branco. Importante dizer que a aparência de Flora foi inspirada na cantora Jennifer Lopéz, que é descendente de porto-riquenhos e que a personagem sofreu o processo de embranquecimento, para clarear a pele de um indivíduo para ele parecer branco. A fada da natureza foi substituída por uma personagem branca, e simplesmente alteraram seu nome para Terra, ou seja, não temos nossa Flora.
A personagem Aisha, que inicialmente foi retratada como negra, aos poucos também foi fadada a esse processo até se transformar em quase uma pessoa branca.
O grande ponto que também incomodou bastante foi o whitewashing na personagem Musa. Não sabe o que é whitewashing? Calma que a gente te explica!
Whitewashing consiste em apagar a etnia ou religião muito específicas de um personagem para colocá-lo branco, como por exemplo asiáticos, negros, mulçulmanos, romanis e muitos outros.
Bom, agora que já nos contextualizamos sobre o whitewashing, vamos falar sobre a Fada da Música, a Musa. Sua aparência foi inspirada na atriz Lucy Liu, que é filha de chineses. Já no live-action, a atriz Elisha Applebaum é banca, sem nenhuma descendência asiática e que em nada se parece com a personagem do desenho animado.
Pra muitas pessoas, essa questão ainda é considerada besteira, mas, hoje em dia sabemos o poder que é a representatividade. Crianças com descendência asiática cresceram se vendo ali, finalmente na Televisão, poderosas e fortes. Um exemplo muito claro de como representatividade importa foi o filme Pantera Negra, o primeiro filme de um super-herói negro como protagonista, o poder disso foi impagável, a felicidade das crianças se vendo ali foi simplesmente lindo.
Após a divulgação do trailer, nossa equipe decidiu fazer uma publicação no Instagram, onde perguntávamos qual das Fadinhas era a sua preferida, e os comentários nos deixaram tristes. Apenas uma pessoa falou Aisha, e apenas uma falou Musa. Muito triste que na maior parte das vezes as personagens brancas se destacam mais do que as outras. A partir daí começamos a refletir mais ainda sobre a inserção de indivíduos não brancos e de diferentes religiões nas produções, ainda mais as infantis, porque assim, as crianças cresceram mais abertas e com menos preconceitos.
Representatividade importa sim, e é nosso dever, mesmo quando não fazendo parte desse grupos, resistir, escutar, aprender, lutar junto e nos impor para que essa realidade de whitewashings e produções com pouca ou nenhuma representatividade seja mudada!
Confira o teaser oficial da série:
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* Crédito da imagem de destaque: Blogspot