Resenha | Anatomia é sangrento e misterioso

O livro de Dana Schwartz relata as injustiças vividas por pessoas do sexo feminino no século XIX

Se você gosta de assuntos relacionados à medicina e também gosta de livros como Frankenstein, de Mary Shelley, você provavelmente vai se interessar por Anatomia: Uma História de Amor, escrito por Dana Schwartz e publicado pela Intrínseca.

O romance gótico descreve as situações insalubres das técnicas médicas pouco evoluídas do século XIX, desenrola segredos da sociedade de Edimburgo e aborda o sonho de uma jovem de se tornar médica cirurgiã em uma sociedade machista.

 

Sobre a obra

Imagem: reprodução/Twitter @intrinseca

 

Em Anatomia conhecemos Lady Hazel Sinnett, que deseja se tornar uma cirurgiã, algo que é impensável para as mulheres no século XIX. Então, para poder estudar na Sociedade Real dos Anatomistas, ela finge ser um garoto e usa as roupas de seu irmão.

Mas o disfarce não dura muito e ela é descoberta. Desesperada, ela faz um acordo com o médico cirurgião dr. Beecham, e terá que estudar por conta própria. A questão é que, além dos livros, ela precisará de cadáveres se quiser praticar suas habilidades em anatomia.

Quando seu caminho cruza com o de Jack Currer, um garoto que tenta sobreviver em uma cidade cercada de morte e desenterra corpos para vender para estudantes de medicina, Hazel contrata seus serviços. Os dois logo criam uma conexão e começam a descobrir segredos horripilantes por trás dos desaparecimentos de diversas pessoas.

 

Anatomia: Uma História de Amor

Imagem: reprodução/Twitter @intrinseca

 

A atmosfera sombria de Anatomia é bastante imersiva. Conforme a leitura avança, temos mais detalhes sobre as ruas, construções e vestimentas de Edimburgo do século XIX. Além disso, a mentalidade machista da população e os obstáculos de mulheres vivendo nessa época também são bem retratados.

A história é interessante e o plot pensado para o final é surpreendente, já que não pensamos nessa possibilidade. Com personagens que são cativantes e uma escrita que traz toques de leveza em meio a momentos tensos, a leitura é rápida.

Porém, o livro não é perfeito. Algumas soluções muito simples para certos problemas deixam a desejar quanto a criatividade, como quando a autora usa uma poção para resolver um problema pela segunda vez, podendo ter incrementado a situação.

Outro erro cometido pela autora é ter corrido muito com o enredo nos últimos capítulos. O relacionamento de Hazel e Jack pode até cativar, mas pula de um estágio para outro muito rápido, o que torna certas cenas um pouco forçadas.

Imagem: reprodução/Twitter @intrinseca

 

A abordagem histórica do livro até existe, detalhes sobre a época surgem nas páginas, mas poderiam aparecer muitos mais. A obra poderia se aprofundar em outros fatos históricos que aconteceram na época escolhida para a obra se passar que sequer foram citados.

Apesar dos defeitos do livro, a história me prendeu em alguns momentos e eu gostei das frases marcantes e dos personagens, principalmente de Hazel, uma garota forte que luta por seus sonhos e contra as imposições do machismo.

O livro reforça a mensagem poderosa de que nós mulheres podemos ser e estar onde queremos e o epílogo deixa uma ótima abertura para a sequência que já foi publicada em outros países e deve chegar ao Brasil em breve.

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*Crédito da foto de destaque: reprodução/Twitter @intrinseca

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