Pra quem estava achando que não teríamos nada no mundo da música nesse período de pandemia, bem-vindos à Chromatica!
Chromatica, lançado no dia 29 de maio, é o sexto álbum de estúdio da Lady Gaga e já deu muito o que falar! O disco conta com 16 faixas, 3 participações especiais (Ariana Grande, Elton John e BLACKPINK) e se você comprar a versão Deluxe vai perceber ainda que tem duas faixas extras.
Antes de partirmos para as músicas, vamos falar um pouco sobre a estética e detalhes importantes: Lady Gaga está sempre inovando a cada trabalho que faz, e podemos ver isso quando se trata de música. A cantora trouxe de volta o pop e estéticas que lembram muito o início de sua carreira. Ela escreveu Chromatica durante um período muito difícil de sua vida e podemos perceber isso na letra das músicas que, apesar de dançantes, são como um soco no estômago pelo peso que cada canção carrega.
Musicalmente falando, em cada faixa podemos lembrar de uma era diferente da cantora, começando desde a era “The Fame’’ chegando até “A Star Is Born’’. Sim, estou incluindo todas as eras porque a maior parte das canções nos fazem lembrar de um período diferente da carreira dela.
Vem com a gente voar para o planeta Chromatica!
A divisão do álbum em três partes como se fossem atos, deixam ainda mais clara a intenção de que o Chromatica não é um álbum para ouvir no modo aleatório, já que ele conta uma história ao longo das canções.
– CHROMATICA I:
A canção inicial, que já estava presente no clipe de Stupid Love, é a abertura para a primeira parte do álbum. Cada faixa de transição entre os “atos” nos lembram músicas usadas em trilhas sonoras de filmes. Os instrumentais têm tanta qualidade que realmente é como se existisse um toque cinematográfico em cada pedaço pensado para eles.
Gaga é conhecida na indústria musical por ser uma cantora versátil e conseguir aproveitar de todos os estilos musicais em suas músicas e dessa vez não foi diferente! As músicas Alice e Free Woman contam com um toque de eletrônica e dance misturados com o pop e deixam a gente com um gostinho de quero mais. Foi uma escolha muito boa para o álbum.
Falando em Free Woman, precisamos conversar sobre essa música totalmente libertadora que trata sobre empoderamento feminino e aceitação, até porque não poderia ser diferente vindo de Lady Gaga, já que desde o início de sua carreira ela sempre compartilhou mensagens e reforçou a ideia de que nós devemos nos amar e nos aceitar do jeito que somos. Obviamente não poderíamos deixar de retomar o lead single do álbum, Stupid Love, que veio com um clipe inovador (inteiramente gravado por iPhones 11) e um estilo pop que não ouvíamos há algum tempo.
Outra música que deu o que falar e está nos charts desde seu lançamento é Rain On Me, que conta com a participação de Ariana Grande. A canção trouxe um pop totalmente dançante e foi uma combinação perfeita, sendo considerada uma das melhores colaborações da história e da carreira de ambas as cantoras. A música trata sobre superação, sendo lançada no dia 22 de maio, dia em que completava 3 anos do ataque terrorista em Manchester, após o show de Ariana, que deixou 23 mortos e mais de 50 feridos.
Terminamos essa primeira parte do álbum com a canção Fun Tonight, uma das músicas mais fortes em comparação com as outras faixas. A música trata sobre o relacionamento abusivo que Gaga sofreu em determinado período de sua vida além de, mais uma vez, abordar a ideia de aceitação e amor próprio mesmo em momentos difíceis.
O segundo ato de Chromatica mostra que, por mais que as músicas sejam muito dançantes, as críticas tanto à indústria pop quanto à vida da cantora são expostas nas faixas.
– CHROMATICA II:
A segunda parte do Chromatica foi definitivamente uma das partes que mais deixou os fãs arrepiados, começando pela perfeita transição entre o instrumental e a música 911, que retoma a essência pop do primeiro álbum de estúdio da cantora, o “The Fame”, lançado em 2008. A canção serve como uma autocrítica e podemos ver isso no trecho “My biggest enemy is me” (“Meu maior inimigo sou eu”).
