Após anos deixada de lado por sua antiga gravadora, a artista britânica quebra recordes por onde passa (e não sai da cabeça do mundo todo)
Se você esteve em qualquer lugar das redes sociais nos últimos tempos, provavelmente pode ter escutado, visto ou ouvido falar dela. Raye é compositora, cantora e um fenômeno multitalentoso que dominou as paradas de sucesso mundiais. E que quebra recordes por onde passa!
Rachel Agatha Keen nasceu em 24 de outubro de 1997, no sul de Londres, e desde os 14 anos escrevia canções que, mais tarde, mudariam o rumo de sua vida. De uma batalha de sete anos para deixar a gravadora que a colocou na geladeira por tempo demais até conquistas inéditas no BRITS Awards, Rachel… ou melhor, Raye apostou no próprio talento – e venceu. Mas, e você, já conhece a artista britânica?
Começo de carreira
Filha de mãe ganense-suíça e de pai inglês, Raye sonhou em ser musicista desde a infância. E junto com o sonho, a jovem almejava entrar para a The BRIT School, prestigiada escola de música britânica que formou nomes como Adele e Amy Winehouse. Ela começou a cantar em corais de igreja e, aos 14 anos, conseguiu uma vaga na escola de talentos, mas desistiu aos 17 quando assinou um contrato de gravação de quatro álbuns com a Polydor.
“Eu tive meu primeiro álbum praticamente finalizado antes mesmo de entrar para a gravadora. Quando eu tinha 17 anos, eles passaram três anos me cortejando. Eu compunha desde os 14 anos, e os chefes de gravadoras me elogiavam em jantares chiques”, conta a artista britânica para a Vogue. Após assinar com a gravadora, Rachel Keen foi limitada à composição de singles e músicas rápidas, algo que não estava nos seus planos e sim, nos dos chefes do estúdio.
O contrato, que começou com o sonho de um álbum R&B, logo estava restrito a músicas pop e dançantes, apenas singles que passavam longe dos planos de Raye. Seu primeiro cheque para composição veio no mesmo ano que assinou com a gravadora, a partir de uma faixa dançante chamada All Cried Out de Blonde – a música ficou no terceiro lugar das paradas do Reino Unido.
Sete anos na geladeira da Polydor
Quando Keen assinou o contrato com a Polydor havia três coisas que ela não faria: nunca lance algo que você não ama, nunca lance algo que você não acha bom e nunca priorize a opinião de outras pessoas acima da sua. “No final do meu tempo na gravadora, eu havia alcançado tudo naquela lista.”, afirma a cantora. Ela passou quase uma década lutando contra o estúdio para deixá-la gravar um álbum. Isso nunca aconteceu.
Apesar de ter sido deixada de lado pela gravadora por anos, ela conseguiu um enorme sucesso como compositora. Nomes como John Legend, Major Lazer, Charli XCX, Little Mix, Hailee Steinfeld, Quavo, Normani, Ellie Goulding, Jax Jones, Khalid, David Guetta, Julia Michaels e Beyoncé são apenas exemplos de seu alcance como musicista. Sorte a nossa, não é?
I have been on a 4 ALBUM RECORD DEAL since 2014 !!! And haven’t been allowed to put out one album. ALL I CARE ABOUT is the music. Im sick of being slept on and I’m sick of being in pain about it this is not business to me this so personal
— RAYE (@raye) June 29, 2021
Durante sete anos de contrato com a gravadora, Raye foi impedida de elaborar seu álbum, seus lançamentos só eram liberados se fossem em parceria com artistas mais renomados e quando o assunto era premiações, ela só participava para fazer vocais de substituição.
Foi no verão de 2021 que as coisas mudaram. A cantora e compositora postou uma série de tweets sobre sua gravadora, impedindo-a de lançar seu primeiro álbum durante os longos anos de acordo. Os tweets se tornaram virais e ela finalmente foi dispensada de seu contrato.
Primeiro álbum
My 21st Century Blues (2023) é o tão esperado álbum de estreia. Lançado de forma independente, a produção foi um grande marco na carreira da artista e conquistou o 58º lugar no Billboard 200 dos EUA, tendo a faixa Escapism no top #1 das paradas do Reino Unido em janeiro de 2023. 18 meses depois de deixar a Polydor, sua estreia musical oficial é uma coleção marcante e, muitas vezes, chocantemente honesta, repleta de confissões comoventes.
Raye afirma que quase 60 por cento do álbum são canções antigas: “Eu tinha 18 anos quando escrevi Flip a Switch, 19 quando escrevi Oscar Winning Tears, 20 quando escrevi Worth It. O resto são histórias que sempre quis contar”. O talento para as composições se misturam com ritmos que vagueiam entre harmonias suaves e melodias retrô. Sem contar com a voz que acompanha músicas sedutoras e energéticas ao abordar temas diversos que chocam, desmascaram e, acima de tudo, nos mergulham numa maré de raiva e franqueza.
Keen também não teve medo de escrever sobre assuntos pesados de forma explícita e cita a faixa do álbum Body Dysmorphia como um excelente exemplo. “Estou literalmente cantando sobre como costumava usar três pares de Spanx por baixo do vestido para que minha barriga não saísse”, diz ela. Igualmente visceral é Ice Cream Man, uma balada comovente sobre as experiências de agressão sexual de Raye, incluindo um incidente com um produtor musical não identificado: “Senti suas mãos geladas, ele deveria ter sido preso então”, ela canta no pré-refrão.
Mudanças mais do que merecidas
Sete anos de restrições e uma estreia forte e independente trouxeram resultados mais do que merecidos. Com Escapism no topo das paradas e um álbum repleto de sucessos melódicos e contundentes, Rachel Keen alcançou ainda mais do que já havia adquirido enquanto compositora.
De acordo com a Universal Music, os streams da carreira de Raye ultrapassam a marca de um bilhão de plays. A artista recebeu Certificados Duplos de Platina e Ouro, além de dois Certificados de Prata. A cantora e compositora também foi a grande vencedora do último BRIT Awards, em abril deste ano, levando seis estatuetas para casa e estabelecendo um novo recorde de prêmios em uma única noite na cerimônia anual.
Concorrendo a sete indicações, Raye levou para casa os prêmios por seis delas, sendo as principais Artista do Ano, Álbum do Ano por My 21st Century Blues, e Música do Ano por Escapism. Aos 26 anos, ela também conquistou mais um reconhecimento na categoria de gênero para ato de R&B e foi nomeada melhor artista revelação. E, claro, Keen foi nomeada Compositora do Ano do Brits, e conquistou o posto de primeira mulher a ganhar o prêmio desde o seu lançamento, em 2022.
Entre tantos prêmios e recordes, vale lembrar que a estrela multitalentosa estará no solo brasileiro ainda em 2024! Raye fará sua primeira apresentação no Brasil dia 18 de maio, durante o C6 Fest. A segunda edição do festival, que conta com grandes nomes como Black Pumas, Daniel Caeser e Noah Cyrus, acontece no Parque do Ibirapuera, em São Paulo.
Já conhecia a trajetória musical de Raye? Não esqueça de contar pra gente! E claro, siga o Entretetizei e acompanhe mais notícias do mundo da música e do entretenimento pelo Facebook, Instagram e Twitter!
Leia também: Perrie Edwards traz influências R&B e colaborações de peso em seu primeiro álbum solo
Texto revisado por Thais Moreira.