Estreia das diretoras Amanda Pontes e Michelline Helena apresenta um retrato sensível das dinâmicas familiares com narrativa sonora envolvente
Ganhador dos prêmios de Melhor Filme e Melhor Roteiro pelo Júri da Crítica no Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba em 2023, o drama musical acompanha como a partida da jovem Dayane transforma a vida da sua família. Sua mãe, Marluce (Luciana Souza), tenta de tudo para não demonstrar o choque que a despedida da filha lhe causou. Já a irmã mais nova, Mariana (Pipa), enfrenta alguns problemas na nova escola onde está estudando. Antônio (David Santos), noivo de Dayane, se vê num vazio e busca obsessivamente por respostas através da melhor amiga de Dayane, a cantora Cecília (Di Ferreira).
As cineastas buscaram trazer à tela personagens e dramas inspirados em experiências autênticas. “O filme fala de pessoas comuns, que vivem dramas cotidianos e que manejam suas vidas em meio aos percalços da vida real. Muita gente assiste e comenta conosco que se viu em algum personagem ou situação, então acreditamos que a conexão do público se dá justamente por se enxergar naqueles personagens”, concluem Amanda e Michelline.
Quando Eu Me Encontrar é o primeiro longa dirigido pela dupla Amanda Pontes e Michelline Helena, que co-roteirizou o filme A Filha do Palhaço (2022) junto ao cineasta Pedro Diogenes. As duas também assinaram a direção dos curtas Do Que Se Faz de Conta (2016) e Oceano (2018), bem como do documentário Topofilia (2017).
Curiosamente, o pontapé para o projeto foi justamente uma dessas produções.“No primeiro curta que dirigimos juntas, chamado Do Que Se Faz de Conta, havia uma personagem chamada Dayane, que aparecia em apenas uma cena e dizia justamente que estava indo embora e iria deixar apenas um bilhete para sua mãe, pois não tinha coragem de se despedir. Esse elemento ficou presente no nosso imaginário e a partir daí começamos a fabular sobre isso num contexto mais amplo, dentro do viés das relações familiares e afetivas, as quais são pautas recorrentes no nosso trabalho”, contam as diretoras.
Além de sua trama envolvente, o longa é marcado por uma narrativa sonora profundamente influenciada pela música popular brasileira. O filme incorpora clássicos que não apenas complementam a história, mas também elevam as emoções dos personagens. Entre as músicas destacadas está a que inspira o título ao filme, Preciso Me Encontrar, do Cartola, que ressoa com os temas de busca e descoberta pessoal presentes na história.
“Nosso jeito de criar sempre é permeado por canções que influenciam e inspiram de alguma forma todo o processo”, explica a dupla. “Pelo fato de termos uma personagem cantora (Cecília, a melhor amiga de Dayane), que usa também a música como comunicação dentro da mise-en-scène, essa presença musical se torna mais forte e, para nós, se faz essencial para contar a história.”
Gostou da história? O filme chega aos cinemas brasileiros dia 19 de setembro, com produção da Marrevolto Filmes e distribuição da Embaúba Filmes.
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Texto revisado por Kalylle Isse