Lady Gaga faz duras críticas à cultura pop na canção seguinte, Plastic Doll, que trata justamente sobre se libertar dos moldes e rotulações feitas por essa indústria nas pessoas que nela trabalham.
Sour Candy foi uma das músicas mais esperadas pelos fãs de ambos os lados e antes do lançamento era uma canção totalmente superestimada. A faixa em si não é ruim, mas houve uma quebra enorme de expectativa, pois quando comparada ao álbum por completo, essa canção é a que menos surpreende. Mesmo não sendo considerada uma das melhores do álbum, a união entre Gaga e BLACKPINK foi uma jogada de marketing incrível, tendo em vista que a indústria do k-pop não para de crescer. Além disso, a colaboração entre elas é extremamente necessária para a quebra de preconceitos e pensamentos, muitas vezes, voltados apenas para o ocidente quando se trata de música pop.
Em 2018, Lady Gaga anunciou sua residência em Las Vegas, o ENIGMA. O que ninguém sabia é que Enigma estaria também presente no planeta Chromatica e que seria uma das melhores canções de longe! A faixa faz com que a gente reflita se tudo o que estamos vivendo é real ou se vivemos em uma realidade virtual, o que é um importante pensamento tendo em vista a nossa situação atual.
Mas ela não está sozinha e vem muito bem acompanhada da canção Replay, totalmente viciante, dançante e com reflexões ao momento emocional em que a cantora estava passando “Eu não sei o que fazer/ Você não sabe o que dizer/ As cicatrizes na minha mente estão no replay”; “Os seus monstros me torturam”.
O terceiro e último ato de Chromatica conta com perfeita sequência de músicas, deixando a história muito bem finalizada. “Battle for your life, Babylon’’.
– CHROMATICA III:
A última parte começa com uma das músicas mais esperadas por muitos fãs, Sine From Above. A canção conta com a participação de um dos maiores cantores e pianistas dos últimos tempos, Elton John. Gaga e Elton sempre foram muito próximos e já trabalharam juntos diversas vezes em apresentações, mas essa foi a primeira colaboração feita entre eles, até porque já estava na hora dos dois criarem algo juntos.
Essa música quebrou as expectativas pelo fato de que muitos, assim como eu, acharam que seria uma canção de ritmo calmo e inteiramente tocada no piano, mas não foi o que aconteceu. A faixa é totalmente dançante e traz um pop eletro totalmente diferente do que estávamos esperando ouvir. Além disso, conta com um final bastante inesperado. Só ouvindo para realmente sentir o que estou falando.
1000 Doves, canção seguinte, conta com duas versões, sendo uma tocada no piano (presente apenas na versão Deluxe do álbum) e outra com batida totalmente envolvente, assim como a maior parte das músicas de Chromatica.
E para terminar temos a canção mais esperada do álbum, Babylon, que foi uma ótima escolha para a finalização do álbum, mas ainda sim deixa os fãs com a dúvida da existência de um videoclipe, já que até agora só foram lançados os vídeos de Stupid Love e Rain On Me.
Considerações finais:
Chromatica é de fato um dos melhores trabalhos de Gaga e prova cada vez mais que não importa o tempo que ela esteja dentro da indústria musical, ela sempre vai se superar. Como foi dito anteriormente: esse álbum foi feito para ser ouvido em sequência direta e não no modo aleatório, já que a intenção é realmente contar uma história. A estética, batidas e melodias não só nos fazem lembrar de outras fases da cantora, mas também nos retomam o estilo dance music, como por exemplo o tão conhecido Summer Eletrohits.
O que nos resta é aguardar se Gaga vai trazer ou não sua turnê para o Brasil, mas enquanto isso podemos aproveitar esse período para se esbaldar no planeta Chromatica!
E vocês, o que acharam do álbum?
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