Dublagem Viva, movimento que pede pela regulamentação do uso da IA na dublagem

Profissionais da dublagem sentem a ameaça da Inteligência Artificial e reivindicam regulamentação 

Ao longo do mês de janeiro, inúmeros dubladores brasileiros vieram a público a fim de apoiar o movimento Dublagem Viva. O objetivo da movimentação é chamar a atenção para o manuseio desenfreado da inteligência artificial em filmes, séries, jogos e produções audiovisuais.

Grandes nomes da dublagem, como Wendel Bezerra, Christiane Monteiro, Gilberto Baroli, Bianca Alencar, Márcio Simões, Selma Lopes, Carmen Sheila e muitos outros, expressaram seu apoio nas redes sociais. O apresentador Otaviano Costa também demonstrou suporte ao movimento. 

A maior preocupação dos artistas é o fato de que vozes humanas podem ser trocadas por sistemas artificiais. No entanto, essas ferramentas podem prejudicar o ofício dos dubladores, já que utilizam padrões de vozes já existentes. Desse modo, uma empresa de IA poderia criar dublagens com uma base de dados disponível, mas sem dar os devidos créditos aos reais detentores daquelas vozes. 

O que é a Dublagem Viva?
Foto: reprodução/Unsplash Will Francis

Em julho do ano passado, milhares de atores de Hollywood entraram em greve. Entre as solicitações, estava a regulamentação da utilização de inteligência artificial. Segundo os profissionais, era preciso garantir que as suas imagens não seriam digitalizadas e usadas sem a devida autorização. Do mesmo modo, dubladores, diretores e outros trabalhadores envolvidos com a dublagem decidiram lutar pelos seus direitos. 

De acordo com o manifesto do movimento Dublagem Viva, a IA é importante e capaz de apoiar a atividade artística. A IA pode ajudar no combate a pirataria de conteúdo ao fornecer mecanismos mais eficazes para detectar e bloquear reproduções ilegais”, diz o documento.

Além disso, as ferramentas são úteis para encontrar utilizações não autorizadas de material dublado e proteger os direitos autorais dos seus autores. Mas o texto também afirma que as vozes originais de atores de outros idiomas não devem ser dubladas pela IA. 

É essencial preservar a expressão vocal, a emoção e interpretação artística que os profissionais trazem para o processo de dublagem. A tecnologia deve ser vista como uma ferramenta complementar, não como um substituto”, salienta o artigo. 

Outro ponto de destaque é que a IA não deve promover e perpetuar estereótipos. A discriminação racial, étnica, de gênero e qualquer outra forma de preconceito. “É preciso regulamentar para prever princípios éticos e evitar quaisquer formas de discriminação, por seguir algoritmos que reproduzem e promovem representações inadequadas de grupos sociais, explica o manifesto.

O movimento Dublagem Viva conta com diversas organizações ao redor do mundo, como a United Voice Artists (UVA) e a National Association of Voice Actors (NAVA).

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*Crédito da imagem de destaque: reprodução/Dublagem Viva

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