Após anos sem vender nenhum exemplar, autor já acumula 421 mil seguidores no aplicativo
Por Pietra Gomes e Luciana Serrano
Damas de Pedra, primeira obra do escritor norte-americano Lloyd Devereux Richards, originalmente escrito em 2012, chega nas livrarias com uma premissa arriscada: fenômeno do TikTok.
A história conta a saga da antropóloga forense Christine Prusik atrás de um serial killer que, além de assassinar jovens mulheres, deixa a sua assinatura: uma estatueta de pedra enfiada no fundo da garganta das vítimas.
Christine, além de estar presenciando crimes horríveis, ainda acaba relembrando seu passado, já que os objetos usados nos crimes são parecidos com amuletos espirituais usados por grupos da Papua-Nova Guiné — os mesmos grupos com os quais ela trabalhou há uma década.
O livro, que viralizou após a filha de Lloyd divulgar a obra no TikTok, figurou entre os mais vendidos da Amazon dez anos após seu lançamento, impressionando pai e filha.
Thrillers sempre encantam
O fato é que fãs de thrillers e suspenses sempre encontrarão beleza nas histórias.
O mistério enraizado em crimes brutais já fez grandes sucessos de crítica como O Silêncio dos Inocentes (1988) e O Colecionador de Ossos (1997). Inclusive, é impossível não lembrar dessas obras durante a leitura de Damas de Pedra.
O livro tem um início rápido, como todo bom thriller, e Christine é uma protagonista que pode trazer identificação ao leitor: sofre de ansiedade e é menosprezada pelos seus companheiros do FBI, mas quer, a qualquer custo, desvendar esses crimes.
O combo suspense, mistério e reviravolta, além da possibilidade de conhecermos melhor a complexidade da mente humana e dos transtornos mentais, faz do livro uma boa escolha para os amantes do gênero, apesar de, assim como outros livros semelhantes, muitas vezes pecar pela previsibilidade do que está por vir e por incluir atitudes não tão inteligentes dos envolvidos, com a função de postergar o desenvolvimento da história.
Misterioso e instigante
Damas de Pedra é um thriller policial perfeito para aqueles que amam saber, desde o início do livro, quem é o serial killer que está provocando diversos assassinatos macabros pela cidade. Além de ter o ponto de vista do assassino, os capítulos se intercalam entre o olhar de Prusik, tentando desvendar o motivo principal para esse homem cometer os crimes, e a visão dos personagens secundários diante de toda a apreensão envolvendo o caso.
No geral, é uma boa leitura, que logo nas primeiras páginas te faz ler rapidamente. Mas em um momento começa a se tornar devagar e, por isso, precisa melhorar alguns aspectos a fim de captar novamente a atenção do leitor. Um dos pontos altos da escrita de Lloyd é como ele consegue passar, com sua escrita, os medos e as crises de pânico que Prusik tem em relação ao crime e ao seu passado traumatizante.
O autor também descreve muito bem a brutalidade do assassino no decorrer do livro, mostrando como as suas atitudes são bem calculadas e pensadas. Já os personagens secundários são apresentados no desenrolar da história, cada um deles sendo importantes na captura do serial killer e na solução do caso.
Por fim, o desfecho tinha diversas outras linhas interessantes para seguir, mas acabou levando a um final mais chato, que deixou o assassino enfadonho em certos momentos, podendo até ter tirado a essência dele. Caso tivesse sido diferente, seria uma obra com um enredo único.
Vendo por outro ponto de vista, o autor escolheu terminar daquela forma para fazer a continuação da história em um novo livro, intitulado Maidens of the Cave: A Novel, lançado nos Estados Unidos em 2023, mas sem previsão de data para ser vendido no Brasil.
Confira o vídeo de Lloyd anunciando a pré-venda para o dia 1º de agosto:
@stonemaidens August 1 release date! Preorder link in our bio 🥲 #maidensofthecave #stonemaidens
♬ Burnin’ Love (from the motion picture Lilo & Stitch) – Wynonna Judd
De toda forma, se o objetivo do livro é envolver o leitor, a proposta é cumprida de forma honesta. Vale a leitura!
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*Crédito da foto de destaque: reprodução/Editora Intrínseca
