A história de um herói dentro e fora das telas do cinema
Chadwick Aaron Boseman nasceu em Anderson, na Carolina do Sul, em 29 de novembro de 1976 e foi um ator, diretor e roteirista americano. Sua história no mundo das artes cênicas começou em 1995, escrevendo e encenando uma peça no ensino médio.
Infelizmente, o ator faleceu no dia 28 de agosto de 2020, em Los Angeles devido a um câncer de cólon. Uma grande perda para o cinema, Chadwick construía sua carreira baseado não só no seu talento, mas também na sua responsabilidade de artista negro, no qual fazia questão de representar.
Vida longa ao Rei T’Challa
Boseman teve sua primeira aparição como o eterno Rei T’Challa, em Capitão América: Guerra Civil e, mesmo ao lado de grandes heróis como Homem de Ferro e Capitão América, o ator conseguiu se sobressair.
Mas foi em Pantera Negra que vimos o ator segurar o peso de representar uma nação com maestria e elegância. Desde o início, ele exigiu que a equipe do filme espalhasse a mesma representatividade no mundo fictício exibido nas telas.
Ele garantiu que Wakanda tivesse seus costumes percebidos dos figurinos aos sotaques, que vale ressaltar, eram de uma nação livre e não de um povo colonizado. Em cada detalhe do longa, vemos inúmeras referências africanas. Certamente, Pantera Negra é um dos filmes mais importantes da Marvel.
De Pantera Negra a Chadwick Boseman: a importância da representatividade
T’Challa era rei, guerreiro e um homem de propósitos nobres, disposto a defender sua terra e espalhar sua mensagem. Os mesmos traços do super herói da Marvel são vistos no ator.
Chadwick escolheu seus trabalhos a dedo, sabendo que ali havia uma responsabilidade muito maior do que só atuar. Seus personagens nunca eram aleatórios e ele não exitou em recusar trabalhos que estereotipassem o povo negro.
Pantera Negra deu a oportunidade de inspirar crianças, jovens e adultos do mundo todo que se sentiram representados e se identificaram fisicamente com Boseman e todo o elenco do filme, que era predominantemente negro. Pantera Negra foi o primeiro filme solo sobre o herói negro da Marvel.
Em um discurso feito na Howard University, em 2018, o ator contou que entrou em conflito ao ver a história do seu personagem e questionou o produtor. Boseman não interpretou o papel, mas isso o levou a um caminho diferente e maior.
Assista ao discurso:
Chadwick chegou a recusar um trabalho com a atriz Tessa Thompson ao descobrir que a história teria estereótipos sobre a escravidão. O ator fazia questão de defender suas origens e tentava ao máximo tirar a visão ruim e negativa que a sociedade tem com a imagem dos negros.
Os principais filmes da sua carreira
Mesmo sendo reconhecido como Pantera Negra, Chadwick interpretou grandes personagens que lutaram contra o racismo. Listamos alguns filmes do ator durante a sua carreira para você conhecer ou assistir novamente:
– 42: A História de uma Lenda (2013 – esporte/drama)
– Get on Up: A História de James Brown (2014 – música/drama)
– Marshall: Igualdade e Justiça (2017 – drama/drama jurídico)
– Crime Sem Saída (2019 – ação)
– Destacamento Blood (2020 – drama)
Indicação ao Oscar
Ao que tudo indica, Chadwick pode ganhar uma homenagem póstuma no Oscar 2021. A Netflix vai iniciar uma campanha para que o nome do ator esteja entre os indicados a Melhor Ator, pelo filme A Voz Suprema do Blues. O longa, que foi o último gravado pelo Boseman, chega à plataforma de streaming em 18 de dezembro.
A perda de Chadwick é lastimável, mas ressalta que sua voz foi ouvida e que sua carreira, além de ter mudado como os negros são retratados, agora é um legado necessário para o mundo, inspirando diversas pessoas que se sentiam representadas pelo ator. Não temos dúvida que o ator foi e continua sendo essencial para a luta antirracista.
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