Dancing Queens | A arte drag e a paixão pela dança num filme sueco encantador

Dancing Queens é um convite para refletirmos sobre a importância de enfrentar o luto e a revolução pessoal que a arte pode nos proporcionar

O filme sueco Dancing Queens estreou este ano na Netflix e traz uma bela história de perda e superação através da dança. Para quem tem interesse em conhecer novas culturas, idiomas e procura um filme leve, para assistir em família, certamente Queen é a opção certa.

A história gira em torno de Dylan Pettersson (Molly Nutley), uma jovem menina que acaba de perder sua mãe, sua maior inspiração, principalmente para a dança. Dylan é madura e vive o luto com muita determinação, dividindo seu tempo entre a antiga academia de dança de sua mãe, em quedá aula para crianças, e a mercearia de sua família, ambas localizadas na ilha de Bohuslän, uma província sueca em Götaland, na parte mais ao norte da costa oeste do país e onde ela e sua família residem.

Foto: Divulgação | Netflix

O filme é quase todo filmado na ilha e , além de apreciar o idioma sueco, proporciona ao espectador conhecer belíssimas paisagens, que nos fazem viajar pelas belezas naturais – e geladas – da Suécia, sem sair do sofá de casa. Além de mostrar essa cultura, tão distante e pouco conhecida, o longa nos exemplifica como as culturas se encontram através da arte. Dylan, assim como muitos latinos, cresceu dançando e escutando músicadisco music – e é apaixonada pelo ritmo.

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Do “interior” à cidade: surge uma oportunidade inusitada

Dessa paixão pela dança, nasce uma oportunidade: participar de uma audição internacional na cidade. É claro que toda história de vida é carregada de lutas e na carreira do dançarina, também é preciso enfrentar boas e más experiências de trabalho: ao ser avisada pela avó que uma importante audição estava chegando à capital, Dylan, mesmo ainda em luto e com medo, arriscou-se e foi até o renomado teatro para tentar uma vaga.

Foto: Divulgação | Netflix

Apesar de ter se preparado e estar com expectativas, a menina depara-se com um grande problema: sua avó havia se enganado e as audições haviam acontecido um mês atrás, causando logo um grande desapontamento. Porém…. para um batalhador, uma porta sempre se abre e Dylan foi recrutada pelas funcionárias do local, para ajudar na limpeza de um Drag Club, localizado no mesmo teatro. E, paralelamente ao serviço, poderia assistir aos ensaios para o próximo evento, que estava se aproximando.

Coincidência do destino ou não, Dylan se reencontrou no clube e conheceu pessoas de bom coração e que certamente passaram por altos e baixos para estarem ali: as Drag Queens. O único problema, era que, para participar dos ensaios, Dylan tinha que ser um menino e como conseguir mostrar seu talento ao dono do espetáculo? Se vestindo como um.

Uma paixão que ameniza todos as dores: a arte

Sendo assim, a história se desenvolve com todas as Drags encantadas com o talento da menina, que pode usar todos esses anos de aprendizado com sua mãe, junto à paixão pelo disco music, para entregar tudo de si no palco. Ela não só encontrou seu lugar, como voltou a sentir a alegria de viver, como sentia quando ensaiava junto à sua mãe.

Foto: Divulgação | Netflix

Em contrapartida, é claro que seu segredo seria revelado e, após uma noite esplêndida, com muito glitter, dança e aplausos, Dylan encontra seu melhor amigo no camarim e, com ou sem intenção, entrega o verdadeiro gênero da menina. É claro que a decepção foi grande, mas, como tudo na vida, quando fazemos algo com o coração e damos tudo de nós, o universo conspira. Mesmo depois de voltar para casa, triste e desapontada, todos os membros do clube vão até à menina, para levá-la de volta ao local onde sempre pertenceu: o palco.

Foto: Divulgação | Netflix

Ao chegar à cidade novamente, Dylan é convidada para participar de um duo, no tão sonhado palco do Teatro, onde pode entregar-se ainda mais, numa bela apresentação de dança contemporânea, junto a Victor (Fredrik Quiñones). Ali vemos uma Dylan no seu estado mais pleno de espírito, conectada com sua arte da forma mais pura, onde pode sentir, novamente, sua mãe a acompanhando em cada passo de dança.

Dancing Queens é um convite à diversidade, inclusão e a transformação pessoal através da dança. É uma reflexão sobre o impacto da arte em nossas vidas, que não tem limites culturais, linguísticos e de gêneros e pode proporcionar uma revolução pessoal e comunitária. Você vai se encantar com a pureza e delicadeza em que temas como luta pessoal, bullying, rejeição e a luta da comunidade LGBTQIA+ são abordados, além de ser uma oportunidade de refletir sobre a importância de sair da zona de conforto e buscar novos desafios.

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*Crédito da foto de destaque: Divulgação / Netflix

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