Apesar do suspense, o bom humor faz com que a leitura nem pareça ser sobre um assassinato
O primeiro livro de Richard Osman, produtor e apresentador na TV britânica, é um best-seller de sucesso nunca mais visto na Inglaterra desde Harry Potter. Aclamado pela crítica, O Clube do Crime nas Quintas-feiras chegou ao Brasil pela editora Intrínseca e tem adaptação cinematográfica garantida e seu segundo livro já lançado.
O livro conta a história de quatro idosos que moram em uma casa de repouso e decidem se reunir para debater sobre casos não solucionados pela polícia. A trama engata quando o empreiteiro da casa de repouso é assassinado e os idosos decidem embarcar em uma aventura para descobrir o que aconteceu.
Sinopse
Toda quinta, em um retiro para aposentados no sudeste da Inglaterra, quatro idosos se reúnem para — segundo consta na agenda da sala de reunião — discutir ópera japonesa. Mas não é bem isso que acontece ali dentro. Elizabeth, Ibrahim, Joyce e Ron usam o horário para debater casos policiais antigos sem solução, confiantes de que podem trazer justiça às vítimas e encontrar os responsáveis por algumas daquelas atrocidades do passado.
Com todos os integrantes acima dos setenta anos, o Clube do Crime das Quintas- Feiras não é a equipe de detetives mais convencional em que se consegue pensar, mas com certeza está mais do que acostumada a fortes emoções. Afinal, Joyce foi enfermeira por décadas, Ibrahim ajudou pacientes psiquiátricos em situações dificílimas, Ron era um reconhecido líder sindical e Elizabeth… bom, digamos que assassinatos e redes de contatos sigilosas não eram nenhuma novidade para ela.
Quando um empreiteiro local com projetos bastante questionáveis na cidade aparece morto, o grupo tem a oportunidade de seguir as pistas de um caso atual. Apostando em seus semblantes inocentes e habilidades investigativas estranhamente eficazes — além de trocas de favores clandestinas com a polícia, que, apesar de todos os esforços, parece estar sempre um passo atrás de seus colegas amadores —, os quatro amigos embarcam em uma aventura na qual as mortes do presente se entrelaçam com antigos segredos, e em que saber demais pode trazer consequências perigosas.
Minhas impressões
Se você está procurando um livro de cabaceira, acabou de ler um livro pesado e deseja algo leve ou quer passar o tempo, O Clube do Crimes das Quintas-feiras é perfeito para você. Suspense misturado com o humor ácido britanico, o livro escrito por Richard Osman te traz boas reflexões e te diverte enquanto um assassinato está sendo investigado.
Assim que li a sinopse do livro, pensei: nunca tinha visto uma narrativa na qual os protagonistas são idosos. Não é problema, claro, mas a maioria dos livros conta sobre a jornada de adolescentes e adultos. Idosos, principalmente os aposentados, são vistos apenas como coadjuvantes que normalmente aconselham os protagonistas. Não é o caso desse livro. Apesar de estar na casa de repouso, Elizabeth, Ibrahim, Joyce e Ron são incansáveis e têm muito para viver ainda. Extremamente carismáticos, usam o fato de serem idosos a seu favor em diversas situações e cativam o leitor ao ponto de você querer conhecê-los na vida real.
De pista em pista e junto com o clube do crime, você tenta adivinhar o que ocorreu no crime e quem é o assassino durante o desenrolar da história. Talvez, o único problema deste livro seja o plot um tanto morno e sem muita tensão, ao mesmo tempo que o humor presente na personalidade dos personagens é o ponto forte.
Definitivamente, o melhor do livro são os personagens bem construídos e que fazem você se apegar. Esse livro nos faz refletir em como a velhice é enxergada pela sociedade, já que, muitas das vezes, idosos são subestimados e até invisíveis, mas O Clube do Crime das Quintas-feiras mostra o contrário e brinca muito bem com o fato dos idosos serem considerados inocentes e incapazes para alguns.
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*Crédito da foto de destaque: divulgação/Intrínseca