Ana Dakar é uma personagem intrigante, divertida e determinada que descobre estar à frente de um grande mar de emoções
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O que você faria se descobrisse que todas as certezas que você tem na vida estão em jogo? Todos os seus sonhos correm perigo? Em A Filha das Profundezas, de Rick Riordan, publicado pela editora Intrínseca, a estudante Ana Dakkar, da Academia Harding-Pencroft, terá que descobrir.
Após dois longos anos de muito aprendizado na instituição, que estuda a biologia marinha em toda a sua grandeza, a vida de Ana e seus colegas é colocada em risco pela escola inimiga, o Instituto Land.
Diante de muitas descobertas tecnológicas futurísticas e combates épicos, a protagonista representa muito bem uma nova geração de meninas fortes, estudiosas, determinadas e, ao mesmo tempo, sensíveis e empáticas.
A narrativa explora os detalhes presentes nas obras de Júlio Verne. No entanto, erra quem imagina que o livro segue o padrão de um clássico e sua linguagem. Os personagens, e os elementos fantásticos do universo de Verne, são inseridos na história como um princípio fundador e tornam-se concretos à medida que os acontecimentos se desenrolam. Tudo isso seguindo uma linguagem mais desconstruída e adolescente, coerente com o público alvo dos livros de Rick Riordan.
A Filha das Profundezas me tirou de uma ressaca literária que já durava três anos. Por esse motivo, já fica clara a minha opinião sobre a leitura, que é fluída, intrigante, cativante e divertida. A escrita de Rick Riordan sempre me prendeu, desde os livros de Percy Jackson, mas uma protagonista feminina com certeza foi um agravante para que, desde o primeiro capítulo, houvesse uma identificação com a personagem.
Falando em capítulos, eles são curtos (yay!) e sintetizam os sentimentos de Anna em sequência, seguindo uma linha do tempo cronológica, relatando seus sonhos, angústias e expectativas. A narrativa contextualiza muito bem os ambientes mágicos e marítimos da trama, com uma riqueza de detalhes apaixonante.
Representatividade
É impossível ler esta nova obra e não refletir, mesmo que brevemente, sobre a representatividade que o enredo possui. Entre os amigos tripulantes do submarino Náutilus, temos diferentes religiões, culturas e etnias. A personagem Elena, uma das amigas mais próximas de Ana, é uma pré-adolescente no espectro autista. O livro traz esperança de que, em breve, a inclusão será tão frequente na literatura, que não será mais necessário destacar essa prática como um diferencial.
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*Crédito da foto de destaque: divulgação/Nerdist