Resenha | A Mulher Na Cabine 10 nos faz sentir a tensão saindo até pelos poros

Com um suspense que ganha mais potência a cada página, Ruth Ware teleporta quem está lendo A Mulher Na Cabine 10 para uma sufocante cena do crime em alto mar

Trilhando uma sequência de mistérios, que levam a mais perguntas, investigações e situações de tirar o fôlego, o livro A Mulher Na Cabine 10, escrito por Ruth Ware e publicado no Brasil pela Editora Rocco em 2017, é uma ótima escolha para quem ama enredos como os de Agatha Christie.

Considerada um dos grandes destaques do suspense contemporâneo, a autora britânica teve várias de suas obras na lista de bestseller do New York Times, incluindo o thriller em questão, que já conta com uma primeira cena banhada em apreensão.

 

Sobre a obra

Foto: reprodução/ Twitter @editorarocco

A vida profissional de Lo Blacklock não poderia estar sorrindo mais para ela do que naquele momento, em que a jornalista recebeu a oportunidade de substituir sua chefe para cobrir uma viagem inaugural de um cruzeiro de luxo que iria percorrer os fiordes noruegueses.

Embarcar no Aurora Borealis seria a chance perfeita para ela mostrar seu potencial no jornalismo, criar uma rede de contatos e também acalmar sua mente após o estresse pós-traumático que desenvolveu ao ter seu apartamento invadido.

Mas, apesar de aparentar inicialmente, aquela viagem estava bem longe de ser a realização de um sonho. Enquanto tenta focar em seu trabalho, Lo escuta um grito no quarto ao lado, o barulho de algo atingindo o mar e vê uma mancha de sangue, fazendo-a concluir ter acabado de presenciar um assassinato.

O problema é que ela havia sido a única passageira a testemunhar tal acontecimento, suas únicas provas começam a sumir e seu recente histórico com o alcoolismo faz com que muitos passageiros passem a duvidar injustamente de seus relatos.

É aí, então, que a mulher inicia uma jornada para provar a verdade do que viu e tentar impedir que um assassino continue a solta na embarcação, enquanto também enfrenta seus próprios fantasmas e dilemas.

 

A Mulher Na Cabine 10

A estrutura de narração de Ruth Ware traz como principal característica o fato de não entregar muitas informações de uma vez, o que garante que a pessoa vá descobrindo tudo junto com a protagonista, gerando a curiosidade e ansiedade de desvendar o que aconteceu, não querendo se separar do livro até o final.

Todas as cenas são desenvolvidas para deixar uma pulga atrás da orelha, uma constante desconfiança, até mesmo nos diálogos mais simples e nos pequenos detalhes. Conforme a jornalista vai conhecendo os outros convidados que estão a bordo, as atitudes de alguns começam a levantar suspeitas.

Conciliando todos os acontecimentos vividos no navio com as questões pessoais dos personagens, a autora cria um ótimo background para dar a eles um toque mais real, não deixando com que se tornem rasos durante a trama. Além disso, alguns trechos de chats acessados por um personagem conforme a história se desenvolve também levanta diversas interrogações sobre para onde a história vai seguir.

Apesar de fazer muitas teorias e de até chegar perto em alguns momentos, elas são quebradas quando um novo acontecimento surge, trazendo uma reviravolta eletrizante na história.

As descrições são muito bem feitas, deixando todas as cenas ainda mais fáceis de imaginar e o clima no navio quase que palpável, já que quanto mais Lo chega perto da verdade, mais perigosa e claustrofóbica a viagem se torna.

O cenário fechado na maior parte do tempo passa essa sensação de todos estarem encurralados, principalmente por estarem cercados por água, sendo extremamente difícil escapar.

Nesse enorme quebra-cabeças com muitas peças faltando, Blacklock tenta descobrir o que pode ser real e o que é apenas um truque de sua mente.

É preciso destacar também as críticas, já que, apesar de ser uma boa trama, a autora em alguns trechos faz comentários que podem ser classificados como gordofóbicos, além disso, a cena de assédio retratada no livro não foi escrita com a profundidade necessária, o que dá a impressão que ela tratou um assunto grave de forma rasa.

Sobre o desfecho, pode-se dizer que é surpreendente. Um plot inesperado é o que se encontra em A Mulher Na Cabine 10, que deixa a aflição fluir a todo momento.

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*Crédito da foto de destaque: divulgação/Rocco

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