Foto: reprodução/G1

Quem foi bell hooks: filósofa, feminista e escritora de sucesso

O mundo a perdeu em 2021, mas o legado de tudo o que ela produziu será eterno

Uma das escritoras e pensadoras feministas de maior importância da geração atual, bell hooks publicava ensaios com opiniões políticas, feminismo e questões enfrentadas na sociedade de uma maneira potente, o que a fez vender milhares de exemplares de seus livros ao redor do mundo. 

Nascida em 1952, hooks foi uma escritora, professora, teórica feminista e ativista antirracista, deixando um impacto impressionante na vida de muitas mulheres que acompanharam sua escrita. 

Batizada como Gloria Jean Watkins, se tornou bell hooks – com todas as letras em minúsculo, pois a escritora dizia que não queria que prestassem atenção em sua pessoa, e sim em suas obras – em homenagem a bisavó, e utilizou o pseudônimo até seu último dia de vida, tendo publicado cerca de 40 livros em 15 diferentes idiomas, obras que sempre retrataram racismo, política, questões de gênero e amor.

Foto: reprodução/Brasil de Fato

Em seu livro O feminismo é para todo mundo: Políticas arrebatadoras (2018) a escritora entrega um manifesto sobre o movimento feminista, demonstrando diversas perspectivas com uma linguagem mais descomplicada, além de escrever frases como:

“Mulheres que afirmam ser feministas ao mesmo tempo que perpetuam a homofobia são tão equivocadas e hipócritas quanto aquelas que querem sororidade enquanto ainda estão apegadas ao pensamento de supremacia branca”.

Tudo poderia entrar em pauta para ela, que fazia análises centradas e diretas sobre os mais diferentes temas, desde clipes musicais até a representatividade em filmes de Hollywood, chegando até a expressar alguns comentários polêmicos a respeito do álbum Lemonade (2016) da cantora Beyoncé.

Sua escrita abrangeu todos os meios, tendo publicado poesias, ensaios e críticas de arte e cinema. A soma de seu trabalho a fizeram ser considerada uma das feministas negras mais influentes do último século.

Exemplos de obras publicadas
Foto: reprodução/Editora rosa dos tempos/Editora Elefante/Editora Perspectiva
  • Teoria Feminista: da Margem ao Centro (1984)

Aqui a escritora defende uma revolução do movimento feminista, enfrentando  o sexismo, racismo e capitalismo.

  • Tudo sobre o amor  (1999)

Tentando entender o que é o amor em todas as suas possíveis formas, bell pontua os desafios de colocá-lo como ponto central de nossas vidas, levando em conta questões como patriarcado e racismo. Desta obra também vieram duas sequências: Salvação e Comunhão, lançados no Brasil em 2024, que receberam o nome de Trilogia do Amor.

  • O feminismo é para todo mundo: Políticas arrebatadoras (2018)

A escritora tenta abordar os mais diversos temas e opiniões sobre o movimento de uma maneira simples, trazendo pontos de vista sobre politica, beleza, luta de classes e violência e o impacto que todas essas questões tem na sociedade e no movimento feminista.

  • E eu não sou uma mulher? (2019)

Abordando temas como sexismo, racismo e intersecção, a escritora debate os temas mostrando o impacto de cada um na sociedade, e como a perpetuação de práticas racistas impacta a vida de mulheres negras.

Legado 

A ativista foi considerada pela mídia a redefinição do feminismo, trazendo uma nova narrativa e pontos de vista para o movimento. Iniciou sua carreira cedo, não se deixando afetar pelo racismo que quis a impedir de expressar suas ideias e opiniões.

Foto: reprodução/Casa das Aprendizagens

 Se tornou crítica no início da carreira para escrever sobre artistas que não recebiam o devido reconhecimento, inspirando a todos quando disse:

“Infelizmente, os artistas e críticos brancos conservadores que controlam a produção cultural e a escrita sobre arte parecem ter dificuldade em aceitar que, podem estar criticamente cientes da política visual, sem ao mesmo tempo, abandonar um forte compromisso com a estética”.

O amor era um dos assuntos que bell mais abordava em seus textos, mostrando como enxergá-lo de forma crítica, e todos os seus benefícios e malefícios, por exemplo, como o luto nos traz tanta dor que por vezes esquecemos de que houveram momentos incríveis. Sobre isso ela escreveu:

“Muitos de nós passam a amar a vida apenas quando confrontados com doenças que a colocam em risco. Com certeza, encarar a possibilidade da minha morte me deu coragem para olhar de frente a falta de amor em minha vida[…]Amar permite que transformemos a nossa celebração da morte em uma celebração da vida”.

Inspirou nas páginas de seus livros e nas salas de aula em que lecionou. hooks será sempre uma referência e as próximas gerações encontrarão palavras sobre amor e liberdade que os farão refletir sobre tudo, e é assim que o legado de bell hooks, que faleceu aos 69 anos em 2021, será eterno.

 

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Texto revisado por Thais Moreira

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