Minha Irmã foi o filme representante da Suíça para concorrer a uma vaga no Oscar 2021
O filme Minha Irmã, dirigido e roteirizado por Stéphanie Chaut e Véronique Reymond, foi destaque na programação da 44º Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Representante da Suíça para concorrer ao Oscar 2021, a produção mostra a relação dos irmãos gêmeos Lisa (Nina Hoss) e Sven (Lars Eidinger). Ator de teatro, ele vê sua carreira desmoronar a partir do momento em que é diagnosticado com leucemia, necessitando de cuidados especiais.
O Entretetizei teve a oportunidade de assistir e conhecer um pouco mais sobre e contamos aqui as nossas impressões sobre o filme!
A produção pode parecer uma mera história de companheirismo entre irmãos que se intensifica com a doença grave, porém vai muito além disso. Minha Irmã faz metalinguagem com o teatro, traz debates sociais e temas como as relações familiares conturbadas, aborda a não aceitação dos impedimentos que uma doença pode trazer e traz a força da mulher de maneira muito simples.
Com isso, podemos ver a trama se construindo a partir de uma fotografia fria e trilha sonora pouco presente, mas que possui seus momentos de destaque com músicas clássicas. Elas têm significado para a trama e ajudam a construir a narrativa.
Sven é um personagem que, mesmo o filme trazendo uma temática dramática, pode ser mais do mesmo. Contudo, conseguimos presenciar cenas de angústia e frustração, tanto na luta contra a doença, quanto no declínio da sua carreira e afastamento do homem que ama.
Com atuação composta por sentimentalismo e expressividade, Nina Ross tem papel de destaque no filme. Sua personagem, Lisa, se desdobra, entre Suíça e Alemanha (Berlim), para cuidar de Sven, dar atenção aos dois filhos e ao marido Martin (Jens Albinus), diretor de uma escola internacional na Suíça. Além disso, Lisa é uma aspirante a escritora, mas frustrada profissionalmente e que vive à margem do marido bem sucedido.
Em diversas cenas podemos perceber como um simples olhar pode dizer muito. Ao longo da trama, Lisa precisa lidar com tudo o que está acontecendo e em determinado momento ela esquece dela própria, como mulher e profissional. Ela abre mão da carreira como dramaturga para acompanhar o marido, que na primeira oportunidade, após receber uma promoção, deixa de apoiá-la e passa a cobrar sua permanência na Suíça.
Os diálogos e cenas de profundo silêncio podem ser cansativos, mas são convincentes, transmitem momentos de reflexão e podem ser recompensados com as atuações.
No final, em alusão ao teatro que sempre se faz presente no filme, é perceptível que, assim como no conto João e Maria, dos Irmãos Grimm, Sven e Lisa estão à espera de doces (felicidade) e de um encontro com a bruxa-má (realidade).
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* Crédito da foto de destaque: Divulgação A2 Filmes