E aí, galera, belezaa? Hoje é dia de entrevistaaaaa!
A entrevistada do dia é uma pessoa MUITO especial e a entrevista foi feita com muito carinho, então aproveitem e peguem as dicas!
Claudia Ciuffo, ou tia Claudinha, pra quem já a conhece, é uma referência do entretenimento internacional para nós do Brasil. Carioca e apaixonada por Comunicação, ela sempre soube que viajar era o que mais gostava de fazer. Após se formar em Publicidade aqui no Rio, Claudia decidiu ir para LA, especificamente para a UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles), para fazer um curso de roteiro. E não é que esse curso foi superimportante para a vida dela? Após o curso, ela teve a oportunidade de trabalhar com a mãe da atriz Blake Lively, a Serena de Gossip Girl.
Foi então que ela decidiu criar o tão famoso site, que antes era uma página no Tumblr, chamado Hollywood é Aqui, em 2011. Através do site, Claudia teve oportunidades pra lá de maravilhosas, como cobrir o tapete vermelho do filme The Hunger Games e conhecer diversos artistas, como Demi Lovato, Justin Bieber, Joe Jonas, o elenco de The Vampire Diaries, entre muitos outros.
Já viram que tinha Claudinha não brinca em serviço, né? Ela ama o que faz e faz com muito carinho e dedicação. E por que não entrevistar uma pessoa cheia de histórias e experiências pra contar?
Bom, chega de papo, porque ela abriu seu coração pra gente, contou um monte de coisas legais e deu dicas pra gente levar com a gente pra sempre. Na entrevista, ela ainda explicou a diferença do entretenimento nos EUA e no Brasil, que é levado suuper a sério lá fora.
Leia abaixo a entrevista com a jornalista, publicitária, amante do entretenimento e gente fina, Claudia Ciuffo:
– Claudia, pra começar, queremos saber: por que você escolheu o jornalismo e o que te levou a escolher a área de entretenimento?
Na verdade, eu escolhi o entretenimento quando eu era criança. Eu sempre falei com meu pai que eu queria fazer comunicação, porque nunca tive um plano B e não tenho talento para fazer mais nada! Sempre fui PÉSSIMA em exatas. Era uma boa aluna, tinha bons professores, como o de biologia, o que me ajudou muito, pois no vestibular tirei uma nota muito alta para quem estava fazendo comunicação. Mas minha cabeça sempre “foi mais” história, geografia (amo até hoje e leio muito); sempre amei português, redação, então é uma coisa que veio comigo, da minha personalidade, nunca tive nenhuma dúvida. Na verdade, eu não escolhi Jornalismo. Fiz faculdade na PUC e me formei em Publicidade, mas nunca trabalhei com isso, sempre trabalhei com produção de eventos, depois com Marketing (atendimento ao cliente) e depois fui trabalhar na Globo, com produção de minisséries e novelas, então nunca trabalhei com Jornalismo no Brasil. Mas, depois que fui para LA, fiz um curso de roteiro na UCLA e depois disso consegui um estágio na empresa da mãe da Blake Lively. Quando eu comecei a página no Tumblr (Hollywood é Aqui), em 2011, é que pensei em trabalhar como jornalista, fui fazendo sucesso e em 2012 fui estudar jornalismo na UCLA. Então foi por causa do Tumblr que o jornalismo me escolheu.
– Conta pra gente como foi sua trajetória, desde que você saiu do Brasil, até chegar a LA! E por que a escolha da cidade?
Eu sempre amei viajar, isso sempre foi uma característica minha, meu pai sempre me levava pra viajar. A primeira vez que fui a LA foi em 1989, eu tinha 16 anos e não era muito comum viajar para fora, tudo era mais difícil. No primeiro intercâmbio que eu fiz, eu tinha 18 anos, e foi para a Europa. Nessa viagem fiz muitos amigos e depois de 30 anos ainda tenho contato com eles, então foi uma viagem marcante pra mim. Uma vez vim passar férias (aos 23 anos) em Miami Beach com amigos, estudamos Inglês. Depois, em 2001, eu morei nos Estados Unidos (Texas), trabalhava numa empresa no Brasil, com imigração, que levava estrangeiros pro Brasil na parte de Marketing. Essa empresa tinha uma filial em Houston, onde morei por um ano. Depois dessa experiência de um ano, voltei pro Brasil e fui trabalhar na Globo, e lá fiquei muitos anos. Então eu sempre “ensaiei” a saída do Brasil. Fiz esses intercâmbios porque sempre quis morar no exterior; não que eu não ame meu país, mas sempre tive esse sonho, sempre fui extrovertida e desapegada. Minha mãe tentou prorrogar isso, porque tudo era mais difícil. Acabei ficando mais no Brasil, estudando e viajando, e aos 37 anos me mudei pra LA, após terminar um longo relacionamento amoroso de mais de 11 anos. Consegui juntar uma grana legal, o dólar estava barato e, apesar de ser a cidade mais cara dos EUA, LA tem um custo de vida menor que o Rio. E foi assim que vim parar na cidade dos anjos.
