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Resenha | Série Sombra e Ossos é um espetáculo de magia e cores

Adaptação do primeiro volume da Trilogia Grisha, de Leigh Bardugo, será lançada pela Netflix no próximo dia 23

“O que é infinito? O universo e a ambição do homem.”

Eu assisti Sombra e Ossos, nova nova produção da Netflix, e resolvi fazer uma resenha sobre a história e sobre o que eu achei da série. Para os fãs de fantasia, o livro Sombra e Ossos, de Leigh Bardugo, é um prato cheio. A Netflix pegou todo esse amor dos fãs e transformou em uma superprodução que será lançada no próximo dia 23 (sexta-feira). Com oito episódios, Sombra e Ossos prometeu ser uma série de tirar o fôlego. E cumpriu!

Com muita ação, aventura, magia e romance, a primeira temporada – adaptação do primeiro volume da Trilogia Grisha – traz a história de Alina Starkov, uma menina órfã que serve ao Primeiro Exército como cartógrafa. Ela e seu melhor amigo Maly, um rastreador e soldado do Primeiro Exército, foram criados em um orfanato em Keramzin e testados para saber se um deles possuía o poder Grisha. Quando nenhum dos dois apresentou nenhuma fagulha de poder, ficaram no orfanato e mantiveram a amizade até serem convocados para lutar por Ravka. 

Alina e Maly são convocados para atravessar a Dobra das Sombras – uma faixa de terra e escuridão, cercada por monstros sombrios, os volcra -, mas algo dá muito errado. Eles são atacados e Maly é gravemente ferido por um dos monstros. Para tentar salvar seu melhor amigo – e amor secreto, diga-se de passagem – Alina conjura o poder do Sol, algo que ela nunca soube que poderia fazer. Ao descobrir sobre isso, o Darkling a leva para o Pequeno Palácio para ser treinada como Grisha a fim de aprender maneiras de destruir a Dobra e reunificar Ravka.

Se você não está entendendo nada do que eu estou falando, eu te explico com mais calma. Antes de começar a falar sobre a série, preciso dar algumas informações que serão úteis na hora que vocês forem assistir. Mas fiquem tranquilos, pois fui proibida pelo Darkling de contar qualquer spoiler. Mas se você quer ler algo com bastante spoiler, farei um especial livro versus série em breve, fiquem de olho! 

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Ravka

É um país que constantemente está em guerra por conta de suas fronteiras com Fjerda e Shu Han. Além disso, é dividido cruelmente pela Dobra das Sombras em Ravka Leste e Ravka Oeste, o que impede o livre acesso aos portos, prejudicando a economia. Possui dois exércitos: o Primeiro Exército, formado por soldados comuns, com regimentos, artilharia e rastreadores; e o Segundo Exército, formado exclusivamente por Grishas e liderado pelo Darkling.

Dobra das Sombras

Eu já tinha visto a Dobra das Sombras em muitos mapas, um corte negro que separara Ravka de sua única área costeira e a deixara isolada do mar.”.

É uma faixa de terra que divide Ravka em dois, Leste e Oeste. É tomada por escuridão, povoada por Volcras e o único jeito de atravessá-la é com um esquife (embarcações costeiras), mas pode custar vidas. Também chamada de Não Mar.

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 Pequeno Palácio

“Ele se erguia das árvores que o contornavam como algo esculpido a partir de uma floresta encantada, um conjunto de muros de madeira escura e domos dourados. À medida que nos aproximávamos, vi que cada centímetro dele estava coberto de entalhes intrincados de pássaros e flores, vinhas retorcidas e criaturas mágicas”.

Localizado em Os Alta, capital de Ravka, é onde os Grishas treinam com base em suas próprias habilidades. 

Grande Palácio

 “O Darkling apertou gentilmente o meu braço para me avisar de que estávamos parando. ‘Vossa alteza, moi tsar’, disse ele, em um tom límpido”.

Local onde vivem o Rei e a Rainha de Ravka. Os dois são chamados de tsar e tsarina, que são sinônimos de czar, pronome de tratamento utilizado pelos russos para designar a realeza.

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Grishas

São humanos que praticam a Pequena Ciência e são divididos em três ordens:

Etherialki, a ordem dos conjuradores: eles manipulam os elementos da natureza. São eles os Aeros (Squailer), que manipulam a pressão do ar; os Infernais (Inferni), que manipulam o fogo; e os Hidros (Tidemakers), responsáveis por controlar a água. Seu kefta é azul. Possui dois casos especiais: a Conjuradora do Sol (Sun Summoner) e o Conjurador das Sombras (Shadow Summoner).

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Corporalki, a ordem dos vivos e dos mortos. São Grishas que trabalham com o corpo humano. Podem ser Sangradores (Heartrender), que podem alterar o funcionamento do corpo; e Curandeiros (Healer), que manipulam o corpo para curar feridas. Seu kefta é vermelho.

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Materialki, a ordem dos fabricadores: são Grishas que controlam os elementos como metais e vidros. São eles: Durastes (Durasts), que lidam com elementos sólidos; e Alquimistas (Alkemi), que lidam com venenos. Seu kefta é roxo.

