O coletivo de artistas contemporâneos traz cenários vibrantes
O Sesc Paulista apresenta uma nova exposição do coletivo de artistas contemporâneos Alterações Vividas Absolutamente Fantasiosas (AVAF). O ensaio envolve a arte como um projeto que une transformação, resistência e representatividade da comunidade Queer. As obras são estampadas nas paredes de um envolvente labirinto que te puxa para uma realidade imersiva, prazerosa e vibrante. O que já é marca registrada do coletivo que apresenta trabalhos coloridos e interativos.
Na entrada da exposição você se depara com um convite a este universo, uma experimentação que apresenta ao público o cenário imersivo, cheio de cores, formas e expressividade. As paredes são estampadas com papéis de parede, instalações de néon, tapeçaria e quadros. Realmente um plano tocante.
Alguns cenários têm aparelhos de acessibilidade para os deficientes visuais e auditivos fixados na parede com dois botões, o amarelo indica audiodescrição – que explica as obras expostas naquele ambiente e o vermelho vídeo libras – mostra na tela uma pessoa fazendo a mesma explicação. Inclusão é o que não falta e a audiência agradece.
O interessante dessa experiência é que você está ali para interagir com a obra, que é uma das coisas que o público adora fazer, sem preocupação. Ao fundo tem sempre uma música que se encaixa com a expressividade exposta nas obras, parece que tudo está de acordo e foi pensado com carinho, é fascinante!
No último domingo, 21, a exposição contou com uma parceria entre eles e o coletivo Cosmic Dance Brasil. O diretor Thiago Amaral nos contou que o Sesc os convidou para uma interação entre a dança junto ao cenário exposto. A performance do grupo tem raiz Bollywoodiana, uma dança moderna indiana que tem muito pop e é colorida, algo que com certeza agregaria dentro da exposição. “A gente criou uma dramaturgia pra cá e ela não está em primeiro plano, não significa que você vai entender uma historinha, e sim como um plano de fundo, uma transformação de algo que acontece, porque a essa exposição tem muito sobre transformação” explica Thiago.
Durante a apresentação de dança rola uma interação entre os dançarinos e o público, eles são convidados a entrar nessa imersão e fazer parte da festa. Tem toda uma celebração que acontece bem no meio do labirinto, não tem como não se envolver , todo mundo se diverte e celebra coletivamente.
Puma Camillê dançarina trans preta, faz parte do grupo e explica que além de ser uma artista multidisciplinar que intersecciona capoeira e vogue, ela também traz através do seu corpo danças afro diásporas que ajudam a quebrar muros que antes eram impostos a comunidade LGBTQIAPN+, mas que hoje estão sendo quebrados e cada vez mais construindo pontes entre comunidades irmãs que antes eram esquecidas.
A dança waacking é uma das trazidas nessa mostra, envolvida na raiz da dançarina Jess Nascimento, mulher preta que traz sua brasilidade nesse compasso e é uma das linguagens que prefere para se expressar. “É uma dança LGBTQIAPN+ criada por gays pretos, latinos etc. As mulheres também entram nessa por se expressarem e se identificarem. Então, eu trago a dança aqui na exposição por representatividade no lugar onde eu também me incluo na exposição.”
O Sesc Paulista abre as portas para o evento de terça a sexta, das 10h às 21h30; aos sábados, das 10h às 19h30; e aos domingos e feriados, das 10h às 18h30. A performance feita pelo grupo será apresentada sempre aos domingos, meio dia, com duração de 45 minutos até o encerramento da exposição, que será no dia 30 de julho. Vale muito a pena conferir!
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*Crédito da foto de destaque: divulgação/ Entretetizei