– Quando foi que você decidiu que queria seguir carreira fora do país? Do que você sente mais falta aqui do Brasil?
Eu passei por todas essas oportunidades e continuei como estudante. Criei o Hollywood é Aqui, voltei pra estudar Jornalismo e Marketing em redes sociais e corri atrás das oportunidades. Não é fácil ser estrangeiro e morar nos EUA se você não tem emprego garantido. Não escolhi seguir carreira no exterior e sim mudar de vida, queria realizar o sonho de morar nos EUA. Já estava madura e com dinheiro separado. Eu me preparei para ir como estudante, gostei e acabei ficando. Gostei mais do que eu imaginei! Mandei meu currículo pra um monte de gente…
A grande virada da minha vida foi quando criei o HEA (Hollywood é Aqui). Quando criamos o site, foi quando a galera da “Capricho” e “Atrevida” me descobriu. Mais a galera adolescente, que é meu público. Comecei a cobrir eventos e trabalhar como free (freelancer) pra eles. As coisas foram acontecendo. Eu tinha uma amiga da “Capricho” que me indicou para a editora da revista. Isso tudo é também das pessoas que a gente conhece, dos relacionamentos que a gente faz, de a gente ter um blog e colocar “yourself all there”, mostrar seu trabalho pro mundo. Então, no meu caso, as coisas foram acontecendo e ainda estão acontecendo, todo dia acontece uma coisa nova, hahaha.
– Existem muitas diferenças no modo como o jornalista trabalha no Brasil e como trabalha em Los Angeles (EUA em geral)? E a forma como esse profissional é tratado nesses dois países, também muda?
Na verdade não sei, porque não cheguei a trabalhar como jornalista no Brasil; tem diferenças e semelhanças. Mas a forma como o profissional é tratado no entretenimento, tem muitos egos e muita competitividade (isso em qualquer lugar do mundo), se não é pior aqui.
Então é meio que um salve-se quem puder! Hahaha. Mas como estou fora do Brasil há 8 anos, acho melhor não comentar muito sobre isso.
– Você me contou uma vez que o entretenimento é levado muito mais a sério por aí e realmente isso é perceptível. Por que isso, e o que você mudaria na forma como tratam o jornalista e, principalmente, aquele que trabalha com entretenimento aqui no Brasil?
É que, na verdade, aqui (Los Angeles) o entretenimento é uma indústria. No Brasil, não é uma indústria. Aí, a indústria têxtil é mais importante, a indústria do petróleo é mais importante… O entretenimento nunca foi visto como uma indústria, porque as grandes empresas de entretenimento de lá (Brasil) sempre foram de um dono só ou uma família só. Esses grupos que têm tudo – revista, jornal, site – então têm o monopólio da cultura familiar. Hoje em dia as coisas estão mudando, posso falar, pois já trabalhei em uma dessas empresas e conheço o esquema. Então eles estão mudando para se encaixarem no século 21. A tecnologia mudou o mundo e a forma de comunicação. Em LA é tudo muito setorizado, o que talvez não aconteça no Brasil e até em outros países do mundo. Nem na Inglaterra, com o BBC é assim. Mas nada é perfeito, tem competitividade (aqui é muito maior), tem a vaidade e problemas. LA e Rio são cidades parecidas, onde os mais ricos e mais bonitos conseguem ir a determinados eventos e festas e outros não. Pra entender melhor isso tudo, é legal assistir à série “Entourage”, que explica a função de cada um e é assim mesmo.
