Resenha | O Retiro combina o macabro e aflitivo em um local cheio de passado

No segundo volume da série de investigação de Sarah Pearse, O Retiro, publicado em fevereiro, a investigadora Elin Warner desvenda os mistérios de uma família complicada

 

[Contém spoiler]

Apesar de ser uma construção em uma ilha isolada, o que poderia ser sinônimo de paz e sossego, será mesmo que Lumen é realmente um lugar para quem deseja ter paz? É com essa premissa, que a autora Sarah Pearse traz mais uma investigação conduzida pela investigadora Elin Warner, personagem que retorna neste segundo volume, intitulado O Retiro, publicado pela editora Intrínseca.

Em um conjunto de dramas familiares, crimes e traumas do passado, a narrativa dá continuidade em assuntos inacabados de O Sanatório, mas também apresenta novos personagens, um novo caso a ser destrinchado e um novo assassino percorrendo os arredores.

Sobre a obra

Foto: reprodução/Amazon

 

Uma ilha na costa da Inglaterra, conhecida como Pedra da Morte, devido ao formato de uma grande pedra localizada na região que lembra a própria morte, com manto e foice, já traz uma atmosfera sombria por essa característica, porém as histórias de seu passado contribuem ainda mais para isso. Há alguns anos, ela serviu de cenário para um serial killer tirar a vida de diversos jovens e, além disso, uma escola que funcionava ali leva consigo relatos de alunos torturados e um incêndio que destruiu a construção.

Porém, para trazer um novo clima para o local, um retiro de bem-estar com cores vibrantes nas paredes e várias atividades é construído, atraindo turistas para conferirem os serviços e também devido à curiosidade pelo mistério. Entre esses hóspedes estão duas irmãs e uma prima, Hana, Joe e Maya, respectivamente, junto a Caleb (namorado de Bea, outra irmã) e Seth (namorado de Jo), que embarcam nessa viagem juntos para dissolver problemas do passado e se reaproximarem.

Tudo parecia tranquilo, até que uma mulher é encontrada morta, após despencar de uma sacada. Mas, o que a princípio parecia um acidente, é contestado pela detetive Elin Warner, que é chamada para investigar a cena do crime, percebendo que nem tudo é o que parece ser.

 

Recapitulando O Sanatório

Foto: reprodução/Amazon

 

No primeiro volume dessa série de livros, a detetive Elin Warner ainda precisa lidar com muitos de seus traumas, como por exemplo, os fantasmas em sua cabeça, após um assassino de um caso que ela investigava escapar e as vítimas não serem resgatadas, e também o péssimo relacionamento com o irmão Isaac, que ela suspeita estar envolvido com a morte de seu irmão mais novo. Mas, ela precisará ficar cara a cara com esse problema, quando recebe o convite da festa de noivado dele.

Assim que chega em um hotel, que antes era um sanatório, e inclusive manteve parte dos objetos como uma decoração um tanto macabra, coisas estranhas acontecem, começando com o sumiço de Lauren, a noiva de seu irmão.

Logo, mais vítimas são feitas e Ellin luta contra o tempo para descobrir quem é o culpado e impedir que outros assassinatos aconteçam. No epílogo vemos uma pessoa misteriosa observar Elin de longe, sem que ela perceba.

 

O Retiro

Foto: reprodução/twitter @intrinseca

 

É impossível negar que Sarah Pearse sabe construir um clima tenso e enigmático. A cena da revelação da primeira morte é um desses exemplos de enigma, a ótima intercalação de cenas faz o leitor acreditar que sabe de uma coisa que na verdade é completamente oposta, o que é muito bom em livros desse gênero e a autora faz com facilidade.

Com uma escrita bem descritiva, que não exagera, mas também é eficaz para fazer os leitores imaginarem os detalhes, ela nos leva passo a passo junto aos personagens, mantendo o suspense no nível alto e uma sensação constante de que alguém está à espreita.

Apesar desse clima perfeito para um suspense, em algumas partes do livro, Pearse dá uma escorregada e deixa a narrativa por muito tempo sem descobertas tão marcantes, girando apenas em torno de suposições que trazem uma certa lentidão à história.

 

Foto: reprodução/Skoob

 

Porém, logo o livro retoma o ritmo que tinha e as cenas de ação protagonizadas por Elin são realmente de tirar o fôlego. A resolução do mistério traz uma revelação inesperada e surpreende quem está lendo, que apesar de ter suspeitas, não imagina que a narrativa iria para esse caminho. As interações entre os personagens são ótimas e dão um gás para a história, principalmente da Elin e o parceiro Steed e da Hana com seu grupo.

O epílogo desse livro levanta novamente essa sensação de que Elin está sendo observada, o que deixa o leitor tenso e, também joga uma revelação realmente chocante, que talvez seja um gancho para um terceiro livro. Será que a investigadora voltará para mais um caso?

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*Crédito da imagem de destaque: reprodução/ twitter @intrinseca

 

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