Capa Pachinko

Resenha | Pachinko conta a marcante jornada de uma mulher ao longo de quatro gerações

Com uma história que percorre quase todo o século XX, Pachinko dá visibilidade às dificuldades e discriminação que os imigrantes viviam no Japão 

 

“O destino de uma mulher é sofrer.” A frase dita pela mãe de Sunja, personagem protagonista do livro, se torna o norte de uma história que começou e terminou com os sofrimentos de uma mulher, ao longo das várias gerações de sua família.

Escrito pela autora Min Jin Lee, Pachinko conta a vida dos coreanos no Japão durante o século XX. O contexto foi muito difícil, pois os imigrantes sofriam discriminação, tinham menos acesso a oportunidades, passaram pela Segunda Guerra Mundial e o desastre de Hiroshima e Nagasaki enquanto estavam no país.

O principal foco da autora é mostrar a rotina desse grupo, que devido ao preconceito se viu diante de diversas dificuldades. Outro ponto  que o livro destaca, é o fato de muitas pessoas serem estrangeiras em sua própria terra, visto que os filhos e netos de Sunja nasceram no Japão, mas não eram considerados japoneses e também eram vistos como estrangeiros na Coreia.

É nesse contexto, que Min Jee Lee cria um excelente enredo que nos permite compreender as dificuldades que muitos imigrantes e países que foram colonizados viveram ao longo da história. 

O ponto de partida é a história de Sunja, que  nasceu e cresceu em Yeongdo, na Coreia, numa época em que o país ainda não havia sido dividido. Neste contexto, ao se envolver com um homem mais velho chamado Hansu, ela engravida e só após isso descobre que ele era casado. 

Em um ato de compaixão, um pastor que passava pela pousada que ela e a mãe administravam, Baek Isaak, resolve se casar com Sunja para salvá-la da desonra, algo muito importante para a época em que ela vivia.

Depois disso, ela vai para o Japão, e com essa ação, temos vários plots ao longo da história, visto que sua ida ao país definiu o destino de todo o resto da família. Um ponto que deixa o livro muito interessante, é a forma como a autora quebra expectativas. Em apenas uma frase, ela consegue mudar todo o ritmo que havia construído ao longo de várias páginas ou capítulos.

Com esse estilo de escrita, a obra passa por vários temas: intolerância religiosa, preconceito, guerra e o trabalho no Pachinko (máquina de jogos de azar japonesa), em um enredo que dura várias décadas.

Por fim, temos um sabor amargo por percebemos que se livrar dos estigmas que os imigrantes tinham não foi algo possível. 

 

A história de Pachinko também já pode ser acompanhada através das telas

Sunja, protagonista de Pachinko
Foto: reprodução/Apple TV

No ano passado (2022), Pachinko se tornou série pela Apple TV. Com algumas diferenças da obra original, como o fato de que os episódios mostram várias gerações da Sunja contando a história juntas, a série se torna um retrato visual que permite ver  os cenários que a autora muito desenvolve no livro, como a região a beira-mar que a protagonista cresceu e a vila pobre que os coreanos precisavam morar no Japão.

Com um elenco de peso, a série também permite encontros e reencontros que não foram possíveis no livro, e outros que ainda serão contados na próxima temporada que já está confirmada.

Por isso, deixo a recomendação tanto do livro, quanto da série, visto que é uma história que nos envolve e surpreende até o fim, e nos permite entender as dificuldades de um grupo, enquanto nos apegamos aos personagens únicos que a autora criou. 

 

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*Crédito da foto destaque: divulgação/ Clube Intrínsecos. 

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