Os jornalistas são tratados com muito respeito aqui, já que são eles que ajudam a promover os lançamentos e tudo mais, mas não é tão fácil, se você não é ligado a um veículo grande é mais difícil. A palavra preferida aqui é não, já que tem muita procura. E o assessor de imprensa tem que ser mais bem preparado aqui.
– Como surgiu a ideia de criar o Hollywood é Aqui? Conta pra gente a história desse site, que é um canal pra todos que se interessam pelo mundo do entretenimento, e como é formada a equipe 🙂
Eu estava em casa, com uma vista muito bonita, onde posso ver o Hotel Four Seasons, e me veio na cabeça. Falei com uma amiga: “Vou fazer um blog”, e ela me falou para eu tentar no Tumblr – na época estava começando o Tumblr –, pois tinha mais meu estilo. Então eu olhei o pôr do sol e me veio “Hollywood é Aqui”. No começo eu queria fazer algo mais jornalístico, sério, depois entrei no Tumblr comecei a pesquisar, curti, já usava o Twitter e aí entrei no Tumblr. Essa minha amiga criou uma página pra mim, um amigo do Brasil fez a logo e outra amiga, que é jornalista por formação, me ajudou a montar tudo e é ela quem me ajuda com os posts. Ficamos mais ou menos um ano e meio no Tumblr. Fui para a Comic Con sozinha, pela primeira vez, em 2011, em San Diego; comecei a postar foto das filas e fui comprando ingresso. Na época nem pensava em ser jornalista. Eu tuitei sobre o evento e, como sempre amei séries, fui para ver o pessoal de “Vampire Diaries” e o pessoal do Brasil me pediu para fazer uma pergunta, falar em nome do site, e consegui falar que eu estava representando o site Vampire Diaries Brasil. Na época não existia ainda convecção de fãs, então foi algo inovador. Então foi assim. Outras pessoas de outros fandoms começaram a me pedir para ir a eventos e tudo começou na Comic Con. Depois de um ano e meio criamos o site. Depois de um ano de Tumblr, resolvi fazer jornalismo e o primeiro tapete que a Paris Filmes me chamou pra fazer foi o do “The Hunger Games”, pro primeiro filme – por acaso eu já tinha lido todos os livros. Então no HEA eu falo sobre tudo o que eu gosto, tudo o que quero falar. Hoje conseguimos entradas para outros eventos através do site, divido matéria com a “Capricho”, ganho pouco, mas eu adoro!
– Durante todos esses anos, quais as mudanças que você tem notado no jornalismo? Seria essa uma profissão promissora, que tende a crescer cada vez mais, ou você acha que tem sido desvalorizada?
Eu acho que mudou muito devido à tecnologia. Hoje em dia qualquer um pode ser jornalista, fazer um Facebook live, reportar uma situação… Não acho que é desvalorizada, mas acho que isso força as pessoas que trabalham com o jornalismo a serem mais criativas e a serem melhores no que elas fazem. Hoje em dia é mais realista. Antes, você sentava na redação, o editor mandava e desmandava, o dono do jornal publicava aquilo que era de interesse da corporação e dos anunciantes dele.
Com a competição mais acirrada, um bom jornalista, pra se destacar, tem que ser realmente muito bom no que faz, não pode ser mediano. Hoje quem manda é o povo e a tendência é aumentar. As pessoas seguem muito a comunicação de massa, mas hoje em dia a coisa está muito mais interessante, porque você se força a se superar para se destacar. Você é que deve estar sempre aprendendo e buscando novos conhecimentos, não importa idade. Isso dá mais trabalho, não pode ter preguiça, tem que ler sempre e sempre buscar alguma coisa que dê ferramentas para se destacar. A escolha é nossa.
– Falando novamente sobre o entretenimento, você acha que esse mercado é uma boa opção para os futuros profissionais de comunicação, no quesito oportunidade de trabalho? Por quê?
No entretenimento, são poucos os jornalistas que ganham bem. Muita gente querendo e pouca gente que se destaca. Tem o lado do glamour. Depende do que você quer. Jornalista trabalha muito e ganha pouco pra sobreviver. Tudo depende do que você vai querer. O termo sucesso e grana é muito relativo, de repente você faz o que ama e não se importa tanto com o quanto ganha.
