Esculturas homenageiam o papel da mulher no Centenário da Semana de Arte Moderna de 1922

A artista plástica Duda Oliveira, expõe sua Coletânea de Esculturas no Centro Cultural Correios SP, traduzindo o poder de transformação

A exposição ficará aberta até o dia 11 de fevereiro,  de segunda a sexta, das 10h às 17h, sendo gratuito e exigindo uso de máscaras e comprovante de vacinação. Ela leva o nome da artista, e as esculturas oscilam entre intensidade e delicadeza, com cores fortes, ferrugem e até mesmo sucata.

O evento busca homenagear a arte de Anita Malfatti, que se tornou expoente da grande revolução da arte nacional, elas obras apresentadas na semana de 22, que mostraram uma quebra com os valores culturais e morais da época, o que gerou muita polêmica, e acabou iniciando até uma briga com Monteiro Lobato.

Foto: Toni Coutinho

A artista é niteroiense e atua na militância do Direito Ambiental. Nos últimos cinco anos, tem desenvolvido padrões de escolhas que mostram fases de mudanças do orgânico e, assim, consciente da responsabilidade com o meio ambiente, ela usa materiais reciclados ou recicláveis para sua arte.

De modo que a obra ganha um valor mais especial, mostrando marcas de tempo, as peças sempre tem estrias apresentando desgaste para reforçar as fases de recrudescimento do material. E o universo de construção presa por exibir ambivalências entre masculino e feminino, expondo o poder de completude deles.

Foto: Toni Coutinho

  Assim como o metal, o tempo transforma o que sou, indexando a duração e a forma que me comporto com o meu invólucro. É a partir dessa compreensão que eu consigo entender o simples, o que não depende de mim, a inexorável transformação das coisas, explica Duda.

A exposição Duda Oliveira visa mostrar o papel altruísta da arte, sinalizando coisas que há muito tempo estavam silenciadas. Além de falar sobre a imagem da mulher e como ela se modifica conforme outras inspirações são exibidas partindo de novos modelos estéticos.

Foto: Toni Coutinho

Somente a arte tem o poder de propagar o acesso ao real e grande poder de transformação. A arte nos torna iguais, permitindo a verdadeira ordem democrática das coisas, a compreensão verdadeira e espontânea do belo, diz a artista plástica.  

Duda Oliveira, que estudou arte experimental na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, e História da Arte e da Arquitetura do Brasil, na PUC RJ, organizou suas ideias com base em suas inspirações no trabalho de Hélio Oiticica. Com foco nos Parangolés, por conta da importância para a antiarte ambiental.

Foto: Toni Coutinho

Além de ordens de manifestações, transformando os materiais do cotidiano e mudando a ordem das coisas de acordo com experimentações de mudanças do corpo, nas esculturas, a artista reinventa madeiras inutilizadas, metal naval, vergalhões e cimento em muitas das obras.

Vale lembrar que quem faz a produção cultural é Cota Azevedo, além de  Edson Cardoso, que atua na curadoria. E que partindo destes experimentos, Duda busca convidar o público a fazer uma reflexão sobre a forma e a potência existencial de vida, esperança no caos e transformação

 

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*Crédito da foto de destaque: Toni Coutinho

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