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Darkling/General Kirigan: Comandante do Segundo Exército, o Darkling é capaz de manipular as sombras. É um Grisha extremamente poderoso e seu kefta é preto.

 

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Com tudo isso em mente, posso falar sobre a série que a Netflix produziu e que estará disponível na plataforma a partir do dia 23 de abril.

A série Sombra e Ossos mistura o universo do primeiro livro da Trilogia Grisha, Sombra e Ossos, o primeiro livro da duologia Six of Crows, que se passa depois da guerra da primeira trilogia, e um pedacinho do segundo livro do Grishaverso, Sol e Tormenta. Para os fãs dos livros da saga, podemos dizer que a mistura das duas sagas – e meia – ficou incrível e muito bem colocada na série, mesmo não tendo uma versão nas páginas dos livros. Os dois mundos de Bardugo se cruzam pouco, uma vez que Six of Crows é um spin-off de Sombra e Ossos. O núcleo dos Corvos de Six of Crows dá uma nova dimensão para a série, mostrando um lado mais de gangues e trapaças que se contrapõe ao lado certinho e polido do Pequeno Palácio. 

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Apesar de conter algumas cenas diferentes de como lemos no livro, a série é um espetáculo de magia e cores. As referências à Rússia do século XIX, presentes na versão escrita, são bem acentuadas na telinha, inclusive nos sotaques. Além disso, e você irá se apaixonar pela atmosfera circense, cheia de trapaças, trambiqueiros e marginais de Six of Crows. As comidas, vestimentas, músicas e cada detalhe da série foram cuidadosamente pensados por Leigh Bardugo, o que deixa tanto o leitor quanto o espectador ainda mais encantados.

Tanto na história de Bardugo quanto na produção da Netflix, podemos ver temas pertinentes à nossa sociedade como um todo. Ficam evidentes a caça às bruxas, xenofobia, e racismo e até o limite tênue entre a crença quase cega e a completa descrença. Os personagens são muito bem construídos e os produtores acertaram na escolha dos atores, deixando os personagens com as características descritas por Leigh. Além de tudo isso, vemos ainda interesses políticos, armamentos pesados, as principais diferenças entre classes sociais, xenofobia e um sistema de magia rígido, onde existem regras para funcionar. Por exemplo, os Etherialki não criam os elementos, apenas os manipulam. 

Mesmo sendo impecável em diversos aspectos, a série demora a construir o relacionamento entre Alina e Maly e, por consequência, perde toda a construção do relacionamento entre a Conjuradora do Sol e o Senhor das Sombras/Darkling. Para quem torce para o romance entre Alina e Maly, talvez tenha que esperar pela continuação da saga com o livro 2 do Grishaverso, Sol e Tormenta. Será que a dona Netflix nos dará esse presente? 

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No geral, a opinião desta que vos escreve é que a adaptação do livro de Leigh Bardugo é impecável, mágica e você não precisa conhecer o universo a fundo para entender a cronologia da história. O que mais me incomodou – além da peruca da Daisy Head, que interpreta a Grisha Genya Safin – foi o fato de que a adaptação não é fiel ao livro, mas poucas são. Cada roteirista gosta de dar um toque de seu em suas produções, então eu perdôo Eric Heisserer, principalmente porque a visão artística dele para esse projeto é uma das coisas mais belas que eu já vi. 

Se eu pudesse escolher uma parte favorita da série para “vender” pra você, querido leitor, eu diria “assista nem que seja apenas para ver os Corvos”. Eu amo uma boa atmosfera circense, com trapaças, golpes (cai quem quer e eu caí, né!) e ainda tem a presença de Kit Young como Jesper Fahey e Freddy Carter como Kaz Brekker que, pra mim, são os dois melhores personagens de Six of Crows e de todo o Grishaverso. 

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O elenco também foi escolhido a dedo para esta produção criada por Eric Heisserer, produzida por Heisserer, Shawn Levy, Pouya Shahbazian, Dan Levine, Dan Cohen e Josh Barry, com produção executiva de Leigh Bardugo e filmada em Budapeste, na Hungria. Os atores escolhidos nasceram para viver os personagens desse universo incrível de Leigh. Confira o cast completo:

Jessie Mei Li é Alina Starkov e está acompanhada por Archie Renaux (Malyen Oretsev), Freddy Carter (Kaz Brekker), Amita Suman (Inej), Kit Young (Jesper Fahey), Ben Barnes (Darkling), Sujaya Dasgupta (Zoya Nazyalensky), Danielle Galligan (Nina Zenik), Daisy Head (Genya Safin), Simon Sears (Ivan), Calahan Skogman (Matthias Helvar), Zoë Wanamaker (Baghra), Kevin Eldon (The Apparat), Julian Kostov (Fedyor), Luke Pasqualino (David), Jasmine Blackborow (Marie) e Gabrielle Brooks (Nadia).

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Para assistir a série, clique aqui. Para comprar o livro Sombra e Ossos, de Leigh Bardugo, clique aqui.

Estou ansiosa para saber o que vocês acharam da resenha de Sombra e Ossos. Entre nas redes sociais do EntretetizeiInsta, Face e Twitter – e conta para a gente!

*Crédito da foto de destaque: Reprodução

 

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