– De todas as experiências que você já teve trabalhando para o Hollywood é Aqui, qual (ou quais) dela(s) mais te marcou? Como foi?
Entrevistar o John Green foi a melhor experiência da minha vida! Presente que a “Capricho” me deu. Sempre fui apaixonada por todos os livros que ele escreveu. “Cidades de Papel” é meu livro preferido e quando eu o entrevistei, por conta do filme “Paper Towns”, ele autografou o livro em meu nome. Vivi muitos momentos especiais; teve o show da Demi, que eu transmiti ao vivo e a hashtag #tiaclaudinha foi “trend” por conta dos Lovatics. A première de “Divergente”, entrevista com a Cara Delavigne… Nunca vou me esquecer do primeiro tapete que eu fiz, com a Jennifer Lawrence. Foram muitos momentos marcantes, mas a entrevista com o John foi muito marcante. As palavras dele me fizeram tão bem, já que 2014 foi um ano muito especial pra mim, ano em que doei minhas coisas e os livros me inspiraram tanto, que nesse dia que tive a oportunidade de falar isso tudo pra ele foi um dia MUITO especial e inesquecível na minha vida, 24 de abril de 2015.
– Quais são seus planos pro futuro? Pretende continuar investindo no entretenimento e no site? O que podemos esperar para os próximos dias/meses em relação a eventos?
Eu amo site, tenho ajuda de muita gente no Brasil e hoje em dia temos parcerias com editoras de livros, com a Warner Bros. e Imagem Filmes. Eles convidam a gente para eventos, cabines de imprensa, então a HEA é a menina dos meus olhos. Independentemente do que eu faça, tenho planos de trabalhar com outras coisas também, outras áreas do entretenimento, quero continuar sempre com o site, a razão do meu afeto. Os planos são experimentar, ficar com olhos e coração abertos e fazer mais coisas diferentes. Oportunidade que morar no exterior me deu: experimentar coisas novas, descobrir outros talentos.
– Pra finalizar: quais dicas você pode dar para nossos leitores, que são da área de Comunicação/Jornalismo ou pretendem seguir essa carreira?
Eu acho que na vida a gente tem que fazer aquilo que o coração manda. Não importa o que seja, se você tem certeza de que aquilo é sua paixão, então faça. Nunca é fácil, com dinheiro ou sem dinheiro. O mundo capitalista é um mundo competitivo, desafios vão ter, teremos trilhões de nãos, e como diz o Ryan Murphy, criador de “Glee” (eu adoro essa frase), “O não você vai levar sempre, mas é um sim que muda sua vida”.
Então é por aí: se é isso que você quer, vai buscar o seu sim; fácil não vai ser, mas se é sua paixão, vai fundo, arregaça as mangas, corre atrás. Não faça porque é glamoroso, tem que ser paixão! Na época da minha monografia, eu já pesquisava sobre isso, essa é minha paixão desde sempre – é óbvio que o glamour também é bom, mas o glamour é um dia ou outro pra duzentos e mais que você vai ganhar pouco. Enfim, o que eu digo pra qualquer um que quer fazer Jornalismo/Comunicação ou trabalhar com entretenimento: faça isso se for parte de você, se for algo que você tenha paixão. Esteja disposto a passar perrengue, a ter jogo de cintura e NUNCA faça só pelo glamour ou pra conhecer ídolo. Faça se for uma extensão de sua personalidade. O sucesso é olhar pra trás e gostar da pessoa que você é, do que você faz. É importante colocar o pé no chão e entender que qualquer escolha que a gente faça vai ter consequência. Sucesso pra mim é saber lidar com as consequências de nossas escolhas, mais que qualquer coisa, lidar em paz, sem drama com as consequências das escolhas, sejam elas quais forem. Essa é a mensagem maior de tudo o que falei, é o mais importante que tenho a dizer pra vocês.
Essa entrevista ficopu maravilhosa, espero que tenham gostado! Muito obrigada, Claudia, pela sua disponibilidade e pelo cainho. Estaremos sempre te acompanhando! Boa sorte em seus futuros trabalhos e muuuitas felicidades, você arrasa <3
Conheça melhor o trabalho da Claudia Ciuffo em seu site:
http://www.hollywoodeaqui.com/
Beijinhos e até mais,
Anna 🙂
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